Expressa-se, dessa forma, esse sentimento bastante comum de não nos importarmos com o sofrimento dos outros.
Afinal, já temos tantos problemas pessoais a serem equacionados, resolvidos, sem procurarmos mais problemas.
Contudo, o Modelo e Guia da Humanidade lecionou a compaixão como regra de conduta.
Ele mesmo a demonstrou em vários momentos de Sua vida.
Compadeceu-se da mulher cananita, que lhe suplicava piedade e lhe curou a filha, mergulhada em enfermidade soez.
Adentrando a cidade de Naim, deparando-se com um cortejo fúnebre, condoi-se das lágrimas maternas que choram o filho, sendo levado à sepultura.
E, por verificar que o rapaz se encontrava em estado letárgico, o traz de retorno à vida, devolvendo-o ao colo materno.
Penaliza-se com o paralítico de Cafarnaum, descido pelo telhado, graças aos braços vigorosos dos amigos e lhe devolve os movimentos.
Vai a Gadara e liberta o obsediado, vítima de vários Espíritos que o atormentavam.
Compaixão é a nota constante na vida do Nazareno.
E uma dessas pessoas, verdadeiramente seguidora do Cristo, agiu de forma semelhante, dia desses.
No ônibus urbano, apinhado de pessoas, entrou uma jovem com seu bebê. Gentilmente, lhe foi providenciado lugar ao lado de uma senhora idosa.
Essa, amadurecida na experiência, calejada nas dores, para logo descobriu as lágrimas mal disfarçadas nos olhos da jovem mãe.
Enquanto acalentava seu bebê e delicadamente o alimentava, levava as mãos ao rosto, buscando colher as lágrimas, que teimavam em encher-lhe os olhos.
A senhora ficou a meditar que drama estaria vivendo aquela pessoa:
Teria sido abandonada pelo pai da criança?
Estaria passando por problemas financeiros?
Teria descoberto alguma doença grave no seu filhinho?
Em si mesma?
O que a poderia fazer sofrer assim?
A senhora olhou a criança, tão bonita, aninhada nos braços maternos.
E imaginou quanta dor deveria sufocar o coração daquela mãe.
Teve vontade de abraçar a mãezinha, contudo, como reagiria ela a esse gesto de uma estranha?
Chegado o ponto em que deveria saltar da condução, a senhora se levantou, mas sussurrou ao ouvido da outra:
-Minha filha, eu não sei qual a dor que a aflige. Mas, seja o que for, tenha fé em Deus. Ele vela por você e por seu filho.
Confie em Deus. Tudo haverá de se resolver.
A jovem ergueu os olhos e sorriu, agradecendo, de forma tímida.
Um halo de paz envolveu os três.
Com certeza, o problema fosse qual fosse, não ficou equacionado.
Contudo, um coração aflito encontrou ressonância em outro coração e mudou a sua forma de pensar.
Teve reavivada sua fé e sua esperança.
E bastaram poucas palavras...
Um importar-se com o outro, um breve lembrete.
Pensemos nisso e jamais detenhamos nosso gesto de compaixão ao semelhante.
Redação do Momento Espírita.
Em 27.3.20
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