quarta-feira, 10 de junho de 2015

O AMOR SE MULTIPLICA

Naquele dia frio de inverno, quando a mãe apanhou Melissa, de dezesseis anos, na escola, a garota se jogou no banco do carro. O seu time de basquete tinha acabado de ganhar uma partida importante. Ela estava exausta, embora entusiasmada. Foi então que a mãe lhe falou que fora ao médico. Melissa se assustou, pensando em quantas doenças poderiam estar atormentando a sua mãe. Entretanto, ficou muda quando ela lhe anunciou que estava grávida. Pensou que devia ser proibido aos pais terem filhos quando os demais já estivessem crescidos. De repente, ela se deu conta de que teria que dividir sua mãe com aquela coisinha que iria chegar. Um enorme ressentimento a dominou. À medida que crescera, o sentimento de que sua mãe não tivesse outro filho a fora dominando. Era um sentimento egoísta, mas Melissa relutava em dividir qualquer pedacinho de sua mãe. Nos dias que se seguiram, ela compartilhou da alegria dos pais em anunciar a chegada do bebê. Era visível sua alegria, mas, ao mesmo tempo, não sabia como lidar com sua raiva e seu medo. Do que ela teria que abrir mão? Temia perder a atenção de sua mãe. Ao mesmo tempo pensava em que talvez tivesse que se tornar a babá da irmãzinha, perdendo suas horas de liberdade. À medida que os dias do parto se aproximavam, as suas inseguranças aumentavam. Como seria sua vida, depois que a garotinha nascesse? Os pais, contudo, a fizeram participar de todos os preparativos para o bebê. Deu palpite sobre a decoração do quarto e ajudou a escolher o nome. Em alguns momentos, ela se sentia animada e feliz. Em outros, ficava apavorada em pensar que seria deixada de lado quando o neném chegasse. Quando ficava pensando em tudo o que aquele bebê iria tirar dela, o ressentimento brotava, superando a alegria. Todos, os pais, os amigos, os parentes não paravam de falar no bebê. Os pais resolveram que, se ela quisesse, poderia assistir o parto e quando o dia chegou, seu coração batia descompassado. Na sala de parto, Melissa sentia que suas inseguranças vinham à tona. Quando o médico anunciou que o bebê estava chegando, ela foi arrancada de seus pensamentos e sentiu uma incrível alegria. Ela tinha uma irmãzinha. E, agora, passados os meses, todos os seus medos e inseguranças tinham desaparecido. Naturalmente, ela contou com a ajuda de uma família carinhosa e compreensiva. Ela ainda sente ciúmes às vezes. Mas, quando vai para a escola pela manhã e da janela, aquela pessoinha fofinha lhe acena com sua mãozinha gorducha, ela se emociona. Quando chega em casa e nem consegue ter tempo de tirar o uniforme, porque a irmãzinha corre abraçar as suas pernas, puxar sua roupa e pedir que brinque com ela, Melissa sente que sua irmã, em verdade, não lhe tirou nada. Ao contrário, trouxe muitas coisas para a sua vida. Mais do que tudo, ela aprendeu que amor não se divide. Amor se multiplica. 
* * * 
Onde se apresente, o amor coloca colorido de esperança e beleza. Onde se manifeste, encontra-se alegria. Quanto mais ama o ser humano, mais se engrandece e se plenifica de felicidade e paz. O amor se pode multiplicar ao infinito, sem jamais perder a sua especial qualidade. 
Redação do Momento Espírita, com base no cap. O amor se multiplica, de Melissa Esposit, do livro Histórias para aquecer o coração dos adolescentes, de autoria de Jack Canfield, Mark Victor Hansen e Kimberly Kirberger, ed. Sextante. Em 20.11.2014.

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