Diariamente muitas pessoas se despedem da vida física e voltam para o mundo dos Espíritos.
Alguns partem de forma brusca e violenta. Outros são levados por enfermidades prolongadas, depois de muita dor e sofrimento.
Há os que voltam antes do tempo, pela porta falsa do suicídio, e os que encerram a sua etapa no corpo, de forma tranquila e serena.
Essa foi a forma pela qual partiu uma senhora de noventa e oito anos de idade.
As forças físicas foram se desvanecendo como uma chama que se apaga lentamente.
Fora levada para o hospital, na tentativa de prolongar por mais algum tempo a sua existência.
Todavia, antes de deixar o lar, aquela velhinha já sabia que a sua etapa estava por concluir-se.
Separou uma muda de roupa com a qual gostaria que vestissem o corpo, após o desenlace.
Chamou uma das tantas netas e recomendou como deveria construir o túmulo, que deveria ser simples e recoberto de azulejos para facilitar a limpeza depois.
Expressou todos os seus desejos, serenamente.
Não pensou em sobrecarregar os afetos que ficaram com exigências extravagantes ou custosas, mas pensou em lhes facilitar a vida.
E foi assim que, após ter assistido a passagem do cometa Halley por duas vezes, e presenciado duas grandes guerras mundiais; após criar vários filhos, que lhe renderam muitos netos e bisnetos e cultivar muitas amizades; após carregar a sua cruz com coragem e dignidade e, acima de tudo, confiança em Deus, aquela senhora, quase centenária, deixou o corpo cansado, numa noite.
Fechou seu livro da vida como quem cumpriu mais uma etapa na estrada evolutiva.
Certamente levou consigo a consciência leve, como acontece com aqueles que partem para uma viagem longa e não se esquecem de providenciar a bagagem necessária.
Nada de desespero de última hora...
Nada de requisitar atenções descabidas...
Nada de chantagens sentimentais...
Assim partem as pessoas que não têm compromissos negativos consigo mesmas.
Assim partem as almas leves que venceram as dificuldades da caminhada sem macular a consciência com as ilusões da Terra.
* * *
A vida na Terra, por mais longa que seja, não passa de alguns segundos diante da eternidade.
Por essa razão vale a pena viver com fidelidade à própria consciência.
Considerar o corpo físico como uma habitação transitória em que vivemos, ao invés da habitação fixa que possuímos.
Assim, a transição chamada morte será menos dolorosa e menos fúnebre, tanto para quem vai, quanto para quem fica.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita
Em 20.10.2011.
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