O Evangelho segundo João narra uma intrigante passagem da vida do Cristo.
O Mestre Divino, ao passar pela Samaria, assentou-Se junto à fonte de Jacó.
Pediu a uma mulher que lá estava que Lhe desse de beber.
A samaritana ficou escandalizada por um judeu lhe dirigir a palavra.
Jesus respondeu que, se soubesse com quem falava, ela é que Lhe pediria água viva.
Ante a incompreensão da interlocutora, ressaltou que quem bebe da água viva nunca mais tem sede.
Segundo a narrativa, a mulher ainda demonstrou dúvida a respeito de qual local seria o melhor para adorar a Deus ao que o Cristo lhe respondeu que Deus deve ser adorado em Espírito e Verdade.
Essa passagem evangélica é um tanto hermética e comporta várias leituras.
Uma delas é que a água viva refere-se a uma nova forma de compreensão da Divindade.
Até então, vigorava a idéia de um Deus dos exércitos, que precisava ser temido.
Segundo a concepção vigorante, Ele se encolerizava, castigava terrivelmente e devia ser agradado e aplacado.
Jesus apresentou ao mundo um Deus amoroso, ao qual chamou Pai.
Não se tinha mais um soberano terrível no comando do Universo.
Agora já havia um Pai cheio de amor e infinito em Seus cuidados.
Essa sagrada emoção do amor Divino possui o condão de repletar as criaturas de paz.
As necessidades e agruras materiais passam a ser vistas por outra concepção.
Elas não são mais um castigo, mas uma tarefa e uma oportunidade.
A Divindade piedosa e cheia de compaixão deseja que o bem se instaure no Cosmo.
Ela almeja a transformação de Seus filhos e a salvação de absolutamente todos.
Para tanto, faculta-lhes trabalhos e tarefas, a fim de que cresçam, aprendam e se libertem de velhos vícios.
Não há mais espaço para disputas religiosas, a partir do instante em que se compreende a proposta Divina para a Humanidade.
Não há favoritos e nem perseguidos, mas filhos amados.
Todos são irmãos e absolutamente todos se salvarão.
A certeza desse maravilhoso amor a aquecer a Criação inteira traz paz e esperança.
Não é mais preciso temer o futuro e o destino.
Tudo se encaminha para o mais alto bem, ainda que de forma pouco compreensível no imediatismo da vida terrena.
O relevante é amar o semelhante e instruir-se na compreensão da vida, a fim de ser um agente do progresso que gradualmente se instaura.
Trata-se de uma água viva, plena de fervor e idealismo.
Ela propicia o apagar das paixões e o arrefecer do egoísmo.
Faz cessar para sempre a sede de sensações.
Apresenta um propósito de vida viável e plenificador: ser melhor, mais útil e generoso a cada dia.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita.
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