quarta-feira, 3 de junho de 2015

AMOR QUE PERMANECE

Num mundo em que os relacionamentos afetivos são tão superficiais e os sentimentos desconsiderados, é bom saber que o amor verdadeiro existe. Mais do que isso: que apesar de parecer o contrário a quem, de forma apressada, tome ciência dos noticiários e das manchetes, existem casais que permanecem juntos por toda a existência. Um baiano de nome Luiz conta que, quando era jovem, morou em uma pensão na cidade de Montes Claros, em Minas Gerais. Embora de forma respeitosa, costumava namorar as moças que também moravam na mesma pensão. Certa vez, ele teve um namorico com uma hóspede novata que ficou na cidade por três meses. Ao retornar para a sua cidade de origem, já saudosa por deixar o namorado para trás, ela chamou a filha da dona da pensão e lhe fez um pedido inusitado: 
-Estou voltando para minha terra. Sei que você e Luiz são amigos. Pode tomar conta dele para mim? 
Estranhando o pedido, mas cordial e solícita, a filha da dona da casa prometeu que atenderia o pedido com muito prazer. 
-Bom, conta Luiz, com um largo sorriso no rosto, ela tomou conta de mim, sim. Fiel à promessa, toma conta até hoje, desde o nosso casamento, ocorrido há quarenta e um anos. 
Uma senhora de São Luís do Maranhão, por sua vez, conta que na infância conheceu um menino. Quando cresceu nunca se interessou por ele, porque era baixinho e do interior. Aos dezoito anos ela foi para o Rio de Janeiro, onde se casou. Contudo, aos vinte e cinco anos ficou viúva, com quatro filhos, de idades entre um e seis anos. Resolveu voltar para o Nordeste, para perto de sua família. Lá, encontrou trabalho na secretaria de um hospital. Certo dia, ao levantar a cabeça, viu um homem sorridente, vestido de branco, que não parava de olhá-la. Como que hipnotizada, ela se levantou e caminhou até ele. O coração batendo depressa, reconheceu nele o antigo companheiro da infância. Dez anos haviam se passado desde a última vez em que se tinham visto. Começaram a namorar. A família dele se opôs terminantemente ao casamento dele com uma viúva, mãe de quatro filhos. Ele, determinado e carinhoso, persistiu no seu intento. Hoje, diz Maria de Jesus, passados trinta e seis anos, temos seis filhos e nove netos. Todos os dias agradeço a Deus por ter me dado esse marido que, apesar dos anos vividos juntos, ainda diz todos os dias que me ama e como sou importante na vida dele. 
*** 
O romantismo existe. O amor persiste. O amor é imbatível no seu objetivo e indestrutível na sua constituição. No trato com o ser amado, não exija em demasia aquilo que você não lhe oferte em generosidade. Pode até ser que ele não saiba retribuir. Mas, se você permanecer ofertando gentileza e paz, chegará o momento que ele lhe oferecerá as respostas do sentimento que ama. O amor é grato e é generoso, felicitando as criaturas. Santifica e eleva o ser do nível da necessidade ao patamar da abundância. Permita-se amar sempre. E lembre, por fim, que o amor está sempre aberto e receptivo para as comunicações emocionais. Pode ser um olhar gentil, um gesto afável. Uma comunhão saudável e plenificadora. Faça da sua relação de amor um poema de felicidade. Cuide do ser amado com o carinho de quem sabe que o jardim somente floresce se for bem cuidado. 
Redação do Momento Espírita, com base no artigo Eu, tu... nós, de Seleções Reader's Digest, de junho/2004 e do cap. 7 do livro Garimpo de amor, do Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal. Em 16.8.2012.

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