domingo, 31 de dezembro de 2017

DEUS É AMOR

A busca do conhecimento e a ânsia por saber tem acelerado o progresso da Humanidade de tal forma, que hoje ele se encontra à disposição de todos, tanto nas academias, nas mídias, através das modernas tecnologias. Em diversas áreas científicas, o homem tem investido recursos incontáveis, resultando vasto conhecimento, que tem beneficiado profundamente a criatura humana. Apesar de todo esse conhecimento, permanece uma dúvida que gera muitas e polêmicas indagações: a identificação da nossa origem, por quem ou pelo quê fomos criados. Quem ou o quê criou o Universo e tudo o que nele se encontra? Tem sido constante a busca do homem em desvendar esse mistério que a uns inspira temor e a outros um amor tido por inexplicável. Desde muito tempo, várias interpretações foram sendo construídas, nem sempre satisfazendo a todos. Por esse motivo é importante meditarmos em certas riquezas que nos cercam. Atentemos para nosso corpo físico, uma máquina perfeita com funções que nos garantem a vida na Terra, bem como a reprodução dessa vida em nossos filhos. Diante de uma pequena ave a preparar seu ninho para receber seus ovos, pensemos: os ovos trazem no seu interior a matriz para gerar aves da mesma espécie, que mais tarde, quando adultas, tecerão seus próprios ninhos, nos mesmos moldes de milênios. Observemos uma árvore gigantesca e lembremo-nos de que ela surgiu de uma simples semente. Quem elaborou esse projeto tão especial e colocou numa simples semente a capacidade de se transformar nessa maravilha? Que milagres de vida são esses? Quem ou o quê os determinou e os administra? Não podemos aceitar que tudo seja obra do acaso, pois as obras à nossa volta confirmam a inteligência da Criação. A curiosidade e a percepção do ser humano a tal respeito vem gradativamente se ampliando, e ele vai se aproximando dessa compreensão. Nessa busca, destaca-se um nome: Deus. Quem é? Ou que é? Onde encontrá-lo? Espíritos de superior elevação o definiram como a Inteligência Suprema do Universo e a causa primária de todas as coisas. Isso significa o Criador de tudo: do Universo, dos milhões de galáxias, das constelações formadas por um número incalculável de mundos, e de todas as propriedades e leis que a tudo regem. Igualmente nos criou. Dessa forma, somos Seus filhos, Espíritos imortais, destinados à perfeição. Só uma Inteligência suprema, com qualidades igualmente supremas, conseguiria realizar tal prodígio. Não podemos vê-lO, mas podemos senti-lO, pois todos trazemos no íntimo essa intuição. Ele não se mostra, mas se revela pelas Suas obras. O Universo é a manifestação da Sua presença e do Seu amor. Como filhos, importante manifestarmos nossa gratidão para com esse Pai e Criador. E como o amor a Deus deverá ser uma consequência do amor a nós mesmos, ao próximo, à natureza e à vida, na medida em que fizermos da sua prática o real sentido de nossas vidas, mais haveremos de sentir a Divina Presença em nós. Deus é amor! Ao nos criar, legou a cada um de nós essa mesma extraordinária capacidade de amar, de querer bem. 
Redação do Momento Espírita. Em 1º.7.2017.

sábado, 30 de dezembro de 2017

RECEITA DE ANO NOVO

Há muitos anos, num pequeno e distante vilarejo, havia um lugar conhecido como a Casa dos mil espelhos. Certo dia, um senhor muito amável, gentil e risonho tomou conhecimento dela e, curioso, decidiu visitá-la. Adentrou à Casa dos mil espelhos e viu-se refletido naquele sem fim de imagens. Para sua surpresa, deparou com centenas de olhares gentis sobre si. Abriu um enorme sorriso e, assim, foi correspondido com mil enormes sorrisos. Ao sair da casa, pensou: 
-Que lugar maravilhoso! Desejo voltar aqui várias vezes! 
Outro senhor, que não era tão amável e gentil quanto o primeiro, também foi conhecer essa casa excepcional. Ele raramente sorria, reclamava muito diante das circunstâncias da vida e sempre que uma oportunidade lhe aparecia, lamentava-se de seus problemas, tornando-os muito maiores do que realmente eram. As outras pessoas não lhe eram importantes e pouco valor dava a elas. Por isso, isolava-se e não se preocupava com as dificuldades alheias. Adentrou à casa e foi enorme o seu espanto quando contemplou mil olhares hostis que o fitavam. A eles, destinou o semblante carregado, desprezando-os. Virou-lhes as costas e deixou a casa, pensando: 
-Que lugar horrível! Jamais voltarei aqui! 
* * * 
Um novo ano se inicia. É momento propício para estabelecermos objetivos, traçarmos metas, renovarmos propósitos. É momento ideal para avaliarmos os passos que nos trouxeram ao caminho que hoje percorremos. Quantas são as alegrias, os motivos para estarmos gratos, as razões para comemorarmos? Quantos são os arrependimentos? Todos os rostos que diariamente fitamos são espelhos a refletir nossos sentimentos, nossas perspectivas de vida, nossos valores, crenças e esperanças. Por um instante, prestemos atenção e os contemplemos: o que enxergamos? Encontramos sorrisos sinceros, amistosos e fraternos? Encontramos rostos amigáveis, gentis e felizes? Ou, pelo contrário, deparamo-nos com a tristeza, a melancolia, a indiferença? No ano que desponta, muitos outros espelhos iremos contemplar. Que imagens veremos neles? Em meio a tantas possibilidades, uma certeza: se sorrirmos, veremos sorrisos. Portanto, que nossa maior meta para o ano nascente seja sorrir, com os lábios e com o Espírito. Sorrisos de caridade, de bondade, de gentileza, de compreensão, de humildade. Sorrisos de acolhimento, de dedicação, de esforço, de disciplina, de generosidade, de fé, de gratidão. Sorrisos de amor! 
* * * 
Um ano só é realmente novo quando nos renovamos, tornando-nos novos também. Recordemos as palavras do poeta: Para ganhar um ano novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo. Eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o ano novo cochila e espera desde sempre. Pensemos nisso! Feliz Ano Novo! 
Redação do Momento Espírita, com base em conto de autoria ignorada e com citação final do poema Receita de Ano Novo, do livro homônimo de Carlos Drummond de Andrade, ed. Companhia das Letras. Em 30.12.2017.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

O DEUS DOS HOMENS

O que significa Deus para você? A ideia que os povos fazem da Divindade varia de acordo com o seu desenvolvimento intelectual. Nos primeiros tempos da Humanidade terrestre, os homens acreditavam em tantos deuses quantos eram os fenômenos da natureza. Havia o deus dos trovões, das guerras, dos mares, do amor e assim por diante. Naquele estágio evolutivo, havia também a necessidade de materializar Deus, para que pudesse ser apreciado pelos sentidos humanos. Por essa razão surgiu a ideia de um Deus humanizado, um Deus semelhante ao homem. E, por ser um Deus fisicamente idêntico aos homens, deveria também ser portador de todos os vícios e paixões humanas. Daí a ideia de um Deus ciumento, parcial na Sua Justiça, raivoso, tendencioso e interesseiro, como boa parte dos homens. Foi por causa desse conceito de Deus que surgiram as ideias de barganha com a Divindade, das trocas de favores, do mercado com as coisas sagradas. Todavia, quanto mais o homem conhece sobre o Universo e suas leis, mais próximo chega do conhecimento dos atributos de Deus. Percebe, por razões óbvias, que Deus não pode ser material, porque se fosse estaria sujeito às leis da matéria e, por isso deduz que Deus é um Ser imaterial. E porque as Leis naturais não mudam nunca, conclui que Aquele que as criou deve ser também imutável. Percebe que Deus deve ser onipresente e onisciente, pois tudo sabe e a tudo preside. Deduz, ainda, que a Divindade só pode ser a Suprema Justiça, pois o sol brilha para ricos e pobres, a morte chega tanto para os justos como para os injustos, não escolhe idade nem nacionalidade. Conclui que Deus é a essência do amor, pois Suas Leis são extremamente misericordiosas, já que estabelece como meta final para todos os Seus filhos a felicidade suprema, e dá a cada um o livre-arbítrio e todas as oportunidades de aprendizado que se fizerem necessárias, através das várias existências. Talvez tenha sido por essa razão que Voltaire, escritor francês que viveu entre os séculos XVII e XVIII, quando alguém lhe perguntou se ele acreditava em Deus, respondeu: 
-Eu não acredito no Deus que os homens fizeram, mas gosto do Deus que fez os homens.
E esse Deus que fez os homens depositou em cada coração uma centelha do fogo sagrado que se chama amor. E esse Deus, que é a Inteligência Suprema do Universo, tem um plano de felicidade para cada um dos Seus filhos. E, como Pai amoroso e bom, não faz as tarefas que competem aos Seus filhos, mas lhes dá os recursos para que alcem o voo definitivo da liberdade: a razão e o sentimento. Eis as duas asas de que necessitamos para conquistar a felicidade ideal, que tanto almejamos. 
 * * * 
Viver religiosamente não quer dizer professar esta ou aquela religião. Para viver religiosamente basta viver de acordo com as Leis Divinas em todas as áreas de relação: perante si mesmo, perante a família, perante a sociedade. Quando Jesus recomenda o amor a Deus e o amor ao próximo como a si mesmo, dá a chave do progresso individual e também do coletivo, para todos aqueles que desejam encontrar a felicidade perene.
Redação do Momento Espírita Em 19.08.2010.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

A MULHER SOL

Não a conheço. Jamais a vira antes e, possivelmente, nesta cidade onde transitam milhares de pessoas, todos os dias, jamais tornarei a vê-la. Ela transitava pela calçada, no sentido contrário ao da minha caminhada. O que me chamou a atenção foram seus cabelos de prata que admirei. Seriam tingidos pelos dedos do tempo ou por produtos químicos? Ao passar por mim, o rosto dela se iluminou, num sorriso aberto, espontâneo. Seus lábios se abriram e disseram com uma agradável entonação: 
-Bom dia! 
Senti uma vibração de paz invadir-me. Uma aura de harmonia abraçar-me. E, naquele átimo de segundo em que nos cruzamos, enquanto lhe respondia ao cumprimento, pude lhe ver o rosto. As rugas haviam iniciado a desenhar arabescos em linhas suaves, denunciando o passar dos anos. Os olhos claros brilhavam na manhã ensolarada. Gravei-lhe a expressão na memória. Nestes dias de tanto atropelo, tanta pressa, em que as pessoas parecem correr como se desejassem recuperar minutos que já se foram, deparar com um rosto tão tranquilo, realmente, é inusitado. Também encontrar alguém que deseje Bom dia! Com vontade, com sincero desejo de que seja um dia muito bom. Nada mecânico. Nada convencional. Continuei meu caminho quase num enlevo, envolvido nas vibrações harmônicas jorradas daquela expressão fisionômica tão serena. Fiquei pensando em quantas pessoas ela haveria de encontrar em seu dia e para quantas a sua presença, o seu olhar, o seu sorriso ou o seu cumprimento fariam a grande diferença. Como fizera comigo, em rápido segundo. A quantas ela ofereceria aquele cumprimento tão especial. E não pude deixar de indagar a mim mesmo: Terá ela saído de casa com esse propósito de iluminar as horas das pessoas que encontrasse? Ou aquilo lhe seria, simplesmente, a maneira natural de ser em sua vida? 
* * * 
Quantos de nós temos essa capacidade de beneficiar alguém com nossa presença? Capacidade para iluminar o dia, alegrar as horas de quem caminha ao nosso lado ou de quem, simplesmente, passa por nós. Quantos de nós temos esse condão de tornar o dia de alguém muito diferente, melhor? Transformar brumas em sol, nuvens em claridade, problemas em soluções. Somente pode fazer sol quem tem raios de luz dentro de si. Somente pode irradiar serenidade quem alcançou a harmonia interior, quem suplantou a si próprio e administra muito bem as dificuldades que se apresentam. Alcançar esse estágio deveria ser uma meta para nós. Destoarmos no mundo. Sermos irradiadores do bem, do belo, das coisas positivas e grandiosas. Para isso, basta-nos a vontade, o querer. Por isso, enquanto o dia canta esperanças, enquanto as horas se renovam, iniciemos nossa campanha particular, individual. A campanha de fazer sol nas alheias vidas. 
Redação do Momento Espírita. Em 28.12.2017.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

DEUS DISSE NÃO!

DIVALDO PEREIRA FRANCO
Nas horas difíceis, quando lembramos de rogar a Deus por Seu socorro, nem sempre sabemos interpretar a Sua resposta. No entanto, a resposta sempre chega de conformidade com as nossas necessidades e merecimentos. Um homem que costumava fazer pedidos específicos a Deus, um dia conseguiu entender a Sua resposta e escreveu o seguinte: 
Eu pedi a Deus para tirar a minha dor. 
Deus disse não. 
-"Não cabe a Mim tirá-la, mas cabe a você desistir dela." 
Eu pedi a Deus para fazer com que meu filho deficiente físico fosse perfeito. Deus disse não. 
-"Seu Espírito é perfeito e seu corpo é apenas provisório." 
Eu pedi a Deus para me dar paciência. Deus disse não.
-"A paciência nasce nas tribulações. Não é doada, é conquistada." 
Eu pedi a Deus para me dar felicidade. Deus disse não.
-"Eu lhe dou bênçãos. A felicidade depende de você." 
Eu pedi a Deus para me proteger da dor. Deus disse não. 
-"O sofrimento o separa dos apelos do Mundo e o traz para mais perto de Mim." 
Eu pedi a Deus para me fazer crescer em Espírito. Deus disse não.
-"Você tem que crescer sozinho, mas Eu o podarei para que você possa dar frutos." 
Eu pedi a Deus todas as coisas para que eu pudesse gostar da vida. Deus disse não. 
-"Eu lhe dou vida para que você possa gostar de todas as coisas."
E, por fim, quando pedi a Deus para me ajudar a amar os outros, tanto quanto Ele me ama, Deus disse:
-"Finalmente você captou a idéia!" 
 * * * 
Se, porventura, você está se sentindo triste por não ter recebido do Pai Criador a resposta que desejava, volte a sorrir. O sol beija o botão da flor e ela sorri. A chuva beija a terra e ela, reverdecida, sorri. O fogo funde os metais e esses, depurando-se, expressam formas para sorrir. Vai a dor, volta a esperança. Foge a tristeza, volta a alegria. 
 * * * 
Certa vez um discípulo rogou, emocionado, ao seu mestre: 
-Senhor, quando identificarei a plenitude da paz e da felicidade, vivendo neste Mundo atribulado de enfermidades e violências? 
O mestre, compassivo, respondeu: 
-Quando puder ver com a suavidade do meu olhar as mais graves ocorrências, sem julgamento precipitado; Quando lograr ouvir com a paciência da minha compreensão generosa; Quando puder falar auxiliando, sem acusação nem desculpismo; Quando agir com misericórdia, mesmo sob as mais árduas penas e prosseguir sem cansaço no caminho do bem entre espinhos pontiagudos, confiando nos objetivos superiores, você se identificará comigo e gozará de felicidade e paz. 
O aprendiz ouviu, meditou, e, levantando-se, partiu pela estrada do serviço ao próximo, disposto a conjugar o verbo amar, sem cansaço, sem ansiedade e sem receio. 
 * * * 
Se, porventura, você está triste por não ter recebido a resposta que desejava do Pai Criador, volte a amar e a sorrir. Só assim vai a dor e volta a esperança. Foge a tristeza e volta a alegria. 
Redação do Momento Espírita, com base em texto de autoria desconhecida e mensagem do Espírito Eros, psicografia de Divaldo Pereira Franco. Disponível no CD Momento Espírita, v. 5 e no livro Momento Espírita, v. 2, ed. Fep. Em 11.10.2010.

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

MOMENTO DE AVALIAÇÃO

JOANA DE ÂNGELIS
E
DIVALDO PEREIRA FRANCO
Momento de avaliação No encerramento de cada exercício e início de um novo é inevitável para as empresas a estruturação de um balanço, em relação aos investimentos estabelecidos. Receita e despesa, confrontados, resultam no saldo que caracteriza o acerto ou a incapacidade do administrador. No que diz respeito à economia moral, é imprescindível fazer-se uma avaliação das conquistas realizadas durante a ocorrência de cada período. Indispensável, para bem se aquilatar de como se vai e de como programar-se a etapa nova.
 * * * 
Os minutos sucedem-se, gerando as horas. Os dias passam, estabelecendo meses. Os anos se acumulam e as estruturas do tempo se alteram. Quem conhece Jesus é convidado a investir, nos divinos cofres do amor, as moedas que a sabedoria lhe faculta em forma de maior iluminação, pela renúncia, caridade, perdão e esperança. De tempos em tempos, impostergavelmente, torna-se necessário um cotejo do que foi feito em relação ao programado, para medir-se o comportamento durante o trânsito dos compromissos. Façamos hoje, no encerramento ou início da experiência, uma avaliação-balanço. Constatada a presença de equívocos, disponhamo-nos a corrigi-los. Identificados os êxitos, preparemo-nos para multiplicá-los. Logrados os sucessos, apliquemo-los em favor do bem geral. Detectados os malogros e sofrimentos, abençoemos a dor e a dificuldade que nos devem constituir impulso e estímulo para o prosseguimento. Tenhamos, no entanto, a coragem de uma avaliação honesta, sem desculpas, sem excesso de intransigência.
* * * 
Hora de balanço é hora séria. Proponhamo-nos à pausa da reflexão com a coragem de nos despirmos perante a consciência. A ajuda dos amores ao redor é preciosa, uma vez que, por vezes, a autovisão poderá estar embaçada por desequilíbrios ou traumas vivenciados. Perguntar como nos enxergaram durante tal período específico, sobre esse ou aquele aspecto, é bastante válido e propício. São opiniões que devem ser levadas em conta nesta grande avaliação-balanço produzida em nosso mundo íntimo. Suponhamos que a desencarnação nos surpreendesse e nos não fosse possível omitir, escamotear ou fugir à responsabilidade que adquirimos perante a vida, face à dádiva da reencarnação. Experiência que passa, enseja lição que permanece. E, de aprendizado em aprendizado, o relógio da eternidade nos propiciará o crescimento no rumo de Deus e na aquisição da virtude da paz. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 8, do livro Alegria de viver, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL. Em 26.12.2017.

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

E SERÁ NATAL PARA SEMPRE

Toda realização grandiosa começou com uma ideia, um sonho e uma vontade. Tudo começa no pensamento para depois ganhar vida no mundo das possibilidades. Pensar bem, pensar grande, é construir antes da construção, é acreditar no que pode vir a ser, é mover o mundo para que o melhor se realize. Carlos Drummond de Andrade construiu seu futuro, acreditando na melhoria dos homens, dizendo: Alguém observou que cada vez mais o ano se compõe de dez meses. Imperfeitamente embora, o resto é Natal. É possível que, com o tempo, essa divisão se inverta: dez meses de Natal e dois meses de ano vulgarmente dito. E não parece absurdo imaginar que, pelo desenvolvimento da linha, e pela melhoria do homem, o ano inteiro se converta em Natal, abolindo-se a era civil, com suas obrigações enfadonhas ou malignas. Será bom. Então nos amaremos e nos desejaremos felicidades ininterruptamente, de manhã à noite, de uma rua a outra, de continente a continente. Governo e oposição, neutros, super e subdesenvolvidos, marcianos, bichos, plantas entrarão em regime de fraternidade. Os bens serão repartidos por si mesmos entre nossos irmãos, isto é, com todos os viventes e elementos da terra, água, ar e alma. Não haverá mais cartas de cobrança, de descompostura, nem de suicídio. O correio só transportará correspondência gentil, de preferência postais de Chagall, em que noivos e burrinhos circulam na atmosfera, pastando flores; toda pintura, inclusive o borrão, estará a serviço do entendimento afetuoso. A poesia escrita se identificará com o perfume das moitas antes do amanhecer, despojando-se do uso do som. Para que livros? Perguntará um anjo e, sorrindo, mostrará a Terra impressa com as tintas do sol e das galáxias, aberta à maneira de um livro. A música permanecerá a mesma, tal qual Palestrina e Mozart a deixaram. Equívocos e divertimentos musicais serão arquivados, sem humilhação para ninguém. Com economia para os povos desaparecerão suavemente classes armadas e semiarmadas, repartições arrecadadoras, polícia e fiscais de toda espécie. Uma palavra será descoberta no dicionário: paz. O trabalho deixará de ser imposição para constituir o sentido natural da vida, sob a jurisdição desses incansáveis trabalhadores, que são os lírios do campo. Salário de cada um: a alegria que tiver merecido. Nem juntas de conciliação nem tribunais de justiça, pois tudo estará conciliado na ordem do amor. Todo mundo se rirá do dinheiro e das arcas que o guardavam, e que passarão a depósito de doces, para visitas. Haverá dois jardins para cada habitante, um exterior, outro interior, comunicando-se por um atalho invisível. A morte não será procurada nem esquivada, e o homem compreenderá a existência da noite, como já compreendera a da manhã. O mundo será administrado exclusivamente pelas crianças, e elas farão o que bem entenderem das restantes instituições caducas. E será Natal para sempre. 
Redação do Momento Espírita, com base em texto do livro Cadeira de balanço, de Carlos Drummond de Andrade. Em 25.12.2017.

domingo, 24 de dezembro de 2017

NA NOITE DE NATAL

Na noite de Natal 

Minha mãe, por que Jesus, 
Cheio de amor e grandeza, 
Preferiu nascer no mundo 
Nos caminhos da pobreza? 
Por que não veio até nós, 
Entre flores e alegrias, 
Num berço todo enfeitado 
De sedas e pedrarias? 

 Acredito, meu filhinho, 
Que o Mestre da Caridade 
Mostrou, em tudo e por tudo, 
A luminosa humildade!... 
Às vezes, penso também 
Nos trabalhos deste mundo, 
Que a Manjedoura revela 
Ensino bem mais profundo! 

E a pobre mãe de olhos fixos 
Na luz do céu que sorria, 
Concluiu com sentimento, 
Em terna melancolia: 
Por certo, Jesus ficou 
Nas palhas, sem proteção, 
Por não lhe abrirmos na Terra 
As portas do coração. 
João de Deus/Francisco Cândido Xavier/Parnaso de além-túmulo 

Mais um ano se passou e a doce Noite chega outra vez. Entre mensagens de conforto, renovação e alegria esperamos que muitas lágrimas tenham sida enxugadas e muitos corações confortados. Pedimos a Jesus que derrame, sobre todos nós, Suas luzes e que nos permita novos dias, juntos, em 2018.
Redação do Momento Espírita Comunicação Social Espírita Federação Espírita do Paraná

sábado, 23 de dezembro de 2017

CELESTE ANIVERSÁRIO

E eis que o dia chega outra vez. E outra vez nos fala de amor, de esperança. É o aniversário do Ser mais importante que a Terra já agasalhou. Rei das estrelas, Governador de nosso planeta, Rei Solar. Cristo de Deus, o Ungido. Os homens lhe adivinham a existência, desde tempos recuados. Mais de uma vez, pela Sua grandeza, foi confundido com o próprio Deus. No entanto, esse Ser especial, nosso Mestre e Senhor, veio habitar entre nós. Quando tantos reclamamos do planeta em que nos encontramos, das condições adversas em que se vive, o Rei Solar tomou de um corpo e aqui nasceu. Nasceu indefeso, entregando-se aos cuidados de uma jovem mulher. Foi seu primeiro filho. Quando tantos apontam a inexperiência das mães de primeira viagem, Ele não temeu se entregar aos cuidados de alguém que não concebera anteriormente. Nem mesmo temeu por ela ser jovem. Entregou-se, tanto quanto confiou em um homem a quem, durante os anos da infância e adolescência, honrou e chamou amorosamente pai, a ele se submetendo. E permitiu-se ilustrar na lei hebraica, na História de um povo sofrido, embora soubesse muito mais e além da ciência e da justiça dos homens. Senhor e Mestre, escolheu uma noite silenciosa, quase fria para estar entre os Seus irmãos, Suas ovelhas, Seu rebanho. Pediu ao grande Pai que, para atestar a Sua chegada, enchesse de estrelas os céus. Tudo porque Ele, a luz do mundo, chegava ao planeta, para estar com os Seus mais demoradamente. Solicitou ainda ao Pai Celeste que enviasse um mensageiro às gentes simples, ao encontro das quais Ele vinha, para lhes dizer que Ele nascera. E que os aguardava, pobre e pequenino, numa manjedoura, resguardado pelo amor dos pais, envolto em panos. E uma estrela de brilho inigualável pairou no céu, chamando a atenção de ilustres estudiosos, que aguardavam o sinal especial para seguir ao encontro do Rei. Recebeu a visita dos pastores e dos magos do Oriente, a uns e outros ofertando o Seu sorriso, assegurando-lhes que Ele viera. A esperança estava no meio dos homens. Serviu na carpintaria, nas estradas da Galileia, da Judeia, da Pereia. Realizou proezas inimagináveis, devolvendo a vista a cegos, a audição a surdos, movimentos a membros paralisados, saúde a corpos enfermos. No lago de Genesaré, em plena natureza, dedilhou as mais belas canções que o amor pode conceber. Vinde a mim, vós todos que estais fatigados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo que é suave e o meu fardo, que é leve. Quem toma da água que ofereço, jamais terá sede. Vinde a mim... Sua voz era de ensino, de alegria e de esperança. Quando tantos se rebelavam contra a escravidão a que eram submetidos, Ele ensinou que a liberdade está acima e além de questões materiais. Ensinou-nos a sermos livres, na consciência, no dever cumprido, na retidão, sem nada que nos detenha na retaguarda das dores. Mestre e senhor. Mestre da sensibilidade, do amor e da sabedoria. Senhor da Terra. Nosso Pastor. Ele veio. Que no Natal O lembremos outra vez e unamos as nossas vozes às dos mensageiros celestiais: Hosana ao Senhor da Vida! Ave, Cristo! Os que desejamos estar contigo, te recordamos a glória augusta e te pedimos luz, paz e bênçãos. Sê conosco, Celeste Menino, hoje e sempre. 
Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 21, ed. FEP. Em 23.12.2017.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

JESUS

Você já parou para pensar, algum dia, como era o homem Jesus? Se nos inspirarmos nos Evangelhos podemos esboçar Sua aparência física e espiritual. Verdadeiramente, Sua aparência física não está descrita nos Evangelhos, mas Ele sempre se mostra simpático e atraente. Causava profunda impressão na multidão, quando se apresentava em público. Tinha um corpo sadio, resistente ao calor e ao frio, à fome e à sede, aos cansaços das longas jornadas a pé, pelas trilhas das montanhas da Palestina. Também ao cansaço por Sua atividade ininterrupta junto ao povo, que não lhe deixava tempo nem para se alimentar. Embora nascido em uma estrebaria, oculto aos olhos dos grandes do mundo, teve Seu nascimento anunciado aos pequenos, que traziam os corações preparados para O receber. A orquestra dos céus se fez presente e a ópera dos mensageiros celestiais O anunciou a quem tivesse ouvidos de ouvir. Antes de iniciar o Seu messianato, preparou-lhe os caminhos um homem rude, vestido com uma pele de animal e que a muitos, com certeza, deve ter parecido esquisito ou perturbado. Principalmente porque, num momento em que o povo aguardava um libertador que fosse maior que o próprio Moisés, ele falava de Alguém que iria ungir as almas com fogo. Enquanto todos aguardavam um guerreiro, que surgisse com Seu exército numeroso para subjugar o dominador romano, João, o Batista, lhes falava do Cordeiro de Deus. E cordeiro sempre foi símbolo de mansuetude, de delicadeza. Quando Ele se fez presente, às margens do Jordão, a sensibilidade psíquica de João O percebeu e O apresentou ao mundo. Este Ser tão especial tomou de um grão de mostarda e o fez símbolo da fé que move montanhas. Utilizou-se da água pura, jorrada das fontes cristalinas, para falar da água que sacia a sede para todo o sempre. Tomou do pão e o multiplicou, simbolizando a doação da fraternidade que atende o irmão onde esteja e com ele reparte do pouco que tem. Falou de tesouros ocultos e de moedas perdidas. Recordou das profissões menos lembradas e as utilizou como exemplo, ele mesmo denominando-se o Bom Pastor, que conhece as Suas ovelhas. Ninguém jamais O superou na poesia, na profundidade do ensino, na doce entonação da voz, cantando o poema das bem-aventuranças, no palco sublime da natureza. Simples, mostrava Sua sabedoria em cada detalhe, exemplificando que os grandes não necessitam de ninguém que os adjetive, senão sua própria condição. Conviveu com os pobres, com os deserdados, com os considerados párias da sociedade, tanto quanto visitou e privou da amizade de senhores amoedados e de poder. Jesus, ontem, hoje e sempre prossegue exemplo para o ser humano que caminha no rumo da perfeição. Você sabia? Você sabia que, embora visando sempre as coisas do Espírito, Jesus jamais descurou das coisas pequenas e mínimas da Terra? É assim que Seu coração se alegra pelas flores do campo, as quais toma para exemplo em Sua fala, da mesma forma que as pequeninas aves do céu. Você sabia que o Seu amor se dirigia sobretudo aos pobres, aos humildes, aos oprimidos, aos desprezados e aos párias? E, justamente por conhecer a fraqueza e a malícia dos homens, sempre perdoa, enquanto Ele mesmo alimenta a Sua vida pelo cumprimento da vontade e do agrado de Deus, o Pai. 
Redação do Momento Espírita, com informações colhidas no verbete Jesus, do Dicionário enciclopédico da Bíblia, de A. Van Den Born, ed. Vozes. Disponível no CD Momento Espírita, v. 21, ed. FEP. Em 22.12.2017.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

O MAIS SUBLIME AMOR

Na época do final de ano, a figura de Jesus costuma ser muito lembrada. Fala-se em Sua vida, em Seus exemplos e em Suas lições. Ele geralmente é apontado como o exemplo de amor mais consumado de que se tem notícia. Afinal, dispôs-se a morrer em holocausto de amor à Humanidade. Estar disposto a morrer por alguém ou por uma causa é sinal de grande dedicação e desprendimento. Entretanto, os mártires não são raros nos registros da História. Muitos são os que morreram inocentes, no contexto humano. Mas nenhum deles sequer se aproximou da excelsa magnitude do Messias Divino. Por grande que seja uma figura histórica, perante Jesus ela se apequena e desvanece. Bem se vê que a grandeza do Cristo não reside apenas em Sua morte, mas primordialmente em Sua vida, em um contexto muito amplo. A sublimidade do amor que Ele dedica à Humanidade transcende tudo o mais que já foi vivido na Terra. A fim de valorizá-lo devidamente, convém raciocinar sobre esse maravilhoso afeto que a todos ampara. Conforme ensina a Espiritualidade maior, a perfeição de Jesus se perde na noite dos tempos. Muito antes de o planeta Terra existir, Ele já havia completado todos os processos e se tornado perfeito. Na plenitude de todos os dons, recebeu do Criador a tarefa de presidir à criação do orbe terreno. Amorosamente se desincumbiu da tarefa, providenciando um lar para Espíritos necessitados de experiências materiais. Mas foi além disso e se tornou Pastor dos bilhões de almas internadas na nova escola sideral em que se converteu o planeta. Seres primitivos aqui ensaiaram seus primeiros passos em destinação à vida moral. Entidades antigas e rebeldes às leis divinas também aportaram no orbe terreno, em sua necessidade de ajuste e aprendizado. Jesus desde sempre preside os processos de aprendizado e redenção que se desenrolam no planeta. Periodicamente, envia professores, na figura de Espíritos mais avançados, que exemplificam virtudes e impulsionam as artes e as ciências. Além dessa dedicação incansável e milenar, também desejou partilhar das dores da Humanidade encarnada. Habituado a conviver com seres angélicos, em esferas sublimes, tomou um corpo de carne e habitou entre rústicos e ignorantes. Em Sua perfeição, era consciente de Sua natureza e da esfera de que provinha. Isso certamente lhe permitia diariamente medir a fraqueza e a ignorância existente nos que O rodeavam. Mas não se agastou, não condenou, a ninguém desprezou. Em Sua grandeza, demonstrou que o verdadeiro amor desconhece barreiras, por colossais que se afigurem. O exemplo desse Sublime Amor persiste até hoje como um convite a que lhe sigamos os passos. Pensemos nisso. 
Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita de Natal, v. 15 e no livro MOmento Espírita, v. 8, ed. FEP. Em 21.12.2017.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

DEUS DE TODOS NÓS

Entardecia... Na pequena cidade, a jovem desalentada passava em frente a uma igreja, quando resolveu entrar. Nem era da sua religião aquela instituição. No entanto, estava tão triste, com vontade de que o mundo acabasse para que ela própria fosse consumida, que se dirigiu para a porta. Nesse exato momento, o sacristão se preparava para fechar o local. Isabel recuou. Entretanto, ao perceber-lhe a intenção, ele convidou: 
-Deseja entrar? Seja bem-vinda.
-Mas, o senhor estava fechando.
-Sem problemas. Entre e fique quanto quiser. Posso fechar as portas mais tarde. 
Ela adentrou o templo. Com certeza, era diferente do local que costumava frequentar. Sentou-se em um dos bancos e principiou a orar. Uma torrente de lágrimas a tomou. Era como se toda sua dor extravasasse. Soluçou baixinho, enquanto pedia ajuda. Deus a ouviria? Porque tamanha tristeza nem ela mesma conseguia explicar. Tinha problemas, é verdade. Quem não os tem? Mas sua razão dizia que ela não deveria estar tão triste assim. Afinal, havia pessoas, no mundo, que sofriam muito mais do que ela. Orou de novo. Sentiu-se envolver por uma doce presença espiritual. O sacristão, discreto e atento, se aproximou.
-Senhora, eu fui buscar um pouco desta água que abençoamos aqui na igreja. Leve para sua casa. Tome. Vai se sentir melhor. 
Ela apanhou o pequeno frasco, agradeceu e saiu. Sentia-se melhor. Mais tarde, em casa, tendo em mãos o livro de sua predileção para a reflexão diurna, ficou a pensar: 
-Como Deus é bom! Deus não tem religião. Ele está em todo lugar. Atende a todos os seus filhos e se manifesta através de qualquer pessoa de boa vontade. 
 * * * 
Deus é amor. Infinitamente justo e bom, derrama das suas bênçãos por todo o Universo. Quando aprendemos que Deus é Onipresente, nem sempre nos damos conta de que, dentro e fora dos templos, Ele está presente. Jesus orava em pleno coração da natureza. Buscava o Pai no silêncio da noite, ou nas tardes mornas, à beira do lago. Foi Ele quem nos ensinou que Deus deve ser adorado, em Espírito e verdade, no altar do coração. Os homens erguemos templos, no intuito de melhor atender as pessoas, permitindo-lhes um local de acolhimento, uma escola de aprendizagem. Contudo, alguns de nós, exatamente nessa oportunidade, começamos a nos dividir e criar exclusões. Como se Deus protegesse a uns mais do que a outros. Todos Seus filhos. Bom que meditemos a respeito da Onipresença Divina e nos respeitemos mais, participantes de cultos e religiões diversas. Deus não tem religião. A religião serve aos homens para justamente nos aproximar dEle. Portanto, jamais deve ser motivo de separação ou de discórdia. Louvamos os servidores do Senhor que atendem a dor humana, sem indagar da pessoa se é ou não afeiçoada a esse ou aquele culto. Louvamos os que têm o dom da palavra e a oportunidade da liderança e as utilizam para semear a paz, a concórdia e o amor entre todos. Deus abençoe os que servem, de forma anônima e discreta, no silêncio dos templos, na dor dos hospitais, na convulsão dos corações. 
Redação do Momento Espírita. Em 27.4.2016.

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

UM DEUS DENTRO DE NÓS

Sandra Maria Borba Pereira
Algumas vezes, nos referimos à pessoa entusiasmada como alguém eufórico, animado por demais, excitado, meio fora da realidade. No entanto, se formos buscar o sentido etimológico da palavra entusiasmo descobriremos que quer dizer: ter um Deus dentro de si. Que bela surpresa, não? Os gregos acreditavam que o sucesso de qualquer empreendimento poderia ser garantido se tivesse alguém entusiasmado, aquele que recebesse a intervenção positiva dos deuses. Ter um Deus dentro de si é uma expressão que pode significar muitas coisas, contemplando incontáveis ideias. Podemos, à guisa de reflexão, identificar aquele que tem um Deus dentro de si como alguém que encontrou alegria, satisfação no que faz, disposição, força de vontade, coragem para transpor obstáculos, otimismo, fé. Entusiasmados foram todos aqueles homens e mulheres que, ao longo da história, dedicaram e dedicam sua energia em empreendimentos a serviço do bem, das coletividades, da natureza, da vida, enfim. Entusiasmado foi Francisco de Assis que, no século doze/treze, revolucionou os conceitos de caridade e amor ao próximo, doando-se de forma integral pelo ideal abraçado. 
Entusiasmado foi Martin Luther King Jr, que lutou em defesa dos direitos sociais para os negros e as mulheres, combatendo o preconceito e o racismo. A sua era a luta pacífica, baseada no amor ao próximo, como forma de construir um mundo melhor, estruturado na igualdade de direitos sociais e econômicos. 
Entusiasmado foi Albert Sabin, graças a cujo trabalho foi erradicada a paralisia infantil de grande número de países. 
Entusiasmado foi Vicente de Paulo, com sua visão abrangente quando à necessidade e à pobreza. 
Entusiasmado foi o médium Francisco Cândido Xavier, que serviu ao próximo décadas e décadas.
Entusiasmada foi Zilda Arns, que morreu atendendo os seus irmãos no Haiti. 
Entusiasmados, embora desconhecidos do grande público, são aqueles homens e mulheres anônimos, capazes de tornar feliz uma criança, de transmitir coragem aos enfraquecidos, de levar alegria e consolo a doentes, de se calarem, serenamente, para evitar um conflito no lar ou no trabalho. 
Ter um Deus dentro de si é não perder a esperança no ser humano, apesar de tudo aquilo que vemos na vida e que acompanhamos pela mídia. É procurar erguer a cabeça para ver além, com olhos de ver, renovando a confiança em si, em Deus e no outro. Estar entusiasmado é ter clareza de vistas, quanto ao futuro, e confiança nas próprias capacidades íntimas. É lançar-se na construção de um projeto que retrata a necessidade, mas que antevê as possibilidades de êxito. É ter certeza de que o auxílio do Alto virá. Cultivar um Deus dentro de si, mais que necessário, é imprescindível e exige nosso esforço na oração, na meditação, no encontro com o outro, na perseverança na obra do bem, no exercício da compreensão. Estar entusiasmado representa, em primeira e última instância, estar vivo, consciente das lutas e da necessidade de seu enfrentamento. Que nestes dias de transição, pelos quais passamos, possamos cultivar o entusiasmo pela vida, na certeza de que não estamos sozinhos, pois existe um Deus dentro de nós. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap.9, do livro Cotidiano em reflexões espíritas, de Sandra Maria Borba Pereira, ed. FEP. Em 8.9.2014.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

A ESTRELA DO NATAL

CORA CAROLINA
Naquela manhã, avó e neta carregavam diversos enfeites e diminutas lâmpadas coloridas. Chegara o esperado dia de enfeitar a árvore de Natal. Aos poucos, o belo pinheiro foi se transformando: luzes cintilantes o iluminavam, bolas de cores variadas o adornavam e, no topo, uma estrela fulgurante arrematava a encantadora decoração. Algumas horas depois, a árvore de Natal estava completamente enfeitada. 
-Vovó, eu gosto muito de decorar o pinheirinho de Natal com você! - Revelou a menina, aconchegando-se no colo da gentil senhora. 
-E eu gosto muito que você me ajude a fazer isso, minha filha, redarguiu a avó, sorrindo. Mas você sabe, prosseguiu, é preciso também que enfeitemos o pinheirinho que todos temos dentro do coração. 
-Um pinheirinho dentro do coração? - Questionou a menina, sem compreender.
-Sim, respondeu a avó. O Criador plantou no coração de cada um de nós um pinheirinho. É nossa responsabilidade enfeitá-lo, assim como enfeitamos a árvore que agora ilumina a nossa casa. 
-Mas, vovó, como podemos enfeitar o pinheirinho do coração? 
-Ora, minha filha, nós o enfeitamos com laços, bolas coloridas, luzes e até mesmo com uma estrela como esta, explicou a senhora, indicando a estrela que fora colocada, no topo da árvore, que ambas haviam enfeitado. 
-Mas como fazemos isso? 
A avó abraçou a neta, correndo-lhe os dedos pelos cabelos, e respondeu: 
-Quando somos caridosos, quando perdoamos, quando amamos, criamos laços fraternos com aqueles que estão ao nosso redor. São esses laços que enfeitam o pinheirinho que Deus plantou em nós. Da mesma forma, a gentileza, o respeito, a humildade, a empatia, a generosidade, são as bolas coloridas com as quais enfeitamos a árvore do coração. As luzes, prosseguiu a avó, são nossas orações. Todas as vezes que falamos com Deus, uma cintilante luz brilha em nosso interior, iluminando nosso caminho. 
-E a estrela, vovó? - Questionou a menina, olhos brilhantes, atenta à explicação. 
-A estrela é a fé. Fé que, quando cultivada, brilha no céu de nossas almas e transforma o choro e a tristeza em esperança. E nos fortalece a vontade para continuar perseguindo nossos sonhos, até os vermos concretizados. 
Abraçando a neta, a avó finalizou: 
-Lembre que não há, minha filha, nenhuma estrela mais cintilante do que a fé e nenhuma luz mais brilhante que a oração. 
* * * 
A poetisa Cora Coralina escreveu certa vez: 
Enfeite a árvore de sua vida com guirlandas de gratidão. Em sua lista de presentes, em cada caixinha embrulhe um pedacinho de amor, ternura, reconciliação, perdão! No estoque do coração, a hora é agora! Enfeite seu interior! Seja diferente! Seja reluzente! 
* * * 
Neste Natal, ofertemos para o desafeto, o perdão; para o oponente, a tolerância; para o próximo, o amor; para a criança, o exemplo; para o passado, a lição; para o presente, a oportunidade; para o futuro, a confiança; para nós mesmos, o nascimento de Jesus em nossos corações. Feliz Natal para todos nós! 
Redação do Momento Espírita, com base no poema Poesia de Natal, do livro Meu livro de cordel, de Cora Coralina, ed. Global. Em 18.12.2017.

domingo, 17 de dezembro de 2017

DEUS CRIA AS FLORES, O HOMEM IDEALIZA O JARDIM

Kawachi Fuji
O espetáculo da primavera explodindo em flores e cores é deslumbrante. Quase inacreditável, não ocorresse todos os anos que, após os meses de inverno, com temperaturas extremamente baixas, haja tal profusão de botões e flores se abrindo aos beijos do sol. Árvores, até há pouco desnudas, se vestem de verdes variados e se engalanam com folhas. Mas o espetáculo que o homem monta com árvores, plantas, folhagens e flores é sempre indescritível. Em determinados locais, o encantamento extrapola tudo que se possa pensar em colorido. Assim é, por exemplo, no jardim de Kawachi Fuji, localizado a cerca de seis horas da capital japonesa, Tóquio. Nesse jardim, nada menos do que cento e cinquenta pés de glicínias chinesas atraem as vistas dos turistas, especialmente no túnel, que permite o caminhar sob um encantador céu, repleto de cor e perfume.
Mainau
Também em Mainau, a famosa ilha, no lago de Constança, na Alemanha, a diversidade de flores, árvores e plantas excede o comum. Carvalhos e cedros frondosos dão ao local uma silhueta elegante, além de uma legião de plantas de vasos e uma valiosa coleção de árvores cítricas. De junho a agosto, cerca de nove mil roseiras de quatrocentos tipos diferentes oferecem suas rosas. Além das cores, dos perfumes, da textura das pétalas de cada flor, encantam os visitantes as formas compostas pelos jardineiros.
Bruxelas
Em Bruxelas, na Bélgica, a cada dois anos, a cidade se transforma num palco de grande espetáculo: um enorme tapete de begônias é montado, formando uma composição belíssima, cuja vista é gratuita para todos os passantes. A Bélgica é a maior produtora de begônias do mundo. Todas as flores do tapete são verdadeiras e cultivadas no próprio país. Embora sem solo, elas são colocadas lado a lado, de forma tão apertada, que criam seu próprio microclima, permanecendo frescas e coloridas por dias. Enfim, em todas as cidades, praças e parques do mundo é possível encontrar a policromia das flores ajustada pela mão humana. O homem é genial na elaboração de figuras geométricas em canteiros, misturando cores, idealizando belezas. Em qualquer jardim, por menor que seja, até mesmo na pequena sacada de um apartamento, se poderá ver o que faz a mão humana com a produção Divina. É mesmo assim: Deus cria as flores e o homem compõe os jardins. Une-se a genialidade infinita de Deus à criatividade humana e o resultado é o que extasia os nossos olhos e o Espírito. Nesses momentos, a alma se sente mais próxima de seu Criador, Pai e Senhor. E o homem se sente feliz compondo esses poemas de cor e perfume, utilizando-se da essência Divina que em sua intimidade dormita. Nessa cumplicidade de arte, mais uma vez atesta-se da grandeza do Criador. Ele poderia ter feito tudo sozinho. No entanto, desejou que o homem se tornasse colaborador constante. Por isso é que o homem todos os dias se supera, engendrando mais e mais versos em cores e poesias de perfumes. Deus cria as flores, o homem idealiza os jardins. 
Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 26, ed. FEP. Em 9.9.2014.

sábado, 16 de dezembro de 2017

DEUS CONHECE O MAPA

JOANA DE ÂNGELIS
E
DIVALDO PEREIRA FRANCO
Quando você olha no espelho e vê a sua imagem nele projetada, o que você observa? Talvez um fio de cabelo branco, que surgiu nos últimos dias, ou uma pequena marca de expressão que ainda não havia notado. Talvez perceba algumas olheiras e tente descobrir o que as fez aparecer, deixando seu olhar quase sem brilho. Enfim, é bem possível que você se detenha a observar apenas a sua aparência exterior, sem atentar para o mundo submerso por trás dessa imagem. Talvez você nem se lembre do espírito, verdadeiro responsável pela manutenção dos trilhões de células do corpo físico, que no momento lhe serve de roupagem. Sim, o espírito é a essência do ser. É o grande responsável pela saúde ou pela doença que se manifesta no corpo. Todas as virtudes ou vícios estão sob o seu comando. Carl Gustav Jung estabeleceu que o “inconsciente é um verdadeiro oceano, no qual a consciência se encontra quase totalmente mergulhada. E nesse oceano encontram-se guardadas todas as experiências do ser”. Por vezes passamos tanto tempo na superfície, ocupados com as aparências, que perdemos o mapa de nós mesmos, e ficamos a olhar a imagem refletida no espelho, como se observássemos um ilustre desconhecido. Pela falta do hábito de mergulhar fundo em nossa intimidade, em busca das verdades sobre nós mesmos, passamos a acreditar que somos apenas o que o espelho nos mostra. E porque essa imagem que vemos refletida não se conserva eternamente com a aparência que desejamos, surge o desespero ou o desencanto. Agora, com esses elementos de reflexão, olhe-se como um espírito eterno, numa breve experiência no corpo físico e se pergunte: 
- Quem sou eu? O que faço neste corpo que segue na direção do túmulo? O que o Criador espera de mim? O que me espera além da morte? 
Procure mergulhar nesse imenso oceano desconhecido e você encontrará respostas muito significativas para entender-se e entender o mundo a sua volta. Perceberá que você é, como todo mundo, uma mistura extremamente complexa de capacidades e limitações. Entenderá que as capacidades são lições já adquiridas e que os limites estão à espera da sua vontade para serem superados. Fazendo essa auto-análise sincera, perceberá que existe em você um lado que desconhecia e de onde emergem, vez ou outra, sentimentos dos quais não tem controle. Descobrirá, também, que muitas virtudes estavam escondidas sob a baixa auto-estima ou sob a falta de autoconfiança. Perceberá que as nuvens de ilusão muitas vezes não lhe permitiram ver o despenhadeiro logo à frente onde você se precipitou e se feriu profundamente. E que esses ferimentos lhe impediram a rápida retomada do caminho, retardando-lhe o passo. Tudo isso porque você não se conhece... Tudo isso porque você não sabe porque está na face da Terra e o que Deus espera de você... Tudo isso porque você perdeu o mapa de si mesmo e navega sem rumo nesse mar imenso e profundo que existe por trás dessa imagem, velha ou moça, refletida no espelho. Olhe-se novamente e contemple-se como espírito imortal, que tem sob o seu comando a manutenção dos trilhões de células do seu corpo físico. Mas se esse mergulho interior estiver difícil, rogue a Deus para que lhe ajude na busca dessa pérola preciosa que ele depositou em sua intimidade. Deus conhece o mapa. E o Mestre de Nazaré sabia disso. Por isso Ele nos ensinou que o reino dos céus está dentro de nós. Portanto, arme-se de vontade e descubra esse valioso tesouro que o Criador guardou na ânfora da sua alma. Com isso você também descobrirá que é a única pessoa capaz de dirigir seus passos na direção da felicidade tão sonhada, é essa mesma que você está observando, aí, refletida no espelho. 
Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no cap. 7, Análise do inconsciente, do livro “Vida: desafios e soluções”, pelo Espírito Joanna de Ângelis, através de Divaldo Franco.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

A MÃE DE JESUS

Ela crescera, tendo o Espírito alimentado pelas profecias de Israel. Desde a meninice, quando acompanhava a mãe à fonte de água, para apanhar o líquido precioso, ouvia os comentários. Entre as mulheres, sempre que se falava a respeito, perguntavam-se umas às outras, qual seria o momento e quem seria a felizarda, a mãe do aguardado Messias. Nas noites povoadas de sonhos, era visitada por mensageiros que lhe falavam de quefazeres que ela guardava na intimidade d’alma. Então, naquela madrugada, quase manhã do princípio da primavera, em Nazaré, uma voz a chamou: 
-Miriam. 
Seu nome egípcio-hebraico, significa querida de Deus. Ela despertou. Que estranha claridade era aquela em seu quarto? Não provinha da porta. Não era o sol, ainda envolto, àquela hora, no manto da noite quieta. De quem era aquela silhueta? Que homem era aquele que ousava adentrar seu quarto? 
-Sou Gabriel- identifica-se, um dos mensageiros de Yaweh- Venho confirmar-te o que teu coração aguarda, de há muito. Teu seio abrigará a glória de Israel. Conceberás e darás à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo e o Seu reino não terá fim. 
Maria escuta. As palavras lhe chegam, repassadas de ternura e, pela sua mente transitam os dizeres proféticos. Sente-se tão pequena para tão grande mister. Ser a mãe do Senhor. Ela balbucia: 
-Eis aqui a escrava do Senhor. Cumpra-se em mim segundo a tua palavra. 
O mensageiro se vai e ela aguarda. O Evangelista Lucas lhe registraria, anos mais tarde, o Cântico de glória, denominado Magnificat: 
A minha alma glorifica o Senhor! 
E o meu Espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador! 
Porque, volvendo o olhar à baixeza da Terra, para a minha baixeza e humildade atentou. 
E eis, pois, que, desde agora, e por todos os tempos, todas as gerações me chamarão bem-aventurada! 
Porque me fez grandes coisas o Poderoso e santo é o Seu nome! 
E a Sua misericórdia se estende de geração em geração, sobre os que O temem. Com Seu braço valoroso, destruiu os soberbos, no pensamento de Seus corações. Depôs dos tronos os poderosos e elevou os humildes. Encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos. Cumpriu a palavra que deu a Abraão, recordando-se da promessa da Sua misericórdia! Ela gerou um corpo para o ser mais perfeito que a Terra já recebeu. Seus seios O alimentaram nos meses primeiros. Banhou-O, agasalhou-O, segurou-O fortemente contra o peito mais de uma vez. E mais de uma vez, deverá ter pensado: 
-Filho meu, ouve meu coração batendo junto ao Teu. Dia chegará em que não te poderei furtar à sanha dos homens. Por ora, Amado meu, deixa-me guardar-te e proteger-te. Ela lhe acompanhou o crescimento. Viu-O iniciar o Seu período de aprendizado com o Pai, que lhe ensinou os versículos iniciais da Torá, conforme as prescrições judaicas, embora guardasse a certeza de que o menino já sabia de tudo aquilo. Na sinagoga, O viu destacar-se entre os outros meninos, e assombrar os doutores. O seu Jesus, seu filho, seu Senhor. Angustiou-se mais de uma vez, enquanto O contemplava a dormir. Que seria feito dEle? Maria, mãe de Jesus. Mãe de todos nós. Mãe da Humanidade. Agradecemos-Te a dádiva que nos ofertaste e, ao ensejo do Natal, Te dizemos: 
-Obrigado, mãe. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. A mãe de Jesus, do livro Personagens da Boa Nova, de Maria Helena Marcon, ed. FEP. Em 15.12.2017.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

SERVO DE TODOS

AMÉLIA RODRIGUES
O mergulho de Jesus nos fluidos grosseiros do orbe terráqueo, é a história da redenção da própria humanidade, que sai das furnas do “eu”, para os altos píncaros da liberdade. Vivendo os reinados de Augusto e Tibério, cujas vidas assinalaram com vigor inusitado a história, o Seu berço e o Seu túmulo marcaram indelevelmente os tempos. Aceitando como berço o reduto humílimo de uma estrebaria, no momento significativo de um censo, elaborou, desde o primeiro momento, a profunda lição da humildade para inaugurar um reinado diferente entre as criaturas. E não se afastou, jamais, da diretriz inicial assumida: a de servo de todos. Jesus concedeu ao verbo servir um significado todo diferente . 
-Como o maior de todos pôde fazer tal afirmativa? 
Questionam os apressados. 
-Servo de todos? Colocar-se como um subalterno, uma pessoa menor, que apenas serve? 
Ora, os grandes do mundo sempre foram servidos, e jamais servos de alguém! E tal compreensão ainda é atual, infelizmente, no orbe terrestre: a de que aqueles que têm mais, intelectualmente, financeiramente, precisam ser servidos, e não servir. Talvez, se compreendêssemos melhor a proposta milenar do Cristo, veríamos que estamos no caminho oposto à felicidade, quando assim pensamos. É muito lógico pensar que, quem tem mais, pode e precisa dar mais; que aqueles que têm maiores condições na esfera da inteligência, devem colocá-la a serviço dos menos capacitados. Essa é uma das propostas do Cristo, não só em Seu verbo, mas enraizada em Suas ações. O Ser mais perfeito que esteve na face da Terra, esse Espírito que já alcançou os patamares evolutivos que todos almejamos, veio à Terra para servir! Os grandes servem! Eis a lição clara, que precisa tomar espaço em nosso íntimo. Não há humilhação alguma em servir, em ser servo! São os preconceitos da alma humana que criaram esta impressão falsa. Assim, se queremos ser grandes, se desejamos construir uma felicidade madura, real, o caminho de servir é fundamentalmente seguro e necessário. 
* * * 
DIVALDO PEREIRA FRANCO
Quando se aproxima mais uma celebração do nascimento de Jesus na Terra, e temos ensejo de fazer balanços e avaliações em nosso viver, recordemos da lição do servir. Estamos servindo à nossa família como poderíamos? Estamos servindo à sociedade de forma suficiente? Estamos servindo ao bem, de acordo com o potencial que temos? Quem conhece as lições do Cristo, e Sua grandiosidade no que diz respeito ao poder de transformação do Espírito humano, já tem muito para dar, e pode ser servidor poderoso. Servimos, toda vez que estendemos a mão a quem precisa. Servimos, sempre que contribuímos para o sorriso dos outros, ao invés de provocar o choro amargo. Servimos, toda vez que cumprimos com os deveres de pai, de mãe, de filho. Servimos, sempre que escolhemos o bem, o entendimento, a conciliação, nas disputas inter-relacionais ao nosso redor. Seja servo de todos e seja mais feliz. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. Boas novas, do livro Primícias do Reino, pelo Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL. Em 14.12.2017.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Evocações do Natal

Rachel Naomi Remen
É comum os hospitais, na semana que antecede o Natal, tentarem mandar para casa o maior número possível de pacientes. No entanto, alguns sempre necessitam permanecer. Esses são atendidos pelos médicos que se oferecem como voluntários para trabalhar na véspera e dia de Natal ou que obedecem à escala pré-fixada pela instituição hospitalar. Naquele Natal, Rachel estava um tanto chateada. Por ser solteira, fora escalada para trabalhar naqueles dias, permitindo assim que seus colegas ficassem com seus cônjuges, filhos ou pais. No dia de Natal, vários grupos de pessoas apareceram nas enfermarias e distribuíram lembranças aos pacientes. Contudo, ao cair da noite, eles se encontravam em suas casas. O imenso hospital ficou em silêncio. Muitos leitos vazios. As poucas lâmpadas acesas nas mesas de cabeceira pareciam ilhas de luz na escuridão. Rachel ia de um paciente a outro verificando o soro, indagando sobre sintomas, oferecendo medicamentos para a dor ou para dormir. O Natal é uma época de muitas lembranças e vários dos pacientes desejavam falar sobre elas. Ela ouviu, naquela noite, muitas histórias. Tristes umas, emocionantes outras. Até que chegou ao leito de Petey. Era um homem velho, a respeito do qual ninguém tinha bem certeza da idade. Um andarilho, um desamparado. Nada mais trazia, quando chegara ao hospital, que a muda de roupa que o vestia. Portador de enfisema crônico, os médicos o mantinham hospitalizado, evitando que ele retornasse ao frio intenso das ruas. Era tímido e gentil. Alegrava-se por qualquer coisa e se mostrava agradecido pelos cuidados que recebia. Ele sorriu, ao vê-la. Estendeu a mão, abrindo a gaveta da velha mesa de cabeceira, onde estavam guardados seus tesouros: um canivete, uma escova de dentes, uma lâmina de barbear, um pente, algumas moedas e duas belas laranjas, que ganhara naquela tarde. Ele tomou de uma delas, estendeu para Rachel: 
-Dona doutora, Feliz Natal. 
Seus olhos demonstravam o enorme prazer que ele estava sentindo em ofertar-lhe a fruta. E, de repente, muitas lembranças acudiram à memória da médica. Recordou de sua infância, dos Natais em que sentia essa mesma alegria em dar presentes. Algo seu. Especialmente preparado para a data, para alguém. Tudo parecia tão distante. E tão perto. Lembrava-se de que tinha aprendido muitas coisas desde então, mas que também esquecera outras tantas. Há muitos anos, seu avô lhe ensinara aquela mesma maneira de viver que Petey mostrava agora. Entretanto, ao longo dos seus anos de formação acadêmica, a voz de seu avô acabara sendo sufocada pelas vozes de seus familiares, de seus colegas, de seus professores. Ela estendeu os braços e recolheu o presente, extremamente agradecida. 
-Feliz Natal, Petey. 
Disse, comovida, os olhos cheios de lágrimas. 
* * * 
É preciso muito tempo até que nos conscientizemos de que os bens preciosos que temos para dar não foram aprendidos nos livros. Também que a sabedoria de viver bem não é conferida aos alunos mais destacados nos estudos avançados. Os verdadeiros professores andam por toda parte. Basta saber colher as lições que sua sabedoria nos transmite, nos gestos desprendidos, simples, despojados. Um gesto simples como estender a mão, sorrir, desejar Feliz Natal. Repartir o presente recebido, num gesto espontâneo de profunda gratidão. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. O sábio, do livro As bênçãos do meu avô, de Rachel Naomi Remen, ed. Sextante. Em 13.12.2017.

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

DEUS CASTIGA?

Acontece inúmeras vezes. A pessoa passa a ter dificuldades de variada ordem e se sente infeliz. No âmbito familiar, os desentendimentos se tornam rotina. No ambiente de trabalho, um certo marasmo toma conta das ações e a pessoa não se sente mais estimulada a realizar o melhor. Por causa disso, sucedem-se as chamadas de atenção dos superiores, as reclamações de clientes e a insatisfação íntima. Acrescente-se a isso pequenas desavenças com um ou outro amigo, que deságuam em ruptura de relacionamentos de anos. Então, a pessoa enumera todas as dificuldades, grandes e pequenas, e acredita que Deus a está castigando. E não faltam os que fazem coro a essa afirmativa, dizendo-a verdadeira. Deus castiga porque a pessoa foi desonesta em algum momento. Deus castiga porque a pessoa O desagradou, não Lhe prestando as homenagens devidas. Deus castiga porque a pessoa não está vinculada a essa ou aquela denominação religiosa, para fazer o bem. Deus castiga...
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Que forma pequena de conceituarmos Deus! Deus, que é nosso Pai, soberanamente justo e bom, viveria a dar castigos aos filhos que Ele criou, por amor? Deus, de quem Jesus afirmou que veste a erva do campo, que hoje se apresenta verde e amanhã já secou e é lançada ao fogo... Deus, de quem Jesus nos cientificou que providencia o alimento para as aves que voam pelos céus, porque elas não semeiam... Terá acaso Deus maior cuidado com a erva, os animais do que com os seres humanos? Observamos que, no mundo, o homem tem graduações para o atendimento prioritário, onde o ser humano é mais importante do que o animal, por sua condição de ser moral, imortal. Também observamos que, em casos de grandes comoções e necessidades, o homem salvaguarda os seres mais frágeis: idosos, crianças, mulheres. Ora, será Deus menos sábio que nós mesmos? Pensemos nisso. E abandonemos de vez essa ideia de que Deus castiga. Se Deus regesse o Universo, ao sabor de paixões como as que temos nós, os humanos, viveríamos o caos. Em certa manhã, Ele poderia estar de mau humor e, porque um número determinado de pessoas de um planeta O desagradasse, resolveria por eliminar aquele globo do conjunto universal. Por ter preferências por uns seres em detrimento de outros, concederia bênçãos inúmeras àqueles, deixando de atender a esses, que não Lhe mereceriam melhor atenção. Deus é soberanamente justo e bom. Tenhamos isso em mente. Infinito em Suas qualidades, estende Seu amor a toda Sua Criação, a quem sustenta com esse mesmo amor. E, se as dores, os problemas e dificuldades se acumularem, verifiquemos até onde nós mesmos criamos todos esses entraves. E, sempre, nos reportemos ao Pai amoroso e bom, suplicando nos auxilie a resolver os problemas, a modificarmos a nossa maneira de ser, a nos tornarmos criaturas melhores. Com certeza, a pouco e pouco, veremos se diluírem, como névoa da manhã, o que hoje catalogamos como insolúvel, extremamente doloroso ou amargo. Pensemos nisso. 
Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 23 e no livro Momento Espírita, v. 8, ed. FEP. Em 6.3.2014.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

DEUS ATUA ATRAVÉS DO AMOR

Um ato de solidariedade salvou duas vidas, em uma escola infantil de Fleetwood, na Pensilvânia, Estados Unidos da América. A professora substituta Cindy Santos doou um rim a uma das suas alunas, Katelyn Ernst, de cinco anos. A menina é portadora de uma doença rara, que acelera a destruição dos glóbulos vermelhos no sangue, entupindo o sistema de filtragem dos rins. Ela precisava se submeter a hemodiálise, durante dez horas por dia. O sofrimento levou a família a criar páginas de apoio à menina nas redes sociais. A professora Cindy viu o apelo e o tipo de doador procurado. Ela era doadora compatível e não pensou duas vezes: inscreveu-se como possível doadora. Durante os exames pré-operatórios, então, ocorreu um fato incrível: a professora descobriu que também sofria de uma doença rara, responsável pelas fortes dores de estômago que muitas vezes sentia. E, para espanto de todos, uma forma de tratamento passava exatamente pela remoção de um dos rins. A cirurgia de transplante acabou se tornando uma forma de cura para as duas norte-americanas. Cindy, a professora, acredita que o fato de ter sido colocada na turma de Katelyn, meses atrás, não aconteceu por acaso: Foi Deus quem me pôs ali. É, sem dúvida, intervenção Divina. 
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Sabemos tão pouco, ainda, sobre as forças da Providência Divina e Sua atuação! Em momentos como esse, em que se faz visível ao extremo, ela nos encanta, nos fascina, e mostra que está trabalhando sempre, em silêncio, por trás de tudo e de todos. Usamos expressões como confie em Deus, apenas em momentos delicados, momentos graves, como se a Providência só atuasse nesses instantes. Porém, não. É uma força incessante. Silenciosa e perfeita. Só a percebemos em algumas circunstâncias, pois, infelizmente, nossa sensibilidade é insuficiente para captá-La em toda sua grandeza. Imaginemos uma das forças conhecidas no mundo físico, a gravidade. Se deixarmos cair um copo de vidro no chão, poderemos percebê-la com clareza: a Terra atrairá o copo e o copo atrairá a Terra. A força em questão é proporcional ao produto das massas dos dois corpos e inversamente proporcional ao quadrado da distância que os separa, por isso, temos a impressão de que o copo cai. No entanto, a gravidade não está agindo apenas sobre o copo, nesse momento. Se olharmos em volta, veremos que está atuando em tudo, inclusive é ela que está nos segurando os pés no chão. Assim é a Providência Divina: está em tudo. Naquilo que percebemos e naquilo que ainda não identificamos. Ela assegura que tudo funcione com perfeição, de acordo com as Leis maiores. E o mais belo dessa história é que a Providência Divina atuou através do amor, da sensibilidade da professora que resolveu doar-se sem interesse algum, e recebeu um presente que jamais irá esquecer. Deus está em tudo. O amor está em tudo. Basta que aprendamos a enxergar. 
Redação do Momento Espírita, com base em reportagem do site sonoticiaboa.com.br, de 5 de junho de 2014. Em 18.8.2014.

domingo, 10 de dezembro de 2017

DEUS AMA VOCÊS

No espaço de alguns anos, a família Bice tinha recebido mais do que um quinhão de sofrimento. O motor do carro de Perry fundiu. Um incêndio destruiu a casa em que morava a família. E ele perdeu o emprego. Problemas mais graves logo vieram se somar a esses. Os especialistas conseguiram diagnosticar o que havia de errado com a filha caçula. Ela sofria de um distúrbio genético e morreu logo após o diagnóstico. A mesma doença foi diagnosticada na filha mais velha. E na outra. Somente dois dos filhos eram sadios. Durante meses, o casal observou a doença destruir a vida das suas crianças. Perry sentia, por vezes, revolta contra Deus. Contudo, logo retornava às preces, junto com a esposa, Kathrine, acreditando que Deus deles cuidava com carinho. Duas semanas antes do Natal, um homem, que se identificou apenas como chefe de um grupo de voluntários, foi ao apartamento deles. Perguntou se podia levar presentes para as crianças. O casal concordou. Elas iriam adorar a surpresa. O que a família não sabia é que aquele grupo de voluntários se deslocara até a casinha que o casal conseguira comprar recentemente. Perry estranhara que, mesmo tendo fechado o negócio, dois dias antes, não recebera a chave. É que o corretor de imóveis fora procurado pelos voluntários. E o carpete velho foi retirado e novos tapetes foram colocados. Vinte e seis voluntários passaram uma demão de tinta nas paredes. Horas depois, outros vinte e seis deram a segunda demão. Oito carpinteiros pregaram portais e rodapés. Uma equipe construiu uma rampa para cadeira de rodas. Os presentes foram embrulhados. Uma árvore de Natal foi enfeitada. Um dos voluntários doou uma van adaptada para cadeira de rodas, que foi deixada na frente da casa, com um enorme laço de fita vermelha e dourada. Alguns outros doaram várias prestações da hipoteca da casa. Cada prestação foi presa a um bilhete pendurado nos galhos da árvore. Na manhã de Natal, uma menina de onze anos bateu à porta dos Bice e lhes entregou uma chave, sem nada dizer. Somente sorriu e se foi. Perry pensou: Talvez eles tenham deixado os presentes na casa nova. Pegou a esposa e os filhos e foi para lá. Quando abriram a porta, mal puderam acreditar nas paredes iluminadas pelo sol, nos pisos e tapetes novos. As luzes da árvore os atraíram. Viram, então, as prestações quitadas da hipoteca, pendendo dos galhos. O menino de nove anos não conseguia entender porque o pai chorava tanto. Perry se afastou e tornou a olhar para a árvore de Natal. Foi quando notou um envelope apoiado num galho. Abriu. Ali estava um último gesto de carinho: um cartãozinho, onde haviam sido impressas, em letra cursiva, três palavras preciosas: 
Deus ama vocês. 
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Cada criatura, na Terra, pode se tornar um mensageiro de Deus, estendendo a mão ao seu irmão. O Natal é a mais excelente das oportunidades para exercitar essa possibilidade de participar da construção de um mundo melhor, doando a pequena cota de seu amor, para que alguém se torne um pouco mais feliz. Não deixe escapar essa chance, porque você pode fazer a grande diferença, na vida de alguém. 
Redação do Momento Espírita, com base na história Presente perfeito, de autoria de Lee Hill Kavanaugh, da revista Seleções Reader’s Digest, de dezembro/2003. Em 11.12.2015.

sábado, 9 de dezembro de 2017

DEUS ABENÇOE A JUVENTUDE

DIVALDO PEREIRA FRANCO
E
PAPA FRANCISCO
Os jovens são as primeiras luzes do amanhecer do futuro. Cuidar de os preservar para os graves compromissos que lhes estão destinados constitui o inadiável desafio da educação. Criar-se condições apropriadas para o seu desenvolvimento intelecto-moral e espiritual, é o dever da geração moderna, de modo que venham a dispor dos recursos valiosos para o desempenho dos deveres para os quais renasceram. Os jovens de hoje são, portanto, a sociedade de amanhã, e essa, evidentemente, se apresentará portadora dos tesouros que lhes sejam fornecidos desde hoje para a vitória desses navegadores do porvir. Numa sociedade permissiva e utilitarista como esta são muitos os convites para o consumismo e a irresponsabilidade. Enquanto as esquinas do prazer multiplicam-se em toda parte, a austeridade moral banaliza-se, conforme as situações e circunstâncias que são oferecidas como objetivos a alcançar. À medida que a promiscuidade torna-se a palavra de ordem, os corpos jovens, ansiosos de prazer afogam-se no pântano do gozo para o qual ainda não dispõem das resistências morais e do discernimento emocional. Os apelos a que se encontram expostos desgastam-nos antes do amadurecimento psicológico para os enfrentamentos, dando lugar, primeiro, à contaminação doentia, em desperdício da própria existência. Todo jovem deseja um lugar ao sol, a fim de alcançar o que supõe ser a felicidade. Informados equivocadamente sobre o que é ser feliz, ora por questões religiosas, familiares, sociológicas, outras vezes, liberados excessivamente, não sabem escolher o comportamento que pode proporcionar a plenitude, derrapando em comportamentos infelizes… Na fase juvenil o organismo explode de energia que deverá ser canalizada para o estudo, as disciplinas morais, os exercícios de equilíbrio, a fim de que se transforme em vigor capaz de resistir aos contratempos do processo evolutivo. Não é fácil manter-se jovem e saudável num grupo social viciado e sem objetivo dignificante… Não desistam os jovens de exigir os seus direitos de cidadania, de clamar pela justiça social, de insistir pelos recursos que lhes são destinados pela vida. Direcionando o pensamento para a harmonia, embora os desastres de vário porte que acontecem continuamente, trabalhar pela preservação da paz, do apoio aos fracos e oprimidos, aos esfaimados e enfermos, às crianças e às mulheres, aos idosos e aos excluídos, é um programa desafiador que aguarda a ação vigorosa. Buscar a autenticidade e o sentido da existência é parte fundamental do seu compromisso de desenvolvimento ético. 
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Juventude formosa e sonhadora! Necessário que pares na correria alucinada pelos tóxicos da ilusão e reflexiones, pois que estes são os teus dias de preparação, a fim de que não repitas, mais tarde, tudo quanto agora censuras ou te permites em fuga emocional, evitando o enfrentamento indispensável ao triunfo pessoal. O alvorecer borda de cores a noite sombria na qual se esconde o crime. Faze luz desde agora, não te comprometendo com o mal, não te asfixiando nos vapores que embriagam os sentidos e menosprezam a criatura humana. És o amanhecer! 
Redação do Momento Espírita, com base em mensagem psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, em sessão mediúnica da noite de 22.7.2013, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia, a propósito da chegada ao Brasil do Papa Francisco que iniciaria a 28ª Jornada Mundial da Juventude. Em 22.11.2016.