terça-feira, 31 de março de 2015

AMIZADE

O homem é um ser gregário por natureza. Ele sente necessidade de convívio e contato com os semelhantes. Justamente por isso, estabelece vínculos ao longo de sua vida. Muitos desses vínculos são praticamente automáticos, como os que decorrem da estrutura familiar. Contudo, algumas ligações originam-se apenas de afinidade e simpatia. A amizade é uma forma de afeto muito peculiar. Habitualmente, afirma-se que os amigos são a família que se escolheu. A nobreza da amizade foi revelada pelo próprio cristo. Em determinada passagem do evangelho, o mestre afirmou que não mais chamava os apóstolos de servos. Chamava-os de amigos, pois lhes havia dado a conhecer o que ouvira do pai. Jesus ofertara aos Seus discípulos o que de melhor possuía: A luz de Seus ensinamentos e o calor de Seu afeto. Isso é o que caracteriza a amizade: A partilha do melhor de nosso ser. A amizade não envolve posse, exclusivismos ou busca de vantagens. Nada obriga a manutenção dos laços de amizade. É a expressão mais fraterna dos sentimentos. Procura-se estar próximo ao semelhante apenas pelo prazer de sua companhia. Por ser tão precioso, esse vínculo deve ser bem cuidado. Conquistar amigos pode ser mais fácil do que preservá-los. Na aquisição de afetos, o carisma pessoal auxilia bastante. Mas a manutenção do vínculo exige dedicação. É necessário dispor-se a gastar algum tempo no cultivo do afeto que se granjeou. Entretanto, o comportamento nobre e leal também se faz imprescindível. A manutenção dos amigos pouco tem a ver com lições de etiqueta ou boas maneiras. Tais recursos muitas vezes apenas escondem o real caráter de quem aparenta afabilidade. Relevante mesmo é burilar o próprio modo de ser, desenvolvendo nobreza e cordialidade. Considerando essa realidade, há inúmeras atitudes que se devem evitar no trato com os amigos. A agressividade, em palavras ou gestos, surpreende negativamente nossos afetos. A negligência, consistente em dar pouca importância à presença e à palavra dos companheiros, faz com que não mais nos procurem. A irritação contínua torna nossa companhia enfadonha. A lamentação constante também converte nossa presença em um fardo pesado. É preciso considerar que os outros também têm problemas. Importa, pois, cultivar a jovialidade. Ocultar as próprias dores, para não afligir inutilmente os semelhantes, é uma forma de caridade. Assim, reflita sobre a importância dos amigos em sua vida. Pense como eles lhe trazem alegria e tornam seu viver mais leve. Lembre-se do exemplo do Cristo, que deu o melhor de si aos companheiros que escolheu. Não gaste os preciosos momentos que passa com seus amigos em futilidades, reclamações ou baixezas. Dê-lhes o seu melhor. Torne sua companhia uma fonte de equilíbrio, alegria e bem-estar. Mostre-se confiável e disposto, quando necessitarem de você. Ame-os, com pureza e desinteressadamente. Afinal, amigos leais e calorosos são um dos maiores tesouros que se pode conquistar. 
Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no capítulo VII do livro “Leis morais da vida”, do Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco.

segunda-feira, 30 de março de 2015

AMIZADE VERDADEIRA

Guaracy Paraná Vieira
Você tem amigos? Se ainda não os tem, não perca tempo. Comece hoje mesmo a conquistar amizades verdadeiras, pois a amizade é um tesouro sem o qual a vida na Terra não teria sentido. É uma força capaz de suavizar até mesmo os momentos mais difíceis na vida das pessoas, como os da guerra, por exemplo. Há muitas histórias comoventes a respeito de grandes amizades e a que vamos narrar é uma delas. Conta-se que um soldado dirigiu-se ao seu superior e lhe solicitou permissão para ir buscar um amigo que não voltara do campo de batalha. Permissão negada, respondeu o sargento. Mas o soldado, sabendo que o amigo estava em apuros, ignorou a proibição e foi à sua procura. Algum tempo depois retornou, mortalmente ferido, transportando o cadáver do seu amigo nos braços. O seu superior estava furioso e o repreendeu: Não disse para você não se arriscar? Eu sabia que a viagem seria inútil! Agora eu perdi dois homens ao invés de um. Diga-me: valeu a pena ir lá para trazer um cadáver? E o soldado, com o pouco de força que lhe restava, respondeu: Claro que sim, senhor! Quando eu o encontrei ele ainda estava vivo e pôde me dizer:" Tinha certeza que você viria!" Histórias como esta se repetirão, com outras tonalidades, enquanto existir amizade na face da Terra. Quantos são aqueles que se dedicam, sem cobrança, a cuidar de amigos enfermos, amigos em dificuldades, amigos rebeldes. Por tudo isso é que a amizade tem sido comparada a um tesouro de valor incalculável, pois não se compra, nem se vende, simplesmente se conquista. E a verdadeira amizade é aquela que aceita a pessoa amiga como ela é, e não tenta moldá-la como gostaria que fosse. A amizade respeita, compreende, perdoa, apoia, defende, enaltece. Muitas pessoas confundem a amizade com cumplicidade interesseira, mas a amizade não é assim. O verdadeiro amigo sabe dizer sim e sabe dizer não quando é preciso, mesmo que não seja bem compreendido. Em nome da amizade, não se deve fazer tudo o que o amigo faz ou apoiá-lo em tudo. Isso é tolice. A amizade fiel não é conivente com os equívocos, mas está sempre alerta para socorrer quando necessário. Enfim, o amigo é aquele que não apenas enxuga as nossas lágrimas, mas faz de tudo para não deixá-las cair. 
* * * 
O maior exemplo de amizade que passou sobre a Terra chama-se Jesus Cristo. Ele, um Poeta dos mundos celestes, fez-se Cantor para que a Sua sublime voz fosse escutada neste minúsculo planeta. Príncipe dos espaços siderais, tornou-se Súdito humilde para Se aproximar dos corações sofredores. Senhor das estrelas, converteu-se em servo para ensinar a humildade. Nobre de origem celeste, transformou-Se em escravo por amor aos amigos-irmãos degredados na Terra. Grandioso, hoje como ontem, é o amanhã dos que choram, sofrem, aguardam e amam. Sua veneranda Presença paira dominadora sobre a Humanidade, que nEle encontra alento para suas dores e forças para prosseguir na escalada para Deus. Jesus é a síntese histórica da grandeza, da perfeição, da sabedoria e, mais do que nunca, da amizade... 
Redação do Momento Espírita, com base em história de autoria ignorada e no cap. 25 do livro Perfis da vida, pelo Espírito Guaracy Paraná Vieira, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Em 07.06.2010.

domingo, 29 de março de 2015

AMIZADE SE ESCREVE ASSIM...

Markus Zusak
Foi durante a Primeira Grande Guerra. Eles eram jovens e a amizade que os unia tinha a ver com alguns momentos de lazer, de música e, sobretudo, de sobrevivência. Ele não poderia esquecer que devia sua vida a um judeu alemão chamado Erik. Um ano mais velho que ele próprio, Erik ensinou Hans a tocar acordeão. Certo dia, o sargento entrou no alojamento perguntando quem tinha letra bonita. O capitão precisava que fossem escritas umas 12 cartas. Ele estava com reumatismo ou artrite ou algo parecido e não podia escrevê-las. Ninguém se voluntariou. Erik, no entanto, resolveu indicar o amigo. Falou que ele tinha caligrafia impecável. Em verdade, a capacidade de redação de Hans era reduzida. Mas ele escreveu as cartas, enquanto o restante dos homens entrava em combate. Nenhum deles voltou. O corpo de Erik foi encontrado em vários pedaços, numa colina cheia de relva. Hans guardou o acordeão do amigo e o levou consigo, durante toda a guerra. Ao regressar para casa, localizou a família de Erik para devolver o instrumento. A viúva não o quis. Olhar para o instrumento musical lhe trazia memórias ainda mais nítidas do tempo em que ela e o marido davam aulas de música. Hans tocou para ela, enquanto ela chorava, em silêncio. Num papel, Hans escreveu seu nome e endereço. Sou pintor profissional. Pinto seu apartamento de graça, quando a senhora quiser. Hans se foi, logo após descobrir que Erik deixara um filho pequeno de nome Max. Mais de 20 anos se passaram. Com a chegada da Segunda Guerra Mundial e a perseguição aos judeus, Max foi ocultado em um depósito por meses a fio, por um amigo alemão. Contudo, o perigo aumentava dia a dia. Era preciso sair dali. Max lembrou de Hans, o amigo de seu pai. E da promessa feita a sua mãe. Sim, ela nunca precisara da pintura no apartamento. Mas ele precisava de um abrigo. Um contato foi enviado ao endereço de Hans. Semanas depois, veio a informação: Hans ainda tocava acordeão, o do pai de Max. Não era filiado ao Partido Nazista. Era pobre, casado e tinha uma criança. Importante: ele lhe mandara um livro. Na capa interna, uma chave. A chave de sua casa. Assim, nas primeiras horas de uma madrugada silenciosa, na pátria do nazismo, um jovem judeu chegou à casa de Hans. Colocou a chave na fechadura, entrou na cozinha. Hans despertou. Desceu os degraus, no escuro. No escuro encontrou o jovem fugitivo. Fez-lhe café para aquecê-lo. Depois, o escondeu no porão. Era uma situação aflitiva. Assustadoramente aflitiva. Se Hans e a esposa fossem apanhados dando abrigo a um judeu, seriam presos, condenados, talvez mortos. Nunca mais veriam a criança... Mas Hans fizera uma promessa. Devia sua vida ao pai daquele jovem. Jamais poderia esquecer isso.
 * * *
Amizade se escreve de muitas formas. Pode se escrever com l, de lealdade, com g, de gratidão, com c, de coragem. Mas, principalmente, com a, de amor, sentimento elevado sempre presente nas almas nobres. Pense nisso. 
Redação do Momento Espírita, com base na pt. 4 do livro A menina que roubava livros, de Markus Zusak, ed. Intrínseca. Em 11.03.2010.

sábado, 28 de março de 2015

A AMIZADE REAL

NEIO LÚCIO
Um homem que amontoara sabedoria, além da riqueza, auxiliava diversas famílias a se manterem com dignidade. Sentindo-se envelhecer, chamou o filho para instruí-lo na mesma estrada de bênçãos. Para começar, pediu ao moço que fosse até o lar de um amigo de muitos anos, a quem destinava determinada quantia mensal. O jovem viajou alguns quilômetros e encontrou a casa indicada. Esperava encontrar um casebre em ruínas mas o que viu foi uma casa modesta, mas confortável. Flores alegravam o jardim e perfumavam o ambiente. O amigo de seu pai o recebeu com alegria. Depois de inteligente palestra, serviu-lhe um café gostoso. Apresentou-lhe os filhos, que se envolviam num halo de saúde e contentamento. Reparando a fartura, o portador regressou ao lar sem entregar o dinheiro. Para quê? Aquele homem não era um pedinte. Não parecia ter problemas. E foi isso mesmo que disse ao velho pai, de retorno ao próprio lar. O pai, contudo, depois de ouvir com calma, retirou mais dinheiro do cofre, dobrou a quantia e disse ao filho: 
-Você fez muito bem em retornar sem nada entregar. Não sabia que o meu amigo estava com tantos compromissos. Volte à residência dele e entregue-lhe esse valor, em meu nome. De agora em diante, é o que lhe destinarei. A sua nova situação reclama recursos duplicados. 
O rapaz relutou. Aquela pessoa não estava em posição miserável. Seu lar tinha tanto conforto quanto o deles. 
-Alegro-me em saber, falou o velho pai. Quem socorre o amigo apenas nos dias do infortúnio, pode exercer a piedade que humilha em vez do amor que santifica. Quem espera o dia do sofrimento para prestar favor, poderá eventualmente encontrar silêncio e morte, perdendo a oportunidade de ser útil. Não devemos esperar que o irmão de jornada se converta em mendigo a fim de socorrê-lo. Isto representaria crueldade e dureza de nossa parte. Todos podem consolar a miséria e partilhar aflições. Raros aprendem a acentuar a alegria dos seres amados, multiplicando-a para eles, sem egoísmo e nem inveja no coração. O amigo verdadeiro sabe fazer tudo isto. Volte pois e atenda ao meu conselho. Nunca desejei improvisar necessitados em torno da nossa porta e sim criar companheiros para sempre. 
Entendendo a preciosa lição, o rapaz foi e cumpriu tudo o que lhe havia determinado seu pai. 
* * * 
O verdadeiro amigo é aquele que sabe se alegrar com todas as conquistas. Se ampara na hora da dor e da luta, também sabe sorrir e partilhar alegrias. O amigo se faz presente nas datas significativas e deixa seu abraço como doação de si próprio ao outro. Incentiva sempre. Sabe calar e falar no momento oportuno. Pode estar muito distante, mas sua presença sempre perto. O verdadeiro amigo é uma bênção dos céus aos seres na Terra. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 18, do livro Alvorada cristã, pelo Espírito Néio Lúcio, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb. Em 28.01.2011.
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sexta-feira, 27 de março de 2015

AMIZADE PRECIOSA

CHICO XAVIER
ANDRÉ LUIZ
Amizade é excelente presença de Deus no relacionamento das almas. As referências à amizade se encontram desde o Antigo Testamento. É dito que quem encontrou um amigo possui um tesouro. É Jesus que nos dá o exemplo da preciosa amizade. Compulsando os Evangelhos, nós O vemos rodeado pela multidão. Servindo. Curando. Amparando. Ensinando. Mas, nas noites estreladas, é na casa de Simão Pedro, em Cafarnaum, que Ele distribui as lições mais íntimas. Para o Seu colegiado, para aqueles homens que haviam deixado suas famílias, suas vidas, para viver uma nova vida, Ele oferece a Sua amizade. Compartilha Sua vida com eles. Não prescinde dos amigos. Quando ia a Jerusalém, por lhe ser hostil a cidade, buscava refúgio na casa dos amigos de Betânia: Lázaro, Marta e Maria. Dedica-se aos amigos. Quando Lázaro adoece, as irmãs o mandam chamar nas distâncias da Pereia. Dois dias de viagem até Betânia. E o amigo vem. Retira Lázaro das sombras do túmulo, pois que não estava morto. Somente em estado letárgico. Devolve-o à convivência da família pela qual Ele nutre amizade. Quando adentra a cidade de Jericó e avista Zaqueu, o publicano, sobre a árvore, Ele o olha e diz: Desce depressa. Porque hoje tenho de hospedar-me em tua casa. Poderia dar a lição do Reino dos Céus ali mesmo. Afinal, o homem estava à espera dEle. Contudo, o Mestre faz questão de demonstrar a importância da amizade. Tenho de hospedar-me em tua casa. Zaqueu prepara um banquete. O melhor, para o amigo que o acabara de conquistar. Na ceia derradeira, Ele diz aos Apóstolos reunidos: Vós sois meus amigos... Já não vos chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor. Mas chamei-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo aquilo que ouvi de meu pai. Após a sua morte, é um amigo, José de Arimateia, que vai ter com Pilatos e requer o corpo de Jesus. Receava que O lançassem a alguma vala comum. Como restassem apenas poucas horas antes do pôr-do-sol, ele oferece o seu próprio sepulcro novo para jazigo do corpo de Jesus. Outro amigo de Jesus, Nicodemos, quis prestar ao Mestre um derradeiro serviço. Providenciou que se comprassem cem libras de essências odoríferas e um grande lençol de linho precioso para embalsamar-lhe o corpo. 
* * * 
Ter amizade é ter coração que ama e esclarece, que compreende e perdoa, nas horas mais amargas da vida. O amigo verdadeiro é, sempre, o emissário da ventura e da paz. O amigo verdadeiro ampara nas horas tristes. Alegra-se com as alegrias do outro. Nada exige. Não impõe condições. Aceita o outro como ele se apresenta. Se algo descobre de mau, desagradável, no outro, sugere, aconselha, sem imposição. A amizade verdadeira não é cega, mas se enxerga defeitos nos corações amigos, sabe amá-los e entendê-los mesmo assim. Nos trâmites da Terra, a amizade leal é a mais formosa modalidade de amor fraterno, que santifica os impulsos do coração nas lutas mais dolorosas e inquietantes da existência. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. Juventude e amizades, do livro Cântico da juventude, pelo Espírito Ivan de Albuquerque, psicografia de José Raul Teixeira, ed. Fráter; no item 174, do livro O consolador, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb e no cap. 12, do livro Sinal verde, pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Cec. Em 9.1.2013.

quinta-feira, 26 de março de 2015

AMIZADE: UM TESOURO A SER CONQUISTADO!

Pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos da América, realizaram um estudo com dez mil executivos seniores para medir o poder da amizade na qualidade de vida dos americanos. O resultado foi impressionante: ter amigos reduziu em nada menos que cinquenta por cento o risco de morte, sobretudo por doenças, num período de cinco anos. Essas informações nos convidam a pensar a respeito das amizades que cultivamos. Muitos de nós temos facilidades para fazer novos amigos. Mas, nem sempre temos habilidade suficiente para manter essas amizades. É que, pelo grau de intimidade que os amigos vão adquirindo em nossas vidas, nos esquecemos de os respeitar. Assim, num dia difícil, acreditamos que temos o direito de gritar com o amigo. Afinal, com alguém devemos desabafar a raiva que nos domina. Porque estamos juntos muitas horas, justamente por sermos amigos, nos permitimos usar para com eles de olhares agressivos, de palavras rudes. Ou então, usamos os nossos amigos para a lamentação constante. Todos os dias, em todos os momentos em que nos encontramos, seja para um lanche, um passeio, uma ida ao teatro ou ao cinema, lá estamos nós, usando os ouvidos dos nossos amigos como lixeira. É isso mesmo. Despejando neles toda a lama da nossa amargura, das nossas queixas, das nossas reclamações. Quase sempre, produto da nossa forma pessimista de ver a vida. Sim, nossos amigos devem saber das dificuldades que nos alcançam para nos poderem ajudar. O que não quer dizer que devamos estragar todos os momentos de encontro, de troca de afetos, com os nossos pedidos, a nossa tristeza. Os amigos também têm suas dificuldades e para nos alegrar, procuram esquecê-las e vêm, com sua presença, colocar flores na nossa estrada árida. Outras vezes, nos permitimos usar nossos amigos para brincadeiras tolas, até de mau gosto. Acreditando que eles, por serem nossos amigos, devam suportar tudo. E quase sempre nos tornamos inconvenientes e os machucamos. Por isso, a melhor fórmula para fazer e manter amigos é usar a gentileza, a simpatia, a doçura no trato com as pessoas. Lembremos que a amizade, como o amor, necessita ser alimentada como as plantas do nosso jardim. Por isso a amizade necessita, para se manter, da terra fofa da bondade, do sol do afeto, da chuva da generosidade, da brisa leve dos pequenos gestos de todos os dias. 
* * * 
Usa a cortesia nos teus movimentos e ações, gerando simpatia e amizade. Podes começar no teu ambiente de trabalho. Os que trabalham contigo merecem a tua consideração e o teu respeito. Torna-os teus amigos. Por isso, no trato com eles, usa as expressões: Por favor, Muito obrigado. Lembra-te de dizer Bom dia, com um sorriso, desejando de verdade que eles todos tenham um bom dia. Observa e ajuda quanto puderes, gerando clima de simpatia. Sê amigo de todos e espalha o perfume da amizade por onde vás e onde estejas. 
Redação do Momento Espírita, com base no texto Amizade: um tesouro a ser conquistado, do boletim SEI, nº 1676, de 13.05.2000 e com pensamentos do cap. CLXXIII, do livro Vida feliz, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Em 11.01.2012.

quarta-feira, 25 de março de 2015

A MINHA FILHA

Olho para você e me pergunto: 
Onde está aquela garotinha que queria tudo rosa? 
Onde está aquela menininha que saía à rua com a coroa de rainha à cabeça? 
Onde foi parar o mundo do faz-de-conta, os castelos dourados, as fadas? 
Você cresceu. E a impressão que tenho é que você dormiu criança e despertou adolescente. A mudança foi muito brusca. Por isso, peço a você que tenha um pouco de paciência comigo. Preciso de um tempo para me acostumar a pensar que você está caminhando para a fase adulta. Que, embora traga a mente ainda repleta de sonhos, são muito diversos dos anos da infância. Você navega pela Internet, descobre terras maravilhosas e tece sonhos de viagens. Você deseja o mundo. Até ontem, desejava ser um condor para voar acima das montanhas, dominando os céus. Agora, você pensa como será pilotar um avião, para ficar entre as nuvens. Você estuda sobre os astros, planetas, sistemas solares e assiste filmes de conquistas espaciais, simulando em sua mente, ser você a heroína a bordo das espaçonaves que dominam o espaço. Você baixa das nuvens e seu coração bate, descompassado. Os galãs, os artistas, os meninos da escola. São tantas emoções e tantas coisas acontecendo dentro de si. O homem velho despertando, os hormônios agindo, as colegas assumindo posturas, exigindo outras de você. Nesse seu mundo de adolescente, há tanto para querer, para conquistar. Tempo de confusão. Tempo de decisão. Logo mais, você precisará definir a profissão que deseja, a carreira que pretende seguir. 
Médica? Veterinária? Jóquei? Antropóloga? Estudar inglês? Aprimorar-se na biologia? 
Há tanto que decidir. O tempo urge. De repente, me dou conta que já fui adolescente. Passei por tudo isso. E sofri, chorei, venci. Por isso digo a você: 
-Siga em frente. Não perca a fé em si mesma. Não descarte Deus de sua vida. Sonhe e sonhe muito. Deseje sempre crescer, progredir. Não perca a garra, a vontade de alcançar o que almeja. Quem abandona seus sonhos, já perdeu a graça maior da vida. Já começou a morrer. Você veio ao mundo para ser feliz, para conquistar experiências, para evoluir. Por isso, sonhe e invista nos seus sonhos. Planeje e persiga seus planos. Estude, trabalhe, viva. Não descarte ninguém de sua vida: a família, os amigos, professores, colegas. Todos estão ao seu redor para o apoio afetivo que necessita. Seja amiga, irmã, filha, colega. Nunca esqueça, no entanto, que você é filha da Luz, herdeira do Universo, Espírito imortal. Conquiste as glórias do mundo, mas não esqueça que o brilho maior, imperecível, é o que conquistará você, Espírito, vivendo o bem, fazendo o bem, embelezando o mundo com sua presença especial. 
Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 16 e no livro Momento Espírita, v. 8, ed. FEP. Em 8.1.2014.

terça-feira, 24 de março de 2015

AMIGOS

O que é que faz com que uma amizade solidifique e se torne profunda? Falando das suas experiências, alguns afirmam que foram momentos de grande dor que fizeram com que eles descobrissem e firmassem uma sólida amizade. A chave, portanto, seria passar por um grave problema juntos. Outros, contudo, falam de coisas pequenas que se somam no tempo acrescentando, a cada ano, mais uma pedra preciosa ao relacionamento. Harry e Lawrence pertencem a esse último grupo. São primos em primeiro grau. Nasceram com a diferença de seis meses e separados apenas por poucas quadras. Desde a mais tenra idade, conviveram. Descobriram que eram muito parecidos. Falavam, gostavam e pensavam de forma muito semelhante. Quando ambos tinham em torno de cinco anos, Lawrence foi para a festa de aniversário do primo. Era mais uma grande reunião de família, onde se misturavam primos, tias, sobrinhos. Harry ganhou de um dos convidados uma maravilhosa coleção de soldadinhos de chumbo, pintados com cores vivas e aos olhos da criançada pareciam reais. O aniversariante os pegou e mostrou a todos com orgulho. Brincaram até tarde. Na hora da saída, Lawrence enfiou todos os soldadinhos no bolso da calça. Eram tão lindos que ele os desejou para si. Fingindo naturalidade, foi saindo de fininho, encaminhando-se para a porta. O que ele não sabia é que o bolso da calça estava furado e os soldadinhos caíram com estardalhaço no chão. Os adultos se viraram todos para o pequeno, com olhos acusadores. Sua mãe lhe desferiu aquele olhar de: O que você fez? O garoto se sentiu acuado. Tinha vontade de sair correndo, fugir, mas as pernas lhe pesavam. Pareciam pregadas ao chão. Foi o pior momento de sua vida, lembra Lawrence, hoje com mais de setenta anos. Então, o primo Harry veio em seu socorro. Colocou-se ao lado dele e com segurança falou em voz alta e clara: Eu dei os soldadinhos para ele. Recordando aqueles momentos, o escritor que viaja pelo mundo todo, pergunta: De que outro motivo preciso para amar esse sujeito? E são amigos até hoje. Mesmo que, crescidos, tenham seguido caminhos diferentes, prosseguiram a cultivar esse sentimento maravilhoso que nos faz florescer e que se chama: amizade. 
* * * 
A amizade sincera é um oásis de repouso para o caminheiro da vida, na sua jornada de aperfeiçoamento. A amizade leal é a mais formosa modalidade do amor fraterno, que santifica os impulsos do coração. Quem sabe ser amigo verdadeiro é, sempre, o emissário da ventura e da paz. Ter amizade é ter coração que ama a esclarece, que compreende e perdoa nas horas mais amargas da vida. 
Redação do Momento Espírita com base no artigo O último calouro, publicado pela revista Seleções Reader’s Digest, março/2000 e na pergunta 174 do livro O consolador, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb. Disponível no livro Momento Espírita v.2. Em 13.03.2009.
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segunda-feira, 23 de março de 2015

AMIGOS VERDADEIROS

Paulo Coelho
Narra uma crônica que um homem andava por uma estrada, acompanhado de seus fiéis animais: um cavalo e um cão. Pelo caminho, um raio os atingiu e os três foram fulminados. O homem não se deu conta que morrera e continuou andando, com seu cavalo e seu cão. Longa era a caminhada, morro acima. O sol estava muito forte e a sede passou a castigá-los. Numa curva do caminho, o homem avistou um portão magnífico, que conduzia a uma praça calçada com blocos de ouro. Cumprimentando o guardião da entrada, o homem perguntou que lugar era aquele. Descobriu que ali era o Céu. Feliz em saber que estava em um local tão agradável, indagou se poderia saciar a sua sede e a dos seus amigos, nas águas cristalinas da fonte que havia bem no centro da praça. 
-O senhor pode entrar e beber à vontade. - disse o guarda. Mas aqui não se permite a entrada de animais.
O caminhante ficou muito desapontado. Grande era a sua sede, mas decidiu que não beberia sozinho. Preferiu continuar sua caminhada. Exausto, mais adiante, deparou-se com uma porteira que se abria para uma estrada de terra, ladeada de árvores. À sombra de uma das árvores, um homem estava deitado, cabeça coberta com um chapéu. Parecia dormir. 
-Estamos com muita sede, meu cavalo, meu cachorro e eu - disse o caminhante. 
Indicando uma fonte, entre algumas pedras, foi-lhe dito que poderia beber à vontade. O caminhante, o cavalo e o cachorro foram até à fonte e mataram a sede. Em seguida, ele retornou para agradecer. E resolveu indagar: 
-A propósito, como se chama este lugar? Aqui é o Céu - foi a resposta. 
-Céu? - exclamou o caminhante, surpreso. Mas já passei pelo Céu. Era um lugar muito bonito com um grande portão de mármore. 
-Aquilo não é o Céu, esclareceu o outro. Aquilo é o Inferno. 
O caminhante ficou perplexo. 
-Mas, vocês deviam tomar uma providência. Com a informação errada, que lá, naquele lugar, é dada, pode ocasionar muita confusão. Muitas pessoas podem ser enganadas. 
O homem sorriu e calmo, explicou: 
-Na verdade, eles nos fazem um grande favor, porque lá ficam todos aqueles que são capazes de abandonar seus melhores amigos. 
* * * 
Fácil é a conquista e manutenção de amigos, quando a juventude compõe versos e a riqueza sorri. Contudo, é na forja da adversidade e das graves problemáticas, que os verdadeiros amigos se revelam. São esses que permanecem ao nosso lado, mesmo quando o mundo inteiro nos volta as costas. São eles que prosseguem conosco, mesmo que nos vistamos com os andrajos da pobreza e o infortúnio nos abrace. Pensemos nisso. 
Redação do Momento Espírita, com base em crônica de autoria de Paulo Coelho, publicada no Jornal O sol nascente (RJ), de janeiro de 2009. Em 27.03.2009.

domingo, 22 de março de 2015

AMIGOS PARA SEMPRE

Bruce e Andréa Leininger
Primeiro, ele ganhou um boneco de cabelo castanho e logo o chamou de Billy. No Natal, sua tia lhe deu outro boneco: louro, musculoso e vinha com uma balsa salva-vidas de borracha preta e um motor de popa movido à pilha. Excelente para brincar na banheira. Ele o chamou de Leon. Os pais acharam o nome um pouco estranho. Não conheciam ninguém chamado Leon. Nem amigos, nem familiares. E o nome parecia não combinar com um boneco de plástico. Mas o garoto e os bonecos brincavam e tomavam banho juntos e ele até mesmo dormia com os dois bonecos. Por isso, no Natal seguinte, seu pai o presenteou com um terceiro boneco. Era ruivo e vinha com muita bagagem: uma maleta repleta de uniformes e acessórios. E, logo, James levou o boneco para ser apresentado aos outros dois. James, como você vai chamar o novo boneco? - Perguntou o pai. Walter. - Respondeu, rápido. Os pais se olharam, achando aquilo divertido. Eles não conheciam nenhum Walter. Riram. O pai se mostrou curioso: Ei, por que você chamou os bonecos de Billy, Leon e Walter? Enquanto continuava a vestir novos uniformes nos bonecos, respondeu James: Porque foram eles que vieram ao meu encontro quando cheguei lá no céu. Não era a primeira vez que o menino falava de coisas que escapavam à compreensão dos pais. Por isso, eles tinham começado a fazer pesquisas. Assim, sem alarmar o pequeno, que continuava a brincar com seus amigos de plástico, o casal foi ao escritório e fechou a porta. Em meio aos papéis, o marido encontrou uma lista. Tratava-se de uma lista dos homens que haviam sido mortos a bordo do porta-aviões Natoma Bay, durante a Segunda Guerra Mundial. E lá estavam os nomes de Leon Conner, morto em 25 de outubro de 1944; Walter Devlin, morto em 26 de outubro de 1944 e Billie Peeler, morto em 17 de novembro de 1944. E James Huston Junior, a personalidade que seu filho afirmara, mais de uma vez, ter sido, fora morto no dia 3 de março de 1945. Os amigos o haviam recebido quando ele chegara ao mundo espiritual. Todos estavam mortos quando James morrera. E eles o haviam aguardado: o companheiro de lutas, o amigo. 
* * * 
A história é comprovadamente verídica. O que ressalta e emociona é saber que não se morre, que a vida prossegue. Aqueles pilotos e guardas-marinha eram jovens, convocados para lutarem em um conflito mundial. Cuidavam uns dos outros, nos combates. Perderam suas vidas físicas. Mas a amizade que os unia, a camaradagem que os fazia companheiros nesta vida não findou. Assim, os que haviam partido antes, aguardaram o amigo, recepcionando-o, após a morte trágica, abatido pela artilharia antiaérea inimiga, aos 21 anos de idade. Bela e confortadora constatação. Quando morrermos, os que nos precederam, os amores, amigos que cultivamos, estarão lá, nos aguardando. Não estaremos sós, perdidos em um mundo diferente. Pensemos nisso! A vida não se encerra no túmulo, nem morrem as afeições conquistadas. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 22 do livro A volta, de Bruce e Andréa Leininger, com Ken Gross, ed. Best Seller.

sábado, 21 de março de 2015

AMIGOS DISTANTES

Alice Gray
Ter um bom amigo é um dos maiores prazeres da vida. Contudo, ser bom amigo é um dos mais nobres e mais difíceis compromissos. Nos dias que vivemos, parece que esse compromisso vai se tornando mais difícil. Crescemos ao lado de alguém, convivemos, tornamo-nos amigos inseparáveis. Então, um dia, motivos profissionais, familiares ou financeiros, nos remetem a outras paragens, muito distantes dos amigos. Os anos passam, as tarefas se multiplicam, a vida nos envolve com tantas coisas, e o tempo vai se tornando sempre mais curto para os amigos... Tão distantes. Por isso, algumas dicas podem ser colocadas em prática, a fim de não se perder essa preciosidade que se chama amizade. 
Steve Stephens
Primeiro: marque encontros. 
A freqüência com que você poderá fazer isso dependerá de tempo, distância, finanças e muitos outros fatores. Contudo, se não for possível sempre, procure estar pessoalmente presente ao menos uma vez por ano. 
Segundo: invista na empresa de telefonia. 
O telefone pode se tornar uma linha viva de comunicação entre amigos que estão longe um do outro. Hoje, as companhias telefônicas se esmeram em ofertar ao usuário um preço mais acessível que a concorrente. Aproveite. E pense em sua conta telefônica como um investimento em sua amizade. 
Terceiro: use a tecnologia. 
Utilize o fax, o computador para enviar mensagens. Mande e.mails, mas não fique copiando e.mails enormes da internet, mensagens de outros. Não. Escreva você mesmo, com suas palavras. Isso vale muito mais. Seja breve. Se o seu tempo é precioso, o do amigo também é. Mensagens retiradas da internet são recebidas às dezenas, duplicadas ou triplicadas. Não têm o mesmo valor. O seu e.mail será único e é isso que importa para a amizade. 
Quarto: envie fotos. 
Este é um modo excelente do amigo saber como estamos. Faça cópias de fotos suas, em diferentes lugares, em diversas situações e mande, vez ou outra, aos amigos. Não esqueça de escrever uma notinha no verso. Reconhecer sua letra será sempre emocionante. 
Quinto: passem férias juntos. 
Encontrem-se em algum lugar, entre as cidades de vocês. Consulte colônia de férias, hotéis, lugares bons e combinem passar uma semana divertindo-se e renovando a amizade. Coloquem o papo em dia. Recordem bons momentos e produzam outros tantos para recordar, nos dias de separação que tornarão a acontecer. 
John Van Diest
Sexto: pelo menos diga “oi”
Se você estiver muito ocupado, atolado em papéis e obrigações, sem tempo para respirar; Se acha que não tem condições de escrever ou telefonar, mesmo assim separe cinco minutos para escrever num cartão postal “oi, tudo bem?”. Ou então, apanhe o telefone e pergunte: “tudo bem, aí? Até depois!” Mantenha as linhas de comunicação abertas. 
Sétimo: ore pelos seus amigos. 
A oração estabelece linhas de comunicação invisíveis, ao tempo em que, igualmente, estará rogando a proteção dos céus ao amigo que, por vezes, está passando por situação dolorosa. Ore sempre e com fidelidade. Recomende seus amigos a Deus, aos bons espíritos. É possível que você não consiga seguir todos esses itens, mas tente, começando ao menos com um deles. Porque o único meio de conservar um amigo é ser amigo. 
*** 
Invista na bolsa de valores da amizade, todos os dias. Os lucros sempre serão compensadores. Lembre-se: amigo verdadeiro é aquele que compartilha todas as tristezas e dobra as alegrias. Seja amigo! O amigo alegre é como um dia de sol, que lança seu brilho em tudo à volta. Seja um dia de sol, todos os dias. Equipe de 
Redação do Momento Espírita com base no cap. Grandes citações sobre a amizade e cap. Dez idéias para permanecer perto quando se está distante, do livro Listas para aquecer o coração, de Alice Gray, Steve Stephens e John Van Diest, ed. Atos.

sexta-feira, 20 de março de 2015

AMIGO INCOMPARÁVEL

HERMÍNIO CORREIA DE MIRANDA
Quanto vale um amigo? Pessoas existem que costumam dizer que tudo na vida tem um preço. E assim se propõem a comprar o que almejam, em troca de moedas, cédulas e títulos bancários. Mas, embora tais criaturas assim pensem, com certeza jamais conseguirão comprar um amigo. Porque amigo é alguém muito especial. É alguém em quem se confia, a quem se entrega a vida, a alma. Entre os estertores da agonia do Espírito, ei-lo presente, discreto, gentil. Amigo é alguém de tal forma precioso que, ao se examinar as vidas de pessoas que se destacaram no mundo, sempre descobrimos alguém que lhes dispensou a amizade doce e pura. Verificando a vida do grande Apóstolo dos gentios, Paulo de Tarso, encontramo-la recheada de amigos. Gamaliel, seu mestre, é quem acolhe Paulo, depois da visão gloriosa em Damasco. É quem o aconselha a um período de retiro para meditação e amadurecimento. Ananias, o perseguido por Paulo, é o homem que lhe devolve a visão. É ele quem lhe empresta os primeiros fragmentos evangélicos para que o ex-rabino os copie e estude. Áquila e Prisca são amigos que o acolhem no oásis de Dan, para onde segue o Apóstolo. Foram amigos fiéis até o fim. Companheiros de muitas lutas e andanças, também eles identificados com as marcas do Cristo. O Evangelista Lucas é outro amigo. Nos anos finais de Paulo é o esteio moral e até físico, vivendo ambos sob o terror implantado por Nero. Paulo registra sua presença na sua Segunda Epístola a Timóteo, poucas semanas antes de ser assassinado: Só Lucas está comigo. Ninguém pode prescindir do amigo que é sustentáculo e apoio. Significa afeição, oásis no deserto, água refrescante ao sedento. Por isso, agradeça a Deus o seu amigo. Ele representa, em síntese, uma parcela do amor de Deus que se expressa em forma humana, na face da Terra. Mas, acima e além de tudo, não se esqueça de um amigo incomparável. Ele se chama Jesus. O Cristo é um amigo à parte. Nenhum outro pode Lhe ser semelhante. Os amigos terrenos lançam raízes nos corações, mas acima de todos eles, o Cristo impera sozinho, incomparável, indiscutível. Não O esqueça, jamais, nas sombras das suas noites ou na claridade radiosa dos seus dias de alegria. 
* * * 
Jesus afirmou que ninguém tem maior amor que o daquele que dá a sua vida por seus amigos. E Ele disse também: Vós sois meus amigos, se fizerdes o que vos mando. O convite aí está. Atendamo-lo. 
Redação do Momento Espírita com base no cap. 4, do livro As marcas do Cristo, v. 1, de Hermínio C. Miranda, ed. Feb, com citações do Evangelho de João, 15:14,15. Em 15.03.2010.

quinta-feira, 19 de março de 2015

UM AMIGO DE VERDADE

RAUL TEIXEIRA 
Você tem um amigo de verdade?
Existem muitos amigos, mas os amigos verdadeiros ainda são uma raridade.
Um dia desses, enquanto alguns amigos conversavam de forma descontraída, podia-se observar que um deles, em especial, trazia no rosto um semblante calmo, e sua serenidade espalhava um hálito de paz no ambiente.
Logo mais, aquele jovem senhor deixava o recinto para atender alguns compromissos e, com a alma dorida, falava-nos de algumas dificuldades que estava enfrentando.
Qual espinho cravado no peito, a calúnia feita por um falso amigo lhe fustigava a alma.
E, apesar de ter o coração dilacerado, ele conseguia exalar perfume ao seu redor, poupando os demais companheiros do seu infortúnio.
Falava-nos, com certa tristeza, mas sem rancor, que um amigo maledicente havia espalhado inverdades a seu respeito.
Logo mais estarei com ele e sei que irá me abraçar. E mesmo sabendo o que ele diz de mim pelas costas, retribuirei o abraço sem nada dizer. - Falava-nos aquele homem nobre.
Não negava que a atitude do amigo o incomodava, mas, em momento algum se deixou levar pelo ódio, pela mágoa ou pelo desejo de vingança.
Quem não gostaria de ter um amigo assim?
Sem dúvida, ter amigos de verdade é o que todos desejamos, mas nem sempre nos propomos a ser amigos verdadeiros.
Perdoar um amigo significa dar-lhe uma prova de amizade, pois quando cometemos algum deslize desejamos que, pelo menos, os amigos nos entendam e nos estendam a mão.
Mas, infelizmente, nem sempre agimos com os amigos da maneira que gostaríamos que eles agissem conosco.
E, no momento que ouvíamos aquele amigo de verdade mostrar tamanha compreensão para com o seu caluniador, lembramo-nos de Jesus.
Quando Judas chegou, trazendo os guardas para o prender, Jesus dirigiu seu olhar compassivo ao traidor e lhe perguntou: A que vieste, amigo?
Jesus não só perdoou o amigo infeliz, como também compreendeu a sua miséria moral.
Em outro momento, quando Pedro negou que o conhecia, por três vezes, e se desesperou ao perceber que Jesus o observava, sereno, por entre as grades da prisão, o Mestre o consola:
Pedro, os homens são mais frágeis que verdadeiramente maus.
Certamente um afago que Pedro jamais esqueceria...
Um amigo de verdade, diante dos maus passos dos amigos, age com compaixão, com piedade, com tolerância, com benevolência...
São amigos assim que fazem falta no mundo...
Um amigo que olhe nos olhos, sem nada para esconder...
Um amigo que defenda o seu amigo ausente diante de comentários maldosos...
Um amigo que não tenha medo de dizer que é amigo...
Que não sinta vergonha de admitir que está com saudades...
Que ligue tarde da noite só para saber se o amigo está bem, porque teve um sonho ruim com ele e quer se certificar de que foi apenas um sonho...
Por tudo isso, vale a pena pensar um pouco sobre esse tesouro que se chama amizade.
E é sempre bom lembrar que não se consegue construir amizades sólidas em bases falsas e mentirosas.
Se você acha bom ter um amigo de verdade, lembre-se de que não se pode só desejar amigos assim, é preciso ser um amigo verdadeiro.
*   *   *
Amigos são como flores nobres semeadas ao longo do nosso caminho, para que possamos aspirar perfume em todas as estações.
Redação do Momento Espírita, com base  em fato ocorrido com Raul Teixeira..
Em 05.11.2008.
http://momento.com.br/

quarta-feira, 18 de março de 2015

AMIGO DE SI MESMO!

Verdadeiras amizades são presentes que a vida nos oferece. Sempre haverá escritores, poetas, romancistas a cantar as benesses e alegrias que uma amizade pode nos ofertar. A vida sem amigos é menos colorida, mais pesada, um tanto atribulada. São os amigos que dão uma cor a mais no cotidiano, que aliviam nossas penas e acalmam nossa caminhada. E tão excelente se faz uma amizade quanto raro é se encontrar um amigo. Amigo desses de verdade, que tem no altruísmo, na generosidade e no carinho o toque do seu agir. Amigo que é capaz de nos dizer não, quando o mais fácil seria concordar; de não compactuar com nossos desatinos quando o mais cômodo seria consentir; de não aquiescer com nosso erro quando mais confortável seria aprovar. Faz-nos tanta falta o aconchego de um amigo! Somos tão carentes de uma amizade verdadeira que, não raro, damos o nome de amigo a quem não faz jus a tal apreço. Confundimos a nobre virtude da amizade com aqueles que conseguem conosco dividir os risos fáceis, mas que percebemos se ausentam nos dias de austeridade. Incluímos no rol dos nossos amigos, enobrecendo-os com o título, aqueles que são capazes de, afundados em erros e infelicidades próprias, nos arrastarem para os mesmos vales de dificuldades morais pelos quais trafegam. Carregamos, não raro, marcas profundas de carências emocionais e uma ansiedade intensa por criar laços de amizades para aplacar a sede de afeto. Por conta disso, vinculamo-nos a essa ou aquela pessoa que pouco faz por nos merecer a honraria da amizade. De maneira rápida e breve, já estamos nós a confiar e a fiar longas horas em conjunto com esse ou aquele que nos surge, sem nos apercebermos do que traz na alma, dos valores, nem sempre nobres, com os quais prefere pautar sua vida, e das viciações morais que elegeu para se conduzir. Assim, o dito popular que afirma antes só do que mal acompanhado passa a fazer sentido, nesses momentos de ansiedade por construirmos laços de amizade, nem sempre saudáveis e proveitosos. 
* * * 
Se aguardas aquelas almas que façam jus ao galardão da amizade, asserena-te um tanto mais. Elas chegarão. A solidão, em alguns momentos, se fará melhor companhia do que ilusórias amizades que poderão te carregar por experiências de difícil monta. Apacienta-te perante a vida, e aguarda sem desanimar. Fica atento e tranquilo porque o tempo não decepciona a quem sabe esperar trabalhando. Sê, antes de tudo, o melhor amigo de ti mesmo. Não te permitas corromper teus valores, desviar o rumo que elegeste, sair do roteiro feliz e correto que escolheste. Lembra que ficarás carregando felicidades ou dificuldades que amealhaste na vida, respondendo por todas as opções que fizeste no teu caminhar. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap.15, do livro Ações corajosas para viver em paz, pelo Espírito Benedita Maria, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter. Em 26.08.2011.

terça-feira, 17 de março de 2015

AMEALHANDO TESOUROS!

Não são poucos aqueles que gastam boa parte de sua energia e de seu tempo a buscar tesouros, acumular riquezas. Está no sonho de muitos ter uma vida abastada, uma condição financeira vantajosa, um estilo de vida cercado de conforto e, não raro, de luxo. Para tanto, investe-se o tempo, os recursos, a energia, tudo o que for necessário, em nome da carreira, do sucesso, do retorno financeiro. Planos detalhadamente são elaborados, metas são traçadas e parte-se para a busca e a conquista do mundo. E, tão envolvidos nos achamos nessa conquista, que nos esquecemos de que, a qualquer momento, podemos ser chamados de retorno ao lar, à nossa verdadeira pátria, ao mundo espiritual. Nada há de errado em ter como meta o sucesso profissional, em desejar uma posição social confortável, em buscar ganhos financeiros de grande monta. O fruto do trabalho honesto e bem conduzido é digno do trabalhador, que a ele faz jus. O que ocorre é que, muitas vezes, ao encetar tal viagem na conquista do mundo externo, esquecemos o quão passageiro e efêmero ele é, o quanto ele efetivamente representa para nossa vida. Ora deixa-se a convivência familiar em busca de experiências profissionais melhor remuneradas. De outra feita, as reuniões fraternas não contam com nossa presença, posto que nossas ocupações não nos permitem. Não raro, o brincar com o filho, ou o nosso passatempo predileto, ou ainda a diversão descompromissada, tudo perde espaço para novas responsabilidades assumidas. Caminhamos como se tivéssemos que conquistar o mundo e nos esquecemos de que não há desafio maior do que o de se autoconquistar. Preocupamo-nos em demasia com aquilo que nos rodeia e nos esquecemos da nossa intimidade. Assim, faz-se necessário pararmos vez ou outra a fim de nos perguntarmos quais são os tesouros que estamos amealhando nesta vida. Se nossa vida física se concluísse hoje, o que levaríamos conosco? De tudo que conseguimos nesta vida, de todos os tesouros, quais ficariam nos cofres do mundo e quais conseguiríamos levar conosco, no cofre do coração? Jesus nos alertou sobre os tesouros que deveríamos efetivamente buscar, ensinando-nos sobre a condição passageira da vida física e da grandiosidade da vida espiritual. 
* * * 
Verifiquemos quais os valores e quais caminhos vêm percorrendo nossos passos, nesta viagem chamada vida. Se nos conscientizarmos de que somos uma alma sob experiências na vida física, e não um corpo no qual habita uma alma, necessário que nossos valores e nossas opções sejam coerentes com quem efetivamente somos. Viver no mundo, buscar suas alegrias e prazeres saudáveis, seus desafios e conquistas, é lícito e salutar. O que não vale a pena, efetivamente, é perdermo-nos nas coisas do mundo, iludindo-nos exclusivamente com pertences e valores materiais. 
Redação do Momento Espírita. Em 19.08.2011

segunda-feira, 16 de março de 2015

Ambiente mental

Mãe e filha caminhavam pelas encostas floridas de um vale, e pelo caminho iam guardando as impressões tão belas da natureza exuberante daquelas paisagens alpinas que tanto lhes enterneciam a alma. A vida tinha sido dura para com elas até então, pois, após a guerra, tudo havia se tornado difícil: tanto a alimentação, quanto reorganizar a vida, sozinhas, sem o apoio fraternal daqueles que tanto amavam na comunidade. 
Será que um simples sobrenome poderia tê-las feito sofrer tanto assim? 
Essa era a pergunta que se faziam, diversas vezes, enquanto caminhavam em busca de sua antiga residência. Nada poderia ser assim tão inexplicável para aquelas descendentes de judeus que habitavam os arredores de Zugspitze, Alemanha, por volta de 1948. Entretanto, eram dotadas de uma força extraordinária que, mesmo sem saber para onde iam, tinham a certeza de que facilmente a vida voltaria a ser normal de novo. Desejavam poder trabalhar, mesmo que fosse intensamente, na reconstrução da própria felicidade. O tempo passou. Já se aproximava o pôr-do-sol quando as duas se assustaram com o quadro que aparecia à sua frente. Entre tão bela paisagem, dois homens, aos gritos um para com o outro, transformavam aquele paraíso num lugar desarmônico, pela vibração de rancor que deles emanava. Subitamente, ao sentirem a presença de tão doces criaturas, os ânimos foram se acalmando, foram se refazendo das atitudes de agressividade, serenando os batimentos cardíacos e os dois perceberam que o silêncio delas os atingia de modo incômodo. 
-Boa tarde, senhores! Será que poderíamos lhes ser úteis? 
-Boa tarde, responderam com desdém. Como podem vocês afirmar ser boa uma tarde em que só podemos sentir raiva e desejo de vingança? Estão, por acaso, fora de seus juízos normais ou são portadoras de alguma virtude que para nós ainda é desconhecida? 
Entre uma frase e outra, elas explicaram que, apesar de tanto sofrimento, agradeciam ao Criador pelas próprias vidas que, ao serem poupadas graças a Ele, tiveram oportunidade de reconstrução e recomeço. Chance desejada por muitos que haviam sofrido os martírios da guerra, ficado sem condições físicas para recomeçar sozinhos. Então, o mais velho dos homens, envergonhado, chamou o outro ao seu lado, desculpando-se pelo mau uso das palavras, da violência, enfim, de toda aquela situação de indescritível mal estar que ele, como pai, houvera criado para seu filho tão amado. Explicou que a dor imensa que lhe deturpava os sentidos, pela perda da esposa e outros filhos, o impedia de raciocinar claramente. Com humildade, pediu ao filho que lhe desse a mão e o ajudasse a superar tão difícil etapa da vida. Por sua vez, o filho, muito emocionado, concordou em perdoar e recomeçaram a tentativa de acerto, juntos outra vez. Agradeceram e partiram, assim como elas também tomaram seu rumo, estrada afora. 
* * * 
Muitas vezes somos capazes de efetuar grandes mudanças em nosso ambiente, mesmo que possa nos parecer difícil tal atitude. Se nos mantivermos firmes em nossas ações nobres, desejosos de mudança interna e, principalmente, contarmos com o auxílio da oração que nos fortalece, podemos modificar para melhor o ambiente que nos rodeia. Agindo assim, a nossa vida servirá de exemplo a todos aqueles que, por falta de um modelo, permanecem impossibilitados de tomar atitudes salutares. E a fonte para todo esse aprendizado se encontra na mensagem do Cristo, portadora de ensinamento que nos fará pessoas melhores, capazes de auxiliar a todos indistintamente. 
Redação do Momento Espírita. Em 25.5.2013.

domingo, 15 de março de 2015

AMBIÇÃO E ÉTICA

Stephen Kanitz
O consultor de empresas e conferencista Stephen Kanitz escreveu um artigo intitulado Ambição e ética, do qual extraímos algumas reflexões. Kanitz define a ambição como sendo tudo o que você pretende fazer na vida. São seus objetivos, seus sonhos, suas resoluções. As pessoas costumam ter como ambição ganhar muito dinheiro, casar com uma moça ou um moço bonito ou viajar pelo mundo afora. A mais pobre das ambições é querer ganhar muito dinheiro, porque dinheiro por si só não é objetivo: é um meio para alcançar sua verdadeira ambição, como, por exemplo, viajar pelo mundo. Já a ética são os limites que você se impõe na busca de sua ambição. É tudo que você não quer fazer, na luta para conseguir realizar seus objetivos. Como não roubar, não mentir ou pisar nos outros para atingir sua ambição, ou seja, é o conjunto de princípios morais que se devem observar no exercício de uma profissão. A maioria dos pais se preocupa bastante quando os filhos não mostram ambição, mas nem todos se preocupam quando os filhos quebram a ética. Se o filho colou na prova, não importa, desde que tenha passado de ano, o objetivo maior. Algumas escolas estão ensinando aos nossos filhos que ética é ajudar os outros. Isso, porém, não é ética, é ambição. Ajudar os outros deveria ser um objetivo de vida, a ambição de todos, ou pelo menos da maioria. Aprendemos a não falar em sala de aula, a não perturbar a classe, mas pouco sobre ética. O problema do mundo é que normalmente decidimos nossa ambição antes de nossa ética, quando o certo seria o contrário. E por quê? Porque dependendo da ambição, torna-se difícil impor uma ética que frustrará nossos objetivos. Quando percebemos que não conseguiremos alcançar nossos objetivos, a tendência é reduzir o rigor ético, e não reduzir a ambição. O mundo conheceu a história de uma estagiária na Casa Branca, que colocou a ambição à frente da ética e tirou o partido democrata do poder, numa eleição praticamente ganha, devido ao enorme sucesso da economia na sua gestão. Não há nada de errado em ser ambicioso, desde que se defina cedo o comportamento ético. Quando a ambição passa por cima da ética como um rolo compressor, o resultado é o que podemos acompanhar nos noticiários que ocupam as manchetes em nosso país. Assim, para mudar definitivamente essa situação, é preciso estabelecer um limite para nossa ambição não nos permitindo, em hipótese alguma, violar a ética para satisfação pessoal, em detrimento do coletivo. Conforme ensinou Jesus, Seja o seu falar: sim, sim, não, não, em qualquer situação. E, se estiver difícil definir se estamos agindo com ética ou não, basta imaginar como julgaríamos esse ato, se praticado por outra pessoa. Se o condenamos é porque não é ético. Se o aprovamos e julgamos justo, então podemos seguir em frente. * * * Defina sua ética quanto antes possível. A ambição não pode antecedê-la, é ela que tem de preceder à sua ambição. 
Redação do Momento Espírita com base em artigo de Stephen Kanitz, publicado na Revista Veja do dia 24 de janeiro de 2001. Em 23.12.2010.

sábado, 14 de março de 2015

AMAR OS INIMIGOS!

AMÉLIA RODRIGUES
Será possível estender o amor até mesmo aos inimigos? Este sentimento sublime, que nos torna doces para com o amigo, que nos permite sentirmos felicidade com sua simples presença, será possível de ser direcionado aos inimigos? O amor é uma atitude interior que se expande como acontece com o ar, que a tudo e a todos vitaliza. Em se falando dos criminosos, a Lei de caridade diz que devemos ter para com eles compaixão. Será possível nos compadecermos por alguém que nos tirou a paz, retirando do nosso lado o esposo amado, matando-o em um momento de loucura? Será possível amar alguém que nos usurpou os bens, enganando-nos e nos deixando na quase miséria? Analisando a questão dos que nos fazem mal, é sempre oportuno recordar que o criminoso é um doente e em si mesmo já muito infeliz. Além disso, temos que considerar fatores sociais, econômicos e emocionais que conduzem à alucinação, ao crime e a delinquência. Punir tais criaturas é reagir com ódio. Cobrar o erro com a vingança é ser pior do que o criminoso. O juiz, que dita sentenças em nome da sociedade, graças aos conhecimentos que possui, deve ser sadio emocionalmente e equilibrado nas suas decisões, a fim de ser melhor do que o criminoso. O ódio é vingador e a vingança expressa primitivismo do homem. Portanto, não é justiça. A técnica do amor receita para o delinquente a terapia do afastamento temporário da sociedade, exatamente como um enfermo portador de doença contagiosa. Precisa ser tratado, para se reintegrar à sociedade dos sadios, depois. O amor reabilita moralmente o caído, oferecendo-lhe recursos para a recuperação. Permitir que o criminoso repare os males praticados com ações dignas e compensadoras, eis a chave mestra da renovação do mundo. Matar o assassino não devolve a vida à vítima, nem diminui a saudade de quem lamenta a ausência do amado. Amputar os dedos ou as mãos do ladrão não devolve o furto ao seu dono, que continua lesado. Arrancar a língua do caluniador não repara os males que a acusação falsa já espalhou pelo mundo... Quando o amor penetrar o íntimo dos homens, o ódio, que é doença do egoísmo, cederá lugar à fraternidade e à compreensão. Por isso mesmo é que Jesus alertou: Ouvistes o que foi dito aos antigos: amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo. Eu porém vos digo: amai os vossos inimigos, orai pelos que vos perseguem e caluniam para que vos torneis filhos de Deus sobre a Terra. Se amardes somente aos que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim também os criminosos entre si e todos os homens de má vida?
 * * * 
O amor, em qualquer expressão, é a presença do Pai Criador sustentando a vida e dignificando as Suas criaturas. Um dia, Ele haverá de triunfar sobre todas as circunstâncias e regerá todas as vidas. Ao estabelecer a Lei de amor aos adversários, Jesus instaurou a era da misericórdia, que haveria de preceder a do amor real. Ele mesmo viveu durante todo o Seu ministério a Lei do amor e por ela deu a vida. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 4 do livro Luz do mundo e no cap. 8 do livro Pelos caminhos de Jesus, ambos pelo Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Em 08.12.2009.

sexta-feira, 13 de março de 2015

AMARGANDO DECEPÇÕES

RAUL TEIXEIRA
Não somos poucos os que nos tornamos pessoas amargas, indiferentes ou frias, por causa de decepções que afirmamos ter sofrido aqui ou ali, envolvendo outras pessoas. A decepção foi com o amigo a quem recorremos num momento de necessidade e não encontramos o apoio esperado. Foi com o companheiro de trabalho que nos constituía modelo, parecia perfeito e o surpreendemos em um deslize. Tais decepções devem nos remeter a exames melhores das situações. Decepcionarmo-nos com pessoas que estão no Mundo, sofrendo as nossas mesmas carências e tormentos não é muito real. Primeiro, porque elas não nos pediram para assinar contrato ou compromissos de infalibilidade para conosco. Segundo, porque o simples fato de elas transitarem na Terra, ao nosso lado, é o suficiente para que não as coloquemos em lugares de especial destaque, pois todas têm seu ponto frágil e até mesmo seus pontos sombrios. A nossa decepção, em realidade, é conosco mesmo, pois que nos equivocamos em nossa avaliação, por precipitação ou por análise superficial. Não menos errada a decepção que afirmamos ter com a própria religião, com a doutrina de fé cristã que está a espalhar, em toda parte, os ensinamentos deixados por Jesus Cristo para os seres de boa vontade. O que acontece é que costumamos confundir as doutrinas que ensinam o bem, o nobre, o bom com os doutrinadores que, embora falem das virtudes que devemos perseguir, conduzem as próprias existências em oposição ao que pregam. Como vemos, a decepção não é com as mensagens da Boa Nova, mas exatamente com os que conduzem a mensagem. Nesse ponto não nos esqueçamos de fazer o que ensinou Jesus: comparar os frutos com as qualidades das árvores donde eles procedem, de modo a não nos deixarmos iludir. Avaliemos, desta forma, as nossas queixas contra pessoas e situações e veremos que temos sido os grandes responsáveis pelas desilusões do caminho. Nós mesmos é que criamos as ondas que nos decepcionam e magoam. Cabe-nos amadurecer gradualmente nos estudos e na prática do bem, aprendendo a examinar cada coisa, cada situação, analisar a nós mesmos com atenção, a fim de crescermos para a grande luz, sem nos decepcionarmos com nada ou com ninguém. Precisamos aprender a compreender cada indivíduo no nível em que se situa, não exigindo dele mais do que possa dar e apresentar, exatamente como não podemos pedir à roseira que produza violetas, que não tenha espinhos e que não despetale suas flores na violência dos ventos. 
* * * 
Para que avancemos em nossa caminhada evolutiva, imponhamo-nos uma conduta de maturidade, de indulgência e de benevolência para com os demais. Disponhamo-nos a brilhar, sob a proteção de Deus, avançando sempre, não nos detendo na retaguarda a examinar mágoas e depressões, que se apresentam na estrada como pedras e obstáculos, calhaus e detritos.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 28 do livro Revelações da luz, pelo Espírito Camilo, psicografado por Raul Texeira, ed. Fráter.

quinta-feira, 12 de março de 2015

AMAR É UMA DECISÃO!

RAUL TEIXEIRA
Um homem foi visitar um sábio conselheiro e disse-lhe que estava passando por muitas dificuldades em seu casamento. Falou-lhe que já não amava sua mulher e que pensava em separação...
O sábio o escutou, olhou-o nos olhos e disse-lhe: Ame-a!
Mas já não sinto nada por ela! Retrucou o homem.
Ame-a! Disse-lhe novamente o sábio.
Diante do desconcerto do homem, depois de um breve silêncio, o sábio lhe disse o seguinte:
Amar é uma decisão. É dedicação e entrega. É ação...
Portanto, para amar é preciso apenas tomar uma decisão.
Quando você se decide a cultivar um jardim, você sabe que é necessário preparar o terreno, semear, regar, esperar a germinação e a floração.
Você sabe que haverá pragas, ervas daninhas, tempos de seca ou de excesso de chuva, mas se você está decidido a ter um belo jardim, jamais desistirá, por maiores sejam as dificuldades.
Assim também acontece no campo do amor. É preciso dedicação, cuidado, espera.
Assim, se quiser cultivar as flores da afeição, dedique-se. Ame seu par, aceite-o, valorize-o, respeite-o, dê afeto e ternura, admire-o e compreenda-o...
Isso é tudo...
Apenas ame!
*   *   *
O amor é lei da vida. Se não houvesse amor, nada faria sentido.
Busquemos, então, meditar sobre o que temos e o que não temos, sobre quem somos e sobre quem não somos, a respeito do que fazemos e do que não fazemos, guardando a convicção de que, sem a presença do amor naquilo que temos, no que fazemos e no que somos, estaremos imensamente pobres, profundamente carentes, desvitalizados.
A inteligência sem amor nos faz perversos.
A justiça sem amor nos faz insensíveis e vingativos.
A diplomacia sem amor nos faz hipócritas.
O êxito sem  amor nos faz arrogantes.
A riqueza sem amor nos faz avaros.
A pobreza sem amor nos faz orgulhosos.
A beleza sem amor nos faz ridículos.
A autoridade sem amor nos faz tiranos.
O trabalho sem amor nos faz escravos.
A simplicidade sem amor nos deprecia.
A oração sem amor nos faz calculistas.
A lei sem amor nos escraviza.
A política sem amor nos faz egoístas.
A fé sem amor nos torna fanáticos.
A cruz sem amor se converte em tortura.
A vida sem amor... bem, sem amor a vida não tem sentido...
*   *   *
As flores que espalham aromas nos canteiros são mensageiras do amor de Deus falando nos jardins...
Os passarinhos que pipilam nos prados e cantam nos ramos são a presença do Amor de Deus transparecendo nos ninhos...
As ondas gigantescas, que se arrebentam nas praias, mostram o Amor de Deus engrandecendo-Se no mar, tanto quanto o filete transparente de águas cantantes, que beija a face da rocha, canta o Amor de Deus, jorrando suave pela fenda singela.
A fera que ruge na selva, quanto os astros que giram na amplidão enaltecem o Amor Divino, enquanto falam dessa cadeia que une os seres e as coisas na Casa de Deus.
A criança que sorri, feliz, quanto aquela que chora, no regaço materno ou num leito hospitalar, igualmente, refletem o Amor distendendo esperança, conferindo oportunidades aos Espíritos, como dádivas de Deus.
O homem sábio, pelos conhecimentos que lhe robustecem o cérebro, e aquele que se enobrece no trabalho do bem, pela luz que lhe emana do íntimo, apresentam o Amor de Deus, alevantando a vida.
Essas e outras facetas do amor é que fazem com que a vida tenha sentido... 
Redação do Momento Espírita, com base em história de autoria ignorada e no cap. 22 do livro Rosângela, pelo Espírito Rosângela, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.Disponível no livro Momento Espírita, v. 3 e no CD Momento Espírita, v. 7, ed. FEP.Em 27.2.2015.