Graças ao sentimento de fraternidade muitas pessoas têm se movimentado para amenizar o fardo das pessoas financeiramente carentes.
São criadas as associações de bairro, com intuito de somar esforços para minorar as lutas dos mais necessitados.
Existem também as instituições filantrópicas de cunho religioso, as organizações não governamentais e outras tantas que se movimentam em prol dos semelhantes.
Isso demonstra que o ser humano está mais sensível aos sofrimentos alheios, e isto é um bom sinal.
Todavia, seria importante refletirmos um pouco em como estamos fazendo a caridade.
Sabemos que o necessitado é nosso irmão de caminhada. Mas, será que o estamos tratando como tal?
Será que não estamos jogando coisas como quem alimenta porcos?
O Cristo, exemplo máximo de caridade, jamais fez exigências às pessoas que atendia em nome de Deus, nem ficava à distância como se não quisesse contaminar-Se.
Há pessoas que, embora revestidas de boas intenções, tornam ainda mais penoso o sofrimento daqueles a quem se propõem ajudar.
Dão a esmola com tanta soberba que ela queima a mão do necessitado como se fosse uma brasa incandescente.
Se oferecem uma alimentação ao assistido, não se sentam com ele à mesa, não compartilham das mesmas louças e talheres, como se a pobreza fosse contagiosa.
Isto se torna mais grave quando aqueles que buscam fazer a caridade a fazem em nome de Deus.
Lamentavelmente, em algumas instituições religiosas a ajuda tem gosto de fel, para quem dela necessita.
Exige-se que a pessoa professe a mesma religião do caridoso, esquecendo-se dos exemplos do Homem de Nazaré, que prescreveu fazer o bem sem olhar a quem.
Jesus não perguntava às pessoas que Lhe buscavam o auxílio qual era a sua crença, seus objetivos de vida, sua condição moral. Ele simplesmente ajudava.
É importante que repensemos o que temos feito em nome de uma assistência social.
É importante que a nossa caridade seja, antes de tudo, a caridade moral, como a ensinou o Cristo.
* * *
Pense nisto!
Se você se propuser a ajudar a alguém em nome de Deus, faça-o com afeto e fraternidade.
E, dentro do possível, busque converter a esmola em emprego, dando oportunidade de crescimento àqueles que estão em situação menos favorável.
Manter os irmãos necessitados dependentes da nossa esmola é falta de caridade e demonstração de egoísmo.
Fazer exigências descabidas a quem nos pede amparo, é ato de prepotência.
A caridade, para ser efetiva, deve ter o contributo do coração. Um abraço carinhoso, um aperto de mão, um gesto de carinho, um minuto de conversa.
O que Deus espera que façamos, em Seu nome, é promover o ser humano e dar-lhe condições de viver com dignidade.
Fazer caridade em nome de Deus, portanto, é coisa muito séria pois, se não tomarmos os devidos cuidados, afastaremos as criaturas do Criador ao invés de aproximá-las Dele.
Redação do Momento Espírita
Em 10.05.2010.
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