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| AMÉLIA RODRIGUES(espírito) DIVALDO PEREIRA FRANCO(✝︎) |
Os músicos estão no palco, cada qual em seu devido lugar.
Usualmente, o oboé dá uma primeira nota. Aquele é um lá.
Ele serve para a afinação geral.
Logo, os demais instrumentos de sopro buscarão imitá-lo, procurando o mesmo lá, procedendo a qualquer ajuste necessário.
Quase simultaneamente, os outros grupos da orquestra farão o mesmo: irão atrás da mesma nota.
Uma regulagem fina aqui, outra ali.
Pronto, estarão todos na mesma afinação.
O lá é o mesmo para todos, o que significa que as outras notas também estarão afinadas.
Esse lá, chamado lá 440, é fundamental, pois se cada instrumento tivesse uma afinação distinta, a sonoridade que ouviríamos seria horrível, dissonante, estranha aos ouvidos.
No ano de 1711, o músico inglês John Shore inventou o diapasão metálico, utilizado até hoje, superando os feitos de madeira que eram usados até então, bastante instáveis.
Aquele pequeno dispositivo, com duas hastes, emite o mesmo lá, e serve para referência de cantores e instrumentistas.
* * *
Pensando em nossa vida moral, pensando em nosso destino e desejo de fazer boa música na alma, percebemos que esse lá é fundamental.
Sem essa referência primeira, mesmo que toquemos as mesmas notas de uma partitura, elas soarão diferentes.
Qual seria, então, em nossa vida moral, essa nota?
Jesus. Sem dúvida, Jesus.
Ele foi e ainda é aquele primeiro oboé da orquestra do planeta, que soou a nota perfeita para que todos a imitássemos.
Jesus, Modelo e Guia da Humanidade, é o som fundamental, o afinador das nossas vidas.
Como bons músicos, o que devemos fazer toda vez que ouvimos o seu lá?
Primeiro, ouvir com atenção, com presença e humildade.
Todos os sentidos devem estar presentes para que captemos aquela nota.
Ela precisa estar em nossa mente para que, ao tocarmos o nosso instrumento, possa ser imitada com precisão.
Em seguida, a ação, tocar e tocar, quanto precisar, até que cheguemos à devida afinação.
Fazer as regulagens, os ajustes. Se preciso, trocar embocaduras, cordas, peças, até que estejamos prontos, aptos a igualar aquele som perfeito.
Depois de dois mil anos ouvindo a nota, muitos ainda continuamos desafinados...
Por vezes, estamos tocando, olhando a mesma pauta, mas tudo sai tão distinto!
Falta de afinação com o Mestre!
Dois mil anos e a nota ainda soa!
Que músico fenomenal!
Façamos silêncio em nossas almas e ouçamos mais uma vez.
Silenciemos nossas vaidades, nossos desejos efêmeros, e ouçamos como se estivéssemos ouvindo pela primeira vez, como um daqueles homens e mulheres simples que escutaram o discurso eloquente de um Galileu que falava do alto de um monte.
Todos quantos dEle se acercavam para ouvi-lO ficavam maravilhados ante a melodia do verbo e a profundidade do ensinamento.
Ouçamos e depois pratiquemos.
Dia após dia.
Deixemos que o lá fundamental de Jesus penetre fundo em nosso Espírito e não mais o abandone.
Perceberemos que a música dos dias se fará cada vez mais agradável e bela.
Redação do Momento Espírita, com frase do cap. 19, do
livro Vivendo com Jesus, pelo Espírito Amélia Rodrigues,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 27.10.2025

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