DIVALDO PEREIRA FRANCO E JOANA DE ÂNGELIS |
A mãe foi com a filha à oficina levar o carro para conserto. Enquanto acertava detalhes com o mecânico, a menina, de apenas seis anos, pulou para o banco da frente e começou a brincar de dirigir.
Manobrou o volante para a direita e para a esquerda, simulando curvas. Fingiu que buzinava e desviava obstáculos. Até que resolveu abrir o vidro, colocou sua cabecinha para fora e começou a xingar.
O mecânico a olhou, e frente o olhar perplexo da mãe, disse:
- Que é isso, lindinha? Não é assim que se dirige...
A garota, muito depressa, respondeu:
- Mas, minha mãe dirige assim...
* * *
Exemplo, o grande obstáculo para a verdadeira educação. Enquanto se diz uma coisa e se faz exatamente a contrária, a educação dos nossos filhos não alcançará o êxito que almejamos.
Não falamos da educação convencional, acadêmica, mas a moral, aquela que trabalha a inteligência e a emoção, os hábitos e as aspirações, o ser integral, que é eterno.
A educação formal, memorizada, que recolhe informações intelectuais, contribui para o aprimoramento cultural. Essa desenvolve os valores externos e aquisitivos para o consumo imediato.
A educação moral, contudo, faculta o enriquecimento espiritual. É a que direciona os desafios éticos e comportamentais, que trabalham as estruturas íntimas da criatura.
Trata-se de poderoso antídoto à violência e à vulgaridade. Promove o indivíduo a níveis elevados de conduta, através dos quais preserva e desdobra os tesouros da sabedoria e da vivência dignificada.
Trata-se de transmitir diretrizes universalistas sobre o dever, a solidariedade, o amor, a compreensão, os direitos da cidadania. Acima de tudo, o respeito a tudo e a todos.
Dessa forma, a educação moral não se circunscreve às palavras com efeitos especiais. É lhe indispensável o comportamento pacífico e fraternal, abrangendo todas as pessoas e formas de vida, em um imenso amplexo de dignidade e admiração.
Essa contribuição moral formará pessoas ricas de sentimentos disciplinados, de comportamentos saudáveis, que influenciarão a família, alcançando a sociedade como um todo.
Eis como se operará a transformação do mundo, tão almejada. Tão sonhada.
A educação moral trabalha o Espírito, o ser real, moldando-lhe as asas da angelitude, sem lhe retirar os pés do caminho humano a percorrer.
Enquanto trabalha, produz, se enriquece de valores intelectuais, necessita igualmente a criatura receber essa educação dos sentimentos, fixando condutas que se devem aprimorar, através das diferentes fases do processo evolutivo.
E podem se ampliar as possibilidades de elevação, se a essa educação moral se adicionarem os conteúdos a respeito das necessidades do ser em relação a si mesmo, ao próximo e a Deus.
Então, o coração se enternece, se dilui a brutalidade dominante e um elenco de conquistas espirituais se abre. Conquistas que se multiplicam à medida que o ser mais se enobrece.
* * *
A educação intelectual, artística, profissionalizante, desempenha importante papel na realização do ser humano.
Mas é a de natureza moral, que não se encontra nos livros, mas sim nos exemplos, que o libertará dos condicionamentos negativos.
Essa educação lhe é indispensável para a sublimação do Espírito, tanto quanto para a vitória da paz no mundo.
Redação do Momento Espírita, com base em Flagrantes da vida real,
relato de Josenira Gonçalves, Salvador, Bahia, de Seleções Reader’s Digest,
de agosto/2003 e no cap. 26, do livro Dias gloriosos, pelo Espírito
Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 2.4.2015.
http://momento.com.br
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