quinta-feira, 31 de agosto de 2023

LEIS MORAIS

A lei de gravitação universal é uma das leis que regem o mundo físico. 
Isso ninguém pode contestar. 
Da mesma forma que existem leis regendo o Universo físico, há leis que regem o mundo moral. 
Jesus a elas Se referia quando asseverou: 
-É mais fácil passar o céu e a Terra, do que perder-se um til da Lei. 
Sabemos que não poderia referir-Se Jesus às leis humanas, tão falhas ainda. 
Muitos crimes são cometidos no mais completo anonimato.
Como poderiam as leis humanas punir tais infrações se delas não toma conhecimento? 
Jesus conhecia em totalidade os mecanismos que regem as Leis morais. 
Ele sabia que nenhuma infração passa desapercebida. 
Sabia que todos nós estamos nelas mergulhados e que jamais as poderemos burlar sem assumir as consequências.
Dessa forma, nenhum til da Lei se perderá. 
Todos os nossos pensamentos e atos equivocados estão registrados nos arquivos sublimes à espera da devida reparação. 
Assim como todos os pensamentos e atos conformes com essas Leis estão creditados em nossa economia moral, constituindo-se em méritos luminosos em nosso favor.
Quando Jesus afirmou que a cada um será dado conforme suas obras, resumiu, de forma esplêndida o mecanismo da Justiça Divina. 
Não há nada mais consolador do que saber que cada um responderá, mais cedo ou mais tarde, pelo atos cometidos.
Assim, não temos mais que nos ocupar nem nos agastar com os equívocos dos outros. 
As leis humanas cuidam deles. 
E o que, porventura, escapar das leis dos homens, não escapará das Leis Divinas. 
Quando Pedro, o Apóstolo, questionou o Mestre acerca do destino dos homens corruptos e injustos da sua época, Jesus respondeu sabiamente: 
-Não se preocupe com eles, Pedro. Eles viverão. 
A resposta do Mestre foi curta mas profundamente sábia.
Jesus sabia que a vida não cessa. 
Sabia também que logo mais os infratores teriam que refazer os equívocos e ajustar-se com as Leis, das quais não se perde nem um til. 
Assim, quando a leviandade e a corrupção, a violência e indiferença dos homens nos incomodarem, tenhamos uma única certeza: eles viverão. 
Não nos desesperemos, pois cada um receberá conforme suas obras. 
* * * 
São dez as Leis morais que regem a vida. 
São elas: 
Lei de adoração, Lei do trabalho, Lei de reprodução, Lei de conservação, Lei de destruição, Lei de sociedade, Lei do progresso, Lei de igualdade, Lei de liberdade e Lei de justiça, amor e caridade. 
Essa classificação das Leis foi trazida pelos Espíritos Superiores. 
Esse assunto e outros tantos que nos dizem respeito se encontram desenvolvidos em O livro dos Espíritos, de Allan Kardec. 
É um livro de fácil leitura, pois está disposto em forma de perguntas e respostas, todas encadeadas didaticamente.
Redação do Momento Espírita com base no Evangelho de Lucas, cap 16, versículos 14 a 17; no Evangelho de Mateus, cap.16, versículo 27 e em O livro dos Espíritos, pt. 3, de Allan Kardec, ed. Feb. 
Em 19.07.2010.

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

POEIRA DE ESTRELAS

Eleanor Margaret Burbidge
Um dos maiores presentes que a astrofísica moderna nos deu veio de uma cientista americana de nome Margaret Burbidge.
No ano de 1857, ela publicou um artigo que demonstrava que todos os átomos de nosso corpo: nitrogênio, ferro, carbono, todos eles, têm origem em fornalhas cósmicas. 
Esses elementos estão no núcleo de todas as estrelas, que os cria pela fusão termonuclear. 
Isto é, a estrela explode e espalha esses elementos, essa matéria, em uma grande nuvem de gás, que vai formar a próxima geração de sistemas estelares, onde estamos incluídos. 
Portanto, tudo que há de matéria em nosso planeta, incluindo nosso corpo, é feito do mesmo material: a poeira de estrelas.
Assim, quando olhamos para uma linda noite de céu estrelado e nos achamos pequenos diante de tanta grandeza, pensemos: 
O Universo está vivo dentro de mim. 
Sou parte deste todo e me sinto imenso. 
Falamos não de um sentimento de vaidade ou orgulho, que nos coloca em patamares superiores ao que realmente estamos. 
Falamos de um sentimento de pertencer, uma verdadeira honra em ser parte de algo tão sublime. 
Somos poeira estelar, sim, pois nossa vestimenta corpórea compartilha dos mesmos elementos de Sírius, de Aldebaran e do nosso indispensável sol. Somos também princípio espiritual. 
Deus, a Suprema Inteligência, não poderia reinar apenas sobre a matéria bruta. 
Assim, em Seu Universo perfeito, como coroamento da sua Criação, concebeu o Espírito. 
O ser inteligente da Criação, que realiza sua saga evolutiva pelas estrelas, passando por inúmeras experiências em corpos materiais, até que esteja devidamente depurado.
Assim, as constelações são também moradas temporárias, lugares de aprendizado, onde amadurecemos os sentimentos, onde vamos aprendendo a amar a nós mesmos, ao nosso próximo e ao Criador. 
Percebamos, assim, como somos afortunados. 
Percebamos a sublimidade do que nos envolve, mesmo que ainda aos poucos. 
Quem sabe, comecemos a entender a importância das formas de nos conectarmos mais intensamente com tudo isso.
Quando falamos em oração, não nos referimos à antiga prática externa de repetição de palavras, ou petitório insistente. 
Pensemos na oração como essa conexão com a essência do Universo, que está lá fora, mas que está também dentro de cada um. Meditar, silenciar a alma, deixar-se encantar pelas belezas que nos cercam, são formas eficazes de mantermos a ligação com o todo. 
Por vezes, o atendimento das urgências da sobrevivência da vida material nos fazem perder esse contato, nos fazem desconectar de nossa intimidade divina. 
Que possamos nos lembrar diariamente de nossa essência, de quem somos, de nossa origem. 
E que isso nos dê forças, que isso nos faça permanecer com a certeza de que somos grandes e temos destinos grandiosos. 
Da próxima vez que observarmos o céu repleto de pontos luminosos, da próxima vez que ouvirmos alguém falar de bilhões, trilhões e de dimensões inimagináveis, pensemos:
-Eu faço parte de tudo isso! Minha vida não é e não será vivida em vão. 
Redação do Momento Espírita 
Em 30.8.2023.

terça-feira, 29 de agosto de 2023

LEIS IMUTÁVEIS

A palavra lei expressa uma regra ou um conjunto de regras, criadas com o objetivo de definir e regulamentar diversas situações entre os homens. 
A lei civil, por exemplo, regula a relação entre os cidadãos.
A lei criminal define os delitos e determina a maneira como serão as punições referentes a cada falta. 
Verificamos, nas leis da química, física e astronomia, a definição de algumas relações constantes, que existem entre os fenômenos naturais.
A lei moral ou divinaindica ao homem o que ele deve fazer ou deixar de fazer. 
É um conjunto de normas ou regras, emanadas da Providência Divina, que orientam os atos humanos segundo a justiça natural. 
É a ética religiosa de todos os povos e de todas as nações. 
A desobediência aos seus códigos causa sofrimento e desequilíbrio ao infrator que, de forma alguma, fugirá ao reajuste. 
O homem traz a lei de Deus gravada em sua consciência e mesmo o mais bruto a sente, em forma de impulsos. 
Somos todos capazes de distinguir o bem do mal. 
Deus é a Inteligência Cósmica que rege o mundo com perfeição. 
Não é como um hábil relojoeiro que formou o mundo, deu-lhe corda e a deixa esgotar-se, lentamente, até o fim. 
Pelo contrário, Ele é o Pai amoroso que cuida daquilo que criou. 
Colocou junto a nós seres superiores, nossos guias espirituais e protetores, que estão sempre prontos a nos aconselhar e amparar. 
Permanecem ao nosso lado desempenhando uma missão de amor. 
Através da inspiração que recebemos desses Espíritos, Deus nos alerta, a cada instante, se fazemos o bem ou o mal. 
­Achamo-nos então, constantemente, em presença da Divindade. 
Segundo a palavra do Cristo, estamos em Deus assim como Ele está em nós. 
Ele nos criou, deu-nos um objetivo e nos fornece os meios de alcançarmos essa meta. 
Colocou-nos sob Sua regência. 
O Supremo Pai utilizou-se, através dos tempos, de profetas e sábios para nos indicar essa rota segura. 
Mas foi Jesus quem nos apresentou o modelo perfeito a ser seguido, ensinando, pelo exemplo e sacrifício, toda a vivência doestatuto das leis morais. 
Elas têm o seu fundamento no amor e encerram todos os deveres dos homens uns para com os outros. 
As leis naturais dejustiça, amor, igualdade e caridade resumem todas as outras e possibilitam ao homem adiantar-se na vida espiritual. 
Estabelecidas pelo Pai Criador, as invioláveis leis morais são de todos os tempos e constituem roteiro de felicidade no caminho evolutivo. 
Pensemos em como tem sido o nosso proceder na relação com Deus, no uso do nosso tempo, no cuidado com o corpo físico, na vida em sociedade e em família, no uso dos bens da Terra e perante as desigualdades sociais. 
Em benefício da nossa própria evolução moral e espiritual, mantenhamos viva a chama da fé e a sintonia com a Espiritualidade maior, para que consigamos seguir com fidelidade as leis morais da vida. 
Redação do Momento Espírita.
Em 10.01.2019.

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

JESUS E AS MULHERES

Ele viera para as ovelhas perdidas da Casa de Israel.
Apresentou-Se como o Bom Pastor, aquele que dá a vida pela das Suas ovelhas. 
Toda Sua vida foi um hino de amor ao Seu rebanho. 
Ele oferece consolo, dignidade, paciência. 
E todo Ele é gratidão. 
Para a mulher, reservou especial atenção. 
Ele atravessa a Samaria para se encontrar com Fotina. 
Ela não era nenhum modelo de virtude. 
Conforme Ele mesmo afirma, ela tivera cinco maridos. 
E o homem com o qual vivia não era seu marido. 
É para essa samaritana que Ele se apresentará como o Messias, 
Aquele que o povo aguardava há séculos. 
Tinham quase perdido a esperança porque as vozes proféticas haviam se calado há quinhentos anos. 
Ele lhe oferece a água viva, aquela que dessedenta para sempre. 
Quem a beber, jamais tornará a ter sede. 
Ela será a mensageira de Sua presença na cidade de Sicar, onde residia. 
Para o futuro, seria conhecida como A Iluminadora. 
Em Magdala, uma mulher era muito malvista. 
Durante o dia, todos desviavam o olhar e ninguém a ela se dirigia. 
Era uma vendedora de ilusões. 
Aqueles mesmos que a desconheciam publicamente, a procuravam, à noite, para saciar a sua própria fome de prazeres. 
Quando ela descobre o amor verdadeiro, se transforma.
Reformula sua vida, para descrença dos que a viam, agora, sem o fausto da sua mansão e sem os seus servos. 
Foi a essa mulher que o Divino Pastor reservou a primeira grande notícia. 
Ele estava vivo. 
E lhe diz que vá dar a notícia aos Seus discípulos, a todos os que lhe choram a morte na cruz. 
Arauto da ressurreição. Jesus era judeu. 
Conhecia a lei e os costumes. 
Que terá buscado dizer com Seus gestos, evidenciando a mulher? 
Talvez desejasse lembrar ao povo as virtudes das mulheres que constituíam a honrosa história de Israel. 
Estariam eles esquecidos da sabedoria de Débora, a quarta juíza de Israel? 
Da rainha Ester, esposa do rei Assuero, que com sua coragem, denuncia a trama que levaria para a morte centenas de judeus? 
Estariam esquecidos de Rute, a Moabita, que acompanha sua sogra, ambas viúvas, de retorno a Belém? 
Seu objetivo é servi-la, é auxiliá-la. 
O seu povo será o meu povo. 
O seu Deus será o meu Deus. 
Assim se expressa e assim se define, em todas as suas ações. 
Essa extraordinária mulher se tornaria a bisavó do rei Davi.
Estariam os homens esquecidos da grandeza de tantas mulheres? 
Não honravam Raquel, a mãe espiritual da nação israelita?
Estariam esquecidos de Lia, a primeira esposa de Jacó, que gerara quatro dos filhos das dozes tribos de Israel? 
Por isso, Jesus exalta a reforma moral de Fotina. 
A transformação extraordinária de Maria, de Magdala. 
Em outro momento, louva a amizade sincera e o carinho de Maria, de Betânia. 
E, mais do que tudo, reverencia a mulher que lhe serviu de mãe: Maria, de Nazaré. 
Para essa, todo o cuidado e toda a atenção. 
-Mulher, eis aí teu filho. 
Entrega Sua mãe a quem Ele sabe que dela cuidaria, muito mais do que Seus irmãos, que tinham suas famílias e seus negócios constituídos. 
As mulheres, agradecidas, lhe formam uma coroa viva, acompanhando-O por onde fosse, até ao pé da cruz. 
Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 37, ed. FEP. 
Em 28.08.2023.

domingo, 27 de agosto de 2023

AS LEIS

RAUL TEIXEIRA
Nos tempos que estamos vivendo surgem, quase todos os dias, leis numerosas que objetivam estabelecer normas para as relações sociais dos indivíduos, empresas e nações. 
Ao mesmo tempo, outras tantas leis são revogadas, por não mais atenderem às necessidades dos grupos a que se destinavam. 
Assim, as leis que mantinham os privilégios de famílias reais ou imperiais tombaram, ante sua ilegitimidade ou imoralidade.
Leis que conferiam poderes a determinadas camadas sociais tiveram que cair, graças a homens que chegaram a expor suas vidas em favor de uma vida melhor para todos. 
Leis que estabeleciam a perseguição dos opositores e premiavam bajuladores, foram substituídas por outras, criadas por legisladores amadurecidos e com mais ampla visão social.
Em contrapartida, surgiam leis que estabelecem direitos e deveres a todos e a cada um. 
Leis que favorecem a qualquer cidadão se credenciar a cargos públicos. 
Leis que expressam a igualdade de direitos de todos os homens. 
Naturalmente, a verdadeira justiça ainda não é a virtude mais apreciada em todas as comunidades. 
Em muitos países, impera ainda a força, os favorecimentos imorais e a arbitrariedade. 
Povos existem que morrem de fome, enquanto vige o uso indevido dos bens públicos e a má administração. 
Ainda ocorre o domínio de povos sobre povos, por causa de interesses criminosos, das riquezas ou das posições estratégicas ou comerciais. 
Tudo isso, no entanto, passará um dia. As leis interesseiras, que privilegiam grupos ou pessoas, serão banidas da Terra.
Mas as leis de Deus, que são de perfeita justiça e de perfeito amor, essas permanecerão, sobrepondo-se ao tempo e às criaturas. 
Nelas, não há privilégios, nem concessões indevidas. 
Como ensinou Jesus: 
-A cada um será concedido conforme suas obras. 
São exatamente as leis Divinas que Jesus veio cumprir, dar execução. 
Ante elas, leis humanas que ainda semeiam sombras, que apoiam a indignidade cairão, a pouco e pouco, graças aos homens que, abraçando os princípios cristãos, lutarão por eliminá-las da face da Terra. 
* * * 
Você sabia? 
Você sabia que ao afirmar Jesus que Ele vinha cumprir a lei de Deus, quis dizer que veio desenvolvê-la, dar-lhe seu verdadeiro sentido, apropriá-la ao grau de adiantamento dos homens? 
É por esse motivo que nos ensinos de Jesus se encontra o princípio dos deveres para com Deus e para com o próximo.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 1, do livro Quem é o Cristo?, pelo Espírito Camilo, psicografia de J.Raul Teixeira, ed. Fráter. 
Em 26.11.2018.

sábado, 26 de agosto de 2023

LIBERTAÇÃO

Alguma vez conseguimos entender o sofrimento como um processo de libertação? 
 Para quem está no instante crítico da dor, isso parece difícil de aceitar. 
Libertar-se, nesse momento, seria apenas buscar alternativas urgentes de se livrar da aflição. 
-Ninguém gosta de sofrer. 
Comentamos. 
No entanto, Jesus nos apresentou novas perspectivas sobre essa questão. 
Quando o Mestre reserva metade das bem-aventuranças para prescrever como lidar com o sofrimento, está nos demonstrando, em primeiro lugar, como a questão é importante. 
Em segundo lugar, como a Sua é a proposta de explicar e consolar. 
Acolher a dor e compreender o seu significado. 
Jesus aponta para os felizes dias futuros que teremos todos aqueles que soubermos administrar essa questão, em nossos dias. 
Quem aprende com a dor, sai moralmente maior pois aquele que sofre com resignação, extrai da experiência todo seu potencial educador. 
Por isso, a dor é uma libertação. Libertamo-nos do passado, da ignorância, da ingenuidade e da insensibilidade. 
A dor é lição, matéria escolar necessária em nosso processo de amadurecimento espiritual. 
A Doutrina Espírita nos fala sobre leis maiores. 
Sobre um Universo regulado por mecanismos perfeitos que regem tudo, desde o movimento das coisas até a relação dos seres. 
Qualquer desequilíbrio que causemos, qualquer infração a essas leis, gera imediatamente um movimento natural de ajuste, de conserto, de dívida. 
Demos o nome que queiramos. 
Adquirir uma dívida é simplesmente assumir um compromisso perante as leis que infringimos. 
Se, no mundo imperfeito dos dias atuais, ainda conseguimos escapar utilizando esse ou aquele subterfúgio, na esfera da Perfeição Divina isso não é possível. 
Assim, ainda cometemos desatinos. 
Ainda, propositalmente, prejudicamos o próximo e, como consequência, a nós mesmos. 
Toda vez que procedemos dessa forma, a lei nos chama à sua presença educadora e nos diz: 
-Precisamos devolver ao equilíbrio aquilo que foi colocado em desarmonia. 
É o momento em que somos inseridos nos métodos de ajustes, de reajustes, de expiações, que nos fazem voltar aos trilhos. 
Por isso, quando estamos aqui, no momento agudo de um desses reajustes, nos anos difíceis e afligentes que parecem que não passam nunca, é importante que lembremos da ideia de libertação. 
Digamos a nós mesmos:
-Estou me libertando. Assumi esse compromisso. Comprometi-me de alguma forma e agora, aceitando com responsabilidade as consequências, aqui estou. Venha o que vier, passarei por tudo procurando aprender. 
Isso não quer dizer que será fácil, que não iremos sofrer e que não haverá momentos de profundo desânimo. 
Nesses momentos, lembremos que não estamos sozinhos. 
Se as aflições são lições duras, que não conseguimos assimilar, podemos contar com inúmeros tutores do bem, que estão prontos a sentar ao nosso lado e dizer: 
-Estou aqui. Vamos lá. O que você não está entendendo? Posso ajudar? 
Mantenhamos sempre no coração essa proposta, esse grande propósito de toda grande expiação: libertação. 
Firmes, resolutos, caminhemos para nos libertarmos.
Redação do Momento Espírita 
Em 24.8.2023.

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

ANÚNCIOS DE PRIMAVERA

Quando florescem os ipês em minha cidade, sei que a geada não tornará a se manifestar nesta estação invernosa. 
Os ipês floridos, derramando seu amarelo na grama verde, em fantasias nacionais, são anúncios da primavera, que se prepara para reinar, por noventa dias. 
São como batedores que vêm à frente, verificando as veredas e embelezando as estradas, as ruas, as avenidas e as praças.
Recordamos que, há cerca de dois mil anos, um homem se ergueu na Palestina, andando pelos caminhos, alertando as populações. 
Semelhante aos ipês, Ele anunciava a nova estação que estava prestes a encher de flores de esperança o mundo. 
O Seu era o anúncio da primavera da renovação. Preparai os caminhos do Senhor... 
-Depois de mim, virá Aquele do qual não sou digno de desatar as sandálias. Eu sou a voz que clama no deserto... no deserto dos corações humanos.
E o Batista trazia as sementes fartas de profecias anunciadas há séculos. 
O Rei se encontrava entre os homens. 
E escolheu o palco da natureza para entoar sua canção de amor. 
Compôs poemas e somente os corações de boa vontade registraram Seus versos, na intimidade do próprio ser. 
Mas os versos ficaram ecoando, levados pelos ventos, repetidos pelas montanhas, acolhidos entre as paredes generosas dos que aderiam ao convite. 
Convite do amor. 
Convite para amar. 
Era o auge da primavera. 
O Governador planetário viera para estar com os Seus. 
Estou entre vós como quem serve. 
Eu sou o Bom Pastor. 
Nenhuma das ovelhas que o Pai me confiou se perderá. O pastor dá a sua pela vida das suas ovelhas. 
Crede em Deus. Crede também em Mim. 
Versos recitados na montanha, no vale, nas estradas. 
E dedilhados no alaúde do lago de Genesaré. 
Primavera celestial. 
Jamais igualada. 
* * * 
Nos dias que vivemos, novos anúncios se fazem. 
A era da regeneração se aproxima e a pouco e pouco se instala. 
Os arautos se multiplicam. 
A genialidade retorna ao palco do mundo e as crianças declamam, versejam, compõem sinfonias e executam peças magistrais, em evocações da Sublimidade Celeste. 
Gênios avançam estudos nas ciências, sonhando com viagens interplanetárias, em mensagem de vera fraternidade.
E outros se debruçam sobre lâminas, livros, em laboratórios, academias, institutos, em investigações que objetivam a cura de males que afligem seus irmãos, o diminuir das dores.
Outros mais empreendem campanhas em prol dos que nada ou quase nada têm. 
As suas preocupações não são os folguedos da infância, mas sim o bem-estar de outras tantas crianças, amigos próximos ou desconhecidos distantes. 
Primícias de primavera. 
Primavera nos corações. 
Primavera de um mundo novo, regenerado. 
Um mundo em que o homem abandonará as armas que aniquilam e abraçará a lira, a ciência, a arte, o amor. 
Um mundo que já se faz presente. 
Como os ipês que bordam arabescos pelo chão, que enchem os olhos e afirmam: 
-A primavera se aproxima! 
Pensemos nisso e deixemo-nos penetrar pelo hálito primaveril do mundo novo. 
Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 28, ed. FEP. 
Em 25.8.2023.

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

A LEI E AS FRUTAS

PAULO COELHO
Uma lenda conta que, no deserto, as frutas eram raras, e que Deus, um dia, chamou um de seus profetas e disse: 
-Cada pessoa só pode comer uma fruta por dia. 
O costume foi obedecido por gerações, e a ecologia do local foi preservada. 
Como as frutas restantes davam sementes, outras árvores surgiram. 
Em breve, toda aquela região transformou-se num solo fértil, invejado pelas outras cidades. 
O povo, porém, continuava comendo uma fruta por dia – fiel à recomendação que um antigo profeta tinha passado aos seus ancestrais. 
Além do mais, isso não deixava que os habitantes das outras aldeias se aproveitassem da farta colheita que acontecia todos os anos. 
O resultado era um só: as frutas apodreciam no chão. 
Deus, então, chamou um novo profeta e disse: 
-Deixe que comam as frutas que quiserem e peça que dividam a fartura com seus vizinhos. 
O profeta chegou à cidade com a nova mensagem. 
Terminou sendo apedrejado, pois o costume estava muito arraigado no coração e na mente de cada um dos habitantes.
Com o tempo, os jovens da aldeia começaram a questionar aquele costume bárbaro. 
Mas, como a tradição dos mais velhos era intocável, eles resolveram afastar-se da religião. 
Assim, podiam comer quantas frutas quisessem e dar o restante para os que necessitavam de alimento. 
Participando dos costumes e crenças antigos só ficaram os que se achavam santos, seguidores da religião. 
Em verdade, eram pessoas incapazes de enxergar que o mundo se transforma e que devemos nos transformar com ele. 
* * * 
Há muito o que se refletir sobre essas questões. 
Algumas delas são muito delicadas, pois colocam em xeque nossas crenças antigas, arraigadas há muito tempo.
Primeiramente vejamos que a lição não deseja dizer que o melhor caminho a seguir é aquele que não está na religião, de maneira alguma. 
Ela demonstra, apenas, que a religião precisa também rever suas posições, voltando a estudar os dogmas, a racionalizar seus ensinos e ideias. 
Nos tempos antigos havia a necessidade da imposição de ideias, pois o homem ainda não tinha a capacidade de discernir o certo do errado – sua formação intelectual engatinhava. 
Ao longo do tempo, a Humanidade começou a querer respostas, a buscar mais esclarecimentos sobre sua própria existência, e foi encontrando sempre portas fechadas. 
Muitos se afastaram da religião, pois ela não respondia de forma satisfatória aos seus questionamentos mais profundos.
Dessa maneira, poderíamos questionar: a religião estava errada? 
Não, certamente que não. 
Apenas os seus líderes se esqueceram de que o mundo se transforma, e que devemos nos transformar com ele. 
As leis de Deus continuam as mesmas, pois são atemporais.
Porém, sua interpretação e aplicação sim, se modificam com a evolução. 
Novas verdades estão nos sendo reveladas, realidades que antes não tínhamos condições de compreender, e que agora chegam para nos mostrar o caminho da razão, da evolução espiritual do homem. 
Assim como um dia nos foi provado que o mundo não era plano, ao contrário do que acreditávamos; ou que a Terra estava longe de ser o centro do Universo, vamos descobrindo novas realidades, como a existência do Espírito, a mediunidade e a reencarnação. 
Tudo é apenas uma questão de tempo. 
Não sejamos aqueles que continuam comendo apenas uma fruta por dia – relembrando a lenda – e sim aqueles que, através da razão, da inteligência e do coração, estamos dispostos a nos alimentar dos frutos da mudança, da renovação e da transformação. 
Pensemos nisso! 
Redação do Momento Espírita, com base no texto A lei e as frutas, do livro Histórias para pais, filhos e netos, de Paulo Coelho, ed. Globo. 
Em 29.10.2013.

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

QUE MUNDO MARAVILHOSO

Que mundo maravilhoso! 
A canção foi escrita por Bob Thiele e George David Weiss.
Gravada, pela primeira vez na voz de Louis Armstrong, em 1967. 
Alguns afirmam que, inicialmente, teria sido oferecida a outro cantor, que declinou da oferta. 
Outros dizem que teria sido escrita especialmente para Armstrong. 
A intenção era que a música servisse como antídoto ao carregado clima racial e político nos Estados Unidos. 
Mas, também detalha o deleite pelas coisas simples do dia a dia. 
What a Wonderful World 
Que mundo maravilhoso descreve as árvores verdes, as rosas vermelhas que florescem para todos. 
Fala do céu azul, das nuvens brancas, de um abençoado dia claro. 
Também da sagrada noite escura.
Faz referência às bonitas cores do arco-íris, aos rostos das pessoas que passam, dos amigos que se cumprimentam.
Traduz, igualmente, um aceno a um futuro otimista ao se referir aos bebês que vão crescendo e irão aprender muito mais do que possamos imaginar. 
Tudo isso, em resumo, pode nos convidar a dizer, junto com o intérprete da canção: 
-Que mundo maravilhoso! 
Criticado, certa feita, como podia achar o mundo maravilhoso com tantas guerras, fome, poluição, violência, assim se pronunciou Armstrong: 
-Não é o mundo que é tão mau, mas o que estamos fazendo com ele. Tudo que estou dizendo é que o mundo seria maravilhoso se apenas déssemos uma chance. Amor, esse é o segredo. Se muitos de nós nos amássemos, resolveríamos múltiplos problemas. E, então, este mundo seria algo extremamente agradável e bem sucedido. Um mundo maravilhoso. 
A voz grave de Armstrong, seu trompete e o inconfundível modo de cantar, em que emitia sílabas como se a voz imitasse um instrumento, se tornou sua marca registrada. 
Era um homem otimista e agradecido. 
Tendo vivido uma infância complicada pelo abandono do pai, a pobreza mirando firme, encontrou, numa família de imigrantes judeus, gentileza e amparo. 
Eu era apenas uma criança, confessava ele. 
Eles sempre foram gentis comigo. 
Fiz diversos trabalhos para eles. 
Além da compensação monetária, recebia uma refeição quente todas as noites e convites regulares para os jantares de sábado. 
Eles lhe adiantaram cinco dólares para que adquirisse seu primeiro trompete. 
Até o final de sua vida os considerou como sua família, chegando a usar uma estrela de David. 
Armstrong foi alguém que soube aproveitar todas as chances que lhe foram oferecidas. 
Desenvolveu fortemente a sua maneira de tocar trompete, na banda da instituição onde permaneceu recluso por dezoito meses. 
Ele tinha onze anos e disparara uma pistola durante uma celebração de ano novo. 
Foi ali que o professor Peter Davis instalou disciplina e lhe providenciou educação musical, percebendo, de imediato, os pendores daquele menino. 
Ao morrer, aos sessenta e nove anos de idade, Louis Armstrong deixou uma mensagem de quem soube se dedicar ao que amava - a música, e desfrutou do mundo que Deus lhe concedera para viver, contribuindo para torná-lo melhor: 
-Eu tive o meu trompete, uma vida linda, uma família, o jazz. Agora estou completo. 
Um homem agradecido. 
Redação do Momento Espírita, com dados biográficos de Louis Armstrong. 
Em 21.8.2023.

terça-feira, 22 de agosto de 2023

VELHOS CONHECIDOS NOSSOS

Elas chegam de maneira inesperada. 
Assaltam o castelo da tranquilidade íntima e se tornam salteadoras da paz. 
Inesperadas, não enviam aviso prévio, nem anunciam dia e hora da interferência, em assuntos da vida privada. 
São como tempestades destruidoras; terremoto debaixo dos pés; inundação de chuvas torrenciais na seara de cada um, transformando os campos em lodaçal ou pântano imprestável.
Afugentam os amigos. 
Arrebentam as portas, permitindo a entrada de outros cúmplices. 
Quebram o telhado, derrubam muros e desfolham as árvores da paciência. Pisoteiam os ramos floridos do jardim, tornando a primavera em cinzentos outonos de folhas mortas. Transformam-se em amargas provações. 
Difíceis testemunhos. 
Quase insuperáveis expiações. 
Não são demônios, entidades sombrias ou feiticeiras dos castelos medievais, voando em suas vassouras sobre nossas cabeças, com suas risadas terríveis. 
São velhos conhecidos nossos, despertados por gatilhos emocionais ou autorizados pela Excelsa misericórdia a nos visitar em tarefa de despertamento. 
Escurecem os céus de brigadeiro, revoltam as águas do mar calmo onde antes navegávamos, alterando nossa rota para traiçoeiros recifes em praias desconhecidas. 
Não são nossos desconhecidos. 
São inquilinos que admitimos em nossa hospedaria íntima em algum instante da caminhada. 
Ocupam um quarto e ignoram o dia da partida. 
Respiram a mesma atmosfera psíquica do proprietário da pousada. 
Comem na mesma mesa, possuem enorme afinidade de prazeres e objetivos existenciais. 
E nós lhes damos nomes diferentes da sua real identidade. 
Ao egoísmo chamamos proteção. 
A vaidade denominamos cuidado corporal. 
A arrogância apresentamos como defesa justa. 
A tirania deixamos passar como autoridade e disciplina. 
Ao ciúme conferimos a carteira de identidade de amor. 
Onde a Divindade que não nos socorre quando da visita dessas fúrias? 
Quem nos protegerá diante de tão severas tempestades? 
* * *
Levantava-se um grande temporal, com vendaval e ondas rebentando contra o barco, que estava praticamente repleto de água. 
Jesus dormia deitado na parte traseira do barco, com a cabeça em uma almofada. 
Percebendo, no entanto, o desespero dos discípulos despreparados, despertou e ordenou ao vento e ao mar:
-Aquietai-vos! 
A tempestade parou e fez-se uma grande calmaria. 
* * * 
O Evangelho de Jesus e Sua proposta de amor são nossa grande proteção contra os temporais causados por esses velhos conhecidos nossos. 
O trabalho no bem permite encarar as tormentas sem o medo que paralisa, administrando tudo com seriedade e responsabilidade. 
Chegará o dia em que domaremos nossas más inclinações assim como o Mestre domou o mar bravio e o vento descontrolado. 
Chegará o dia em que seremos capazes de dizer: Aquietai-vos! 
Para a alma intempestiva, para o desejo incontrolável, para o egoísmo que nos separa de nosso próximo. Sigamos Jesus e esse dia não demorará muito. 
Com Jesus, toda fúria, que surge, trabalha nossa personalidade, nos aprimora e passa. 
Redação do Momento Espírita, com citação de trechos da mensagem do Espírito Marta, psicografia de Marcel Mariano, em Salvador, em 17.6.2023. 
Em 22.8.2023.

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

LEI DO UNIVERSO

Nada fica onde está para sempre. 
Tudo se renova. 
Tudo se modifica, mudam suas estruturas, muda sua forma de ser. 
Essa lei vale para o mundo da matéria e para o mundo do Espírito. 
O progresso é lei do Universo, é lei natural, e trabalha incansável através das eras revolucionando tudo e todos.
Partimos do estado primitivo e rumamos para a perfeição.
Muitas experiências são necessárias para nos burilarmos, sempre em transformação. 
No Universo, nada pode ficar parado. 
O tão conhecido daqui não saio, daqui ninguém me tira, não resiste à lei do progresso, que nos faz abandonar as velhas posturas, querendo ou não, uma hora ou outra. 
A chamada força das coisas nos leva, inevitavelmente, à revisão das posturas, à renovação da vida, seja na mesma encarnação, ou numa nova, em condições totalmente diversas da anterior. 
A lei universal nos empurra para diante, não nos deixa dormir no ponto, não nos permite a ociosidade, uma vez que é lei educativa, acima de tudo, comandada por um Pai amoroso.
Chegar na Terra em determinada condição espiritual e sair de igual forma é derrota para a alma que precisa progredir. 
Por isso, cada oportunidade deve ser profundamente aproveitada, cada aprendizado, cada sofrimento, cada alegria, tudo precisa estar sendo colhido por nós e ir nos tornando maiores. 
Vejamo-nos como aprendizes, como frequentadores de uma grande escola que pode dizer, ao final de cada dia letivo: hoje sabemos mais do que ontem. 
Não nos referimos apenas ao conhecimento das coisas, do saber do intelecto, mas da sabedoria completa, que passa pela melhoria nas relações com o próximo e conosco mesmo.
O progresso que estamos conquistando é intelectual e moral.
Por vezes, na busca desenfreada pelo primeiro, descuidamos do segundo, bem mais difícil de ser alcançado. 
O intelecto pode ser desenvolvido, na grande maioria das vezes, na solitude. 
A moralidade é construída na vida em sociedade, no contato com o próximo. 
O intelectual nos traz o esclarecimento, a capacidade de usar a razão e discernir, fazer melhores escolhas. 
O moral nos permite amar melhor, conviver bem com o outro e conosco mesmo. 
Por isso, da mesma forma que traçamos planos para nossas conquistas do saber: que cursos queremos fazer, mestrados, doutorados, áreas de aprofundamento, deveríamos igualmente estabelecer metas para a outra área do progresso.
Em que aspecto moral queremos nos desenvolver mais nesta vida? 
Quais as necessidades mais urgentes? 
Os cursos de especialização, mestrados e doutorados em virtudes são a própria vida e seus desafios. 
A família, por exemplo, e suas surpresas constantes, suas fases, suas carências. 
Nossa participação social, nosso papel no mundo, tudo isso são formas de nos especializarmos nas diversas virtudes da alma e conseguirmos finalizar a existência melhores do que quando aqui chegamos. 
Pensemos nisso. 
Nosso progresso é também o progresso do mundo. 
Se desejamos ver uma Humanidade melhorada, comecemos por nós. 
O progresso da nossa Terra é a soma do progresso individual de todos nós.
Redação do Momento Espírita. 
Em 19.11.2018.

domingo, 20 de agosto de 2023

A LEI DO TRABALHO

J.RAUL TEIXEIRA
-Quem foi que teve a infeliz ideia de dizer, um dia, que o trabalho enobrece o homem? 
Este foi o desabafo de um jovem, retornando ao lar, verdadeiramente exausto, ao final do expediente. 
Pelo mundo afora, nas variadas culturas de cada época, o trabalho tem sido considerado como um verdadeiro castigo.
Não são poucos os que ficam aguardando ganhar um bom dinheiro na loteria, em jogos de azar, ou, quem sabe, uma herança, para se verem liberados do trabalho. 
Há quem olhe para os que têm muito dinheiro e afirmem: 
-No lugar dele, eu não trabalharia. Ah, se eu fosse filho de fulano, teria uma vida muito sossegada. 
Desde a infância, vimos tendo a mente enxertada pelas ideias de que o trabalho na Terra tem dois únicos objetivos: ganhar dinheiro e aborrecer as pessoas. 
Por causa disso, quantas vezes praguejamos por ter que nos deslocarmos, em dias frios, chuvosos, para ir ao trabalho?
Quantas vezes, na segunda-feira, nos perguntamos: Quem foi que inventou o trabalho? 
Ou: Não daria para trabalharmos sábado e domingo, e festarmos os outros dias, invertendo a ordem existente?
Num mundo cheio de reveses, de dores, de acidentes diversos, é de se supor que os seus habitantes não se sintam contentes com tudo o que os retira de sua comodidade. 
No entanto, se participamos do grupo dos amigos de Jesus Cristo, outra postura é esperada. 
Para o verdadeiro cristão, o trabalho representará sempre o necessário arrimo moral, a indispensável defesa do mal e do crime. 
Embora, por nos encontrarmos num mundo de provações, possa o trabalho profissional sofrer percalços e dificuldades, nunca terá como missão impor nenhum tipo de sofrimento.
Valorizemos o nosso trabalho, esmerando-nos no desempenho da nossa profissão. 
Ofereçamos o nosso esforço para realizar o que seja mais importante na faixa da nossa ocupação. 
Sintamo-nos dedicados ao que fazemos, por mais simples seja a nossa atividade. 
Se nos sentirmos espoliados, perante as leis constituídas do mundo, temos o direito de questionar. 
No entanto, verifiquemos a importância de também dar boa conta dos nossos deveres. 
O bom trabalhador não é somente o que discute bem, o que faz maravilhosas propostas aos patrões ou aos seus associados. 
Ou o que alcança prodígios de liderança.
É, sobretudo, aquele que se dedica em aperfeiçoar as próprias condições, fazendo-se melhor habilitado para o labor que lhe cabe realizar. 
Busquemos nos aprimorar como profissionais. 
Não paremos no tempo, em questão de conhecimentos e de práticas. Superemo-nos. 
Trabalhemos com alegria e com vontade de ser útil. 
Ainda que a nossa ocupação não seja das mais agradáveis, das mais apreciadas ou das mais procuradas. 
Não nos esqueçamos de que toda ocupação útil é trabalho, como ensinaram os guias da Humanidade, através do Espiritismo.
Aprendamos a tornar valiosa a nossa ocupação, profissional ou não, e cantemos ao Senhor o nosso júbilo em poder trabalhar, por saber trabalhar, por trabalhar. 
Enfim, tenhamos em conta que Deus, o Senhor do Universo, o mais rico de todos, trabalha sempre, como ensinou nosso Mestre Jesus. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 9, do livro Para uso diário, pelo Espírito Joanes, psicografia de J. Raul Teixeira, ed. FRÁTER. 
Em 1º.06.2018.

sábado, 19 de agosto de 2023

LEI DO RETORNO

Paulo e sua esposa atravessavam larga avenida na cidade de São Paulo, quando perceberam os olhares estranhos de dois rapazes. O marido pressentiu que seriam assaltados. Como não tinham como desviar o caminho, concluíram a travessia, com os corações sobressaltados. Então, um dos rapazes se adiantou e, acenando, gritou: 
-Olá, doutor Paulo, como vai? 
Paulo, sem saber ao certo quem era, cumprimentou-o, trocou algumas palavras e seguiu em frente, aliviado por não ter ocorrido o assalto que pressentira. Duas semanas depois, Paulo foi para a cidade do interior, onde residira anteriormente, a fim de rever familiares e amigos. Aproveitou para visitar uma família que dele recebia auxílio continuado, há anos. Para sua surpresa, a mãe da família logo lhe perguntou: 
-O senhor sabia que quase foi assaltado, recentemente, em São Paulo? 
-Como a senhora sabe disso? 
E ela continuou: 
-Na verdade, soube pelo meu filho, que o senhor conheceu ainda rapazinho, mas que vive sozinho por aí, por opção. Ele enveredou pelos descaminhos da vida. Esteve aqui dia desses e comentou que encontrou o senhor numa rua. Disse que estava com um amigo e juntos se preparavam para assaltar um casal, quando reconheceu o senhor e sua esposa. Lembrou-se de todas as vezes que o senhor e dona Estela vieram aqui em casa e o quanto nos ajudaram nesses anos todos. Rapidamente, ele foi ao seu encontro, gritando o seu nome, para sinalizar que não devia ser assaltado, pois era conhecido. Graças a Deus, ele não cometeu nenhum desatino contra o senhor. 
-Graças a Deus, respondeu Paulo. 
E ficou a pensar nas felizes coincidências da vida. 
* * * 
A história é verdadeira e demonstra que quem semeia o bem há de colher o bem, diante da lei de amor e justiça, que é lei de Deus. 
Paulo distribuiu benefícios a uma família, em nome do auxílio ao próximo. 
O efeito foi receber o resultado de um coração que, mesmo em equivocados caminhos, guardava gratidão em seu íntimo.
É dessa forma que, na trajetória da vida, encontramos elos de simpatia ou desafeto, na família, na atividade profissional ou no rol das nossas relações sociais. 
Alguns foram semeados nesta mesma existência. 
Por vezes, um ato de atenção, de cuidado, em determinado momento de vidas alheias. 
Outros, são a resultante de benefícios mais distantes, de existências anteriores que tivemos neste mundo. 
Isso materializa, aos nossos olhos, que nem sempre entendemos a lei de retorno, ou lei de causa e efeito, o que o Mestre de Nazaré resumiu em uma sentença: 
-A cada um segundo as suas obras. 
É por isso que somos convidados a nos amarmos uns aos outros. 
O amor dissolve todos os laços das contendas do ontem, dos desafetos de há pouco. 
Desse modo, transformamos elos de desamor e problemas em laços graciosos de afeto que felicitam, constroem e unem as pessoas. 
Tudo até nos tornarmos, verdadeiramente, o único rebanho do Celeste Pastor. 
Redação do Momento Espírita, com base em fato. 
Em 19.10.2022.

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

LEI DO DESTINO

O destino é um tema instigante, sobre o qual muito se debate. As opiniões costumam divergir bastante. 
Alguns admitem a existência do destino, ao passo que outros a repudiam. 
Há quem afirme que tudo o que ocorre já está previamente traçado. 
Outra corrente de opinião sustenta que apenas os pontos capitais da vida estão definidos. 
Discute-se se é possível mudar o destino. 
Basta observar o mundo para perceber como são díspares as vidas das pessoas. 
Algumas são bonitas, inteligentes, saudáveis e possuem situação financeira confortável. 
Outras vivem a braços com misérias, doenças e dificuldades. Se há destino, como ele é definido? 
Trata-se de um sorteio feito no instante do nascimento?
Alguns recebem bênçãos e, outros, desgraças? 
O Espiritismo ensina que o destino efetivamente existe. 
Não se trata de algo aleatório, mas que obedece a uma lei.
Há uma ordenação de índole geral, que rege a vida e a evolução dos Espíritos. 
Essa lei reflete a bondade e a justiça Divinas, em seus mínimos desdobramentos. 
A liberdade é um elemento imprescindível do progresso.
Todos os Espíritos são livres para pensar e agir. 
Mas experimentam as consequências dos seus atos. 
O que hoje se vive é reflexo do que se fez e viveu no pretérito.
Todas as atitudes preparam um caminho de sombra ou de luz.
Cada ser forja, no dia a dia, as algemas que o aprisionarão ou as asas que o elevarão ao infinito. 
O bem e o mal praticados constituem o destino. 
Durante a vida terrestre, não raro o homem consegue abafar a voz da consciência.
No plano espiritual, após a morte, tudo muda de figura. 
O Espírito contempla, no cenário de sua consciência, os atos que praticou e as consequências que deles advieram. 
Ele se vê tal qual é, sem ilusões ou desculpas. 
Compara seu estado com o de entidades enobrecidas pelo cumprimento do dever, e deseja regenerar-se perante seus próprios olhos. 
Entusiasmado, elabora planos de reabilitação: renascerá junto às pessoas que prejudicou. 
Trabalhará duramente e na pobreza, se foi rico avarento e orgulhoso. 
Reconduzirá ao bem os que levou ao vício, e assim por diante. 
Esse plano configura o destino que o Espírito preparou e aceita para si. 
Ele constitui um mapa de regeneração, cujo caminho deseja trilhar com ardor. 
Mas a liberdade permanece regendo a vida. 
A pessoa pode ou não seguir o roteiro que preparou para si.
Algumas injunções são imperiosas, como a família e o meio social em que se nasce. 
Entretanto, o comportamento digno ou indigno em face das dificuldades resulta de opções feitas na nova vida. 
Se o Espírito optar pelo bem e lutar com galhardia, ressurgirá enobrecido perante a própria consciência. 
Caso contrário, terá atrasado o resgate de seus erros e dado causa a maiores angústias em seu futuro. 
Mas, cedo ou tarde, trilhará a rota da libertação, pois o progresso é uma Lei Divina inexorável. 
Assim, liberdade, responsabilidade e mérito são a essência da Lei do destino. Cada qual faz o seu. 
Pense nisso. 
Redação do Momento Espírita. 
Em 30.5.2018.

quinta-feira, 17 de agosto de 2023

ENFERMIDADES

DIVALDO PEREIRA FRANCO
E
JOANNA DE ÂNGELIS
Quando o assunto é doença, todos temos uma história para relatar. 
Não existe quem não a conheça, por si mesmo, ou através da experiência dos amigos, parentes, familiares, colegas. 
Alguns a tememos tanto, que não nos permitimos sequer pronunciar a palavra, como se tal fato pudesse atrair a enfermidade. 
De um modo geral, falamos muito a respeito das enfermidades do corpo. 
Conversamos sobre infecções, contágios, epidemias, traumatismos físicos, acidentes. 
E, mais recentemente, todos conhecemos a pandemia que parou o mundo dos negócios, dos relacionamentos, exigindo protocolos severos de higiene e isolamento. 
Sofremos perdas de toda ordem: materiais, afetivas, enchendo-nos de medo e tristeza. 
Também mencionamos as várias enfermidades da mente, em seu quadro de fenômenos psicológicos e psiquiátricos, que se apresentam como insatisfações, desajustes, conflitos, alienações. 
Contudo, nos esquecemos das doenças mais profundas, as do Espírito. 
Enfermidades que nos permitem ouvir relatos assombrosos de dores amargas e continuarmos indiferentes. 
Sabermos de crianças apartadas de seus pais, de pequeninos entregues a trabalhos árduos para sua tenra idade e não nos sensibilizarmos. 
Padecemos da doença da impiedade que nos leva a arquitetar planos de vingança, espalhando dor e desesperança. 
A doença do ódio que tanto mais nos consome quanto mais lhe fornecemos combustível, tornando-nos seres destruidores da paz alheia, semeando calúnias, difamações, envenenando pessoas umas contra as outras. 
Enfermidade do ciúme que nos infelicita as horas e nos torna insuportáveis para aqueles a quem afirmamos amar de forma total. 
É a falta de finalidade aplicada à existência que cria a ociosidade, que fomenta a maldade, que nos faz desperdiçar o tempo. 
Sem ideais a perseguir não há ações nobres a realizar e as horas passam com lentidão, sem ter algo proveitoso que as preencha. 
Sofremos da doença do orgulho, que nos faz acreditar que somos melhores do que os outros, que ninguém mais do que nós merece a felicidade, as compensações da vida, tudo de bom que se possa imaginar. Portadores de tal vírus, desprezamos afeições, esquecemos da gratidão e do quanto necessitamos uns dos outros para viver. 
Todas as enfermidades do Espírito, em resumo, nos levam a esquecer e desrespeitar as leis humanas e as divinas. 
E seria tão fácil acabar com todas essas doenças. 
Bastaria que colocássemos em pauta a nossa vontade e eliminássemos do mapa dos nossos comportamentos o egoísmo, a raiva, o medo, o ódio, a ansiedade. 
O conhecimento e o respeito aos mecanismos de funcionamento da vida alteram a nossa maneira de ser e nos proporcionam a saúde real, aquela que emana do Espírito para o corpo, refletindo a nossa harmonia interior. 
* * * 
Jesus jamais adoeceu.
Mestre por excelência, a Sua vida era de amor e pelo amor.
Com Seus atos e palavras demonstrou a grandeza da verdadeira saúde convidando-nos a vencer as nossas paixões inferiores e a nos tornarmos semelhantes ao Pai que nos criou tendo como meta a perfeição. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 17 do livro Momentos de alegria, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL. 
Em 17.08.2023.

quarta-feira, 16 de agosto de 2023

CONVITE À SERENIDADE

DIVALDO PEREIRA FRANCO
E
JOANNA DE ÂNGELIS
A ansiedade, essa inquietude que toma conta do coração humano, é um desafio enfrentado por muitos em nossa jornada terrena. 
É como uma tempestade que agita as águas serenas de nossa alma, trazendo pensamentos acelerados, preocupações incessantes e uma sensação constante de inquietude. 
Por vezes, a ansiedade surge como uma resposta natural a situações desafiadoras que enfrentamos em nosso cotidiano.
Diante de incertezas, medos e expectativas, nosso corpo e mente reagem de maneira intensa, buscando uma resposta imediata para aquilo que nos aflige. 
Quando nos deixamos dominar por ela, perdemos a capacidade de viver plenamente o momento presente, ficando presos em um ciclo de preocupações constantes que nos consome. 
Diante desse desafio, é fundamental aprender a acalmar a alma inquieta, buscando formas saudáveis de lidar com ele.
Para tanto, aprendamos a cultivar a serenidade em meio às tormentas, buscando o equilíbrio entre as demandas da vida e a necessidade de cuidar de nosso bem-estar emocional. 
A serenidade é uma espécie de acordo entre o dever e o direito, que se equilibram, a benefício de nós mesmos.
Quando conquistamos esse nível de consciência asserenada, não nos deixamos desestruturar, enfrentando qualquer situação que se apresente. 
Como consequência, não entramos em aflição por causa de problemas existenciais ou pessoas difíceis, conferindo-lhes seus devidos níveis de importância. 
Serenos, podemos nos considerar felizes, conservando a harmonia em qualquer situação.
Em equilíbrio emocional, não nos sentimos vítimas ante acontecimentos desagradáveis. 
Conseguimos nos manter no caminho do meio, sem manifestações extremistas. 
Não se trata de uma quietação exterior, ou de indiferença. 
Ao contrário, uma demonstração de segurança, sem ansiedade de qualquer tipo. 
Nosso modelo, Jesus, é nosso exemplo de serenidade. 
De maneiras diferentes, seja no monte, proclamando o Sermão das Bem-aventuranças ou durante a crucificação, demonstrou segurança de si mesmo e confiança em Deus.
Assim também, Buda permaneceu entregue à paz, durante suas meditações, apresentando suas quatro nobres verdades ou quando sofrendo as terríveis perseguições dos seus declarados inimigos. 
Compulsando a vida dos mártires, dos primeiros seareiros da Boa Nova, vamos encontrá-los firmes, serenos, em suas pregações, em seus martírios. 
É a confiança no conhecimento que temos, que nos confere segurança, certeza do que somos, para que nos encontramos aqui e para onde seguimos. 
Não nos permitamos, pois, perder a serenidade, em tempo algum. 
Mantenhamo-nos lúcidos, perante os conflitos que nos envolvam, quaisquer que sejam. 
Amemo-nos, elegendo para nós mesmos o melhor em termos de vida, de comportamento. 
Se nos descobrirmos em erro, mesmo assim, não nos permitamos o desequilíbrio. 
Arrependamo-nos, não deixando que a culpa nos perturbe as horas. 
Recomponhamos os próprios passos, refaçamos atitudes, busquemos consertar equívocos cometidos. 
Vivamos em serenidade, embora se apresente a borrasca ou os ventos tempestuosos nos desejem abalar. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 16, do livro Momentos de Saúde, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL. 
Em 16.08.2023.

terça-feira, 15 de agosto de 2023

DE HOJE EM DIANTE

Todos almejamos a felicidade. 
Alguns acreditamos que ela está muito distante, que talvez nunca nos alcance. 
Outrossim chegamos a dizer, em voz alta: 
-Não é para mim. Minha vida é uma luta insana, todos os dias. Sempre foi assim e, com certeza, não vai mudar. 
Alguém, otimista, parece ter encontrado uma fórmula eficaz para adentrarmos pela ventura da felicidade. 
Idealizou um projeto e o escreveu para se lembrar de colocá-lo em prática como uma proposta individual: 
-De hoje em diante, todos os dias, ao acordar, direi: "Eu, hoje, vou ser feliz! Vou lembrar de agradecer ao sol pelo seu calor e luminosidade. Sentirei que estou vivendo, respirando. Posso desfrutar de todos os recursos da natureza, gratuitamente. Não preciso comprar o canto dos pássaros, nem o murmúrio das ondas do mar. Lembrarei de observar a beleza das árvores, das flores, da relva, da natureza em geral. Vou sorrir mais, sempre que puder. Vou cultivar mais amizades e neutralizar as inimizades. Não vou julgar os atos dos meus semelhantes e vou aprimorar os meus. Lembrarei de telefonar para alguém só para dizer que estou com saudades. Reservarei alguns minutos de silêncio para ter a oportunidade de ouvir. Não vou lamentar nem amargar as injustiças, mas vou pensar no que posso fazer para diminuir seus efeitos. Terei sempre em mente que o tempo passado não volta mais e vou aproveitar bem todos os minutos. Não vou sofrer por antecipação, prevendo futuros incertos, nem com atraso, lembrando de coisas sobre as quais não posso fazer nada. Não vou sofrer pelo que não tenho e gostaria de ter. Buscarei ser feliz com o que possuo. E o maior bem que tenho é a própria vida. Vou lembrar de ler uma poesia, ouvir uma canção e dedicá-las a alguém. Vou fazer algo por alguma pessoa sem esperar nada em troca, apenas pelo prazer de vê-la sorrir. Vou lembrar que existe alguém que me quer bem e dedicar uns minutos para pensar em Deus. Assim, Ele saberá que está em meu coração. Vou procurar transmitir um pouco de alegria aos outros, especialmente quando sentir que a tristeza e o desânimo querem se aproximar. E, quando a noite chegar, vou olhar para o céu, para as estrelas, para o luar e agradecer aos anjos e a Deus, porque hoje eu fui feliz!”
* * * 
Sem dúvida, este é um roteiro traçado por alguém que deseja realmente conquistar a paz de consciência e, por consequência, a felicidade. 
Podemos até dizer que tudo isso é muito difícil de alcançar.
No entanto, acreditemos: é bem simples. 
Trata-se de valorizarmos mais o que temos e pensar menos naquilo que gostaríamos de ter. 
Existe somente uma pessoa que é capaz de nos fazer feliz.
Se a desejarmos conhecer, fiquemos em frente ao espelho, olhemo-nos bem e digamos: 
-Olá, prazer em conhecer você. 
Eis aí a responsável única pela nossa felicidade: nós mesmos. 
Lembremos que somos herdeiros de nós mesmos. Nossos pensamentos, nossa vontade nos pertencem. 
Dessa forma, a nossa felicidade somente espera pela nossa decisão. 
Pensemos nisso! 
Redação do Momento Espírita, com base em texto de autoria ignorada. 
Em 15.08.2023.

segunda-feira, 14 de agosto de 2023

A LEI DIVINA QUE NOS CONDUZ

Alguns fatos ocorrem, no mundo, que nos levam a questionar o porquê de acontecerem. 
Eles nos surpreendem e, muitas vezes, nos é difícil entender suas razões mais profundas. 
Um rapaz, que mora em Fortaleza, no Ceará e outro, que reside em Uberaba, Minas Gerais, se encontraram graças a uma conexão de Internet. A primeira videochamada foi um choque duplo pela semelhança física que descobriram. Gabriel, um dos rapazes, disse que foi um misto de sentimentos, que o deixou como que anestesiado. Ao mesmo tempo, se sentiu invadido por uma paz interior, surpreso pela descoberta de um gêmeo. Confessou que a vida inteira sentiu falta de si mesmo, um sentimento de perda. Esse achado lhe conferiu um novo sopro de vida. Na continuidade das pesquisas que empreenderam, descobriram serem irmãos gêmeos que, ao nascerem, foram dados em adoção, pela absoluta falta de condição dos seus pais biológicos. O passo seguinte foi descobrir o paradeiro deles e encontraram a mãe.
Enquanto, para alguns, a descoberta de algo semelhante, pudesse gerar ressentimento ou desamor, ambos se mostram agradecidos pela vida que lhes foi dada. 
Compreensão pela decisão dos seus pais é outro ponto positivo. 
Afinal, como podem, depois de décadas passadas, julgar o que seus pais, jovens, inexperientes, estavam vivendo quando nasceram? 
Importante é que lhes permitiram nascer e, mesmo que não tenham ficado com eles, encontraram corações que os amassem. 
O que ambos mais desejam, agora, é sentir o poder do abraço, o bater dos corações que foram gerados juntinhos, mas que foram separados, após o nascimento. 
Um reencontro presencial que deverá se dar, um dia, passada a pandemia que ora vivemos. 
*** 
Por mais desconhecidas que ainda sejam, existem forças maiores que nos encaminham para o encontro ou reencontro com nossas almas queridas. 
Importante conhecermos o funcionamento dessas leis maiores da vida, 
Leis Divinas que nos direcionam, tanto na Terra como no mundo dos Espíritos. 
Todos temos uma programação espiritual para a temporada que passamos neste mundo, junto à nossa família, ou dela separados... 
As circunstâncias que mudam a direção dos nossos passos têm seu objetivo e o seu porquê, embora, nem sempre acessíveis ao nosso conhecimento imediato. 
Termos essa certeza de que em tudo há uma ordem superior, que rege nossas vidas nos confere calma e aceitação. 
O Mestre de Nazaré nos deixou a lição do amor ao próximo, do perdão aos que nos ferem, a recomendação de fazermos aos outros o que gostaríamos que nos fizessem. 
Somos todos irmãos, filhos do mesmo Pai, que é Deus. 
No encontro dos gêmeos e o reencontro com a mãe biológica, vemos que podem se considerar membros de três famílias que se unem por amor a eles. 
Um treino para a união da família maior, a família universal à qual todos pertencemos. 
A Lei Divina conduz vidas e ilumina consciências, e todos caminhamos direcionados por Seu amor. Gratidão pela vida, gratidão pelo amor recebido, gratidão pelas agradáveis surpresas da vida, é o sentimento que deve reger nossa intimidade. 
Redação do Momento Espírita, com base em fatos.
Em 06.03.202