A educação pela inverdade nunca deu bons resultados. O que se ouve, por vezes, de pais que desejam que seu filho se comporte bem, são frases do estilo:
-Deus não gosta de criança que faz arte. Papai do céu não gosta de menino malvado.
Com tais conceitos, o desejo dos pais é que os filhos modifiquem o seu proceder.
Contudo, isso é um grave erro. Primeiro, porque estão ensinando à criança que Deus, nosso Pai de amor e bondade, somente ama aos bons.
Como poderá a criança conciliar tal afirmativa com as que recebe nas aulas de evangelização onde lhe é dito que Deus ama a todas as criaturas?
Afinal, qual será a verdade?
Se a criança é rebelde, tenderá naturalmente a proceder pior do que vem fazendo, pelo simples fato de não ser amada porque não é boazinha.
Se tiver irmãos e esses forem diferentes dela, mais dóceis e, portanto, apontados como os amados por Deus, mais grave a situação.
Além da revolta por não ser amada, certamente ficará com raiva e ciúme dos irmãos que são amados.
Na sequência, poderemos ter um adulto com dificuldades para lidar com as questões espirituais, desde que as lembranças fortemente gravadas na infância são as de um Deus parcial e seletivo, que ele não pode absolutamente aceitar.
A criança pode ainda se sentir rejeitada. Aquelas que são apontadas, de forma constante, como difíceis, indesejáveis, podem desenvolver um sentimento de indiferença em questão afetiva, como forma de autodefesa.
Se Deus não me ama, também não preciso Dele.
-Posso me virar por conta própria.
Podemos avaliar como essas afirmativas infelizes resultam em forma negativa para o desenvolvimento infantil.
Sejamos, na condição de pais e educadores, mais sensatos. Ante às faltas dos filhos a sinceridade é indispensável. Digamos que não apreciamos aquele tipo de atitude, aquela forma de proceder. Que ela é nociva, agride, prejudica a eles mesmos e às pessoas.
Apresentemos a forma correta de proceder, explicando porque é a correta. Nunca afirmemos simplesmente que é porque nós gostamos que assim seja.
Incentivemos as ações corretas dos nossos filhos. Quando lhes apontarmos os erros, não esqueçamos de falar também do que fazem direito, de como em muitas coisas eles procedem com acerto.
Do contrário, corremos o risco de frisar para os nossos pequenos que eles só fazem coisas erradas.
E ninguém erra o tempo todo, em todas as coisas. No processo educativo, é importante que conheçamos bem o nosso filho e isto quer dizer, que analisemos seus defeitos, para o auxiliar a burilá-los, mas também as virtudes, a fim de incentivá-lo a desenvolvê-las.
* * *
Educar exige esforço, paciência, atenção. É um processo contínuo em que os pais são os maiores artífices, desde que são eles que passam aos filhos as primeiras noções de vida, os primeiros valores, a nobreza de caráter ou a leviandade das ações.
Eis porque maternidade e paternidade são, dentre todas as missões conferidas aos Espíritos que reencarnam na Terra, as de maior amplitude, exatamente por dizerem respeito à formação dos homens do futuro.
Redação do Momento Espírita
Em 13.08.2010.
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