sábado, 17 de outubro de 2015

ARTÍFICE DO PROGRESSO

A vida na Terra não é perfeita. Oscilações da economia com freqüência jogam por terra planos longamente acalentados. O passar do tempo pouco a pouco dilapida o vigor físico. Amigos e familiares desencarnam. Por sua natureza material, a Terra é um local de transição. Nela há certas vicissitudes inevitáveis, como a dor, a doença e a morte do corpo físico. Esses fenômenos são comuns e até certo ponto aceitos com naturalidade. O que possui o condão de tornar o viver terreno realmente áspero são as fissuras morais dos homens. Fôssemos todos leais e bondosos e a vida na Terra seria um paraíso. Mas por ora não é assim. O egoísmo persiste forte nos corações humanos. É ele que faz com que busquemos nossos interesses imediatos, despreocupados das tragédias e dores que causamos aos outros. Com base nessa realidade, muitos acreditamos que a raça humana não tem jeito. Achamos que tudo está mesmo perdido e procuramos nos envolver o mínimo possível no que ocorre a nossa volta. Deixamos de votar, de nos indignar e de cobrar uma postura ética no comportamento político e social. Esse gênero de comportamento não é novo. No âmbito religioso, por séculos houve a tendência de candidatos à santificação retirarem-se do mundo. Gastavam o tempo em cerimônias e preces, esquecidos das dificuldades dos que permaneciam envoltos nos afazeres mundanos. A frase do Cristo, na qual ele diz que Seu Reino não é deste Mundo, costuma ser invocada como sustentáculo desse proceder. Entretanto, Jesus jamais demonstrou desprezo pelo Mundo e por suas criaturas. Enquanto aqui esteve, Ele se dedicou a educar e a curar os enfermos do corpo e da alma. Em dada oportunidade, afirmou que Seus seguidores deveriam ser o sal da Terra e a luz do Mundo. Esse enunciado certamente significa que o cristão precisa fazer a diferença. Que ele deve agir para que o Mundo se converta em um local mais justo e fraterno. Assim, não utilize os quadros chocantes da Terra como desculpa para cruzar os braços. Pense que você tem um papel a cumprir no contexto em que está inserido. Mire-se nos exemplos do Cristo e viva com muita correção. Trabalhe, sirva, seja leal, indulgente e compreensivo. Mas não enterre e nem esconda os seus talentos. Saia de seu círculo mais restrito de relações e aja para que o Mundo se torne um lugar melhor. Desenvolva ideais de elevação e pureza e os partilhe com o próximo. Indigne-se com os desmandos da política e cobre reformas. Sinta-se responsável pelo local em que vive. Lentamente tudo se transforma e aprimora. As leis humanas estão em constante aperfeiçoamento. Certas práticas iníquas do passado, como o duelo e a escravidão, hoje não são mais admitidas. Muitos de nós lutamos para que cada melhora ocorresse. Reflita sobre isso e torne-se um artífice do progresso. Você experimentará algumas dores e decepções ao se envolver em questões sociais. Mas saberá que cumpriu a parte que lhe toca na construção de um mundo melhor. No ocaso de sua vida terrena, quando tudo o mais se extinguir, a paz pelo dever bem cumprido persistirá em seu coração. Pense nisso. Redação do Momento Espírita.

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