A vida moderna se desenrola em um ritmo vertiginoso.
A todo instante, surgem novidades nos mais diversos setores do conhecimento humano.
As pessoas colecionam centenas de amigos virtuais, que podem ser contatados sem sair de casa.
Por força dessas inovações, as notícias correm o mundo em questão de segundos.
As novidades mórbidas é que costumam empolgar as massas.
De outro lado, impera a sensação da necessidade de ser rápido e aproveitar muito, para não perder algo importante.
Ocorre que esse regime de urgência e negatividade tende a gerar relacionamentos superficiais.
Quem tem centenas de amigos virtuais não costuma conviver com eles, não percebe suas reais necessidades.
Tem a sensação de ser bem relacionado, quando é um solitário.
Outro subproduto da vida moderna é a tendência à indiferença.
O corre-corre dificulta que se preste atenção no semelhante.
As notícias ruins inspiram o sentimento de ser necessário precaver-se contra a exploração e o abuso.
Para não sofrer, a criatura opta por anestesiar seu sentir.
Se há muitos políticos corruptos, ela deixa de prestar atenção nas ocorrências da vida pública do país.
Como há bastante violência, procura nem notar o que ocorre a sua volta.
Por ser evidente a má fé de alguns, afasta-se de muitos.
Contudo, esse distanciamento do semelhante é artificial e deletério.
O ser humano é gregário por natureza e precisa conviver para se sentir pleno.
Sempre há o risco de se ferir e se decepcionar, sem que isso constitua razão para abdicar da essência da vida.
Convém ser cauteloso, mas tal não pode significar renúncia ao contato social.
Uma boa técnica para conviver de forma saudável em um mundo imperfeito consiste na compaixão.
Ela é um dos sentimentos humanos mais nobres e se expressa como solidariedade.
Implica participar do sofrimento do próximo, de forma dinâmica.
Não se trata apenas de lamentar a dor alheia, de sofrer junto e nem de considerá-lo um infeliz.
Ser compassivo pressupõe tomar-se do ardente desejo de auxiliar o semelhante a livrar-se do sofrimento.
Justamente por seu vigor, a compaixão inspira a adoção de medidas para melhorar o mundo em que se vive.
O compassivo não quer e nem consegue ser feliz sozinho.
Ele não é um pessimista que acha que o mundo está perdido e nada resta para fazer.
Acredita no bem e ama o progresso e por isso age com firmeza.
Não violenta consciências, mas faz o que pode para que a Humanidade se renove.
A compaixão é um sinal de sabedoria de quem compreende a fragilidade da imensa maioria dos homens.
Entretanto, à semelhança do Cristo, não os despreza, mas os auxilia e instrui.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita.
Em 08.12.2009.