Até quando faremos escolhas egoístas
Quando tudo aponta para uma existência de colaboração?
Até quando nos perderemos por tão pouco
Confundindo o que é meio com o que é fim?
Até quando afundaremos na lama
Segurando o fôlego, em agonia,
Desejando estar em outro lugar?
* * *
Os erros se repetem.
A História se repete, em muitos aspectos.
Mudam as gerações e vemos os mesmos vícios ainda tão presentes.
As questões sociais, as disputas políticas, os problemas familiares. Tudo isso reflete ainda o ser em transformação lenta.
Olhando assim, é bastante desanimador.
No entanto, não nos enganemos e não nos permitamos contagiar pelos pessimistas de plantão.
Nem por aqueles que insistem em apenas enxergar a doença e não, também, o trabalho silencioso e necessário que ela realiza na intimidade da alma humana.
As mudanças são lentas, graduais.
Mas, elas têm acontecido.
Basta ter olhos de ver.
Há uma geração antiga, que persiste nos mesmos caminhos desastrosos.
Há, também, já encarnando na Terra, há algum tempo, uma geração nova, fazendo tudo isso mudar.
E, quando falamos de geração antiga e geração nova não nos referimos aos que somos mais velhos ou mais novos de idade.
Referimo-nos a uma geração de hábitos e pensamentos viciados em ideias ultrapassadas, que cultivam o individualismo, o preconceito e a violência.
A geração nova, falando em termos espirituais, é aquela que está aberta ao diálogo, que sabe ouvir, que desenvolve a compaixão, que não consegue ver o próximo em sofrimento ao seu lado, sem fazer algo em seu benefício.
Vivemos tempos em que as duas gerações se misturam no planeta.
A antiga, recebendo a última chance de mudar.
A nova, tendo como missão liderar, influenciar e carregar multidões, pelo seu exemplo.
Independente de geração, somos irmãos em evolução no planeta, aprendendo uns com os outros, diariamente.
Dessa forma, a resposta para o Até quando? é individual, é de cada um.
* * *
Só você pode dizer até quando irá aceitar certas coisas como normais ou toleráveis.
Só você poderá dar aquele próximo passo e dizer Chega!
Não sou mais assim.
Ou, Não quero mais essa vida para mim.
Só você consegue estancar, pelo perdão, o ódio de séculos.
Ou a raiva, de alguns dias, dizendo:
-Vamos deixar isso de lado e seguir adiante.
Só você, com todo seu empenho e persistência, poderá dizer:
-Venci mais essa!
Até quando? – é uma pergunta a se fazer todos os dias.
É um questionamento necessário para quem deseja crescer, ir adiante, conquistar e conquistar-se.
Até quando? - vai além de uma indignação de sofá, de quem observa o mundo em chamas, mas não é capaz de apanhar sequer um balde d’água.
É a questão da mudança, do despertar, do agora.
* * *
Até quando cairemos
Sem aprender as lições da queda?
Até quando faremos escolhas egoístas
Quando tudo aponta para uma existência de colaboração?
Até quando nos perderemos por tão pouco
Confundindo o que é meio com o que é fim?
Até quando afundaremos na lama
Segurando o fôlego, em agonia,
Desejando estar em outro lugar?
Redação do Momento Espírita, com citação
do poema Até quando, do livro O Essencial
e o Invisível, de Andrey Cechelero, ed.
Immortality Books.
Em 15.10.2021.
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