DIVALDO PEREIRA FRANCO E JOANA DE ÂNGELIS |
Quem de nós não desejaria que a existência transcorresse à semelhança de um rio calmo, onde a barca de nossa vida singrasse por águas tranquilas e serenas?
Todos temos o desejo de que, na vida, os embates não surjam, as dificuldades não se apresentem, e as dores não ocupem espaço em nosso caminhar.
Contudo, viver é muito mais do que atender ao escoar dos dias, ou esperar a velhice chegar e a morte encerrar a vida do corpo físico.
Temos o desafio, a cada vez que nascemos, a cada vez que nos vestimos de carne, de que novos aprendizados se façam.
Esse é o propósito da Divindade para conosco: que o corpo físico seja a possibilidade de progresso para a alma.
Assim, naturalmente haverá dias mais amargos em nossa jornada.
Ocorrerão fases em que o peso sobre nossos ombros se avolumará, e os problemas se apresentarão mais complexos.
Passaremos por dias tumultuosos, em que seremos testados em nossos valores, nossa perseverança, nossa fé.
Surgirão situações de grande monta, exigindo que desenvolvamos capacidades morais de que não dispúnhamos ou nem imaginávamos dispor.
Haverá situações nas quais a prova se mostrará mais rude, em que enfrentaremos nossos limites morais, em que bordejaremos o extremo de nossa capacidade.
Nada disso acontecerá, no entanto, sem a plena anuência da Divindade. Nenhuma sem o pleno conhecimento da Providência Divina.
Deus tem total ciência de tudo que nos sucede.
Nada que nos ocorra é inútil ou destituído de alguma razão, mesmo que de momento não consigamos entender o propósito.
Contrariando o adágio popular, podemos dizer que Deus escreve certo por linhas retas.
Nós é que somos, algumas vezes, os míopes que não conseguimos ver o amor e sabedoria de Seus desígnios.
Assim, se os dias se mostram desafiadores, ali está a bondade de Deus nos oferecendo o aprendizado.
Para alguns, o desafio é lidar com o retorno do ser amado à pátria espiritual, deixando o rastro das saudades e uma imensa ausência.
Para outros, é a dor, a doença, as deformidades, as limitações físicas que chegam inesperadamente, provocando desequilíbrio em seus dias.
Para muitos, é a família a se desarticular, pela inconstância de uns, despautério de outros, desestruturando relações de alegria e fraternidade.
* * *
Assim é nossa jornada. Feita de desafios e lições.
Quando essas nos chegam, na forma da dor ou da saudade, da doença ou de alguma carência qualquer, é sempre o convite para aprender.
Vistamo-nos de coragem e fé. Enfrentemos o que nos chegue com a serenidade daqueles que entendem os desafios como necessários ao crescimento moral.
E não nos esqueçamos de que teremos sempre Jesus, o bom Pastor, a nos amparar a todos, cansados e aflitos, em Seu regaço amoroso.
* * *
Os desafios existenciais fazem parte da vida. Sem eles, o homem seria destruído pela paralisia da vontade, dos membros, das aspirações, que se transformariam em doentia aceitação dos níveis inferiores do estágio da evolução.
Enriquecer-se com a luz do discernimento elevado é a finalidade essencial da vida.
Redação do Momento Espírita, com pensamentos
finais do cap. 11, do livro Vida:desafios e soluções,
pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de
Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 30, ed. FEP.
Em 6.9.2016.
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