Karen era sociável, bem-humorada, divertida, supervalorizava seus longos cabelos loiros e tinha um grande sonho, o de ser médica pediatra.
Mas era indisciplinada, não estudava para as provas, não lia livros, não tinha garra. Os amigos não davam nenhum crédito a ela quando dizia que ia ser pediatra.
Vivia sua vida sem grandes tempestades, até que passou pelo mais dramático vendaval, pela mais angustiante experiência.
Sofreu algumas tonturas, desmaios, e começou a ter sintomas que preocuparam seus pais.
Feitos alguns exames, diagnosticou-se um tumor cancerígeno.
Foi realmente um grande choque. O mundo desabou. Ela precisava lutar contra um inimigo que não via, e que estava dentro dela.
Passou por algumas cirurgias, quimioterapia, e seus longos e loiros cabelos começaram a cair.
Perdeu o ânimo de se vestir, de se cuidar. Já não sorria, não só pelo medo da doença, mas também por se sentir feia, diminuída e rejeitada.
E assim, construiu conflitos que a bloquearam. Perdeu o prazer de ir à escola, se isolou e se deprimiu.
Karen não devia se deprimir, pois uma pessoa deprimida cuida menos da sua qualidade de vida, diminui sua imunidade, enfraquece sua resistência para lutar contra o câncer.
Precisava de garra para batalhar pela vida.
Certo dia, andava muito abatida nos corredores do hospital em que se tratava. De repente, ouviu gritos de alguns meninos dentro de uma sala. Resolveu entrar.
Ao entrar teve um choque.
Viu seis crianças brincando com bexigas. E o que mais a abalou era que todas estavam com a cabeça brilhante.
Todas estavam em tratamento de câncer.
Convidaram-na para entrar na brincadeira, porém ela se recusou.
Então, uma menina de seis anos, pegando em suas mãos a levou para o centro da sala.
Ao ver o sorriso das crianças e a vontade de viver espelhada nos seus rostos, ela finalmente entrou na folia.
Pulou e brincou. Parecia que o mundo tinha parado.
Ao mesmo tempo em que se divertia, lembrou do sonho de ser pediatra.
Começou a frequentar aquela sala, e quanto mais frequentava, mais se sentia fortalecida.
As palavras de incentivo que seus pais lhe haviam dito anteriormente, começaram a germinar. Agora ela pedia forças para lutar pela vida e pelos seus sonhos.
Fortaleceu-se tanto que, mesmo com a queda de cabelo, resolveu voltar à escola.
Antes de entrar na sala, lembrou-se dos tempos que brincava, mexia com os colegas e se divertia sem preocupações...
Todavia, ao entrar na sala Karen levou um susto. Ficou perplexa. Não conseguia acreditar na imagem que via.
Viu a solidariedade! Viu a maioria de seus amigos e suas amigas, calvos.
E eles disseram que rasparam a cabeça para mostrar que estavam juntos nessa luta. Para mostrar que a amavam do jeito que estava, e que ela era linda mesmo sem cabelo.
Karen foi abraçada e beijada por todos seus amigos. Estava admirada diante de tanta manifestação de carinho.
Raramente o amor foi tão longe.
Karen se soltou. Começou a conviver sem medo com as pessoas. Seu ânimo se reacendeu.
Por fim, triunfou. Venceu o câncer.
Foi disciplinada. Começou a se destacar nos estudos e transformou seu sonho em realidade.
Os sonhos não determinam o lugar aonde vamos chegar, mas produzem a força necessária para tirar-nos do lugar em que nos encontramos.
Sonhos são mais que desejos.
Um sonho é um projeto de vida. Resiste aos problemas, pois suas raízes se nutrem nos mananciais profundos da personalidade.
Pense nisso!
Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no cap. 1, do livro Filhos brilhantes, alunos fascinantes, de Augusto Cury, Academia de Inteligência.
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