Ela era uma mulher que desfrutava de prestígio social e muitas posses. Possuía criadas que a serviam com zelo.
Casada com um alto funcionário de Herodes, Joana de Cusa era das mulheres mais altamente colocadas na sociedade de Cafarnaum.
Atraída pelo verbo eloquente de Jesus, passou a ouvir as pregações do lago. De nobre caráter, vestia-se de forma simples, a fim de não atrair a atenção do povo.
O seu desejo era beber da água viva de que ele falava. Trazia no coração uma infinidade de dissabores.
Possuidora de verdadeira fé, amargurava-se pela atitude do esposo que, para manter sua posição de intendente e prosseguir a gozar de prestígio social, ora comparecia ao templo de Jerusalém, ora adorava os deuses romanos, não se definindo em conceito religioso.
Trazendo a alma torturada, pois ansiava convencer o esposo a também aceitar Jesus e Sua Boa Nova, certa feita procurou o Mestre para lhe expor seus dissabores.
Jesus a ouviu longamente e depois ponderou:
-Joana, só há um Deus, que é o nosso Pai, e só existe uma fé para as relações com o Seu amor.
Todos os templos da Terra são de pedra. Eu venho, em nome de Deus, abrir o templo da fé viva no coração dos homens. No entanto, algum tempo se escoará antes que os homens possam compreender essa mensagem. Deus sabe aguardar, de forma paciente.
- Mas, Senhor, continuou Joana, não seria justo impor ao meu esposo os Seus princípios? Afinal, o que almejo é conquistá-lo para o Seu reino.
O Cristo sorriu, com serenidade, e lhe recomendou:
-Deus não impõe a Sua verdade e o Seu amor a ninguém. O Pai não impõe a reforma a Seus filhos, mas os esclarece no momento oportuno. Ele não extermina as paixões, antes as transforma.
Joana, o Evangelho é de colaboração com todos. Deus não trava lutas com as Suas criaturas. Ele trabalha em silêncio, por toda a Criação.
Retorna para casa, Joana, ama teu esposo como o material divino que o céu colocou em tuas mãos para que talhes uma obra de amor.
Trabalha e silencia. Quando convocada ao esclarecimento, fala as palavras doces ou enérgicas, conforme as circunstâncias.
Sobretudo, vive a mensagem que te penetrou a alma pois que o teu exemplo falará mais alto ao coração daquele que Deus te deu por esposo.
A mulher de Cusa gravou o ensino do Mestre e retornou ao lar. Transformou todas as suas dores num hino de triunfo silencioso em cada dia.
Anos depois enviuvou. Ficando só, sem fortuna e com dois filhos pequenos nos braços, mostrou-se fiel à mensagem de vida, trabalhando com nobreza e honra.
No ano 68, a mulher que fora exemplo no lar, para seu marido e seus filhos, exemplificou para uma multidão reunida no circo romano que Jesus lhe ensinara não somente a viver e morrer com dignidade, mas principalmente a amar.
E morreu perdoando os que a supliciavam pelos açoites e pelo fogo.
* * *
O exemplo convence muito mais do que um grande número de palavras, de expressões, de narrativas.
Exatamente por isso é que o Mestre Jesus, convivendo com os homens, lecionou a humildade desde o primeiro instante, escolhendo por berço a pobreza de um estábulo e tomando, para lhe iluminar as primeiras horas, o brilho das estrelas que enriqueciam aquela noite.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 15, do
livro Boa nova, pelo Espírito Humberto de Campos, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, ed. FEB e informações colhidas no livro
Joana e Jesus, uma história de amor, de Divaldo Pereira Franco
e Cezar Braga Said, ed. FEP.
Em 1º.2.2019.
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