Pessoas comuns se arvoram em afirmar que não creem em Deus porque nada prova que Ele exista.
Contemplam a grandiosidade do Universo, o mistério do nascer do sol, a colcha da noite adornada de milhões de estrelas, sem nada verem.
Tudo lhes parece simples acaso da natureza. E nem conseguem descobrir o que é o milagre da vida que os mantêm operosos, ativos, lúcidos.
Não se indagam quem providenciou os quilômetros de artérias e vasos em seu corpo, nem os trilhões de neurônios em seu cérebro.
De forma paradoxal, entretanto, inventores, estudiosos que jornadeiam pelos campos das mais extraordinárias descobertas, têm um pensamento bem diverso.
Reconhecem a grandiosidade do que realizam. Igualmente as suas limitações, pois percebem que, quanto mais avançam, mais se lhes apresenta o imensurável a ser descoberto e alcançado.
O neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho, que devolveu os movimentos do braço e mão esquerda ao maestro João Carlos Martins, em 2013, graças a uma experiência inédita de implantes de eletrodo no cérebro, é um desses.
Em entrevista a uma revista nacional, ele afirmou que para o cérebro funcionar com eficiência, é preciso tratar o Espírito.
E enumera algumas atitudes: Estar feliz, de bem com a vida. Se você está deprimido, diz ele, reclamando de tudo, com a autoestima baixa, a primeira coisa que acontece é a memória ir embora.
Noventa por cento da falta de memória ocorre por depressão, desencanto, desestímulo. Para o cérebro funcionar você deve ter alegria.
Acordar de manhã e ter desejo de fazer alguma coisa, ter prazer no que está fazendo. Alerta que todo exagero é inimigo do bom funcionamento do cérebro. Que, como o corpo, ele precisa ser bem tratado.
Otimista, visionário, ele acredita que a neurocirurgia evoluirá muito e que, naturalmente, continuaremos a morrer, no futuro, mas haveremos de envelhecer sem decadência, vencendo os anos com saúde, lucidez mental e bom aspecto.
Sua resposta mais eloquente, entretanto, foi quando lhe perguntaram se ele acredita em Deus.
Geralmente, depois de dez horas de cirurgia, aquele estresse, aquela adrenalina toda, quando acabamos de operar, vamos até a família e dizemos: “Ele está salvo.”
Aí, a família nos olha e diz: “Graças a Deus!”
Nesse momento, acreditamos que não fomos apenas nós, que existe algo mais, independente de religião.
* * *
Sim, independente de qualquer conceito religioso, crer em Deus é uma questão de raciocínio, de bom senso.
O acaso não produz o extraordinário, não estabelece a harmonia que se descobre no Universo, nem comanda as diretrizes da vida.
Todo efeito tem uma causa. Todo efeito inteligente tem uma causa inteligente.
A razão nos reporta a um Ser Superior, que tudo comanda, de forma harmônica e diligente. Um Ser que nunca descansa, que cria de forma incessante.
E comanda os mundos, os seres todos com absoluta precisão, sem erros, sem desajustes de nenhuma espécie.
Esse Ser podemos chamar Criador Incriado, Senhor dos mundos, Causa Primeira. Ou simplesmente, Deus.
O Mestre Galileu, em delicados versos, nos convidou a chamá-lO de Pai. Nosso Pai.
Redação do Momento Espírita, com base na entrevista
Por dentro do cérebro, da Revista Poder.
Em 11.3.2014.
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