RAUL TEIXEIRA |
Vamos cultivar a alegria?
Não será pelo fato de viver num mundo marcado por provações imensas que cortaremos relações com a alegria.
Não será porque passamos por situações difíceis, que nos dão ensejo de restabelecer nosso equilíbrio perante as Leis Supremas da vida, que cultivaremos a tristeza ou o negativismo.
Cada vez que procuramos justificar nossas atitudes infelizes, nossos comportamentos enfermiços, negativos, lamentáveis, alegando que vivemos num mundo inferior, jogando a culpa no meio que nos rodeia, estaremos culpando as Leis de Deus pelas desarmonias que nós insistimos em manter à nossa volta, sem coragem de fazer com que melhorem.
Se observarmos com atenção, veremos que ao lado da nossa dificuldade, Deus sempre nos apresenta caminhos de soluções e apoios, e entenderemos que temos motivos de sobra para cultivar as sementes da alegria que o Criador depositou em todos nós.
Se porventura nos chocamos com cenas patéticas ou com palavras ásperas que alguém nos dirige, meditemos que, muito antes de chorar e sofrer por causa da decepção, temos bons olhos e ouvidos que nos dão a honra de poder ver e ouvir tudo o que se passa à nossa volta.
Se a enfermidade nos prende ao leito por algum tempo, impedindo que façamos o que gostaríamos de fazer, alegremo-nos porque, apesar de momentaneamente impedidos, podemos pensar e encontrar na nossa lucidez a chance de planejar o futuro, elaborando novos recursos, novos rumos na busca da cura verdadeira.
Se vivemos a tortura de filhos ingratos ou irresponsáveis, ou de afetos presos a vícios perturbadores, meditemos na oportunidade que Deus nos concedeu de amá-los, de socorrê-los até os limites das nossas forças, liberando-nos de sérios compromissos fixados no passado.
Pensemos, ainda, que essas almas são nossos filhos ou parentes somente pelos laços carnais, fazendo maior ou menor sintonia conosco desde o ontem, mais ou menos distante.
Contudo, todos são filhos de Deus como nós mesmos o somos. E, embora nos caiba orientá-los, aconselhá-los, exemplificar o bem para que o vejam, somente ao Pai Criador cabe o juízo quanto às realidades de cada um dos Seus filhos.
Em última análise, só poderemos fazer em favor dos afetos queridos aquilo que eles se permitam receber de nós.
Se alguém não nos cumprimentou como gostaríamos, não percamos o espírito desportivo, e pensemos que a pessoa pode não nos ter visto e que, por outro lado, cada pessoa carrega suas enfermidades, seus problemas, havendo dias melhores e dias piores em suas vidas.
E alegremo-nos por exercitar o entendimento fraterno a respeito dos outros.
Se alguém nos calunia ou nos dirige palavras àsperas, não percamos nosso precioso tempo em vinganças ou em sofrimentos.
Pensemos que chegará o tempo de todos os acertos, sob o olhar do Criador, e cultivemos a alegria.
A alegria é um estado íntimo de integração consciente com as fontes Divinas de energias.
Alegrar-se é procurar cumprir cada compromisso para com a existência com boa disposição e com entusiasmo.
Seja na família ou nos círculos das amizades, seja na área profissional ou conosco mesmos, empenhemo-nos no desenvolvimento da alegria, superando com vontade firme todas as lutas, todas as dificuldades com que nos deparemos na caminhada terrena.
* * *
Cultiva a alegria, que independe das coisas de fora, mas que nasce na fonte cantante e abençoada do solo do coração e verte linfa abundante como rio de paz, por todos os dias até a hora da libertação - começo feliz da via por onde seguirás na busca da ventura plena.
Redação do Momento Espírita com base no cap. 6
do livro Para uso diário, pelo Espírito Joanes,
psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.
Em 19.07.2010.
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