Enquanto a barca da vida navega em águas tranquilas, tudo se reveste de alegria de viver.
Existem alguns períodos que afirmamos viver em verdadeiro paraíso, sem maiores preocupações.
No entanto, por vezes, quando tudo transcorre normalmente, quando temos metas pessoais e familiares assinaladas para o futuro, somos surpreendidos pela desencarnação de um ser querido.
Então, repentinamente, o que eram risos e contentamento se transformam em soledade e amargura.
Planos se tornam sem sentido. Os dias se reprisam tristes e sombrios.
Em outras ocasiões, os negócios que funcionavam em ordem sofrem alteração. A empresa muito bem estruturada entra em declínio, se decompõe ao ponto de fechar as suas portas.
Em outros momentos, a saúde que nos felicita é substituída por enfermidades degenerativas ou simplesmente vigorosas.
E o trabalho, o estudo, os passeios devem ser intercalados com idas e vindas a médicos, clínicas, hospitais, laboratórios, enquanto as forças vão nos abandonando.
A vida afetiva, que nos parecia equilibrada, de repente, apresenta conflitos e transtornos emocionais nos sacodem, ferindo a alegria e perturbando os sentimentos.
Inesperadamente, somos surpreendidos por ocorrências imprevistas. Tomados de surpresa e desencanto, chegamos a nos acreditar desamparados e sem o socorro da Divina Providência.
* * *
Dias de alegria. Dias de tristeza, dias de felicidade, dias de luto e dor.
Assim é a vida na Terra, escola que tem por objetivo o progresso intelecto-moral de todos os que nos encontramos dela usufruindo.
Já nos disse o Cristo: No mundo tereis aflições. E são essas que nos alcançam, invariavelmente.
São sucessos imprevistos que objetivam nos convocar para a reflexão a respeito da transitoriedade do corpo e a temporalidade das coisas.
Eles fazem parte do programa de nossa própria iluminação e ninguém se encontra a salvo dessas ocorrências.
Isso porque, enquanto alguns fatos nos desejam chamar a atenção para a realidade da nossa essência espiritual, outros dizem de resgates que nos competem.
De toda forma, ambos proporcionam recursos de transformação moral.
O que nos cabe é exercitar o desapego de tudo quanto nos tente reter na retaguarda.
É começarmos a nos libertar das questões meramente materiais.
É treinar a simplicidade de coração e a fraternidade legítima. Repartir com o próximo tudo quanto tenhamos em excesso e que nosso egoísmo retém, como um mecanismo de precaução para o futuro.
Apego exagerado a coisas ou a pessoas é sempre prejudicial.
Assim, amemos as pessoas, com equilíbrio, desfrutando das suas presenças, enquanto a Divindade no-lo permite.
Esperemos da existência todos os tipos de acontecimentos, não nos deixando surpreender, especialmente pelos que nos desconcertam.
Pensemos nos infortúnios desses acontecimentos imprevistos que nos cheguem como uma convocação a reflexões e eventuais mudanças de conduta para melhor.
Tenhamos olhos de ver e ouvidos de ouvir para percebermos esses convites que a vida nos oferece e os atendamos, da melhor forma possível.
Pensemos a respeito.
Redação do Momento Espírita, com base em mensagem homônima, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia
de Divaldo Pereira Franco, em Vitry-sur-seine, França,
em 5 de junho de 2014.
Em 15.12.2018.
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