sábado, 11 de fevereiro de 2017

VIVENDO EM PLENITUDE

No dia que morre, enquanto o sol puxa a sua colcha de nuvens para se cobrir, aconchegando-se no poente, permita-se um tempo para refletir. O que você fez hoje o deixou feliz? Você pode ter acrescentado uma soma considerável ao seu saldo bancário, pode ter celebrado contratos importantes, que lhe garantam retorno financeiro por largo tempo. Você pode ter recebido honrarias, prêmios por sua capacidade intelectual. Pode ter sido laureado pelo projeto bem sucedido. Você pode ter dado muitos autógrafos no livro que acabou de lançar, ter recebido aplausos vibrantes e demorados pelo show musical em que se esmerou. Sim, tudo isso são ganhos. E você deve estar feliz com o balanço que lhe dá conta de que a coluna positiva supera a negativa. Mas, você está verdadeiramente feliz? Dentro de você, sente que utilizou o melhor possível esse dia que adormece, encobrindo-se nas dobras da noite? Pense um pouco: além dos abraços dos que são pagos para servi-lo, acompanhá-lo; dos que desejam posar para fotos ao seu lado, a fim de se verem projetados na escala social; além dos que o buscam porque você goza de sucesso; alguém que o ama verdadeiramente o abraçou? Isto é, depois de todo o trabalho, do gozo das glórias do mundo, dos aplausos, quando as luzes do palco se apagam, deixando ar de solidão, o que tem você de verdadeiramente seu? Você tem um lar para voltar? Alguém que o ame? Um filho que o espera para pular em seu pescoço e gritar: Papai!? Você tem um esposo que a ama e espera que as horas seguintes possam ser somente de vocês dois? Você tem pais idosos que lhe aguardam, ansiosos, a chegada em casa? Você tem um animal doméstico para afagar? Um cão que, desde a esquina, identifica o ruído do seu carro e o aguarda no portão? Que pula, late, abana o rabo, demonstrando a sua alegria por ter você como seu dono? E, mais importante do que isso: você usufrui integralmente cada uma dessas oportunidades? Ou chega em casa, se joga no sofá, não quer falar com ninguém porque está cansado? Não faça isso! Aproveite a sua vida em totalidade. Ame, demonstre carinho, beije, diga como foi difícil ficar tantas horas longe do aconchego familiar. Pergunte pelas crianças, sorria, jogue-se no chão e brinque com elas. Esforce-se por entender o linguajar de seus filhos adolescentes, agradeça a mensagem que lhe mandaram para o celular, mesmo que você não tenha entendido tudo. Dedique algum tempo a eles, pergunte daquelas abreviaturas que você não consegue identificar o que sejam, quando recebe os torpedos. Saia com sua esposa para dançar. Ou coloque um CD com músicas românticas e dance, na sala de casa, de rosto colado. Olhe para ela. Os anos passaram, vieram os filhos, mas ela continua bonita. Diga isso a ela, para que ela saiba. E retribua o elogio. E, se você não tem pais, cônjuge, filhos, irmãos, se vive só, ainda assim curta o que tem. Ouça música, leia um bom livro, assista um filme. Telefone para um amigo. Escreva a outro solitário. Viva! E, quando o sono for se aproximando, convidando-o ao repouso físico, não se entregue a ele, antes de orar a Deus, em gratidão pelas horas vividas. Agradeça a sua vida. A maravilhosa vida que você tem. Agradeça por sua capacidade de amar. E pelo amor que tem.
Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 14 e no livro Momento Espírita, v. 7, ed. FEP. Em 10.2.2017.

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