Martha Rios Guimarães |
Na atualidade, vivemos um tanto distantes uns dos outros. Pode soar paradoxal, mas quando temos tantas formas de comunicação, em tempo real, andamos muito distanciados.
Em se falando das crianças, por exemplo, constatamos que a maioria delas usa tanto a internet que mal tem tempo para brincar.
Os menores dizem que usam o celular até mesmo durante as refeições ou em outros momentos familiares.
Exatamente naqueles períodos quando todos poderiam esquecer um pouco os celulares para uma saudável conversa olho no olho.
Buscando o equilíbrio no uso da tecnologia para melhorar os relacionamentos familiares, algumas instituições religiosas se reuniram para uma ação conjunta.
Num encontro com participantes de variadas idades, uma educadora e também contadora de histórias abordou o tema, de tal forma inteligente, que a todos envolveu.
Depois, ela propôs a divisão em duplas para que um falasse ao outro a respeito de si mesmo.
Foi aí que surgiram maravilhosas descobertas.
Uma mãe narrou, encantada, que acabara de descobrir verdadeiros segredos de sua filha adolescente. Coisas que ela nunca havia lhe contado antes.
Por sua vez, a garota se dizia feliz por ter sabido coisas muito interessantes sobre a vida da sua mãe. E o que a espantou foi descobrir que sua mãe adorava dançar, como ela própria.
Uma garotinha de sete anos descobriu que o prato predileto de sua prima, com quem costuma brincar, diariamente, é lasanha. Como nunca soubera disso?
Agora, quando ela fosse brincar na sua casa, ela pediria para sua mãe providenciar aquele prato para a prima.
Duas adolescentes, que se conheciam, de longe, por frequentarem a mesma escola, se surpreenderam, ao se descobrirem ali, adeptas da mesma religião.
E, na conversa, se deram conta de que tinham medos em comum, gostavam das mesmas músicas e do mesmo gênero de filmes.
Bonito mesmo foi testemunhar uma dupla de uma senhora de terceira idade e um garotinho de oito anos. Ele ficou muito interessado ao saber que ela havia nascido no mesmo país do seu avô. E fez muitas, muitas perguntas.
E assim foram descobertas e mais descobertas durante aquelas três horas de programação. Foi uma clara demonstração de que a convivência com o outro pode reservar lindas surpresas.
Por fim, deixou claro que se pudermos ficar algum tempo sem consultar o celular poderemos ter uma conexão bem mais profunda e real com outras pessoas.
E esse contato poderá nos revelar riquezas pessoais dos que vivem em nosso entorno.
Pessoas com as quais estamos todos os dias, lado a lado, mas, habitualmente, não conversamos, não trocamos ideias, não nos revelamos mutuamente.
Fica aí a sugestão. Que tal, neste novo ano que ainda está despertando, nos propormos a algumas pausas na tecnologia, nos desligarmos em certos momentos do celular, olhar para o lado e dizer:
-Oi, tudo bem com você?
Será somente o início da redescoberta da alegria de falarmos olhando um no olho do outro, apertando a mão, trocando abraços.
A magia do convívio.
Redação do Momento Espírita, com base no artigo
E a magia se fez, de Martha Rios Guimarães,
da Revista Internacional de Espiritismo, de
dezembro de 2018, ed. O CLARIM.
Em 15.2.2019.
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