Francisco Cândido Xavier |
A paisagem era triste e desoladora... O luto e a dor davam notícias da devastação que a guerra propiciara...
Os gritos de horror se faziam ouvir nas almas dilaceradas daqueles que a morte não arrebatara...
Aquelas pessoas estavam ali como adornos vivos do quadro de miséria e fome que restara da Segunda Grande Guerra...
Entre os sobreviventes havia uma mãe buscando, desesperadamente, saciar a fome do filho querido.
O pequenino sugava o seio materno em vão, pois o leite já havia acabado há muito, por falta de alimentação da mãe.
As horas se escoavam e a solução não chegava...
A fome do filho amado se fazia ouvir nas profundezas da alma, no choro de agonia...
Aquela mãe sentia a vida se extinguir como uma vela que se apaga lentamente...
E porque o seu amor era maior que a própria existência, tomou de uma lâmina e cortou a veia do braço para saciar com o próprio sangue a fome do filho querido.
Na medida em que o filho sugava, com voracidade, o alimento, os braços maternos iam perdendo as forças, e em poucos dias, aquela mãe se despedia da vida física, deixando o fruto do seu amor na face da Terra.
O socorro chegou e fez com que o esforço daquela mãe não fosse em vão...
O filho cresceu e pôde, durante toda a existência, homenagear a heroína que dera a vida para salvar a sua.
* * *
Quantas são as mães que dão a vida pelos seus filhos...
Quantas sentem as forças se esvaindo dia a dia, para que os filhos cresçam fortes e saudáveis, esquecidas de si mesmas...
Quantas heroínas anônimas existem sobre a face da Terra!
São mães sofridas, que passam dias e noites vigiando o filho enfermo, destilando gotas do mais profundo afeto para que o filho sobreviva...
São mães que amargam a dor de um filho delinqüente...
Mães que oferecem o seio descarnado e vazio para que o filho não morra de fome, alimentando-o com a força do amor sublime que emana das profundezas da alma.
Mães que disfarçam os sulcos das agonias suportadas com um sorriso nos lábios, agradecendo a oportunidade de serem co-criadoras com Deus.
Ser mãe é ofertar-se por inteiro para que os filhos de Deus nasçam e cresçam em direção à Luz Divina.
* * *
Se a criança é o futuro, como todos afirmamos, no coração das mães repousa, indubitavelmente, a sementeira de todos os bens e de todos os males do porvir.
Redação do Momento Espírita, utilizando pensamento extraído do verbete Mãe, do livro Dicionário da alma, por Espíritos diversos, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.
Em 02.05.2008.
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