Segundo o Mestre Jesus, toda a Lei e os profetas se resumem no amor a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
O homem possui deveres para com Deus, para com o próximo e para consigo mesmo.
A caridade se refere ao relacionamento do homem com seu semelhante.
Trata-se de uma norma de cunho universal, que todos podemos atender.
O mesmo não se verifica quando pretendemos vincular a salvação a uma determinada religião ou à posse da verdade.
As religiões traduzem diferentes modos de pensar pelos quais os homens entendem conveniente louvar a Deus.
Mais ou menos formalistas, agregam pessoas com concepções semelhantes a respeito da Divindade.
Contudo, todas as agremiações religiosas possuem membros virtuosos e viciosos.
A bondade e a dignidade não são exclusivas de nenhuma religião e nem se fazem presentes em todos os adeptos de qualquer delas.
Não é possível considerarmos eleito de Deus alguém cruel e mesquinho, exclusivamente porque professa determinada fé.
Também não é viável pensarmos que um homem genuinamente bondoso e leal esteja no caminho da perdição, apenas por não aderir a uma agremiação específica.
Ao eleger o amor como o mandamento maior, o Cristo não fez referência a nenhuma formalidade obrigatória.
Se houvesse, ele certamente a teria revelado.
A verdade também não pode ser considerada base para a harmonia do ser humano com a Divindade.
Em nossa esfera material, a verdade é essencialmente alternável e fugidia.
A cada dia se alarga o horizonte do pensamento humano e surgem novas concepções da vida.
A verdade absoluta é simplesmente uma miragem, no atual estágio da evolução humana.
No entanto, a caridade é acessível e praticável por todos.
A caridade envolve o perdão, a indulgência e a benevolência.
O perdão se refere à forma pela qual sentimos o semelhante e seus atos.
Em face dos equívocos alheios, é necessário perdoar.
O perdão é uma espécie de filtro, e evita que o mal que há no mundo penetre em nosso íntimo.
É necessário disciplinar o próprio sentir, para que o ato de perdoar se torne instintivo e automático.
Quem perdoa não se desonra, mesmo frente às maiores agressões.
A indulgência reside no pensamento.
Ela implica fazer um juízo suave do semelhante.
É impossível não refletir sobre o que nos ocorre e sobre as pessoas que nos rodeiam.
Ser indulgente não significa ser tolo ou ignorante.
Quando somos indulgentes, simplesmente não valorizamos os defeitos do próximo, embora os percebamos.
Ao contrário, procuramos ressaltar todas as virtudes alheias.
A benevolência se refere ao modo como agimos com o próximo.
A prática da benevolência pressupõe que façamos ao outro todo o bem possível.
Contudo, abster-se de fazer o mal não é suficiente.
Apenas seremos benevolentes quando ofertarmos ao próximo aquilo que gostaríamos de receber, se estivéssemos no lugar dele.
Dessa forma, podemos perceber a riqueza de conteúdo que a caridade possui.
Ela envolve todas as maneiras pelas quais interagimos com o semelhante.
Perdão no sentir, indulgência no refletir e benevolência no agir.
A prática da caridade nos liberta do egoísmo e prepara nossa consciência para mais elevados voos.
Experimentemos!
Redação do Momento Espírita.
Em 30.8.2018.
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