segunda-feira, 30 de abril de 2018

UNIÃO E FORÇA

União e força Quando duas ou mais pessoas se reunirem em meu nome... Eu aí estarei! - Jesus. 
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Jesus, o grande Pastor de nossas almas, ovelhas carentes de amparo e proteção, afirmou que se nos reuníssemos em Seu nome, estaria conosco. Não se referiu a nenhuma religião específica, posição social ou raça. Simplesmente disse que se as pessoas se reunissem em Seu nome, Ele ali estaria. Assegurou que tudo o que pedíssemos ao Pai, em Seu nome, ele nos concederia. Basta que peçamos com desejo sincero no coração e com as mãos operosas na ação do bem. Este é o momento de nos unirmos em pensamentos otimistas e fraternos, com vontade firme de mudar a paisagem da Pátria do Evangelho, chamada Brasil. Rogar a Deus que ilumine as mentes e os corações dos governantes, para que possam tomar decisões acertadas em prol da sociedade. Rogar a Deus pelos religiosos, para que estejam atentos à responsabilidade perante as leis que regem a vida, para que não desperdicem a oportunidade de conduzir a Deus seus fiéis. Rogar pelos homens que fazem as leis, para que estejam sintonizados com a justiça, o amor e a verdade. Rogar pelos enfermos do corpo e da alma, para que tenham forças e superem as dificuldades com coragem. Pedir a Deus pelos criminosos para que eles possam se conscientizar da própria infelicidade e decidam retornar ao Pai que aguarda, amoroso, a volta dos filhos pródigos. Lembrar também de pedir pelos demais países da Terra; pelos povos que se digladiam em nome de Deus; pelos que disputam o poder; Pelos que alimentam as guerras, dizimando populações inteiras, pois todos esses se distanciaram do Criador. Pedir que Deus envolva em Suas bênçãos as pessoas de boa vontade, a fim de que prossigam trabalhando no bem, seja no campo das ciências, das artes, da religião, seja no que for. É tempo de derrubarmos os muros que nos separam uns dos outros. Muros erguidos em nome de uma maneira diferente de entender Deus e lhe devotar culto. É hora de percebermos o que é bom e nos apoiarmos mutuamente. Afinal, o bem é sempre o bem, e não deixará de ser porque é praticado por pessoas de religião diversa da nossa. Quem é que, tendo o mínimo de sensibilidade, não se comoveu vendo o Papa João Paulo II, visivelmente enfermo, viajando pela Terra inteira? De igual forma, quem não se comove ao ver Divaldo Pereira Franco, o orador espírita, percorrer o mundo, embora os problemas de saúde e a idade que ultrapassa os noventa anos? Esses homens, com serenidade no olhar, e esforços para vencer as próprias limitações, buscam sensibilizar o seu rebanho para a valorização da vida; o fortalecimento dos laços de família; o respeito às leis de Deus. Vale a pena meditarmos sobre essas importantes questões, lembrando Jesus ao afirmar que um dia haverá um só rebanho, sob a égide de um só pastor. E, como Ele próprio afirmou, nenhuma das Suas ovelhas se perderá. Suas ovelhas somos todos nós, habitantes dos dois planos da vida: da Espiritualidade e desta morada do Pai, a que chamamos Terra. 
Redação do Momento Espírita. Em 30.4.2018.

domingo, 29 de abril de 2018

DICAS PARA UM CASAMENTO FELIZ

ALICE GRAY
O que faz com que alguns casais vivam anos e anos juntos e desfrutem felicidade? Natural que não seja a felicidade plena e absoluta. Mas uma vida de alegrias, de compartilhamento. Casais que superam dificuldades as mais árduas e prosseguem juntos. Os reveses financeiros, a saúde comprometida, os filhos-problema, tudo é enfrentado a dois, de mãos dadas, consolidando sempre mais a relação. Alguns que não conseguiram manter o próprio relacionamento conjugal, afirmam que, em verdade, isso é resultado de submissão de um ao outro. Anulação da personalidade. Comodismo. São variadas as explicações. No entanto, os que veem se multiplicar os anos na durabilidade de seu matrimônio, têm seus segredos. Cada casal tem sua fórmula especial. Mas algumas dicas, com certeza, auxiliam. Como o casamento feliz é um porto seguro onde se pode relaxar e recuperar das tensões do dia a dia, algumas frases não devem ser esquecidas. Você recorda quando foi a última vez que olhou para sua esposa e lhe disse: Você está deslumbrante hoje? Quantas vezes vocês se preparam para ir a uma festa, colocam sua melhor roupa, se alinham. E nem olham um para o outro? Pensem: antes de parecerem bem apresentáveis para os outros, vocês estão no lar, um frente ao outro. Observe como ele continua um gato, um rapaz saradão. Veja como os fios de prata lhe conferem um ar de maturidade. Aproveite para dizer: Estou feliz por ter me casado com você. Já pensou em despertar pela manhã, olhar para o seu cônjuge e dizer: É bom acordar a seu lado? Que tal uma surpresa no meio do dia com um telefonema breve para dizer: Você sempre será o meu amor! No jantar em família, olhem nos olhos um do outro. Agora, é o momento de falar: Adoro ver o brilho em seus olhos quando você sorri. E, assim por diante. Não perca a chance de dizer como é bom estarem juntos, compartilharem a mesma casa, as alegrias, as dores. Tenha sempre em sua mente, frases como: O que você fez foi muito bom. Não posso imaginar viver sem você. Você é muito especial. Sinto muito, o erro foi meu. Confio em você. Aprecio cada momento que passamos juntos. E, quando ele errar o caminho, aproveite para brincar, para rir: Este é o meu marido! Já sei porque você se perdeu de novo. Quer ficar mais tempo comigo a sós, seu danadinho! Quando ele estiver muito quieto, pergunte: Em que você está pensando? Quando rusgas acontecerem, seja o primeiro a ceder admitindo: Eu gostaria de ser um companheiro melhor. Finalmente, não esqueçam de um ao outro dizer a cada dia, quando se despedem, quando cada qual ruma para a sua atividade profissional: Ore por mim. Vou orar por você. E, mais importante que tudo, sejam gratos um ao outro, com frases como: Obrigado por me amar. Obrigado por me aceitar. Obrigado por ser meu companheiro. Você torna meus dias mais brilhantes. Experimente. Tente. E veja sua relação conjugal frutificar em flores de amor e alegrias. 
Redação do Momento Espírita, com algumas frases extraídas do cap. 37, de Steve Stephens, do livro Histórias para o coração, v. 1, organizado por Alice Gray, ed. United Press. Em 9.1.2018.

sábado, 28 de abril de 2018

VALORIZE O SEU DIA!

Cada dia corresponde a uma nova página escrita no livro da sua vida, onde você deverá escrever as melhores memórias. Assim, quando desperte, dirija ao infinito a sua prece. Agradeça pela noite superada e rogue ao Pai do Céu as indispensáveis bênçãos para o período iniciante. Erga-se e alegre-se com a oportunidade renovada de manter seu corpo físico para os empreendimentos do progresso. Busque ocupar-se com algo nobre, algo que dignifique a sua existência na Terra. À frente dos transtornos e contratempos, que surgem nos caminhos de todos, invariavelmente, não se deixe conduzir pela irritação, pelo agastamento ou pelo azedume. Procure compreender que nada lhe ocorre sem que tenha um sentido útil para o seu crescimento geral. Perante as ocorrências de violência e diante dos quadros de agressões que veja em sua rota, realize o melhor que possa, sem revolta nem desespero. Você está no mundo que fez por merecer, com as situações que caracterizam a sua quadra evolutiva e com as pessoas do seu mesmo patamar moral, com ligeiras diferenças, facilmente observáveis. Onde esteja, semeie alegria e jovialidade, atendendo à recomendação do Apóstolo Paulo para que demos graças a Deus por todas as coisas da vida. Busque fazer novos amigos, mantendo, com carinho, os velhos companheiros. A amizade, no mundo, é como o beijo solar iluminando as flores, sem o qual elas tendem a murchar e fenecer. Alimente-se com moderação. Não é preciso passar fome, contudo, é bom que não transforme o estômago em tonel de venenosas misturas, capazes de intoxicar, de lhe acumular indevido colesterol nas artérias ou de lhe provocar disfunções hepáticas. Afaste-se das pseudonecessidades alcoólicas. O álcool de que você precisa para a digestão a Divindade já fez constar do seu programa de produção orgânica. Fora disso, a ingestão dessa substância corresponderá sempre a consciente envenenamento que lhe perturbará a saúde aos poucos. Procure ser comedido nas brincadeiras, a fim de não constranger os amigos, gerando afastamentos e inimizades. Ou para não perder seu precioso tempo com intermináveis lorotas e banalidades. Sorria, seja prazenteiro, uma vez que o Evangelho de Jesus, que você afirma conhecer, é fonte inesgotável de alegrias. E quando chegar ao fim o seu dia, vivido com maior ou menor dificuldade, ponha-se em meditação. Verifique onde é que você poderia ter sido melhor, em que itens deveria ter agido melhor. E, sem remorsos prejudiciais, faça projetos de renovação para o dia seguinte, procurando levá-los a sério. Ore e entregue-se uma vez mais ao Supremo Senhor, construindo, dia a dia, a própria felicidade, a sua própria luz. Valorize o seu dia. Não o desperdice remoendo mágoas ou destilando tormento, mas aprenda a cultivar a alegria de viver, apesar das lutas e limitações que carregue. Valorize o seu tempo na Terra e prossiga, decidido pelo bem, para que, no serviço do Senhor, você continue crescendo em busca do encontro consigo mesmo. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 2, do livro Para uso diário, pelo Espírito Joanes, psicografia de Raul Teixeira, ed. FRÁTER. Em 27.4.2018.

sexta-feira, 27 de abril de 2018

UM MINUTO APENAS

Suely Caldas Schubert
Lúcia era uma mulher feliz. Como poucas, acreditava. Casada com o homem por quem se apaixonara nos verdes anos da adolescência, vivia o sonho da mulher realizada. Um filho lhe viera coroar a felicidade. Que mais ela poderia desejar? Acordava pela manhã e saudava o dia cantarolando. Com alegria realizava as tarefas do lar, cuidava do filho, aguardava o marido. Tudo ia muito bem. Até o dia em que descobriu que o homem que tanto amava, a traía. E não era de agora. O problema vinha tomando corpo de algum tempo. Magoada, se dirigiu ao marido. Exigiu-lhe e falou-lhe de respeito. A resposta foi brutal, violenta. O homem encantador tornou-se raivoso, briguento. Chegou a lhe bater. Foi nesse dia que Lúcia teve a certeza de que seu casamento acabara. Era o cúmulo. Não poderia prosseguir a viver com alguém que chegara à agressão física. Então, acordou na manhã de tristeza, depois de uma noite de angústia e tomou uma séria decisão. Iria se matar. Acabar com a própria vida. Mais do que isto. Ela desejava vingança. Por isso, tomou o filho de quatro anos pela mão e decidiu que o mataria. Queria que o marido ficasse com drama de consciência. Seu destino era o Farol da Barra, na cidade de Salvador, na Bahia, onde residia. Ela sabia que era um local onde o mar batia com violência no penhasco. A rua por onde transitava era movimentada. Muitos carros. Enquanto aguardava para atravessar a rua, a criança lhe escapou das mãos e correu, entre os carros. Ela se desesperou. Estranho paradoxo. Conduzia a criança pela mão e tencionava jogá-la do penhasco ao mar para que morresse. Mas, quando a vê correr perigo, esquecida de si mesma, vai-lhe ao encontro, agarra-a, até um pouco raivosa. Puxa-a pela mão. Neste momento, a criança se abaixa, alheia a tudo que se passava, e recolhe do chão um papel. Lúcia o arranca das mãos do pequeno e um título, em letras grandes, lhe chama a atenção: Um minuto apenas. Ela lê: 
"Num minuto apenas, a tormenta acalma, a dor passa, o ausente chega. O dinheiro muda de mão, o amor parte, a vida muda." 
Vai andando, puxando a criança e lendo a página. Era uma página mediúnica que vinha assinada por um Espírito. Ela terminou de ler. Passou o ímpeto. Em um minuto. Parou, olhou ao redor e verificou que tinha chegado ao seu destino. O penhasco estava próximo. Sentou-se e teve uma crise de choro. O impulso de se matar havia desaparecido. Tornou a ler a mensagem. Ela se recordou de um senhor que era espírita e trabalhava no banco, no mesmo onde seu marido trabalhava. Foi para casa. Lembrou que um dia, jantando em casa dele, ele falara algo sobre espiritismo. Algo que ela e o marido, por terem outra formação religiosa, rechaçaram de imediato. Ela lhe telefonou, pediu-lhe orientação e ele a encaminhou a um centro espírita. Atendida por companheiro dedicado, que lhe ouviu os gritos da alma aflita, passou a buscar na oração sincera, na leitura nobre, no passe reconfortante, as necessárias forças para superar a crise. O marido, notando-lhe a mudança, a calma, no transcorrer dos dias, a seguiu em uma das suas saídas do lar. Desconfiado, adentrou ele também à casa espírita. Para descobrir uma fonte de consolo e esclarecimento. Hoje, ambos trabalham na seara espírita. Reconstituíram sua vida, refizeram-se. Os anos rolaram. O garoto é um adolescente e mais dois filhos se somaram a ele. 
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Mudança de rumo. A vida muda. Em um minuto apenas. Em um minuto apenas Deus providencia o socorro. Pode ser um coração atento, uma mão amiga ou um pedaço de papel impresso caído na calçada. Papel que o vento não levou para longe. Um minuto apenas e o amor volta. A esperança renasce. Um minuto apenas e o sol rompe as nuvens, clareando tudo. Não se desespere. Espere. Um minuto apenas. O socorro chega. O panorama se modifica. A vida refloresce. Tenha paciência. Não se entregue à desesperança. Aguarde. Enquanto você sofre, Deus providencia o auxílio. Aguarde. Um minuto apenas. Sessenta segundos. Uma vida. Um minuto a mais... 
* * * 
Em um minuto apenas, a Misericórdia Divina se derrama, cheia de bênçãos, nas vielas escuras dos passos humanos. Corrige, saneia, repara, transformando-as em estradas luminosas no rumo da vida maior. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 24, do livro O semeador de estrelas, de Suely Caldas Schubert, ed. LEAL. Disponível no CD Momento Espírita, v. 1, ed. FEP. Em 26.4.2018.
NOTA- Em proporções diferentes e muito menores, esse fato ocorreu em minha vida o que me levou a conhecer melhor a doutrina espírita que, por tanto tempo, católico que sou, recusei aceitar! A.Ierárdi

quinta-feira, 26 de abril de 2018

DIAS VIVIDOS

De forma convencional, o calendário nos mostra a possibilidade de trezentos e sessenta e cinco dias anuais. Antes mesmo que o ano inicie, assinalamos, costumeiramente, os feriados, elegemos o período das nossas férias profissionais, as viagens que desejamos realizar, os cursos que pretendemos fazer. Enfim, idealizamos o que queremos alcançar nesse período. Transcorrido o lapso temporal, de um modo geral, realizamos uma avaliação, constatando o que conseguimos ou não realizar. Às vezes, lamentamos por não termos tido êxito em tudo que queríamos, ou por finalizar o ano sem emprego, ou por termos perdido fisicamente alguém a quem muito amávamos. Ou talvez pela enfermidade que nos chegou, maltratando-nos o corpo ou a alma ou ambos. Não é raro lamentarmos algo que fizemos mas, especialmente, algo que deixamos de fazer. Se quem estava ao nosso lado partiu para o Além, habitualmente nos surpreendemos lamentando não ter conversado mais, não termos dedicado mais horas ao seu lado, passeado mais, saído juntos mais vezes, simplesmente para andar, para olhar o poente, colher flores. Mentalmente, é comum ficarmos enviando mensagens a esses amores que se encontram do outro lado da vida. E, não é raro nos descobrirmos a considerar que deveríamos ter dito muito mais vezes: 
-Amo você! Você é importante para mim! 
Nesse balanço, também podemos nos dar conta de que os dias voaram, simplesmente se foram, como folhas levadas pelo vento, sem que os tenhamos verdadeiramente vivido. Afinal, trabalhamos tanto, corremos tanto, fizemos tantas coisas. O que, realmente, valeu a pena? O que valeu como crescimento pessoal? Quantos livros lemos, nesses doze meses? Quantas vezes nos detivemos a olhar para o céu, descobrindo a cara redonda da lua a brilhar, entre as estrelas? Quantas vezes andamos pelas praças e nos interessamos por parar um pouco e observar o vento desarrumando a cabeleira das árvores? Quantas vezes, ante um delicado aroma que nos chegou, nos permitimos descobrir de onde vinha e fechamos os olhos para guardar na memória aquele momento que jamais se repetiria, com a mesma intensidade? Quantas vezes, ante a refeição, admiramos as cores espalhadas no prato e decidimos por comer, bem devagar, verdadeiramente saboreando cada porção? Quantas vezes sentamos ao lado do filho pequeno e o ficamos observando brincar, no seu faz de conta? Ou vimos com ele pela segunda, terceira, décima vez o mesmo desenho, sentindo verdadeiro prazer em ouvir as risadas dele, seu encantamento com os personagens animados? E então, se somarmos todas as horas em que realizamos algo que nos fez crescer, que nos alegrou, que nos constituiu uma verdadeira experiência para ser guardada na mente e no coração, quantos dias, de verdade, teremos vivido? O total dessa somatória nos dirá se nosso ano foi regular, bom, ótimo, excelente. Se realmente o vivemos ou somente fomos passando pelas horas, multiplicando as semanas... Se descobrirmos que foram muito poucos os dias vividos, comecemos, hoje, a mudar nossa forma de ser. Comecemos a viver intensamente cada minuto, cada hora. Porque viver é uma experiência inigualável e nenhum minuto volta, nenhuma cena se repete de igual maneira. Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita. Em 22.3.2017.

quarta-feira, 25 de abril de 2018

DIAS PERFEITOS

CECÍLIA MEIRELLES
Dias perfeitos são esses em que a meteorologia afirma “vai chover” e chove mesmo: não os outros, quando se anda de capa e guarda-chuva para cá e para lá, até se perder um dos dois ou os dois juntos. Dias perfeitos são esses em que todos os relógios amanhecem certos: o do pulso, o da cozinha, o da igreja, excetuando-se apenas os das relojoarias, pois a graça desses é marcarem todos horas diferentes. Dias perfeitos são esses em que os pneus não amanhecem vazios; as ruas acordam com dois ou três buracos consertados, pelo menos; os ônibus não vêm por cima de nós, buzinando e na contramão; e os sinais de cruzamento não estão enguiçados... Dias perfeitos são esses em que ninguém pisa nos nossos sapatos, nem esbarra com uma cesta em nossas meias, ou, se isso acontecer, pede milhões de desculpas, hábito que se vai perdendo com uma velocidade imensa. Dias perfeitos, esses em que voltamos para casa e a encontramos intacta, no mesmo lugar. E intactos estão nossos tristes ossos, e podemos dormir em paz, tranquilos e felizes como se voltássemos apenas de um pequeno passeio pelos anéis de Saturno.
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A crônica de Cecília Meirelles fala desse nosso desejo de que tudo esteja sempre no seu devido lugar. Somos seres de expectativas. Esperamos da vida, dos outros, das coisas, de tudo. E cada vez que algo não corresponde a um desses nossos aguardamentos, emburramos, à maneira das crianças mimadas. Frustração, decepção, desilusão. Quanto demonstramos esses sentimentos... Desejamos ter tudo sob controle, sob nosso controle. Porém, imaginemos cada ser no planeta querendo o mesmo: será que essa equação fecharia? Da mesma forma, o que é perfeito para nós pode não ser para o outro. Como resolveríamos esse impasse? Quem teria prioridade num Universo justo? Não criemos expectativas em demasia. Deixemos a vida nos surpreender. Esperemos de tudo e não esperemos nada. As pessoas não pensam como nós e o Universo não está à nossa mercê para ficar simplesmente satisfazendo nossos caprichos aqui e ali. A beleza da vida está, muitas vezes, exatamente nisso que podemos chamar de imperfeições. A poetisa a enxergou nos relógios marcando horas diferentes na relojoaria. Alguém mais prático poderia perguntar: Mas de que servem esses relógios se não marcam a hora certa? O poeta responderia: Que tal se perder na hora, no tempo, de vez em quando, sem saber qual relógio está certo, qual relógio está errado? Afinal, que é o tempo? A beleza da vida está em enxergar perfeição nos dias, mesmo que não tenham sido nada do que esperávamos deles. Está em terminar cada jornada, entre o amanhecer e entardecer, um pouco mais maduros, mais conscientes, mais perfeitos, pois é a nossa própria perfeição que devemos buscar. Veremos que, conforme vamos nos tornando mais perfeitos, os dias também o serão, independente de como se apresentem. Mudaremos a lente que os vê, simplesmente. Dias perfeitos: nós os faremos. 
Redação do Momento Espírita, com base em trecho da crônica Dias perfeitos, de Cecília Meirelles, do livro Crônicas para jovens, ed. Global. Em 28.9.2017.

terça-feira, 24 de abril de 2018

NÃO SE DEIXE SOTERRAR

Conta-se que um fazendeiro, que lutava com muitas dificuldades, possuía alguns cavalos para ajudar no trabalho de sua pequena fazenda. Um dia, o capataz lhe trouxe a notícia que um de seus cavalos havia caído num velho poço abandonado. O buraco era muito fundo e seria difícil tirar o animal de lá. O fazendeiro avaliou a situação e certificou-se de que o cavalo estava vivo. Mas, pela dificuldade e o alto custo para retirá-lo do fundo do poço, decidiu que não valia a pena investir no resgate. Chamou o capataz e ordenou que sacrificasse o animal soterrando-o ali mesmo. O capataz chamou alguns empregados e orientou-os para que jogassem terra sobre o cavalo até que o cobrissem totalmente e o poço não oferecesse mais perigo aos outros animais. No entanto, à medida que a terra caía sobre seu dorso, o cavalo se sacudia, derrubava-a no chão e ia pisando sobre ela. Logo, os homens perceberam que o animal não se deixava soterrar, mas, ao contrário, estava subindo à medida que a terra caía, até que, finalmente, conseguiu sair. 
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Algumas vezes nós nos sentimos como se estivéssemos no fundo do poço e, de quebra, ainda temos a impressão de que estão tentando nos soterrar para sempre. É como se o mundo jogasse sobre nós a terra da incompreensão, da falta de oportunidade, da desvalorização, do desprezo e da indiferença. Nesses momentos difíceis, é importante que lembremos da lição profunda da história do cavalo e façamos a nossa parte para sair da dificuldade. Afinal, se nos permitimos chegar ao fundo do poço, só nos restam duas opções: ou nos servimos dele como ponto de apoio para o impulso que nos levará ao topo, ou nos deixamos ficar ali até que a morte nos encontre. É importante que, se estamos nos percebendo soterrar, sacudamos a terra e a aproveitemos para subir. Ademais, em todas as situações difíceis que enfrentamos na vida, temos o apoio incondicional de Deus, nosso Pai Celestial, do qual podemos nos aproximar através da oração. E a oração é uma poderosa alavanca de que podemos lançar mão a qualquer momento e em qualquer lugar. 
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Jesus nos recomendou oração e vigilância. A vigilância constante pode nos poupar de muitos dissabores, pois quem está atento facilmente percebe a investida de sentimentos perigosos que podem nos infelicitar. É a chegada silenciosa de uma desilusão, da inveja, do orgulho, da soberba, da solidão e de outros tantos detritos que pesam em nossa economia moral e tendem a nos levar para o abismo. A oração é recurso precioso que nos permite as forças necessárias para resistir a todas as investidas menos felizes. Por isso, vale a pena meditar sobre os sábios conselhos do Mestre de Nazaré, pois eles podem nos ser muito úteis na conquista da felicidade que tanto desejamos. 
Redação do Momento Espírita, com base em história de autor desconhecido. Em 24.4.2018.

segunda-feira, 23 de abril de 2018

DIAS DIFÍCEIS

JOSÉ RAUL TEIXEIRA
Há dias que parecem não terem sido feitos para você. Amontoam-se tantas dificuldades, inúmeras frustrações e incontáveis aborrecimentos, que você chega a pensar que conduz o mundo sobre os ombros dilacerados. Desde cedo, ao se erguer do leito, pela manhã, encontra a indisposição moral do companheiro ou da companheira, que lhe arremessa todos os espinhos que o mau humor conseguiu acumular ao longo da noite. Sente o travo do fel despejado em sua alma, mas crê que tudo se modificará nos momentos seguintes. Sai à rua para atender a esse ou àquele compromisso cotidiano, e se defronta com a agrestia de muitos que manejam veículos nas vias públicas e que os convertem em armas contra os outros... Constata o azedume do funcionário ou do balconista que lhe atende mal, ou vê o cinismo de negociantes que anseiam por lhe entregar produtos de má qualidade a preços exorbitantes, supondo-o imbecil. Mesmo assim, admite que, logo, tudo se alterará, melhorando as situações em torno. Encontra-se com familiares ou pessoas amigas que lhe derramam sobre a mente todo o quadro dos problemas e tragédias que vivenciam, numa enxurrada de tormentos, perturbando a sua harmonia ainda frágil, embora não lhe permitam desabafar as suas angústias, seus dramas ou suas mágoas represadas na alma. Em tais circunstâncias, pensa que deve aguardar que essas pessoas se resolvam com a vida até um novo encontro. São esses os dias em que as palavras que você diz recebem interpretação negativa, o carinho que oferece é mal visto, sua simpatia parece mero interesse, suas reservas são vistas como soberba ou má vontade. Se fala, desagrada... Se cala, desagrada. Em dias assim, ainda quando se esforce por entender tudo e todos, sofre muito e a costumeira tendência, nessas ocasiões, é a da vitimação automática, quando passa a desenvolver sentimentos de autopiedade. No entanto, esses dias infelizes pedem-nos vigilância e prece fervorosa, para que não nos percamos nesses cipoais de pensamentos, de sentimentos e de atitudes perturbadores. São dias de avaliação, de testes impostos pelas Leis que regem a vida terrena, desejosas de que se observe e verifique suas ações e reações à frente das mais diversas situações da existência. Quando perceber que muita coisa à sua volta passa a emitir um som desarmônico aos seus ouvidos; se notar que escolhendo direito ou esquerdo não escapa da crítica ácida, o seu dever será o de se ajustar ao bom senso. Instrua-se com as situações e acumule o aprendizado das horas, passando a observar bem melhor as circunstâncias que o cercam, para que melhor entenda, para que, enfim, evolua. Não se esqueça de que ouvimos a voz do Mestre Nazareno, há mais de dois milênios, a dizer-nos: 
-No mundo só tereis aflições... 
Conhecedores dessa realidade, abrindo a alma para compreender que a cada dia basta o seu mal, tratará de se recompor, caso tenha-se deixado ferir por tantos petardos, quando o ideal teria sido agir como o bambuzal diante da ventania: curvar-se, deixar passar o vendaval, a fim de se reerguer com tranquilidade, após o momento difícil. Há, de fato, dias difíceis, duros, caracterizando o seu estádio de provações indispensáveis ao seu processo de evolução. A você, porém, caberá erguer a fronte, buscando o rumo das estrelas formosas, que ao longe brilham, e agradecer a Deus por poder afrontar tantos e difíceis desafios, mantendo-se firme, mesmo assim. Nos dias difíceis da sua existência, procure não se entregar ao pessimismo nem ao lodo do derrotismo, evitando alimentar todo e qualquer sentimento de culpa, que lhe inspirariam o abandono dos seus compromissos, o que seria seu gesto mais infeliz. Ponha-se de pé, perante quaisquer obstáculos, e seja fiel aos seus labores, aos deveres de aprender, servir e crescer, que o trouxeram novamente ao mundo terrestre. Se lograr a superação suspirada, nesses dias sombrios para você, terá vencido mais um embate no rol dos muitos combates que compõem a pauta da guerra em que a Terra se encontra engolfada. Confia na ação e no poder da luz, que o Cristo representa, e siga com entusiasmo para a conquista de si mesmo, guardando-se em equilíbrio, seja qual for ou como for cada um dos seus dias. 
Redação do Momento Espírita, com adaptação de mensagem do Espírito Camilo, psicografada pelo médium J. Raul Teixeira, em 31/12/2002, na Sociedade Espírita Fraternidade, em Niterói – RJ. Disponível no CD Momento Espírita. v. 10, ed. Fep. Em 06.07.2009. 

domingo, 22 de abril de 2018

DIAS DE TEMPESTADE

Podemos comparar nossa existência a uma longa viagem, em um navegar por mares desconhecidos. Como em toda grande empreitada, em todo grande empreendimento, é natural que antes de começar a viagem muitos planos se façam. Assim se deu com cada um de nós. Antes de iniciarmos essa viagem chamada vida, nossos planos, percursos e roteiro foram traçados. Sob a tutela de amigos espirituais, os dias mais difíceis foram programados, as conquistas a se empreender previstas. Ainda, os encontros e reencontros de almas, afins umas, desafetos outras, foram estimados para reacertos de um passado difícil. Jamais podemos dizer que estamos ao acaso em nossa existência. Afinal, as coisas de nossa vida foram planejadas e programadas conforme as leis de Deus, que provê as nossas necessidades, mesmo que, às vezes, não as consigamos entender. Assim, haverá dias de regosijos e de conquistas, onde a alegria e o júbilo serão a tônica. Mas, naturalmente, haverá dias também de perdas, dificuldades, e desafios, onde a dor e as lágrimas pautarão o caminhar. É natural que seja assim. Afinal, ao programarmos uma existência, uma nova vida, buscamos efetuar conquistas e também ressarcir os erros de outros tempos. Não por acaso que Jesus afirmou que não deixaríamos a Terra antes de pagar cada centavo moral do que devemos. Então será ilusório imaginar uma existência pautada unicamente pelo sucesso e pela alegria. A dor, a dificuldade e os desafios de menor ou maior monta também são oportunidades de crescimento que a vida oferece. Assim como o navegador ganha experiência e maturidade nos dias de tempestade e no mar bravio, a vida nos oportuniza conquistas maiores para nossa realidade íntima. Dessa forma, quando tempestades assolarem nossa existência, lembremos de agradecer a Deus pelo ensejo. Analisando cada dificuldade como a oportunidade do aprendizado que ainda nos falta, sempre veremos a sabedoria de Deus a nos oferecer lições benditas. E conseguiremos perceber assim que, ao findar de cada problema, a alma se mostrará mais fortalecida, mais estruturada e com valores mais nobres. Assim, armemo-nos de fé, coragem e resignação frente às tempestades que nos assolarem os mares da existência. Utilizemos da oração como companheira inseparável e sigamos resolutos a singrar os mares da vida. E, para que não nos percamos no rumo a seguir, mesmo sob mares revoltos, tenhamos Jesus como farol a iluminar as noites escuras de nossa existência, indicando-nos rumo seguro sempre. Assim, ao tê-lO como meta a alcançar, ao elegê-lO como bússola inseparável, certamente conseguiremos logo mais atracar no porto seguro da paz e da plenitude a que faremos jus. 
Redação do Momento Espírita. Em 26.05.2012.

sábado, 21 de abril de 2018

DIAS DE SOMBRAS

Há dias que se caracterizam pela sucessão de ocorrências desagradáveis. Nada parece dar certo. Todas as atividades se confundem, e os fatos se apresentam deprimentes, perturbadores. A cada nova tentativa de ação, outros insucessos ocorrem, como se os fenômenos naturais transcorressem de forma contrária. Nessas ocasiões, as contrariedades aumentam, e o pessimismo se instala nas mentes e na emoção, levando a lembranças negativas com presságios deprimentes. Quem lhe padece a injunção tende ao desânimo, e refugia-se em padrões psicológicos de auto-aflição, de infelicidade, de desprezo por si mesmo. Sente-se envolto por forças descomunais, contra as quais não pode lutar, deixando-se arrastar pelas correntes contrárias, envenenando-se com o mau humor. São esses dias de provas, e não para desencanto; de desafio, e não para cessar o esforço. Quando aumentam as dificuldades, maior deve ser o investimento de energias, e mais cuidadosa a aplicação do valor moral na batalha. Desistindo-se sem lutar, mais rápido se dá o fracasso, e quando se vai ao enfrentamento com ideias de perda, parte do labor já está perdido. Nesses dias sombrios, que acontecem periodicamente, e às vezes se tornam contínuos, vigia mais e reflexiona com cuidado. Um insucesso é normal, ou mesmo mais de um, num campo de variadas atividades. Todavia, a intérmina sucessão deles pode ter origem em fatores espirituais perniciosos, cujas personagens se interessam em prejudicar-te, abrindo espaços mentais e emocionais para intercâmbio nefasto contigo, de caráter obsessivo. Quanto mais te irritares e te entregares à depressão, mais forte se fará o cerco e mais ocorrências infelizes se apresentarão. Há mentes espirituais maldosas, que te acompanham, interessadas no teu fracasso. Reage contra essas emboscadas mediante a oração, o pensamento otimista, a irrestrita confiança em Deus. Rompe o continuar dos desacertos, mudando de paisagem mental, de forma que não vitalizes o agente perturbador. Ouve uma música enriquecedora, que leve a lembranças agradáveis ou a planos animadores. Lê uma página edificante do Evangelho ou de outra obra de conteúdo nobre, a fim de te renovares emocionalmente, rompendo a sintonia com essas mentes infelizes. Contempla uma região que te arranque do estado desanimador e lembra: há sempre sol brilhando além das nuvens sombrias, e, quando esse sol é colocado no mundo íntimo, nenhuma ameaça de trevas consegue apagar-lhe, ou sequer diminuir-lhe a intensidade da luz. Segue-lhe a claridade e vence o teu dia de insucessos, confiante e tranquilo. 
 * * * 
Os benfeitores espirituais tentam nos ajudar nos momentos difíceis. Eles erguem barreiras, estabelecendo muralhas vibratórias em nosso favor. Mas, muitas vezes, nós as arrebentamos a golpes de rebeldia e imprevidência. 
Redação do Momento Espírita. Em 24.7.2013.

sexta-feira, 20 de abril de 2018

DIAS DE SOLIDÃO

MARIA MEDÁGLIA E EDU LOBO
"Tem dias em que a gente se sente como quem partiu ou morreu."
Quando o poeta da música popular escreveu esses versos, explicitava na canção o sentimento que muitas vezes se apodera de nossa alma. São aqueles dias onde a alma se perde na própria solidão, encontrando o eco do vazio que ressoa intenso em sua intimidade. São esses dias em que a alma parece querer fazer um recesso das coisas da vida, das preocupações, responsabilidades e compromissos, para simplesmente ficar vazia. Não há quem não tenha esses dias de escuridão dentro de si. Fruto algumas vezes de experiências emocionais frustrantes, onde a amargura e o dissabor nos relacionamentos substituem as alegrias de bem-aventuranças anteriores. Outras vezes são os problemas econômicos ou as circunstâncias sociais que nos provocam dissabores e colocam sombras na alma. A incompreensão no seio familiar, a inveja no círculo de amizades, a competição e rivalidade desmedida entre companheiros de trabalho provocam distonias de grande porte em algumas pessoas. Nada mais natural esses dissabores. Jesus, sabiamente, nos advertiu dizendo que no mundo só encontraríamos aflições. Tendo em vista a condição moral de nosso planeta, as aflições e dificuldades são questões naturais e ainda necessárias para a experiência evolutiva de cada um de nós. Dessa forma, é ilusório imaginarmos que estaríamos isentos desses embates ou acreditarmo-nos inatacáveis pela perversidade, despeito ou inferioridade alheia. Assim, nesses momentos faz-se necessário enfrentar a realidade, sem deixar-se levar pelo desânimo ou infelicidade. Se são dias difíceis os que estejamos passando, que sejam retos nosso proceder e nossas ações. Permanecer fiel aos compromissos e aos valores nobres é nosso dever perante a vida. Os embates que surjam não devem ser justificativas para o desânimo, a queixa e o abandono da correta conduta ou ainda, o atalho para dias de depressão e infelicidade. Aquele que não consegue vencer a noite escura da alma, dificilmente conseguirá saudar a madrugada de luz que chega após a sombra, que parece momentaneamente vencedora. Somente ao insistirmos, ao enfrentarmos, ao nos propormos a bem agir frente a esses momentos, teremos as recompensas conferidas àquele que se propõe enfrentar-se para crescer. * * * Se os dias que lhe surgem são desafiadores, lembre-se de que mesmo Jesus enfrentou a noite escura da alma, em alguns momentos, porém, sempre em perfeita identificação com Deus, a fim de espalhar a claridade sublime do Seu amor entre aqueles que não O entendiam. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 7, do livro Atitudes renovadas, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL. Em 20.1.2016.

quinta-feira, 19 de abril de 2018

O QUE NOS FALTA

Henry Hurt
Stan Belin, desde pequeno, sonhou muito alto. Certa vez, debruçando-se na amurada de uma ponte, ficou olhando um maravilhoso iate que passava embaixo. Pôde ver as pessoas ricamente trajadas, sorrindo, felizes. Era um cenário de luxo e conforto e, naquele momento ele decidiu que batalharia para ter sucesso na vida. Os seus alvos passaram a ser dinheiro, poder e prestígio. Aluno exemplar, formou-se em odontologia. Casou-se com uma moça que conhecia desde os tempos de escola. O dinheiro começou a surgir em abundância. Sua reputação espalhou-se. Ele conseguiu prestígio com a nomeação para um alto cargo, pelas autoridades do Estado onde vivia. Teve dois filhos saudáveis. Conseguiu uma casa magnífica, automóveis luxuosos. Desfrutava férias em lugares exóticos. Finalmente, comprou um lindo iate e navegou até a ponte, onde em criança começara seu sonho. Era o ponto culminante. No entanto, Stan se sentia imensamente triste e desesperado. Conquistara tudo que idealizara. Era invejado, mas sentia-se perdido, vazio, insatisfeito. Logo chegou a depressão. Ele se sentia desalentado, infeliz. Almejava comprar confiança e tranquilidade, mas elas não estavam à disposição no mercado de capitais. A pouco e pouco, foi abandonando a profissão. Já não era a pessoa conversadora nem bom dentista. Enveredou pelo caminho das drogas e se deixou envolver. As drogas lhe davam uma euforia que era sempre mais fugidia. Durava breves segundos e logo ele voltava a cair nos profundos abismos da depressão. Perdeu a casa, o iate, o respeito por si mesmo. Levantava-se a cada dia, contemplava a face da manhã e se perguntava: 
-Por que estou tão vazio por dentro? O que me falta? Pois não conquistei tudo que almejei: família, dinheiro, prestígio, poder? O que me falta? 
* * * 
À semelhança de Stan, muitos seguimos pelas veredas humanas sem objetivos verdadeiros. Idealizamos metas fictícias e as perseguimos para descobrir, ao conquistá-las, que elas não nos preenchem as necessidades íntimas. Tudo porque, em verdade, temos sede de Deus. Deus, o Amigo Perfeito, sempre disposto a nos ouvir as queixas e a nos apresentar soluções. Deus que, silencioso, fala em todas as expressões da natureza. Sempre indulgente, e refúgio seguro, tranquilizando-nos. Sempre se encontra suficientemente perto para tomar conhecimento das nossas necessidades, providenciando o apoio de que carecemos. Ninguém que dele não necessite. Ele preenche todos os vazios e estabelece roteiros seguros para as nossas vidas. Com Deus no coração e na mente agiremos com decisão feliz e desempenharemos as nossas tarefas com dinamismo elevado. Você sabia? Você sabia que Deus sempre nos abençoa, quer O busquemos ou não? Mas se, através do pensamento, sintonizarmos com suas dádivas, melhor assimilaremos a irradiação do Seu amor, aquecendo-nos as almas. Deus provê todas as nossas necessidades, mas não as assume, para não anular o nosso esforço e valor, o que então nos candidataria à inutilidade. 
Redação do Momento Espírita, com base no artigo Eles desafiaram a cocaína... e perderam, de autoria de Henry Hurt, publicado em Seleções Reader’s Digest, de setembro de 1988 e no cap. 3 do livro Filho de Deus, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL. Em 19.4.2018.
http://momento.com.br

quarta-feira, 18 de abril de 2018

DIAS DESAFIADORES

DIVALDO PEREIRA FRANCO
Os dias atuais são desafiadores e vêm gerando aturdimentos intensos em todos nós. Embora abracemos os valores nobres do Cristianismo, embora entendamos a proposta de Jesus como guia seguro e lúcido, ainda assim nos perdemos nos desvarios dos dias que se seguem. Não obstante o esforço por uma conduta reta e digna, ainda nos vemos perturbados e atônitos com a realidade que nos cerca. Mesmo tendo claro o desejo por uma vida pautada pelo respeito, pelo bem agir e pela justeza nas ações, ainda assim, não raro, nos perdemos nas loucuras que conquistam espaço. Vivemos dias onde os vícios ganham cidadania e interesses mesquinhos e vis dominam os mais variados grupos. A descrença na imortalidade da alma, o descaso pelos valores espirituais geram atitudes egoístas e imediatistas, atropelando qualquer possibilidade mais nobre de conduta. O ser humano passa a valer cada dia menos. Torna-se descartável nas relações sociais e emocionais, sem nenhum significado a não ser algum fim utilitarista imediato. A vulgaridade ganha as rodas sociais e o ambiente familiar. A erotização barata e leviana das músicas, danças e outras tantas formas de expressão humana, passa a ser vista com normalidade assustadora. O alucinante desejo de enriquecer, de possuir, de se destacar na sociedade, substitui as virtudes esquecidas da humildade, da pureza de coração.
 * * * 
Porém, jamais devemos esquecer que o condutor do planeta vela e tem planos nobres e superiores para todos nós. Por mais que o ser humano se perca no lodaçal do primarismo moral que ainda se permite, seu progresso se dará inevitavelmente. Somos todos filhos de Deus e, mesmo que momentaneamente perdidos e iludidos no abismo moral que vive hoje a sociedade, trazemos na nossa intimidade o gérmen divino. Assim, mesmo nas dificuldades naturais destes momentos transitórios, não abandonemos os caminhos da reestruturação moral. Ainda que os dias se mostrem alucinados, onde o erro e a loucura são confundidos com normalidade, permaneçamos no bem. Façamos esforços para não nos deixarmos levar no roldão da insensatez e leviandade atuais. Perseveremos no exercício da dignidade e do respeito. Não desanimemos, mantendo-nos fiéis ao compromisso com a própria consciência e com os valores morais que elegemos. A ação de cada um é muito importante no conjunto geral. Nestes dias onde as referências de bem agir parecem ter desmoronado, sejamos o modelo de esforço no bem agir. Logo mais, sem tardar, novo dia raiará para a Humanidade. Cansado dos caminhos de dor e loucura a que se permitiu, o homem retomará valores antes perdidos, a fim de buscar a paz que tanto anela e da qual tanto se distanciou. Portanto, confiemos e sigamos com Jesus. Ele proverá todas as nossas necessidades para que atravessemos em paz o mar bravio e tempestuoso que ora se faz em nosso planeta. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 22, do livro Ilumina-te, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Intervidas. Em 14.12.2013.

terça-feira, 17 de abril de 2018

HERÓI MAIOR

Ocorreu há algum tempo. Personalidade nacional famosa sofreu um acidente com seu filho de apenas seis anos de idade. Durante mais de dez horas ficaram aguardando socorro, em um quase pântano. O pai, bastante ferido, tranquilizou o filho dizendo-lhe que Papai do Céu iria dizer às pessoas onde eles haviam caído. Que ele não ficasse com medo. Logo estariam salvos. A fome e a sede se instalaram. A noite chegou. O medo do garoto aumentou. No cair da noite, ele afirmou que estava zangado com Papai do Céu. Afinal, ele não tinha contado para ninguém onde eles estavam. O socorro não havia chegado. Finalmente, ambos foram resgatados. O garoto, ileso. Nada além de bastante assustado. Nas entrevistas que se seguiram, o pai adjetivou o comportamento do menino de seis anos como o de um verdadeiro herói. Foi ele quem auxiliou o pai a mover o corpo, procurou água em meio à lama e até providenciou um galho para afastar eventuais urubus que viessem atacar seu pai. É que o sangue que jorrava do corte na sua testa poderia atraí-los. O menino, passado o perigo, voltou a pular e saltar. Na escola contou sua aventura. Lamentou não ter nenhum arranhão para referendar que o que estava narrando era verdadeiro. A nota mais importante, em todo o episódio, no entanto, ficou mesmo por conta do garoto vivo e peralta. Ao ser indagado por um jornalista a respeito de quem era o seu herói, desde que ele mesmo assim era considerado, esperou-se que ele apontasse o pai, por dois motivos. Pai é sempre herói para o filho. Nesse caso, acresce o fato dele ser famoso internacionalmente. Entretanto, sem titubear um momento sequer, ele exclamou: Meu herói é Papai do Céu! 
* * * 
Oxalá pudessem nossos filhos ter este conceito. E nós mesmos. Conceito que é afirmação de fé. Fé de quem sabe que é Deus que nos governa a vida, sustenta as horas e dispensa bênçãos. Deus Pai que nos ama e cujo amor se manifesta no hálito à vida. Vida que permite a uma débil raiz a força para fender a rocha ou extrair do interior da terra o perfume da flor. O sabor do fruto. Deus Pai que nos criou Espíritos, fadados à perfeição. Que estabeleceu o processo da reencarnação, a fim de que, através de inúmeras etapas, realizemos experiências evolutivas, desdobrando os germes que dormem em nosso íntimo, até se agigantarem na glória do bem. Em qualquer circunstância, pois, não nos esqueçamos do amor de Deus, que se estende sobre todos nós. Você sabia? Você sabia que o amor de Deus é o programador perfeito para a exuberância infinita das galáxias? Que é o Seu amor que dá equilíbrio ao cosmo, com tal precisão que extasia a mente humana, que apenas começa a compreender as leis de sustentação e de ordem vigentes em toda parte? 
Redação do Momento Espírita, com base em artigo da Revista Isto é, nº 1459 e no cap. 25, do livro Filho de Deus, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL. Em 17.4.2018.

segunda-feira, 16 de abril de 2018

A CARNE É FRACA

SAMUEL HAHNEMANN
Quando alguém procura uma desculpa para justificar suas fraquezas, é comum ouvirmos a afirmativa de que a carne é fraca. A culpa, portanto, é da carne, ou seja, do corpo físico. Esse é um assunto que merece mais profundas reflexões. Hahnemann, criador da medicina homeopática, fez a seguinte afirmativa: 
-O corpo não dá cólera àquele que não a tem, do mesmo modo que não dá os outros vícios.Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao espírito. A não ser assim, onde estariam o mérito e a responsabilidade? 
Sábia consideração essa, pois encerra grandes verdades. Culpar o corpo pelas nossas fraquezas equivaleria a culpar a roupa que estamos usando por um acesso de cólera. Quando a boca de um guloso se enche de saliva diante de um prato apetitoso, não é a comida que excita o órgão do paladar, pois sequer está em contato com ele. É o Espírito, cuja sensibilidade é despertada, que atua sobre aquele órgão através do pensamento. Se uma pessoa sensível facilmente verte lágrimas, não é a abundância das lágrimas que dá a sensibilidade ao Espírito, mas precisamente a sensibilidade desse que provoca a secreção abundante das lágrimas. Assim, um homem é músico não porque seu corpo seja propenso à musicalidade, mas porque seu Espírito é musicista. Como podemos perceber, a ação do Espírito sobre o corpo físico é tão evidente que uma violenta comoção moral pode provocar desordens orgânicas. Quando sofremos um susto, por exemplo, logo em seguida vem a sudorese, o tremor, a diarreia. Outras vezes, um acesso de ira pode provocar dor de cabeça, taquicardia, e até mesmo deixar manchas roxas pelo corpo. Quanto às disposições para a preguiça, a sensualidade, a violência, a corrupção, igualmente não podem ser lançadas à conta da carne, pois são tendências radicadas no Espírito imortal. Se assim não fosse, seria fácil, pois não teríamos nenhuma responsabilidade pelos nossos atos, desde que, uma vez enterrado o corpo, com ele sumiriam todas as fragilidades e os equívocos cometidos. Toda responsabilidade moral dos atos da vida física competem ao Espírito imortal. Nem poderia ser diferente. Assim, quanto mais esclarecido for o Espírito, menos desculpável se tornam as suas faltas, uma vez que, com a inteligência e o senso moral, nascem as noções do bem e do mal, do justo e do injusto. 
* * * 
Todos nós, sem exceção, possuímos na intimidade a centelha divina, a força capaz de conter os impulsos negativos e fazer vibrar as emoções nobres que o Criador depositou em nós. Fazendo pequenos esforços conquistaremos a verdadeira liberdade, a supremacia do Espírito sobre o corpo. E só então entenderemos porque Jesus afirmou: Vós sois deuses, podereis fazer o que eu faço, e muito mais. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. VII do livro O céu e o inferno, de Allan Kardec, ed. FEB e no livro Hahnemann, o apóstolo da medicina espiritual, de Hermínio C. Miranda, ed. CELD. Disponível no CD Momento Espírita, v. 3, ed. FEP. Em 16.4.2018.

domingo, 15 de abril de 2018

CUIDANDO DO CORPO

Deepak Chopra
Deepak Chopra é médico formado na Índia, com especialização em Endocrinologia nos Estados Unidos, onde está radicado desde a década de setenta. Filósofo de reputação internacional, já escreveu mais de três dezenas de livros, sendo um dos mais respeitados pensadores da atualidade. A respeito do ser humano saudável, ele escreveu: Somos as únicas criaturas na face da Terra capazes de mudar nossa biologia pelo que pensamos e sentimos! Nossas células estão constantemente bisbilhotando nossos pensamentos e sendo modificadas por eles. Um surto de depressão pode arrasar nosso sistema imunológico. Apaixonar-se, ao contrário, pode fortificá-lo tremendamente. A alegria e a realização nos mantêm saudáveis e prolongam a vida. A recordação de uma situação estressante, que não passa de um fio de pensamento, libera o mesmo fluxo de hormônios destrutivos que o estresse. Nossas células estão constantemente processando as experiências e metabolizando-as, de acordo com nossos pontos de vista pessoais. Quando nos deprimimos por causa da perda de um emprego, projetamos tristeza por toda parte no corpo. A produção de neurotransmissores, por parte do cérebro, se reduz. Baixa o nível de hormônios. O ciclo de sono é interrompido. As plaquetas sanguíneas ficam mais viscosas e mais propensas a formar grumos. Os receptores neuropeptídicos, na superfície externa das células da pele, se tornam distorcidos. E, até nossas lágrimas passam a conter traços químicos diferentes das lágrimas de alegria. Contudo, nosso perfil bioquímico é alterado, quando nos encontramos em nova posição. A ansiedade por causa de um exame acaba passando, assim como a depressão por causa de um emprego perdido. Assim, se desejamos saber como está nosso corpo hoje, basta que nos recordemos do que pensamos ontem. Se desejamos saber como estará nosso corpo amanhã, será suficiente que examinemos nossos pensamentos hoje. Abrir nosso coração para a alegria, às coisas positivas é medida salutar. Se desejamos gozar de saúde física, principiemos a mudar nossa maneira de pensar. Não foi por outro motivo que o Celeste Médico das nossas almas, conhecedor profundo de todas as leis que regem nosso planeta, foi pródigo em exortações como: 
Não vos inquieteis, dizendo: "Que comeremos" ou "Que beberemos", ou "Que vestiremos"? 
Pois estas coisas os gentios buscam. De fato, vosso Pai Celestial sabe que necessitais de todas estas coisas. Portanto, não vos inquieteis com o amanhã, pois o amanhã se inquietará consigo mesmo! Basta a cada dia o seu mal. Com isso, recomendava que não nos deixássemos abraçar pela ansiedade. E mais: Andai como filhos da luz. Ora, os filhos da luz iluminam, vibram positivamente, porque luz tem a ver com tudo de bom. Pensemos nisso e cultivemos saúde física. Afinal, necessitamos de um corpo saudável para bem atender os compromissos que nos cabem. Que se diria de quem não cuidasse de seu instrumento de trabalho? 
Redação do Momento Espírita, com dizeres do texto Mutantes, de Deepak Chopra e dos versículos 31, 32 e 34 do cap. 6 do Evangelho de Mateus. Em 19.03.2012.

sábado, 14 de abril de 2018

PROTEÇÃO AO LAR

É uma casa com tijolos à vista, esparramada sobre um grande terreno num bairro tranquilo da cidade. Apresenta cuidado primoroso em todos os detalhes, desde o telhado germânico em tom ocre escurecido, as janelas com jardineiras floridas, até o imenso jardim que a circunda por completo, verdejando e embelezando o espaço amplo ocupado na via urbana. Algo curioso, porém, chama a atenção. Parece destoar de toda aquela paisagem: nas colunas principais, onde se apoiam os grandes portões de ferro que dão acesso à moradia, estão duas figuras horrendas. São criaturas com cabeça de leão, dentes em posição de ataque e corpo alado, sentados sobre a pilastra do muro imponente. São dois gárgulas. Que fazem ali? A figura dos gárgulas remonta à era medieval. Podemos ainda encontrá-los no alto de algumas catedrais e construções antigas, em formatos distintos. Nas construções da Idade Média, tinham a função primordial de escoar a água dos telhados para fora dos prédios, não deixando que escorressem pelas paredes. Também tinham uma segunda utilidade: eram tidos como monstros de eterna vigilância sobre as catedrais góticas e barrocas. O intuito era sinalizar perigo para quem se aproximasse da igreja com a consciência suja. Esses ícones também eram tidos como protetores dos sacerdotes e crentes contra os seres malignos que quisessem adentrar a igreja. Dessa forma, podemos entender a razão dos dois gárgulas postados em frente à bela casa. Estariam ali como proteção para aquele lar. Isso nos conduz a uma importante reflexão: como estamos cuidando da segurança, da proteção espiritual de nossos lares? Se na Idade Média, se pretendia que os gárgulas tivessem o poder de proteger os locais onde se encontravam, o que podemos fazer para evitar que as influências espirituais negativas alcancem nossos cômodos íntimos e, consequentemente, nossos lares? São vários os recursos de que dispomos. Primeiro: fraternidade e respeito entre os familiares. Num lar onde predominam atitudes e sentimentos nobres, dificilmente haverá brecha para qualquer influenciação perniciosa. Fazer o bem sempre nos proporcionará escudo poderoso. Segundo: união. Uma família que se mantém unida, que se entende e que pensa no bem de todos evita muitos males. Quando houver discórdia, que sempre possamos ser a palavra do entendimento, do bom senso, da reconciliação. Isso tornará ineficazes as más influências. Terceiro: oração. Mesmo que todos não partilhem da mesma crença para orarem em família, juntos, importante que os pensamentos sejam elevados através de alguma forma de oração. Mesmo que seja realizada apenas por um dos seus membros, a prece feita com o coração cria uma espécie de redoma protetora para o lar. O contato com a Espiritualidade superior através desse instrumento será sempre valioso. Pensemos nisso. Em tempos de tanta preocupação com segurança, de casas com grades, alarmes, vigilantes, pensemos também na proteção invisível, nos pensamentos e atos que afastam toda e qualquer má influência. 
Redação do Momento Espírita. Em 13.4.2018.

sexta-feira, 13 de abril de 2018

UM GESTO TÃO SIMPLES

Glen Oliver
Quem poderia imaginar que um gesto tão simples pudesse determinar o destino de uma vida? Normalmente, o noticiário nos fala de heróis que, com risco da sua própria vida, se jogaram nas águas da inundação para salvar alguém prestes a se afogar ou ser levado de roldão, pela enxurrada bravia. Ou dos heróis que se lançaram em meio às chamas, resgatando uma vítima prestes a morrer sufocada pela fumaça ou consumida pelo fogo. São fatos que nos emocionam e nos fazem meditar a respeito do desprendimento dessas criaturas, da sua coragem. E do efeito benéfico para quem foi salvo. No entanto, um canadense, sem sequer pensar nas consequências positivas do seu gesto, salvou a vida de um desconhecido, alguém que jamais viu. Esse cidadão, que se considera muito rico e feliz por ter casado com o amor da sua vida e ter quatro filhos maravilhosos, adotou, há bastante tempo, o lema de fazer o dia de outra pessoa feliz. Assim, duas vezes na semana, quando compra o seu café em um drive-thru local, ele deixa pago um café e um bolinho para a pessoa seguinte na fila. Sua única exigência ao caixa é que diga à pessoa premiada que ela tenha um bom dia. O jornal Durham Region, de Ontário, no Canadá, certo dia, recebeu uma carta anônima, na qual o remetente contava que alguém havia pago o seu café e lhe desejado um bom dia através do caixa. Dizia o autor da carta que a sua vida estava tão ruim que ele decidira não viver mais. Definira acabar com a sua existência naquele mês. Mas escrevia: 
-Eu me perguntei por que alguém compraria café para um estranho sem motivo algum. Por que eu? Por que hoje? 
Se eu fosse religioso, tomaria isso como um sinal. Esse ato aleatório de bondade foi dirigido a mim naquele dia com um propósito. Surpreso com o gesto, ele se sentiu inspirado e decidiu ajudar a algum estranho. Naquele dia, auxiliou sua vizinha descarregando as compras do carro, levando-as, de forma segura, para dentro da casa dela. Um verdadeiro contágio do bem. Finalmente, o anônimo encerrava com um agradecimento: 
-Cara gentil da caminhonete: obrigado do fundo do meu coração. Saiba que o seu gesto de bondade salvou uma vida. Esse dia foi um dos meus melhores. 
O jornal não somente publicou a carta, como uma demonstração de algo muito positivo, quanto pesquisou até chegar no beneficiário: Glen Oliver. Ao ser entrevistado pelo Buzzfeed Canadá, Oliver disse que chorou ao saber da consequência de algo que ele faz, por gratidão à vida, há tanto tempo. Quem poderia imaginar que algo tão simples pudesse dar tal reviravolta em uma vida prestes a se acabar? 
* * * 
O fato nos leva a pensar quantas vezes já iluminamos a vida de alguém, tornamos o seu dia mais feliz com um sorriso, um cumprimento, um agradecimento. Quantas vezes ao manifestarmos nossa gratidão ao atendente do comércio não lhe teremos amenizado as horas do trabalho exaustivo. Pensemos nisso. E se a consciência nos disser que não costumamos sorrir, nem agradecer, nem dar uma flor a alguém por coisa nenhuma, que tal começarmos agora? 
Redação do Momento Espírita, com base em fato noticiado no site www.sonoticiaboa.com.br de 8.2.2018. Em 12.4.2018.

quinta-feira, 12 de abril de 2018

AMOR À TODA PROVA

Quando os filhos nascem são amados, de forma incondicional, pelas mães. Contudo, à medida que o tempo passa, que os dias se somam e as tribulações, as canseiras vão sendo adicionadas, parece que tudo se transforma em rotina. Até o amor. No entanto, basta qualquer coisa acontecer com o filho e eis o amor, de forma incondicional, se apresentando. É um sentimento intenso, gratificante, capaz de coisas inacreditáveis. Mães que atravessam anos à cabeceira do filho doente, que movem céus e terra para os ver, de novo, sadios. Nada é demasiado para aquele ser amado. Recordamos de uma mãe, ainda jovem, com a filha nos braços. A menina era portadora de síndrome incomum e os meses se arrastavam, penosos, com peregrinação materna na ala especializada do hospital. Naquele dia, com a pequena nos braços, Luciana estava ali, outra vez. E aguardava pacientemente, aconchegando ao peito seu tesouro. Chamou-lhe a atenção um senhor, ao seu lado, que de tudo reclamava. De tudo mesmo. Era um resmungo atrás do outro. Em certo momento, ele desabafou: A única alegria que tenho é minha filha. Ela é minha razão de viver. Se não fosse por ela, eu já teria desistido. Então, a mãe corajosa o olhou profundamente e lhe disse: Pois, então, senhor, quando estiver se sentindo mal e tiver vontade de reclamar, de achar que a vida o está castigando, agradeça a Deus por não ser sua filha a sofrer tudo isso. Digo isso porque eu daria tudo para estar no lugar da minha filha. O senhor se calou, assustado. Lágrimas lhe vieram aos olhos ao ver aquela mãe tão sofrida. * * * E é assim em todo lugar. A coragem materna se manifestando. Por vezes, até, um coração materno ao outro socorre. Foi o que aconteceu em outra ala hospitalar. Na recepção, estava a mulher. Magra, lenço à cabeça. Portadora de leucemia, muito jovem, duas filhas pequenas. Havia um certo desencanto no olhar. Esse olhar de quem sabe que tem o passaporte da vida vistado para o Além. Ela fora submetida a um transplante de medula e não resultara exitoso. A leucemia, implacável, lhe determinava pouco tempo de vida física. Ali, ao seu lado, estava Luciana, com a filha nos braços, pequena, magra, doentinha. Trocaram confidências as duas mães. Luciana buscava dizer à outra que continuasse a lutar, que não desistisse. Era possível que o quadro revertesse. Então, a jovem desenganada, com o mais doce dos sorrisos, olhando emocionada para Luciana, disse: Apesar de tudo que sofri e tenho passado, apesar de talvez eu não poder ver minhas filhas crescerem, digo que, de forma alguma, desejaria estar em seu lugar. * * * Ouvindo esses depoimentos, pais e mães, agradeçamos a Deus os filhos sadios que nos exigem tanto; os filhos enfermos que dilaceram nossos corações com suas dores. E quando o dia for de cansaço e rotina, superemos. E fiquemos ao lado dos nossos filhos, intensamente, por quinze, vinte ou trinta minutos. Isso porque é maravilhoso ter um filho para amar! 
Redação do Momento Espírita, com base em fatos da vida de Luciana Costa Macedo. Disponível no CD Momento Espírita, v. 27, ed. FEP. Em 30.3.2015.

quarta-feira, 11 de abril de 2018

DIAS DE PRESSA

Você já teve a impressão de que os dias se passam cada vez mais céleres? Já passou pela sensação de Natais cada vez mais próximos uns dos outros, ou de semanas que passam tão corridas, que nem notamos os dias que escoam? Esses são dias de pressa, de correria, de intensidade. São dias onde as necessidades, deveres e compromissos se avolumam, e dias, noites, semanas são ocupados intensamente, e já não vemos o tempo passar. Já não mais nos debruçamos na janela da vida, para ver a vida passar. Não há tempo, com tão pouco tempo, para ver a vida. Só nos sobra tempo para vivê-la. Com a mente constantemente ocupada, o pensamento está sempre no próximo compromisso, no dever seguinte, no compromisso que se aproxima. Passa-se a viver o tempo dos nossos compromissos, o tempo da agenda cheia de datas, o tempo de fora. E o nosso tempo de dentro? O tempo de nossos sentimentos, do nosso corpo, das necessidades internas, será ele o mesmo tempo de fora? Ao nos atrelarmos a tanto e a tudo, os olhos, mente e preocupações ficam com as coisas de fora e esquecemos das coisas de dentro. O tempo que nos impusemos para viver, não é o tempo do nosso organismo e de nossas emoções. Quantas vezes as refeições são engolidas ao atropelo, quando não esquecidas, prejudicando o aparelho digestivo? E a mente exigida intensamente, o controle emocional sob pressão constante, os sentimentos sempre em desafio não encontram espaço para serem cuidados. Vivemos como se tivéssemos somente um mundo externo a cuidar, sem preocupações com o corpo, descomprometidos com a alma. Como resultado, doenças que se instalam precoces, níveis de stress ou fobias se instalando em nós, sinalizando que algo está errado. É verdade que a vida é feita de desafios, e que devemos cumprir nossas obrigações profissionais, buscar melhorar nossa condição de vida, dar conta dos compromissos assumidos. Mas nada disso nos impede de vivermos como alguém que não esqueceu que tem alma, e que o corpo é somente veículo de que essa se utiliza, buscando aprendizado. Desta forma, não se deixe envolver tão intensamente pelas coisas do mundo, já que ele é passageiro, e de eterno, somente sua alma. Coloque na sua agenda também o seu tempo de oração, os momentos de meditação, as horas de reflexão tão necessárias para a vida de dentro. Dê a si mesmo a oportunidade de almoçar com o prazer de sentir o gosto da comida, de desfrutar da companhia de quem compartilha a mesa, de respeitar o tempo de dentro. Mesmo que a vida nos exija muito, e o tempo fique exíguo, as coisas de dentro terão sempre tanta importância quanto as coisas de fora. Pensemos nisso. 
Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 16, ed. Fep. 
Em 22.11.2010.

terça-feira, 10 de abril de 2018

SOMOS TODOS IRMÃOS

Em tempos de tantas lutas por igualdade, por inclusão social; em tempos que quase tudo é levado à conta de discriminação sexual, social, racial, é bom recordar Albert Schweitzer. Esse pianista, cirurgião, um trabalhador do bem, nos deixou, com suas letras e com seu exemplo, lições extraordinárias. Na África, onde foi servir aos seus irmãos, ele foi carpinteiro, construtor, capataz da turma de pá e picareta. Construiu um hospital, em grande parte, com as próprias mãos. Alegremente, o reconstruiu quando, após longa ausência, o encontrou tomado pela selva. O escritor, o pianista, levantava cercas, pintava de cal as paredes, gastava dias numa canoa, de aldeia em aldeia, para obter folhas de palmeira para cobrir casas. Arrastando grandes toras, certa feita, chamou um nativo vestido de branco para ajudá-lo. Recebeu como resposta: 
-Eu sou intelectual. Não arrasto madeira pelo mato. 
Sem se perturbar, retrucou Schweitzer: 
-Você é um felizardo. Eu também quis ser um intelectual, mas não tive jeito. 
E era assim. Os próprios negros, que ele alimentava e tratava, se estendiam à sombra das árvores, descansando, numa indiferença de enlouquecer. E à pergunta 
-Como gostamos deles, apesar dos aborrecimentos que nos dão? 
Dizia que era preciso ter amor e paciência bastante para compreendê-los. Ele se identificava com cada paciente, sofria com seu sofrimento, atormentava-se com suas ansiedades. Um deles, depois de submetido a uma cirurgia, recuperando a consciência, olhou com espanto ao redor e exclamou, repetidas vezes: 
-Não sinto mais dor! Não sinto mais dor! 
Sua mão procurou a do benfeitor e a segurou, com força. Então, pacientemente, Schweitzer se deixou ficar ali, tendo entre as suas as negras mãos agradecidas. Aproveitou a oportunidade e começou a dizer a ele e a todos os demais que estavam no mesmo dormitório escassamente iluminado: 
-Foi o Senhor Jesus quem me mandou para cá, e a minha mulher, que é minha auxiliar. E quem dá o dinheiro para que possamos ficar aqui, tratando todos os doentes, é gente branca da Europa. 
Os nativos ficaram espantados e o crivaram de perguntas. Desejavam saber mais sobre essa tal gente branca. Onde vivia, o que fazia e como sabia que os nativos sofriam tantas doenças e precisavam de tratamento. O sol africano brilhou, inclemente, lá fora e penetrou na escura barraca, onde todos se encontravam. Ali estavam sentados, lado a lado, brancos e negros. Uns desejavam saber, outro explicava, informava, esclarecia, como um pai amoroso ensinando aos filhos coisas básicas, corriqueiras. Algo especial parecia a todos envolver. Uma atmosfera de amizade, de compaixão, de compreensão. Naquele momento, naquele ambiente, todas aquelas almas sentiram, por experiência própria, o alto significado das palavras: 
Somos todos irmãos. 
* * *
Somos todos irmãos! Irmãos porque descendentes de um único Pai Criador, amoroso e bom. Irmãos porque vivemos no mesmo único lar que nos abriga: o planeta Terra. Irmãos, independente da cor da pele, da crença religiosa, do partido político, do status social, da nação onde vivamos. Oxalá em breve todos nos conscientizemos firmemente dessa grande verdade: somos todos irmãos. E vivamos dessa forma. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 1, do livro O profeta das selvas, de Hermann Hagedorn, ed. Fundação Alvorada. Em 10.4.2018.

segunda-feira, 9 de abril de 2018

VÓS SOIS DEUSES

Vós sois deuses, lembrou-nos o Mestre de Nazaré, referindo-se à nossa condição de seres imortais. Podeis fazer tudo que faço e muito mais, acrescentou ainda. Recordamos-lhe a vida e O vemos andando pelas estradas, atendendo o povo, sem cansaço. O povo, a Sua paixão. Onde se manifestasse a dor, ei-lO a espalhar o consolo. Ele adentra Naim e deparando-se com um cortejo fúnebre que levava ao sepulcro um corpo jovem, compadece-se da mãe em prantos. Estanca o passo dos homens e ordena ao moço, que estava morto, que se erga, devolvendo-o à mãe, agora em júbilo. Ele convive com a má-vontade e a ignorância dos homens. Ouve as perguntas, tolas por vezes, que lhe são dirigidas e as responde, elucidando. Vai à casa dos apontados como corruptos, serve-se do momento para ensinar o bem, sem macular-se. Ergue a mulher equivocada de Magdala, convidando-a à reformulação íntima. Recebe-lhe as demonstrações de carinho e ternura, mas insiste no convite à mudança de atitude. Imparcial, sempre. Sereno, também. Devolve a vista ao cego de nascença e lhe recomenda nada dizer a ninguém. Como se pudesse o beneficiado deter a cascata de alegrias de que se revestiu. Liberta o homem de Gadara de legião, os Espíritos que o atormentavam. Aponta diretrizes renovadas à samaritana, no poço de Jacó e lhe possibilita o crescimento espiritual. Da virtude que emana de Seu Espírito oferta a cura ao problema hemorrágico da mulher das distantes terras de Cesareia de Felipe. Entra, triunfante, em Jerusalém, sem, no entanto, prender-se às efêmeras manifestações de júbilo com que o recebe o povo. Podeis fazer muito mais... 
* * * 
Obediente à afirmação do Cristo, Albert Schweitzer embrenhou-se no coração da África equatorial francesa e se dedicou aos seus irmãos negros. Construiu seu hospital do nada, praticamente com as próprias mãos. Tudo para atender os pacientes africanos atacados de todas as doenças, desde lepra até elefantíase. Foi-lhes médico, pastor, professor. Suportou-lhes a ignorância que os fazia comer os unguentos receitados para enfermidades da pele. Ou beber de uma vez o vidro de medicamento destinado a durar semanas. Ou quando tentavam envenenar outros internados. Quando o silêncio descia sobre o resto do acampamento, ele trabalhava até meia-noite ou mais tarde ainda, escrevendo ou respondendo cartas. Quando partiu para a África, Schweitzer pensou que estava abandonando para sempre as coisas que lhe eram mais caras: a arte e o ensino. Mas sempre teve um piano consigo e assim pôde manter em dia sua música. Suas gravações de Bach em órgão obtiveram grande êxito. Cada vez que voltava à civilização, fazia uma longa série de conferências, tendo sido homenageado por inúmeras universidades. Além disso, trabalhando à noite, manteve uma produção literária constante. Os homens lhe reconheceram a grandeza. Ele recebeu o Prêmio Nobel da Paz, em 1952. Vós sois deuses... Podeis fazer muito mais... Schweitzer fez. Que podemos nós realizar? Pensemos nisso. 
Redação do Momento Espírita, com transcrição do Evangelho de João, cap. 10, versículo 34 e cap. 14, versículo 12. Em 9.4.2018.

domingo, 8 de abril de 2018

DIAS DE OPORTUNIDADES

Diz-se que a vida é construída nos sonhos e concretizada no amor. Sabe-se que um pequeno grão de alegria e esperança no coração tudo pode transformar. Comenta-se que cada dia que nasce é como uma página em branco, para registrarmos mais um capítulo de nossas vidas. Tudo na vida muda de aspecto quando encarado com otimismo. Deus nos permite, enquanto na Terra, dias de sol e outros de chuva. Dias de alegria e descontração para nos revigorarmos, e dias de dores e lágrimas, para ponderarmos. Permite-nos acendermos as nossas luzes interiores, mesmo frente às borrascas morais. Conforta-nos quando estamos tristes iluminando sempre nossos caminhos. Porém, é nossa escolha pensar positivo, ou mergulhar nas lamúrias. Proferir palavras de ânimo e esperança, ou falar de maneira a abrir feridas na alma de quem nos ouve. Hoje é oportunidade de melhorarmos nossa maneira de sentir, pensar e falar, buscando felicidade. De deixar a solidão de lado, buscando nos aproximar de quem precisa de atenção especial. Fazer um agrado, dar um bom dia, sorrir com simpatia. Hoje é dia de vencermos a nós mesmos, buscando alegria na prática do amor e da caridade. Começamos fazendo um pouco e logo realizaremos o muito. 
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Quando a tristeza invadir nosso coração, levantemos os olhos para o infinito e teremos o espetáculo do sol ou da chuva a nos estimular. Ouçamos o canto da passarada que, desde os primeiros cicios da manhã, desperta, e louva a Deus com seus gorjeios. Contemplemos o orvalho que beija as flores, segredando-lhes notícias do dia que se espreguiça, tentando despertar. Mesmo que o nosso coração esteja enlutado pela ausência de um amor, pela partida de um ser querido, pelo ultraje sofrido, a natureza nos diz que é tempo de abandonarmos os crepes. O sol é mensageiro de vida, com seus raios de luz, dizendo às trevas que é hora de seu recolhimento. A chuva generosa penetra a terra e podemos ouvi-la ser sorvida, com sofreguidão. Cada dia é uma mensagem de renascimento. Cada dia se esmera em ser diferente do anterior, porque Deus é, de tal forma, insuperável, que não se repete. Por isso Ele não reprisa as cores da madrugada, nem envia as mesmas gotas de chuva para abrandar a sede das matas. Tudo é novo, a cada dia. Absorvamos, pois, essa mensagem de revigoramento e vivamos. Se a dor nos atingiu, haverá de passar. Ou, ao menos, amenizar, no transcorrer das horas. Não permitamos que ela nos abrace e não mais nos deixe. É tempo de viver, de conquistar virtudes, de aprender algo mais, de usufruir das amizades que se nos oferecem, generosas. Se não nos sentirmos bem conosco mesmos, busquemos quem nos possa oferecer o apoio, a palavra, a sugestão para sairmos dessa condição. Não nos permitamos perder a chance de viver mais um dia de oportunidades, sobre este bendito planeta azul. Planeta que o amor de Jesus, sob o comando da Divindade, preparou nos mínimos detalhes para todas as Suas ovelhas. Para nós, as ovelhas do Seu rebanho. Guardemos a certeza de que nem sempre temos o que desejamos, mas com certeza, temos tudo o de que precisamos. 
Redação do Momento Espírita. Em 12.12.2016.

sábado, 7 de abril de 2018

DIAS DE EXAGERO

É comum analisarmos a sociedade, a vida em família e a educação dos filhos fazendo comparações com tempos passados. Nas conversas entre amigos, nos encontros familiares, surgem comentários sobre como era a vida antigamente, contrapondo-a com os dias de hoje. E é recorrente a conclusão de que os dias atuais estão mais difíceis, desafiadores e complicados. Fala-se que hoje sabemos muito e sabemos de tudo, que nada é proibido e que podemos tudo fazer. Antes, as convenções sociais, as regras mais rígidas de relacionamentos não nos permitiam agir tão livremente. As limitações das distâncias, agora vencidas pela tecnologia, faziam com que os contatos e conhecimentos fossem raros. Porém, o painel de nossa sociedade em muito mudou. As conquistas pela liberdade de expressão, os inúmeros meios de que dispomos para expor nossas ideias e valores, fazem de nosso cotidiano uma verdadeira enxurrada de informações e imagens. Por isso, vivemos dias de exagero. Os comportamentos extremos, a busca pelas últimas consequências, o anseio de atingir os limites de tudo, parece ser o ideal abraçado por muitos. Se antes um tabu moralista refreava o tratamento natural quanto às questões do sexo, na atualidade muitos o buscam à exaustão, tornando-o uma mercadoria a se comercializar para interesses imediatos. Se há algumas décadas o corpo era obrigado a estar escondido sob a roupa, pela ditadura puritana da moda, nos dias em que vivemos, percebe-se um culto exacerbado na busca da forma perfeita. Não são poucos os que se permitem expor, de forma ridícula e exagerada, em comportamentos esdrúxulos e sem significado mais profundo. Se a educação dos filhos, até há algum tempo, era rígida e cerceadora, hoje, parece que alguns pais e educadores se esqueceram de que limites e frustrações também fazem parte do processo educacional. E, ao permitirem uma liberdade de ação irrestrita, criam filhos sem limites, com a ilusão de que tudo podem, posto que o mundo está para lhes servir. Esses dias de exagero e de extremos nos convidam à reflexão e meditação, em torno dos valores que queremos para nós e para a sociedade. Portanto, se somos livres para agir e pensar, devemos selecionar o que nos seja saudável, o que nos convenha e nos traga felicidade. Já não mais as proibições de antes. Agora, o bom senso, a reflexão. Já não mais as castrações e falsos moralismos. Agora, as decisões lúcidas e o bem agir por opção. Dessa forma, não nos percamos na falsa liberdade de ação. Que liberdade é essa que nos gera frustrações, ansiedade, medo e loucura? Livres seremos quando estivermos agindo na construção da nossa felicidade, com a consciência tranquila e paz de espírito. E não há cartilha melhor a seguir do que o Evangelho do Cristo, nos fornecendo roteiro e luz para esses dias desafiadores. Rememorando as excelentes mensagens do Evangelho, constataremos que de todos os ensinos do Senhor Jesus destilam sempre otimismo, alegria e esperança. 
Redação do Momento Espírita, com pensamento final do item Evangelho, do livro Repositório de sabedoria, v. 1, pelo Espírito Joanna de Ângelis, ed. LEAL. Em 22.2.2014.