segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

E JÁ É ANO NOVO OUTRA VEZ!

E já é ano novo, outra vez Quando chega, é sempre pleno de esperanças. Espera-se o Ano Novo para começar vida nova, para estabelecer novas metas de vida, propósitos renovados para tantas coisas... É comum as pessoas elaborarem suas listas de bons propósitos para o Novo Ano. Mesmo sabendo que o tempo somente existe em função dos movimentos estabelecidos pelo planeta em que nos encontramos, é interessante essa movimentação individual, toda vez que o novo período convencional de um ano reinicia. Mas, falando de lista de bons propósitos, já se deu conta que, quase sempre, esquecemos o que listamos? Alguns até esquecemos onde guardamos a tal lista, o que atesta da pouca disposição em perseguir os itens elencados. Ano Novo deve ter um significado especial. Embora o tempo seja sempre o mesmo, essa convenção se reveste de importância na medida em que, nos condicionando ao início de uma etapa diferente, renovada, sintamo-nos emulados a uma renovação. Renovação de hábitos, de atitudes, como estar mais com a família, reorganizando as horas do trabalho profissional. Importar-se mais com os filhos, lembrando-se de não somente indagar se já fizeram a lição, mas participar, olhando, lendo as observações feitas pelos professores nos cadernos, interessando-se pelos conteúdos disciplinares. Sair mais com as crianças, não somente para passeios como a praia, a viagem de férias. Mas, no dia a dia, um momento para um lanche e uma conversa, uma saída para deliciar-se com um sorvete. Outros, para só ficar olhando a carinha lambuzada de chocolate, literalmente afundando-se na taça de sorvete. Outros, mais longos, para acompanhar o passo vacilante de quem está aprendendo a andar. Uma tarde para um papo com os que já estão preparando a mochila para se retirar do cenário desta vida, quem sabe, nos próximos meses? Isto é viver Ano Novo. Sair com amigos, abraçar amigos, sorrir pelo simples prazer de sorrir. Trocar e-mails afetuosos, não somente os corriqueiros que envolvam decisões e finanças. Usar o telefone para dar um Olá, desejar Boa viagem, Feliz aniversário! Bom, você também pode fazer propósitos de comer menos doces ou diminuir os carboidratos da sua dieta, visando melhor condição de vida ou simplesmente adequar seu peso. Também pode pensar em mudar o visual. Quem sabe modificar o corte de cabelo, tentar pentear para outro lado, fazer uma visita ao dentista. E é claro, um bom check-up. Porque cuidar da saúde é essencial. Bom mesmo é não esquecer de formular propósitos para sua alma. Assim, acrescente na lista: estudar mais, ler mais, entender mais o outro, devotar-se a um trabalho voluntário, servir a alguém com alegria e bom ânimo. Com certeza, cada um terá outros muitos itens a serem acrescentados à lista. Até mesmo coisas simples como alterar os roteiros de idas e vindas do trabalho-lar-escola. Ou coisas mais complicadas, como se dispor a pensar um pouco no outro e não exclusivamente em si, no relacionamento a dois. Imprescindível, no entanto, é que você coloque a lista à vista, para olhar muitas vezes, durante todo o Novo Ano. Importante que se lembre de lê-la, para ir acompanhando o que já conseguiu e onde ou em que ainda precisa investir mais, insistindo, até a vitória. Seja este Ano Novo o ano de concretas realizações na sua vida!
Redação do Momento Espírita. 
Em 31.12.2018.

domingo, 30 de dezembro de 2018

EDUCANDO CRIANÇAS

Como sementes prontas a germinar e ganhar as alturas, assim são nossas crianças quando vêm ao mundo. Ao lançar os primeiros ramos, arrebentando a terra, toda planta necessita de cuidados especiais. A fragilidade, a sua pouca resistência, as raízes ainda tênues exigem zelo e atenção. O terreno fértil, a terra cuidada, a generosidade da água e do adubo favorecem o crescimento rápido e o desenvolvimento adequado. Assim se dá com nossas crianças. Ao retornarmos ao mundo físico, pela oportunidade da reencarnação, todos enfrentamos o necessário período da infância. A delicadeza que só a infância oferece, é recurso que a Providência Divina usa para que possamos aprender a amar, quase que em um instante, aquele ser frágil. E assim, vinculados pelos poderosos laços do amor, possamos encontrar combustível e forças necessárias para a desafiadora tarefa da educação. As crianças que a bondade celeste nos encarrega de conduzir em seus primeiros passos, são convites da vida para compartilharmos com Deus a tarefa de educar seus filhos. Compromisso de imensa envergadura é, sem dúvida, das mais nobres missões que podemos assumir. Porém, como toda missão, requer cuidados e dedicação. Será na infância que teremos os melhores ensejos de realizar a boa semeadura nos Espíritos que retornam à vida. Ainda esquecidos do passado e das heranças que trazemos no inconsciente, durante a infância, a educação tem papel de especial relevo. Assim, será nesse momento que não poderemos esquecer de falar dos valores mais nobres, mas também exemplificá-los à exaustão, para que fiquem impregnados na alma daquele que inicia a vida. É esse o momento que devemos incutir na alma infantil a nobreza do caráter, falar-lhe dos valores imortais da vida, apresentar-lhe Jesus como Modelo e Guia de conduta. Durante os primeiros anos, teremos a oportunidade de encontrar terreno fértil para semear nobres ideias e virtudes. E esses valores, quando bem conduzidos na infância, impregnarão a alma de tal forma, que serão carregados no cofre do coração, ao longo de toda a existência. Dessa forma, todo aquele que se vê no processo de educar uma criança, não pode abrir mão da oportunidade de oferecer as moedas valiosas e as ferramentas indispensáveis para se formar um homem e uma mulher de bem, no futuro. Qual zeloso jardineiro, a oferecer os recursos necessários para o desenvolvimento de seu jardim, assim devemos ser todos nós, quando a Providência Divina nos encarrega da educação e formação de Seus filhos. Educar uma alma, que retorna às lides da vida física, é oportunidade de começar nova história. Toda criança, embora o corpo frágil e o caráter infantil, é Espírito milenar, que retorna, para novos aprendizados e novas conquistas. Dessa forma, ensinar mas, acima de tudo, exemplificar os valores e a proposta de vida que Jesus nos oferece, é investimento que renderá dividendos inimagináveis nos cofres do coração de quem retorna à vida física. 
Redação do Momento Espírita. 
Em 9.12.2013.

sábado, 29 de dezembro de 2018

O SEGUNDO CASAMENTO

Ele concluíra o curso de contabilidade. Então, a vontade de ser médico, de fazer algo mais pelo semelhante, o levou a entrar para a Faculdade de Medicina. E foi ali que, um dia, ele viu uma jovem morena, que lhe chamou a atenção. Ela parecia ser do Nordeste, e tinha um jeitinho de japonesa. Enfim, alguém que lhe fez bater o coração de forma diferente. O tempo foi passando. Ele descobriu o nome dela, falou com seus colegas ou seja, foi chegando devagar, mas com certeza. Em julho de 1970, ele fez o que considerou a sua mais importante aquisição: um par de alianças. Também uma geladeira, já pensando no futuro próximo. E naquele mesmo ano, antes mesmo dela terminar o curso, se casaram. Isso permitiu que ao conquistar o diploma ostentasse o sobrenome de casada. Foram anos maravilhosos. Vieram os filhos, somaram-se genros, noras e netos. As alegrias foram se sucedendo. De vez em quando, uma surpresa, um pequeno susto. Uma cirurgia cardíaca, um problema de saúde adiante. Quando 2018 quase estava para se despedir, foi que o inusitado aconteceu. O casal viajou para outro Estado, na casa de um dos filhos, para a comemoração do primeiro aniversário de mais uma netinha. Foi quando Laertes se deu conta de que estava casado há cinquenta anos. Meio século. Que coisa incrível. Como o tempo passara. Parecia-lhe que ontem ainda estava propondo casamento para Célia. E, agora, eram avós. Ele pensou que precisava tomar uma atitude. Cinquenta anos é um bocado de tempo. Teve uma ideia brilhante. Sem nada confidenciar a ninguém, foi comprar um par de alianças, mandou gravar os nomes. Então, em plena festa de aniversário da menina, com a presença dos familiares, amigos, conhecidos, ele fez o inesperado. Sentados um de frente ao outro, em alto e bom som, ele perguntou para a esposa: 
-Célia, você quer casar comigo? 
Ela ficou surpresa. Olhou para os filhos, os netos, todos que no salão haviam parado para contemplar a cena. Foram alguns segundos de silêncio quase constrangedor. O coração dele parecia saltar do peito. Finalmente, ela sorriu e estendeu a mão esquerda. E, com o mesmo nervosismo de cinquenta anos atrás, Laertes colocou-lhe no dedo a aliança de ouro reluzente. Ela repetiu o gesto dele, rindo, feliz. Um sorriso, como disse ele, jamais visto tão iluminado. E, ante o aplauso dos presentes, eles se beijaram. Foi assim que eles se casaram pela segunda vez. 
* * * 
Em tempos nos quais os relacionamentos adquiriram foro de rapidez, desfazendo-se pela manhã o prometido da véspera, contemplar um matrimônio de meio século é emocionante. Emocionante por se verificar uma vida rica, plena, uma vida construída e alicerçada no tempo. Uma vida de tantos frutos. Uma família. Que belo exemplo a seguir. E o seguem os filhos, um a um, pois para cada um deles, já se somam igualmente anos de consórcio com a multiplicação dos filhos. Isso se chama amor. Amor que não arrefece porque alguns arabescos estão enfeitando a face do outro. Ou porque o cônjuge tem alguns problemas de saúde. Ou porque o passo se tornou mais lento e a memória prodigiosa empalideceu. Amor. Sublime amor, que mantém apertados os laços e enfloresce, no transcorrer dos anos. 
Redação do Momento Espírita, com fatos da vida do casal Célia e Laércio Furlan. 
Em 29.12.2018.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

MENSAGEM PARA O AMANHÃ

Quem observa esses frágeis seres que abrem seus olhinhos curiosos para o cenário do mundo, logo percebe como eles dependem dos adultos. Bebês, pequeninos, com o aroma da inocência aureolando suas ações, andam na Terra em busca de carinho. Parecem aves implumes, tal sua delicadeza e fragilidade. Às vezes, as vemos colocando suas mãozinhas nas pernas dos adultos, batendo de leve com seus dedinhos miúdos, erguendo os bracinhos a dizer sem palavras: 
-Quero colo. 
As crianças expressam assim seu desejo de serem carregadas. Desejo que às vezes é repelido com expressões grosseiras como:
-Não pego no colo, não. Vai andar! Quis vir junto, agora ande. Do contrário, poderia ter ficado em casa. 
Isso cai sobre a cabecinha da criança como uma bomba. Não percebem, os que assim agem, que o pequeno tem menos resistência. Dirão que a criança pula, corre, e brinca o dia todo, que, se tem energia para brincadeira, também deverá ter para andar. Ora, na brincadeira a criança tem a recompensa do prazer. Ela brinca até cansar e ao se sentir exausta, para. Até mesmo o bebê de poucos meses parece, por vezes desligar. É o período de calmaria, de repouso que ele busca. A caminhada contínua, onde não lhe é permitido parar para observar o cachorro que late, o brinquedo colorido na vitrine, o movimento das pessoas que circulam rápido, faz com que ela se canse com maior rapidez. Sem falar que, normalmente, os adultos esquecem que os pequenos estão juntos, e andam a passo acelerado, obrigando-os a quase correr para os acompanhar. Outra situação que se repete com constância é a de crianças, no seu período de imitação, desejarem ser a cabeleireira da mãe. Munidas de escova e pente, elas tentam criar o penteado que sua mente cataloga como maravilhoso. O que conseguem, em verdade, é despentear. Mas elas insistem, põem a ponta da linguinha para fora da boca, demonstrando esforço, e alisam os cabelos com suas mãos. Satisfeitas, exclamam: 
-Pronto. 
Quantas vezes todo esse cuidado é repelido com as desculpas de: 
-Vai estragar o meu penteado. 
Ou: 
-Não tenho tempo para perder. 
Atitudes dessa natureza, repetidas, terminam por passar para a criança que o sofrimento do outro, como o seu cansaço, não importa. 
O lema é: Cada um por si. 
Não nos admiremos se, no futuro, nos depararmos com adolescentes frios e adultos indiferentes. Pessoas que pensarão somente no seu bem-estar, no seu conforto, não se importando com a família, amigos ou colegas. Nas relações humanas, como tudo na vida, a questão é de aprendizado e de semeadura. 
* * * 
Até aos sete anos de idade a criança é mais suscetível às mensagens que recebe dos adultos. A educação integral compreende, não somente o comportamento social, as boas maneiras, a conduta reta, mas também a questão afetiva, emocional e espiritual. Assim, não desprezemos as carícias da criança. Dia virá, quando os anos se forem, que ansiaremos por quem se aproxime de nós e nos acaricie os poucos cabelos brancos. Alguém que disponha de seu tempo para colocar sua cabeça junto da nossa e diga: 
-Como vai minha velhinha, hoje? Está cansada? Quer um carinho? 
Redação do Momento Espírita. Disponível no livro Momento Espírita, v. 9 e no CD Momento Espírita, v. 11, ed. FEP. 
Em 28.12.2018.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

EDUCAÇÃO

Dia desses lemos, em um adesivo colado no vidro traseiro de um veículo, a seguinte advertência: 
 Minha educação depende da tua. 
Ficamos a imaginar qual seria o conceito de educação para quem pensa dessa forma. Ora, se nossa educação dependesse dos outros, certamente seria tão instável quanto a quantidade de pessoas com as quais nos relacionamos. Ademais, se assim fosse, não formaríamos jamais o nosso caráter. Seríamos apenas o resultado do comportamento de terceiros. Refletiríamos como se fôssemos um espelho. A educação, segundo o Codificador do Espiritismo Allan Kardec, é a arte de formar caracteres e, por conseguinte, é o conjunto de hábitos adquiridos. Assim sendo, como fica a nossa educação se refletir tão somente o comportamento dos outros, como uma reação apenas? O verdadeiro caráter é forjado na luta. Na luta por dominar as más tendências, por não revidar uma ofensa, por retribuir o mal com o bem. Um amigo tinha o costume de dizer: 
-Bateu, levou. 
Um dia perguntamos se ele admirava os mal-educados que tanto criticava. Imediatamente ele se posicionou em contrário: 
-É claro que não! 
Então questionamos outra vez: 
-Se não os admira, por que você os imita? 
Ele ficou um tanto confuso, pensou um pouco e respondeu: 
-É, de fato deveríamos imitar somente o que achamos bonito. 
Dessa forma, a nossa educação não deve jamais depender da educação dos outros, menos ainda da falta de educação dos outros. Todos os ensinamentos do Cristo, a quem a maioria de nós diz seguir, nos recomendam apresentar a outra face. Imaginemos se Jesus, o Mestre, tivesse nos ensinado: 
-Se alguém te bater numa face, esmurra-lhe a outra. 
Ou então: 
-Faz aos outros tudo aquilo que não desejas que te façam. 
Nós certamente não o aceitaríamos como Modelo e Guia. Assim sendo, lutemos por nos educar segundo os preceitos do Mestre de Nazaré que, diante dos momentos mais dolorosos de Sua vida, manteve a calma e tolerou com grandeza todas as agressões sofridas. Não nos espelhemos nos que não são modelos nem de si mesmos. Construamos o nosso caráter com os exemplos nobres. Quando tivermos que prestar contas às leis que regem a vida, não encontraremos desculpas para a nossa falta de educação, nem poderemos jogar a culpa nos outros, já que Deus nunca deixou a Terra sem bons exemplos de educação e dignidade. 
 * * * 
Não adotemos os costumes comuns que nada têm de normais. O normal é cada um buscar a melhoria íntima com os recursos internos e externos que Deus oferece. As rosas, mesmo com as raízes mergulhadas no estrume, se abrem para oferecer ao mundo o seu inconfundível perfume. O sândalo, por ser uma árvore nobre, deixa suave fragrância impregnada no machado que lhe dilacera as fibras. Assim, nós também podemos dar exemplos dignos de serem imitados. 
Redação do Momento Espírita, com base nos itens 685 e 685 a, de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. Feb Disponível no cd Momento Espírita, v. 2, ed. Fep. 
Em 27.8.2012.

[Momento em casa] - Ajude a FEP se inscrevendo no canalfep no youtube

A Federação Espirita do Paraná criou o Canal FEP, o canal no youtube, disponibilizando palestras, seminários e outros eventos que venham a ser gravados. Quando da realização da Conferência Estadual Espírita, anualmente, transmite por esse canal todo o evento, bem como outros, de forma esporádica. Tudo isso de forma gratuita e para que se mantenha a gratuidade dos eventos realizados pedimos sua ajuda, bastando que você se inscreva no https://www.youtube.com/canalfep - compartilhando e deixando seu like. 
Quanto mais assinantes do canal, mais like e mais compartilhamentos, a FEP passa a ser monetizada. Não são grandes valores mas auxiliam, a fim de que possa continuar a realizar a sua ampla divulgação da Doutrina Espírita, de forma gratuita. Contamos com sua valiosa colaboração. 

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

EDUCAÇÃO SEMPRE

Ele estava desrespeitando o limite de velocidade. Dirigia-se para uma reunião de negócios e não tinha tempo a perder. Seus olhos se moviam com agilidade enquanto observava os outros carros e procurava abrir caminho rapidamente em meio ao trânsito. No momento em que estava alcançando a rodovia expressa, ele foi fechado por um veículo que vinha saindo de uma via lateral. Paulo abriu a janela do carro e berrou com o dono daquele carro. Não satisfeito, ainda lhe dirigiu alguns palavrões. Marco, o motorista do outro veículo, não aceitou aquilo sem reação. Afinal, ele também estava muito apressado. Tomou de toda a sua raiva e com uma manobra rápida, na curva seguinte, fechou o carro de Paulo. A tensão estava agora cada vez maior. Paulo não cabia em si de raiva. Aquele motorista atrevido o provocara por duas vezes. Também manobrou com habilidade e, em questão de segundos, era ele que conseguia dar uma fechada no outro veículo, deixando apenas alguns centímetros entre os dois carros. O ódio foi aumentando. Parecia uma guerra para se decidir quem aguentaria mais a tensão ou quem venceria a batalha, colocando, quem sabe, para fora da estrada, o outro. Os dois dirigiam como loucos ao volante. Exatamente quando Paulo pensou que tinha deixado o outro carro para trás, numa nuvem de poeira, olhou pelo espelho retrovisor e lá estava ele de novo. Marco pisou no acelerador, abriu a janela e retribuiu os xingamentos de Paulo, lembrando-se de acrescentar mais alguns. Foi como jogar lenha na fogueira. A perseguição passou a ter um lado ainda mais perigoso e ousado. No entanto, da mesma forma repentina com que começou, tudo terminou com uma freada barulhenta e repentina. Paulo parou e desceu do carro. Marco estacionou o seu carro ao lado. Os dois entraram no mesmo prédio. Depois, no mesmo elevador. Surpresos, olhavam um para o outro, soltando chispas de ódio. Estavam totalmente desnorteados quando saíram do elevador e se dirigiram para a mesma porta. A verdade se tornou patente quando começaram a falar, com gentileza e educação, um para com o outro: Paulo, o fornecedor, e Marco, cliente, estavam correndo, atrasados, para a reunião que tinham um com o outro. 
 * * * 
Ser educado com todas as pessoas nos exime de muitos aborrecimentos e de vergonha. Em qualquer trilha da nossa vida podemos reencontrar pessoas que, num momento de insanidade, desrespeitamos. Porque os caminhos se cruzam, as faixas se unem e nunca se sabe onde, quando e em que circunstâncias tornaremos a nos encontrar com aquelas mesmas pessoas. 
Redação do Momento Espírita com base no livro Pequenos milagres, v. 1, de Yitta Halberstam e Judith Leventhal, ed. Sextante. 
Em 13.01.2012.

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

NATAL É....

Natal é muito mais que enfeites, presentes, festas, luzes e comemorações...
Natal quer dizer nascimento, vida, crescimento...
E o Natal de Jesus tem um significado muito especial para o Mundo.
Geralmente não se comemora o nascimento de alguém que morreu há mais de dois milênios, a menos que esse nascimento tenha algo a nos ensinar.
Assim pensando, o Natal de Jesus deve ser meditado todos os dias, e vivido da melhor maneira possível.
Se assim é, devemos convir que Natal é muito mais do que preencher um cheque e fazer uma doação a alguém que necessita dessa ajuda.
É muito mais do que comprar uma cesta básica e entregar a uma família pobre...
É muito mais que a troca de presentes, tão costumeira nessa época.
É muito mais que reunir a família e cantar.
É muito mais que promover o jantar da empresa e reunir patrões e empregados em torno da mesma mesa.
A verdadeira comemoração do Natal de Jesus é a vivência de Seus ensinos no dia-a-dia.
É olhar nos olhos daqueles que convivem conosco e buscar entender, perdoar, envolver com carinho esses seres humanos que trilham a mesma estrada que nós.
É se deter diante de uma criança e prestar atenção no que os seus olhos dizem sem palavras...
É sentir compaixão do mais perverso criminoso, entendendo que ele é nosso irmão e que se faz violento porque desconhece a paz.
É preservar e respeitar a natureza que Deus nos concede, como meio de progresso, e fazer esforços reais para construir um mundo melhor.
O Natal é para ser vivido nos momentos em que tudo parece sucumbir...
Nas horas de enfermidades, nas horas em que somos traídos, que alguém nos calunia, que os amigos nos abandonam...
Tudo isso pode parecer estranho e você até pode pensar que essas coisas não têm nada a ver com o Natal.
No entanto, Jesus só veio à Terra para nos ensinar a viver, e não para ser lembrado de ano em ano, com práticas que não refletem maturidade, nem desejo sincero de aprender com Essa Estrela de primeira grandeza...
Ele viveu o amor a Deus e ao próximo...
Ele viveu o perdão...
Sofreu calúnias, abandono dos amigos, traição, injustiças variadas...
Dedicou Suas horas às almas sedentas de amor e conhecimento, não importando se eram ricos ou pobres, justos ou injustos, poderosos ou sem prestígio nenhum.
Sua vida foi o maior exemplo de grandeza e sabedoria.
Por ser sábio, Jesus jamais estabeleceu qualquer diferença entre os povos, não criou nenhum templo religioso, não instituiu rituais nem recomendou práticas exteriores para adorar a Deus ou como condição para conquistar a felicidade.
Ele falava das verdades que bem conhecia, das muitas moradas da Casa do Pai, da necessidade de adorar a Deus em Espírito e Verdade, e não aqui ou ali, desta ou daquela forma.
Falou que o Reino dos Céus não tem aparências exteriores, e não é um lugar a que chegaremos um dia, mas está na intimidade do ser, para ser conquistado na vivência diária.
E é esse reino de felicidade que precisa ser buscado, aprendido e vivido nos mínimos detalhes, em todos os minutos de nossa curta existência... 
Bem, Natal é tudo isso...
É vida, e vida abundante...
É caminho e verdade...
É a porta...
É o Bom Pastor...
É o Mestre...
É o maior Amigo de todos nós.
Pense em tudo isso, e busque viver bem este Natal... 
Equipe de Redação do Momento Espírita.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

E SE ESSE NATAL FOSSE DIFERENTE!?!

Chega o Natal e quase tudo se repete: as mesmas rotinas; as mesmas preocupações com presentes; a mesma falta de tempo; as mesmas reuniões familiares; as mesmas conversas. Tudo muito igual. 
Mas, e se esse Natal fosse diferente? 
E se nesse Natal, ao invés dos presentes serem comprados prontos, nós nos dispuséssemos a fazê-los? Sim, os famosos amigos secretos familiares poderiam propor que cada um oferecesse algo de si, utilizando uma habilidade que tem. Nesse processo, que demoraria mais tempo do que uma simples compra de loja, obviamente, teríamos a chance de pensar naquela pessoa, colocando na pequena lembrança o que realmente desejamos para ela nesse Natal. O presente teria muito mais de nós. Muito mais valor. Se nos falta habilidade, poderíamos nos propor a aprender algo apenas para nos doarmos naquele mimo específico. Os resultados seriam surpreendentes, tenhamos plena certeza. E se nesse Natal, as reuniões em volta da mesa fossem mais simples? Que tal dar prioridade ao encontro e às conversações ao invés de gastarmos altos valores e grande quantidade de tempo nas preparações? Quanto desperdício vemos nas mesas natalinas, quantos exageros. Quantos manjares no dia seguinte vão parar nas lixeiras. E se nesse Natal, além de passar momentos felizes com nossos amores, nossa família, também nos propuséssemos a ser a família temporária de alguém? Poderia ser numa visita, num passeio, numa refeição que nós mesmos preparássemos e doássemos para aqueles que, muito provavelmente, passarão a data sozinhos. E se nesse Natal as conversas também fossem diferentes? Que tal convencionarmos que temas como política, futebol e notícias ruins não pudessem ser abordadas, pelo menos nessa comemoração? Poderíamos combinar e darmos prioridade aos temas felizes, amenos, às alegrias da família, ao balanço positivo do ano, aos elogios, aos planos para o futuro. E, detalhe importante, que sejam totalmente proibidas a maledicência e a fofoca. E se esse Natal fosse diferente também no que diz respeito a Jesus? Afinal, não é possível que celebremos a data, chamemos de natal e nem sequer lembremos do aniversariante. Não se trata de uma questão de religiosidade, mas de coerência. Se é uma reunião natalina, pelo menos alguma citação, alguma lembrança, alguma pequena homenagem precisa ser feita a quem está aniversariando. Alguns realizamos preces, o que já é um bom começo. Mas, que tal relembrar alguma de suas excelentes lições? Um dos seus feitos bastaria. Perceberemos que os ares domésticos mudarão, que algo dentro de nós irá querer despertar. Sim, pois tanto Jesus como Seus inúmeros trabalhadores do mundo dos Espíritos se alegram quando encontram essas pequenas oportunidades de nos falar ao coração. Em momentos como esses, eles nos relembram de compromissos que assumimos antes do berço, que reforçam em nós princípios valorosos. Muitas vezes se servem dessas ocasiões para nos despertar do sono materialista em que nos encontramos na Terra. Proponhamo-nos a um Natal diferente. Proponhamo-nos ser diferentes. Não nos deixemos levar pelas rotinas hipnotizantes, pela balbúrdia do mundo. Natal é convite para nascer de novo, para fazer de novo, e por que não: diferente? 
Redação do Momento Espírita 
Em 24.12.2018.
MINHA NOTA- Ontem, 23.12.18, minha neta Vitória, no almoço de família Pré-Véspera de Natal, sugeriu e todos participamos: O AMIGO SECRETO DO ABRAÇO. Sorteamos o amigo e quando reconhecido nos demos um sentido, honesto e forte abraço, com direito a uma foto de recordação!

domingo, 23 de dezembro de 2018

A EDUCAÇÃO SEMPRE EM PAUTA

No amplo teatro, alugado especialmente para o encontro, se reuniam autoridades de todo o Estado. Discutia-se a questão de verbas para as tantas necessidades das diversas comunidades. Horas foram planejadas para se apresentarem as necessidades, as estratégias de redução de gastos, a mais correta divisão dos recursos a fim de que todas as áreas fossem bem atendidas. Planejava-se ali o atendimento à criança, ao jovem, ao idoso, à gestante, ao carente. Nenhum detalhe estava sendo esquecido. As autoridades se revezavam ao microfone, falando de metas a serem alcançadas, de intenso trabalho a ser realizado. Enfim, fez-se uma pausa para um pequeno descanso. Todos demandaram o amplo salão onde várias mesas apresentavam o lanche com pães, doces, salgados, refrigerantes, café, água. Entre um e outro salgadinho, os colegas aproveitavam para trocar ideias, para cumprimentar aqueles que já haviam discursado. Retornando ao teatro para a continuidade dos trabalhos, um dos participantes levou um copo com refrigerante. Quase ao transpor a porta, a senhora encarregada da recepção pediu licença e lhe lembrou, conforme avisos afixados em vários lugares, que ele não poderia adentrar o teatro com o refrigerante. O homem, até então muito educado, olhou-a de cima e falou alto: 
- A senhora sabe com quem está falando? 
A senhora de pronto respondeu: 
- Não, senhor. 
Ao que ele explicou:
- Pois saiba a senhora que eu sou Fulano de tal. 
E foi dizendo o cargo que ocupava no Estado. Ela, ainda e sempre educada, prosseguiu:
- Muito prazer em conhecê-lo, senhor. Mas devo continuar lhe dizendo para não entrar nas dependências do teatro com o refrigerante. Mais do que ninguém, o senhor, como autoridade de um município do nosso Estado, sabe o quanto custa o patrimônio público e quanto custa mantê-lo. O senhor é encarregado de zelar pelo dinheiro do povo e dar ao povo o melhor. O senhor, em sua cidade, zela pelas praças, pelos jardins, pelo teatro, a biblioteca pública, o museu, as escolas. Mais do que ninguém o senhor sabe que o dinheiro público não pode ser desperdiçado. O refrigerante que o senhor deseja levar para o teatro pode derramar e manchar a poltrona ou o tapete. E haverá necessidade de se gastar para a substituição de uma ou de outro. 
O homem olhou para a mulher, deu meia volta, depositou o copo de refrigerante sobre uma mesa próxima, voltou para a entrada do teatro e disse: 
- A senhora tem toda a razão. Obrigado pela lição.
E retornou para os trabalhos com seus colegas. 
 * * * 
A verdadeira humildade está em reconhecer os próprios erros, não importando o cargo ou a função que se ocupa. E todos podemos ser educadores, onde quer que estejamos. Podemos dar o exemplo, fazendo. Podemos falar, demonstrando o que é correto realizar. Sempre que falemos com educação e demonstremos bom senso no que pedirmos, com certeza, seremos ouvidos e atendidos. É que nem sempre estamos dispostos a realizar este trabalho e preferimos deixar passar. Com isso, estamos perdendo uma oportunidade sem par de melhorar o mundo em que nos encontramos. 
Redação do Momento Espírita. 
Em 29.02.2012.

sábado, 22 de dezembro de 2018

EDUCAÇÃO PELO EXEMPLO

LAÉRCIO FURLAN
É voz corrente que as crianças adoram os avós. Seja porque eles lhes fazem as vontades ou porque lhes dispensam mais tempo, considerando que, normalmente, o têm mais livre, por estarem aposentados. Enfim, os netos adoram ficar com os avós. Por isso, em muitas famílias, existe até uma programação específica, durante o mês, para um ou outro final de semana em que os netos se instalam na casa deles. O pequeno Gabriel, nos seus quatro anos, não era exceção. Com sua mochila, com tudo e mais um pouco do que poderia precisar, passava alguns finais de semana na casa dos avós. Eram sempre dias um tanto tumultuados porque o pequeno parecia um furacão. Adorava jogar bola com as mãos, com os pés. E, por vezes, atingindo lustres e abajures. Na hora de dormir, desejava ouvir histórias contadas pelo avô. Histórias do tempo em que ele era criança. Gostava de ouvir aquelas coisas que o avô fazia, na sua infância, que parecia perdida nos anos. Algumas brincadeiras um tanto diferentes das suas: subir em árvores, jogar bolinha de gude, pescar no riacho perto de casa... Tudo isso deliciava, especialmente, o avô, o mais falante, o que mais interagia com o pequeno. Foi na hora do café da manhã, que tudo aconteceu. O avô ofereceu uma fruta ao neto, que a rejeitou. Também a outra não foi aceita. Desejando que o menino se servisse de algo saudável na primeira refeição do dia, o avô apanhou uma caneca, que trazia os dizeres: Para o meu sobrinho mais querido. Como um grande ator, ele traduziu, entusiasmado, os dizeres: 
-Então, vamos tomar um leite com chocolate nesta caneca espetacular, que comprei especialmente para você? Aqui está escrito: Para o meu neto querido, Gabriel, com todo meu amor
Naturalmente, as intenções daquele avô eram as melhores possíveis. No entanto, o garoto se mostrou desconfiado. Deixe eu ver, vô, pediu ele. E tomou o utensílio em suas pequenas mãos. Como um especialista, inspecionou, devagar, todos os símbolos e sinais escritos nela e indagou: 
-Vô, me diga uma coisa. Onde está o G e depois o A para fazer GA, de Gabriel? Eu não estou vendo nada disso aqui. Eu sei como se escreve meu nome. 
Como a situação se resolveu, não nos foi contado. Não sabemos se o avô admitiu sua aparentemente inocente mentira, e o que se desenrolou na sequência. No entanto, é bom pensarmos quantas vezes, em nossa vontade de acertar, erramos. Ou seja, quantas vezes, faltamos com a verdade para com os nossos pequenos? Verdade que, cedo ou tarde, eles descobrem. Diante disso, é de nos questionarmos com que direito lhes desejamos ensinar que devem dizer a verdade, que devem ser honestos, que não devem enganar a ninguém? Se os desejamos homens de bem, que no futuro poderão ocupar cargos na política, no empresariado, no comércio, na ciência, nas artes, no que for, primemos pela sua correta educação. Se os exemplos falam muito mais alto do que as palavras, é bom repensarmos as nossas atitudes. Afinal de contas, todos somos educadores: pais, avós, professores, tios, primos. Educamos para as coisas positivas ou não. Educamos com nosso exemplo, com nossa forma de ser. Tenhamos isso em mente antes de tentarmos distrair-lhes as mentes ou lhes conquistar os corações com invenções tolas ou inverdades. Pensemos nisso. Os pequenos têm os olhos postos em nós, a todo momento e aguardam a melhor condução para as suas vidas. 
Redação do Momento Espírita, a partir de fato relatado por Laércio Furlan. 
Em 20.1.2017.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

ESTRANHO VERSÍCULO

Era uma noite fria na cidade de Chicago. O garotinho vendia jornais na esquina. Mas o frio era tanto que as pessoas passavam quase correndo, buscando as suas casas e nem paravam para comprar o jornal. Por isso, o menino se aproximou de um policial e perguntou se ele lhe poderia arrumar um lugar quente para dormir, naquela noite. Estava muito frio para dormir na caixa de papelão no beco, como sempre. O policial olhou para ele e falou:
-Desça a rua até encontrar uma casa branca. Bata na porta e quando alguém vier abrir, diga: João 3:16.
O menino obedeceu e, quando uma senhora simpática atendeu, ele falou: 
-João 3:16. 
Ela o recolheu e o levou para se sentar em uma poltrona, próximo da lareira. Ele pensou:
-Não sei o que quer dizer João 3:16, mas com certeza é uma coisa boa porque aquece um menino numa noite fria. 
Mais tarde, a senhora o levou para a cozinha e lhe ofereceu farta comida. Enquanto se alimentava, o pequeno pensou: Não estou entendendo, mas o que é certo é que João 3:16 sacia a fome de um menino. Depois, ela o levou até o banheiro e ele mergulhou em uma banheira cheia de água quente. Ainda molhado, ele pensou: 
-João 3:16. Com certeza eu não entendi. Mas isso faz um menino sujo ficar limpo. Que me lembre, o único banho de verdade que tomei foi quando fiquei em frente a um hidrante de incêndio, que esguichava água fria. 
A senhora o levou até o quarto e o colocou em uma grande cama e o cobriu com um cobertor macio. Deu-lhe um beijo de boa noite e apagou as luzes. No escuro do quarto, ele olhou pela janela e observou a neve caindo lá fora. Na manhã seguinte, a senhora o despertou e lhe ofereceu um delicioso café. Depois o levou para a mesma poltrona em frente à lareira, apanhou o Evangelho e perguntou: 
-Você entendeu João 3:16? 
-Não, senhora. Quem me disse para lhe falar isso foi um policial, ontem à noite. Ela abriu o Evangelho de João e leu o versículo dezesseis do capítulo três: Porque Deus amou tanto o mundo, que deu seu único filho. E aquele que acredita nele não morrerá, mas terá vida eterna. 
E a boa senhora lhe falou a respeito de Jesus e do Seu grande amor para com todos os homens. O garoto continuou sentado, ouvindo e ouvindo. Finalmente, falou: 
-Senhora, tenho que lhe dizer. Ainda não consigo entender como Jesus concordou em vir à Terra e sofrer tudo o que sofreu, para nos ensinar o amor. Mas uma coisa eu entendi muito bem. Tudo isso faz a vida valer a pena. 
* * * 
Jesus é o nosso Norte, nosso Roteiro. Os que O seguem, são identificados na Terra pela sua postura perante a vida. Onde quer que se encontrem, semeiam. E as suas sementes são luz nas estradas das vidas cheias de dores. Na esteira dos seus passos, brilham estrelas que se acendem na noite dos tempos. Anonimamente, servem ao próximo, doando pão a bocas famintas, agasalho aos que padecem frio, esperança àqueles que perderam a fé na vida. Como uma Via Láctea iluminada, apontam o caminho de estrelas na direção do Cristo que, hoje e sempre, é o Amor Incondicional que a todos ama.
Redação do Momento Espírita, com base em história de autoria ignorada e no cap. 1, do livro O semeador de estrelas, de Suely Caldas Schubert, ed. LEAL.
Em 21.12.2018.
momento.com.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

O VERDADEIRO SENTIDO DO NATAL

Há muitos séculos o mundo comemora o Natal. É uma data muito importante porque nos traz a lembrança da chegada do Menino Jesus ao nosso planeta. Ele marcou, com Seu nascimento, a maior e mais intrigante divisão da História, como nunca se vira ou fora registrado. Pela Sua grandeza, Ele não coube dentro dela. Quando chega essa época, o mundo se modifica e ideias variadas de comemoração surgem na mente das pessoas. Tudo é motivo para se reviver o trajeto feito pelos Seus pais até chegar a Belém para o recenseamento necessário. A acomodação em local inesperado, pois que os abrigos que os poderiam hospedar se encontravam lotados. Eles tiveram que improvisar um recanto humilde, onde se aconchegar para passar a noite. E foi entre os animais que se alojavam naquele pequeno retiro de pedras, que o Menino Luz nasceu, sendo colocado em um berço singular. Era uma manjedoura, onde os animais se alimentavam e que Maria, Sua mãe, forrou com tecidos que trouxera na bagagem. Muito tempo depois, os homens convencionaram que celebrariam esse acontecimento no dia vinte e cinco de dezembro. É nesse dia que, ainda hoje, Seu aniversário é lembrado por quase toda a Humanidade, especialmente nas famílias. Alguns dizem que a data se transformou em algo somente comercial. Isso poderá ser verdade para alguns. Existem crianças que somente lembram de pedir presentes. Algumas desconhecem o que significa o Natal. Não sabem dizer o nome do verdadeiro Aniversariante, o que Ele veio fazer na Terra porque jamais alguém lhes falou a respeito. Ao lado dessas, no entanto, muitas outras louvam o Menino com suas canções, com suas orações, com suas carinhosas lembranças.
 * * * 
Qual o real sentido do Natal que muitos ainda não absorvemos e até evitamos falar a respeito? Precisamos conversar mais com nossos pequenos sobre essa data e o que ela representa para a Humanidade. Quem é esse Menino que aportou na Terra, qual foi e continua sendo o Seu propósito? Porque essa comemoração não se perdeu no decorrer dos séculos? Qual a melhor maneira de mostrarmos que conhecemos o Aniversariante? E como comemorar, devidamente, Sua vinda à Terra? Bom seria se nos conscientizássemos que Natal pode ser qualquer dia, e que sua comemoração é bem-vinda em todos os momentos. 
Sim. Porque de acordo com os ensinamentos do Mestre, cada vez que duas pessoas se perdoam é Natal. 
Cada vez que demonstramos compreensão para aquele com quem convivemos é Natal.
Cada vez que ajudamos uma pessoa é Natal. 
Cada vez que realizamos a opção por viver honestamente é Natal. 
Cada vez que nasce uma criança é Natal. 
Cada vez que buscamos dar um conteúdo novo para nossa vida é Natal. 
Cada vez que duas pessoas se amam com um sentimento limpo, profundo e sincero é Natal. 
Cada vez que olhamos alguém com os olhos do coração, com um sorriso nos lábios é Natal. 
Isso porque, nesses momentos, nasce o amor, a paz, a justiça, a esperança, a alegria, a ternura... Nasce Jesus, o Celeste Menino, em cada um dos nossos corações! 
Redação do Momento Espírita. 
Em 20.12.2018.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

UM REI SEM IGUAL

Ninguém que O igualasse em grandeza. Ninguém que tivesse o Seu nascimento anunciado, séculos antes, por diferentes pessoas. Anúncios que desciam a detalhes de Sua concepção, nascimento, lutas, paixão e morte. Ninguém, por mais nobre fosse a Sua descendência, teve um astro especial fulgurando nos céus, para Lhe anunciar a chegada ao planeta. Astro brilhante, diferente, que serviu de aviso a magos de várias partes do Oriente, que entenderam a mensagem e saíram, em caravana, a procurá-lO. Ninguém, como Ele, teve a notícia do Seu nascimento espalhada pelos campos por um coro de vozes celestes. Ninguém, como Ele, teve um mensageiro pleno de luz para anunciar que Ele nascera, onde se encontrava e que o Seu nascimento assinalava um momento de extrema alegria para o mundo. Nenhuma personalidade, por mais tenha sido grande ou sábia, conseguiu dividir a História entre antes e depois de si mesma. Ninguém tão perseguido, desde a mais tenra infância, precisando exilar-se, em terras estrangeiras, distantes, vivendo ali os primeiros anos. Ninguém teve um pai tão generoso e dedicado, disposto a se levantar em plena madrugada, ante uma advertência de um mensageiro celeste, recolher poucos pertences e fugir, a fim de salvá-lO. Um pai de tal forma atencioso àquela vida nascente que não temeu viver entre estrangeiros, longe de sua própria gente e das suas origens. Tudo para salvaguardar-Lhe a vida preciosa. Um pai que, sabendo-O maior que todos os seres viventes, não deixou de Lhe apontar os versículos da Torá, tanto quanto lhe ensinar o próprio ofício, conforme as tradições. Ninguém teve a vida assinalada por tantos fenômenos espirituais, demonstrando a atenção especial de que era objeto, pela grandeza excepcional da Sua missão. Ninguém como Ele teve um precursor a Lhe anunciar a chegada, a grandeza e os feitos que haveria de realizar. Um Homem que não temia os maus, que tinha plena consciência de que era o arauto, aquele que deveria preparar os caminhos. Que sabia que quando o Anunciado chegasse, ele deveria se apequenar e desaparecer do cenário, porque estava cumprida a sua missão. Ninguém, como Ele, embora tão grande, soube se ocultar entre as carnes comuns a todos os humanos. Ninguém como Ele, Luz do Mundo, soube disfarçar o próprio brilho, a fim de não ofuscar aos demais. Ninguém produziu tanto em tão restrito tempo: menos de três anos. Em uma época de escravidão humana, de subjugação de povos, de poder temporal reinante, Ele estabeleceu um código revolucionário: amar o inimigo, fazer o bem ao perseguidor, ser manso e humilde de coração. Ninguém foi mais forte do que Ele, na demonstração da Verdade, sem discursos bombásticos ou frases de efeito. Bastou-Lhe o silêncio ante a indagação de quem se acreditava a máxima autoridade, com poder de vida e morte sobre as criaturas. Seu nome era Jesus. Nenhum nome mais doce, ou mais sublime. Yeshua, o filho do carpinteiro José. Jesus, o Rei Solar, nosso Governador Planetário. Redação do Momento Espírita. 
Em 19.12.2018.

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

EDUCAÇÃO E VIVÊNCIAS

JOSÉ RAUL TEIXEIRA
Há pessoas que defendem a ideia de nivelar as condições de higiene de todos os seres em todos os quadrantes da Terra. Todavia, vale considerar que nem todos estão em condições de limpar e conservar limpa a sua casa, seja ela a física ou a mental. O que queremos dizer é que nenhuma modificação de vulto poderemos esperar, nos cenários da vida física, antes que surjam profundas alterações no mundo moral dos homens E isso é uma questão de educação. Se colocarmos alguém deseducado para viver num palácio, logo este será convertido num pardieiro. Levemos alguém sem educação para conviver num jardim e este será, em breve tempo, transformado num campo arruinado. Entreguemos a alguém deseducado a guarda de crianças inexperientes e é possível que, dentro em pouco, deparemos com delinquentes diversos, pelos exemplos degradantes com os quais convivem. Coloquemos detritos nas mãos de uma pessoa deseducada e veremos como serão espalhados, provocando enfermidades e outras moléstias. Por outro lado, se algum indivíduo assinalado por feliz educação for constrangido a habitar um casebre, com certeza o transformará em ambiente limpo e agradável, ainda que pobre. Perceberemos, desde logo, que naquela choupana humilde habita alguém higiênico. Veremos as latas velhas convertidas em vasos de flores, a roupa limpa estendida no varal singelo, a claridade do sol a inundar os cômodos pequenos e bem arejados. A pessoa educada, que possua um pequeno terreno árido e sem vida, em pouco tempo o converterá em pomar excelente. E, se colocarmos dejetos em mãos bem educadas, estes logo serão transformados em adubo útil a fomentar colheitas abundantes. Por fim concluiremos que se o indivíduo é educado, haverá harmonia ao seu redor e a recíproca é verdadeira. De nada vale buscarmos higienizar nosso planeta, sem antes higienizar as mentes dos seus habitantes com a verdadeira educação, que é o conjunto dos hábitos adquiridos. Desse modo, não nos esqueçamos jamais de que a melhoria da casa guarda relação direta com a melhoria moral do seu habitante. 
 * * * 
Para que conheçamos a intimidade das criaturas, basta que observemos seus reflexos exteriores. Se a pessoa está em paz, espalha uma aura de paz ao se redor. Se está com a mente atribulada, reflete nos gestos as inquietações da intimidade. Se ainda não conquistou os verdadeiros valores morais, anda a braços com a indignidade, apesar dos esforços empreendidos para que seja uma pessoa de bem. Assim, cada criatura traz na fronte, mas principalmente nos atos, o cunho da sua grandeza ou da sua inferioridade.
Pensemos nisso! 
Redação do Momento Espírita com base no cap. 1, do livro Educação e vivências, pelo Espírito Camilo, psicografia de José Raul Teixeira, ed. Fráter. 
Em 27.08.2010.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

EDUCAÇÃO E VIGILÂNCIA

Existe alguma receita para educar um filho? Esta é a pergunta que toda mãe e todo pai se faz, quase que diariamente. Mesmo aqueles que já têm alguma experiência, que estão na lide da educação desde algum tempo, se veem às voltas com dúvidas sobre o que fazer e como agir. Como cada ser humano traz em si toda sua história de vida, é natural que o processo de educação tenha que ser individualizado, especializado, feito e desenvolvido para cada um de nós. Dessa forma, não raro é que os pais eduquem por processos diferentes seus filhos, mesmo que sob a tutela dos mesmos valores e imbuídos do mesmo amor. E se assim o fazem é porque percebem em cada um de seus filhos tendências, vontades, desejos próprios da realidade íntima de cada um deles. Como todos carregamos somente aquilo que já conseguimos adquirir pelas estradas das vidas que já vivemos, trazemos no baú do coração os tesouros ou as pedras, conforme as opções feitas. Como, portanto, conseguir educar cada um com sua particularidade? Como buscar entender o processo emocional, as tendências, as dificuldades de nossos tutelados? Não há outra possibilidade senão a de auscultar a alma de quem está ao nosso lado. Só assim poderemos entender esse ser que agora está sob nossa tutela, que renasceu sob nossa responsabilidade. Ser pai e ser mãe, e falamos aqui no sentido amplo do termo, não no aspecto meramente biológico, é missão de grande importância perante a Providência Divina. São eles que terão a responsabilidade de conduzir essa alma muito vivida nos caminhos da vida. Educar é preocupar-se com aquilo que vai na alma do educando, para poder entendê-lo. E, ao entendê-lo, saber quais as sementes que carecem de ser plantadas no terreno do coração, quais as ervas daninhas que ainda o povoam e devem ser arrancadas. O esforço de educar é a arte de moldar o caráter, buscando incutir valores nobres, sólidos e perenes. É instigar o hábito, através do exemplo e da repetição, daquilo que ainda falta ao educando, principalmente no campo da moral, do bem agir. Para tanto, todo aquele envolvido na educação de crianças e jovens deve por eles vigiar, ter ouvidos de ouvir e olhos de ver aquilo que a alma deixa emergir. Às vezes pequenos atos, frases soltas, conceitos estruturados, são os sinais que ela indica daquilo que está repleta. Nesses momentos será o educador, pela ferramenta indispensável do amor, que deverá refletir, analisar e, se necessário, propor novos valores e conceitos para aquele que está sob sua tutela. E não haverá outras ferramentas tão efetivas quanto o amor e a vigilância, na forma de cuidado e atenção, para que a educação ganhe êxito e possamos cumprir com alegria a importante missão de educar. 
Redação do Momento Espírita. 
Em 29.10.2011.

domingo, 16 de dezembro de 2018

EDUCAÇÃO E VALORES

Sempre que pensamos em educação, chega-nos à imaginação o ambiente escolar, o professor, livros. É que para muitos, educação é desenvolver o intelecto, adquirir cultura, se instruir. Para outros, educação está vinculada à ideia de se portar corretamente em sociedade, de cumprir regras de conduta e de cidadania. Allan Kardec, o eminente pedagogo, preferiu, com propriedade, definir educação como a arte de formar caracteres. Assim, a educação, ao seu ver, vai muito além de apenas a instrução acadêmica ou do bem cumprir regras e preceitos sociais. Não que esses fatores não sejam importantes. Porém, para o sábio professor, a educação tem tarefa muito mais nobre e complexa. Afinal, se educação é a formação de caracteres, como essa formação se dá? É ainda Allan Kardec quem esclarece que essa educação moral se dá através dos hábitos adquiridos. E esses hábitos se adquirem, se incorporam ao nosso procedimento e aos nossos valores, pela insistência e repetição. Dessa forma, somos educados e educamos pela insistência nos hábitos. Não é por acaso que um indivíduo, ao acostumar-se com a mentira, como hábito cotidiano, terá a mentira como algo perfeitamente normal. Outros que, pela insistência, são levados ao roubo, de tal maneira incorporam essa prática, que não a veem como errada ou incorreta. Assim acontece conosco. Somos o reflexo de nossos hábitos, que passam a ser os caracteres morais que carregamos. Se hoje temos por hábito desrespeitar o próximo é porque nos educamos, ou fomos educados, dessa maneira. Se somos violentos nos nossos relacionamentos, se perdemos a calma com facilidade, ou se não conseguimos respeitar a opinião alheia é porque isso temos por educação. 
 * * * 
Como todo ser humano é uma obra inacabada, todo o processo de educação está igualmente inacabado. Isso quer dizer que sempre há o que modificar, alterar, melhorar em nossa educação. Em outras palavras, sempre podemos nos educar de maneira diferente. Hábitos que não são adequados, podem ser substituídos, com esforço próprio, por outros, mais saudáveis. Muitas vezes, sem perceber, fomos educados para o poder, para as conquistas externas e para o dinheiro. Porém, se hoje observarmos que em nós há algo que deva ser mudado, que precisamos melhorar, é sinal que desejamos nos educar de maneira diferente. Assim, devemos nos pautar por valores positivos para que sejam eles nossos guias nesse esforço individual por melhoria. Vamos, portanto, aos poucos, nos moralizando, nos educando de maneira plena e efetiva. Será pelas mãos sábias e pródigas da educação que todo ser humano conseguirá atingir patamares de moral e bem proceder.
Pensemos nisso. 
Redação do Momento Espírita. 
Em 28.04.2012.

sábado, 15 de dezembro de 2018

ACONTECIMENTOS IMPREVISTOS

Enquanto a barca da vida navega em águas tranquilas, tudo se reveste de alegria de viver. Existem alguns períodos que afirmamos viver em verdadeiro paraíso, sem maiores preocupações. No entanto, por vezes, quando tudo transcorre normalmente, quando temos metas pessoais e familiares assinaladas para o futuro, somos surpreendidos pela desencarnação de um ser querido. Então, repentinamente, o que eram risos e contentamento se transformam em soledade e amargura. Planos se tornam sem sentido. Os dias se reprisam tristes e sombrios. Em outras ocasiões, os negócios que funcionavam em ordem sofrem alteração. A empresa muito bem estruturada entra em declínio, se decompõe ao ponto de fechar as suas portas. Em outros momentos, a saúde que nos felicita é substituída por enfermidades degenerativas ou simplesmente vigorosas. E o trabalho, o estudo, os passeios devem ser intercalados com idas e vindas a médicos, clínicas, hospitais, laboratórios, enquanto as forças vão nos abandonando. A vida afetiva, que nos parecia equilibrada, de repente, apresenta conflitos e transtornos emocionais nos sacodem, ferindo a alegria e perturbando os sentimentos. Inesperadamente, somos surpreendidos por ocorrências imprevistas. Tomados de surpresa e desencanto, chegamos a nos acreditar desamparados e sem o socorro da Divina Providência. 
* * *
Dias de alegria. Dias de tristeza, dias de felicidade, dias de luto e dor. Assim é a vida na Terra, escola que tem por objetivo o progresso intelecto-moral de todos os que nos encontramos dela usufruindo. Já nos disse o Cristo: No mundo tereis aflições. E são essas que nos alcançam, invariavelmente. São sucessos imprevistos que objetivam nos convocar para a reflexão a respeito da transitoriedade do corpo e a temporalidade das coisas. Eles fazem parte do programa de nossa própria iluminação e ninguém se encontra a salvo dessas ocorrências. Isso porque, enquanto alguns fatos nos desejam chamar a atenção para a realidade da nossa essência espiritual, outros dizem de resgates que nos competem. De toda forma, ambos proporcionam recursos de transformação moral. O que nos cabe é exercitar o desapego de tudo quanto nos tente reter na retaguarda. É começarmos a nos libertar das questões meramente materiais. É treinar a simplicidade de coração e a fraternidade legítima. Repartir com o próximo tudo quanto tenhamos em excesso e que nosso egoísmo retém, como um mecanismo de precaução para o futuro. Apego exagerado a coisas ou a pessoas é sempre prejudicial. Assim, amemos as pessoas, com equilíbrio, desfrutando das suas presenças, enquanto a Divindade no-lo permite. Esperemos da existência todos os tipos de acontecimentos, não nos deixando surpreender, especialmente pelos que nos desconcertam. Pensemos nos infortúnios desses acontecimentos imprevistos que nos cheguem como uma convocação a reflexões e eventuais mudanças de conduta para melhor. Tenhamos olhos de ver e ouvidos de ouvir para percebermos esses convites que a vida nos oferece e os atendamos, da melhor forma possível. Pensemos a respeito. 
Redação do Momento Espírita, com base em mensagem homônima, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, em Vitry-sur-seine, França, em 5 de junho de 2014. 
Em 15.12.2018.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

A EDUCAÇÃO EMOCIONAL DOS FILHOS

Nós nos preocupamos em educar nossas crianças a fim de que elas possam bem enfrentar o mundo. A tecnologia se intensifica, o mundo se globaliza, as distâncias se encurtam, e se faz preciso saber mais. Assim multiplicam-se as aulas de idiomas estrangeiros, os cursos de reforço do conteúdo escolar, as aulas de esporte. Em um mundo mais competitivo, exigimos sempre mais de nossas crianças. É necessário vencer nas competições esportivas, mesmo aquelas escolares. É fundamental ter a nota mais alta, o maior rendimento nos bancos escolares. Preocupamo-nos muito em cultivar o corpo e alimentar a mente de nossos filhos. Porém, ao educar, nos esquecemos de que não somos só corpo e mente. Somos também emoção. E, muitas das vezes, damos pouca importância ou mesmo negligenciamos a educação emocional de nossos filhos. Ao renascermos, trazemos a bagagem de experiências já vividas. Não somos uma folha em branco a ser escrita ao longo da existência. Retornamos à experiência terrena com toda a carga emocional que adquirimos ao longo das passadas existências. Em razão disso, o panorama emocional que trazem nossos filhos merece cuidado para os ajustes que se façam necessários. Se percebemos em nosso filho a tendência ao egoísmo, de importância se faz oferecer-lhe lições de solidariedade. Levá-lo a visitar uma creche ou casa de apoio, a fim de oferecer alguns de seus brinquedos para essas crianças, irá ajudá-lo a compreender o que seja ser solidário. Se notamos que ele se põe irado com facilidade, sem muita tolerância quando tolhido em alguma ação ou vontade, é fundamental mostrar-lhe o valor da paciência. Assim, após um ataque de fúria, na medida em que for se tranquilizando, cabe-nos dialogar com ele a fim de conduzi-lo a refletir sobre a conveniência de ser mais paciente, mais tolerante. Se observamos que nosso filho desanima frente às dificuldades e enfrentamentos da vida, desistindo logo, esmorecendo de maneira pessimista, por lhe faltarem perseverança e coragem, busquemos auxiliá-lo. Dialoguemos com ele, oferecendo-lhe exemplos de vida de grandes homens e mulheres, dos mais conhecidos aos anônimos, que enfrentaram suas dificuldades e venceram. Isso lhe oferecerá oportunidade para reflexionar em torno do exercício da constância. Assim, aos poucos, vamos analisando nossas crianças, proporcionando as lições que lhes faltam para sua educação emocional. Se desejamos que eles sejam felizes, plenos e realizados, ofereçamo-lhes o ensejo de conhecerem seu mundo íntimo. Conquistar o conhecimento do mundo externo é preocupação lícita e necessária para pais e mães no exercício da educação de seu filho. Porém, oferecer-lhe a chave para adentrar a grande floresta desconhecida de sua intimidade, é valor inestimável, do qual jamais deverão os pais declinar. Assim, colaboraremos, com eficácia, para a plena realização dos nossos filhos, na percepção clara de que se há um imenso mundo a ser descoberto, não menos desafiador e necessário se faz o autoconhecimento, trabalhando as suas emoções. 
Redação do Momento Espírita. 
Em 29.11.2014.