A jovem chegou na pacata localidade litorânea praticamente sem bagagens. Arrumou um emprego na lanchonete local e alugou uma casa longe de tudo e de todos.
O seu objetivo era não criar laços afetivos para que ninguém, eventualmente, lhe pudesse descobrir a origem e os motivos que a haviam conduzido até ali.
Apesar disso, uma pretensa vizinha, que dizia morar um pouco mais distante do que ela mesma, se aproximou.
Demonstrou-se amiga, aparecendo nas horas de solidão, acompanhando-a nas idas e vindas do emprego para casa e vice-versa; aconselhando-a a ser menos rigorosa, nos seus posicionamentos e aceitar a ajuda que lhe oferecia o charmoso e gentil viúvo Alex, pai de dois filhos.
A convivência com as duas crianças, que sentem, naturalmente, a ausência da mãe, que morrera, vitimada por um câncer, e as gentilezas de Alex acabam por fazer com que o coração de Katie se entregue à afeição.
Então, em uma manhã radiosa, de forma inesperada, ele lhe entrega uma carta deixada pela esposa.
Estava endereçada: Para ela.
A letra é caprichada e as palavras surpreendentes, escritas com alma e coração:
"Para a mulher que meu marido ama.
Se você está lendo está carta, então deve ser verdade: ele ama você, sem sombra de dúvida.
Eu só espero que você sinta por ele o mesmo que ele sente por você.
Mas, eu quis lhe escrever uma carta porque queria que você soubesse uma coisa muito, muito importante: estou feliz por ele tê-la encontrado.
Eu só queria poder estar aí, de algum modo, para conhecer você.
Talvez, de alguma forma, eu esteja.
Depois de meu marido e meus dois filhos lindos, você é a pessoa mais importante do mundo para mim porque eu parti e eles são seus agora.
Está tudo bem.
Você precisa cuidar deles, fazê-los rir, abraçá-los quando eles chorarem, defendê-los, ensiná-los a distinguir o bem do mal.
Pensar que você está aí, me dá esperança.
Esperança de que Alex se lembre de como é ser jovem e estar apaixonado.
Esperança de que meu filho tenha de novo com quem pescar.
Esperança de que minha filha tenha alguém para ajudá-la, no dia do casamento.
Espero que um dia minha família esteja novamente completa mas, sobretudo, eu espero que um dia, eu esteja aí, com todos vocês, zelando por vocês."
A carta é emocionante. Carta de uma esposa e mãe, que, sabendo-se prestes a partir, pensou no marido jovem, na vida que poderia reconstruir, numa mulher que poderia surgir em sua vida para lhe ser a companheira, mulher que também deveria ser mãe para os seus filhos.
O mais interessante, no entanto, é que, graças a uma foto encontrada junto à carta, Katie descobre que a sua amiga especial, aquela que, praticamente, a colocou no seio da família, era a esposa desencarnada.
* * *
Sim, nossos amores prosseguem a se interessar pelos que permanecemos sobre a face da Terra, preocupam-se com o que nos ocorre, e, quando possível, por autorização da Bondade Divina, podem estar próximos.
Pensemos nisso: a morte não mata o amor, nem a esperança, nem a saudade.
Redação do Momento Espírita, com
base no filme Um porto seguro.
Em 10.10.2017.
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