sexta-feira, 31 de maio de 2019

ENTENDEMOS TÃO POUCO

William J. Bennett
Era uma vez dois irmãos que passaram a vida inteira na cidade e nunca haviam visto um campo ou uma pastagem. Mas, um dia, resolveram fazer uma viagem para o Interior. Enquanto caminhavam, observaram um fazendeiro arando a terra e ficaram intrigados com o que aquele homem estava fazendo. 
-Esse sujeito fica o dia inteiro marchando para frente e para trás, escavando sulcos profundos na terra. Que tipo de comportamento é esse? Por que alguém iria destruir uma campina tão bonita assim? - Perguntou um dos irmãos. 
À tardinha, tornaram a passar pelo mesmo lugar e viram o lavrador colocando as sementes nas covas. Dessa feita pensaram: 
-O que estará fazendo? Deve ser louco. Está jogando trigo bom dentro dessas valas! O campo não é lugar para mim. As pessoas agem como se fossem malucas. Vou voltar para casa, disse um dos rapazes. 
E, de fato, retornou para a cidade. Mas o outro ficou e, poucas semanas depois, verificou uma mudança maravilhosa. Os pés de trigo começaram a brotar, recobrindo os campos com um verdor que nunca havia imaginado. Admirado com o que vira, tratou de escrever para o irmão a fim de que este viesse ver aquele crescimento milagroso. E o irmão voltou da cidade e também ficou maravilhado com as mudanças. Passados alguns dias, o verde dos brotos foi dando lugar ao dourado dos trigais maduros. Só então os dois compreenderam o trabalho do fazendeiro. O trigo amadureceu completamente e o lavrador tomou a foice e começou a ceifá-lo. Um dos irmãos não entendeu o que estava acontecendo e exclamou com indignação: 
-O que estará fazendo esse louco? Trabalhou o verão inteiro para cultivar esse lindo trigal e agora o está destruindo com as próprias mãos! Não passa mesmo de um doido varrido! Para mim já chega, vou voltar para a cidade. 
Mas o outro tinha mais paciência. Ficou no campo e assistiu o trabalho de colheita e viu quando o trabalhador levou o trigo para o celeiro. Observou o esmero com que ele separou o joio e o cuidado ao armazenar o bom grão. Ficou admirado ao constatar que a semeadura de apenas um saco de sementes havia produzido todo um trigal. Só então compreendeu que havia uma razão por trás de cada ato do fazendeiro. 
 * * * 
É isso que, tantas vezes, acontece conosco com relação aos desígnios Divinos. Muitos de nós enxergamos apenas uma parte dos planos de Deus e, por não os compreendermos, os julgamos mal. E, por não sermos capazes de compreender toda a extensão dos propósitos e dos objetivos do Criador, nos revoltamos. Mas Deus, que é a Inteligência Suprema do Universo, Criador de todas as coisas, sabe o porquê de cada uma das Suas ações com relação aos Seus filhos. Por essa razão, mesmo que não possamos abranger totalmente o plano de felicidade que Deus traçou para cada um de nós, tenhamos a confiança plena de que O Grande Fazendeiro do Universo sempre sabe o que está fazendo. 
 * * * 
Quando o homem se detém a contemplar as estrelas do firmamento infinito, não se pode furtar a reflexões e emoções de variada grandeza, nas quais, inevitavelmente, sente refletida a Presença da Divindade. 
Redação do Momento Espírita, com base em lenda judaica, de O livro das virtudes, v. I, de William J. Bennett, ed.Nova Fronteira e no verbete Deus, do livro Repositório de sabedoria, v. I, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. 
Em 05.07.2010.

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