domingo, 30 de novembro de 2014

PARTIDA E CHEGADA!


Quando observamos, da praia, um veleiro a afastar-se da costa, navegando mar adentro, impelido pela brisa matinal, estamos diante de um espetáculo de beleza rara.
O barco, impulsionado pela força dos ventos, vai ganhando o mar azul e nos parece cada vez menor.
Não demora muito e só podemos contemplar um pequeno ponto branco na linha remota e indecisa, onde o mar e o céu se encontram.
Quem observa o veleiro sumir na linha do horizonte, certamente exclamará: Já se foi.
Terá sumido? Evaporado?
Não, certamente. Apenas o perdemos de vista.
O barco continua do mesmo tamanho e com a mesma capacidade que tinha quando estava próximo de nós.
Continua tão capaz quanto antes de levar ao porto de destino as cargas recebidas.
O veleiro não evaporou, apenas não o podemos mais ver. Mas ele continua o mesmo.
E talvez, no exato instante em que alguém diz: Já se foi, haverá outras vozes, mais além, a afirmar: Lá vem o veleiro.
Assim é a morte.
Quando o veleiro parte, levando a preciosa carga de um amor que nos foi caro e o vemos sumir na linha que separa o visível do invisível dizemos: Já se foi.
Terá sumido? Evaporado?
Não, certamente. Apenas o perdemos de vista.
O ser que amamos continua o mesmo. Sua capacidade mental não se perdeu. Suas conquistas seguem intactas, da mesma forma que quando estava ao nosso lado.
Conserva o mesmo afeto que nutria por nós. Nada se perde, a não ser o corpo físico de que não mais necessita no outro lado.
E é assim que, no mesmo instante em que dizemos: Já se foi, no mais Além, outro alguém dirá feliz: Já está chegando.
Chegou ao destino levando consigo as aquisições feitas durante a viagem terrena.
A vida jamais se interrompe nem oferece mudanças espetaculares, pois a natureza não dá saltos.
Cada um leva sua carga de vícios e virtudes, de afetos e desafetos, até que se resolva por desfazer-se do que julgar desnecessário.
A vida é feita de partidas e chegadas. De idas e vindas.
Assim, o que para uns parece ser a partida, para outros é a chegada.
Um dia partimos do mundo espiritual na direção do mundo físico; noutro partimos daqui para o espiritual, num constante ir e vir, como viajores da Imortalidade que somos todos nós.
* * *
Victor Hugo, poeta e romancista francês, que viveu no Século XIX, falou da vida e da morte dizendo:
A cada vez que morremos ganhamos mais vida. As almas passam de uma esfera para a outra sem perda da personalidade, tornando-se cada vez mais brilhante.
Eu sou uma alma. Sei bem que vou entregar à sepultura aquilo que não sou.
Quando eu descer à sepultura, poderei dizer, como tantos: Meu dia de trabalho acabou. Mas não posso dizer: minha vida acabou.
Meu dia de trabalho se iniciará de novo na manhã seguinte.
O túmulo não é um beco sem saída, é uma passagem. Fecha-se ao crepúsculo e a aurora vem abri-lo novamente.
Redação do Momento Espírita

sábado, 29 de novembro de 2014

NO CURSO DA VIDA


CHICO XAVIER E ANDRÉ LUIZ
— Exemplifique o bem desinteressado.
Os nossos atos demonstram a proximidade ou a distância em que vivemos da Lei Divina.

— Viva com alegria.
O presente já faz parte de nossa vida imortal.

— Pondere cada atitude.
Tanto é difícil saber fazer quanto saber não fazer.

— Evite o isolamento sistemático.
Somos peças integrantes do ambiente em que existimos.

— Entenda a função da posse efêmera.
Nem a riqueza e nem a privação expressam virtude.

— Não fuja ao começo.
A caridade corrige qualquer erro.

— Estude incansavelmente.
Alcançar novos conhecimentos é formular novas indagações.

— Cultive confiança.
Com temor não há progresso.

— Seja paciente na dor.
Crise, muitas vezes, é o nome que aplicamos à transformação do mal em bem.

— Amolde-se aos padrões do Evangelho.
Na essência, o mundo atual permanece quase o mesmo da época de Jesus.

(Ideal Espírita - Andre Luiz - Francisco Candido Xavier)

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

O QUE APRENDEMOS COM OS CÃES!

Se um cão fosse seu professor, você aprenderia coisas como:
Quando teus entes queridos chegarem em casa, sempre corra para cumprimentá-los.
Nunca deixe passar uma oportunidade de ir passear.
Permita que a experiência do ar fresco e do vento, na sua cara, seja de puro êxtase.
Tire cochilos.
Alongue-se antes de se levantar.
Corra, salte e brinque diariamente.
Melhore a sua atenção e deixe as pessoas te tocar.
Evite morder quando apenas um rosnado seria suficiente.
Em dias quentes, deite-se de costas sobre a grama, com as pernas abertas.
Em um clima muito quente, beba muita água e deite-se na sombra de uma árvore frondosa.
Quando você estiver feliz, dance movendo todo o seu corpo.
Delicie-se com a simples alegria de uma longa caminhada.
Seja fiel.
Nunca pretenda ser algo que não é.
Se o que você quer, está enterrado... cavoque até encontrar.
Quando alguém tenha um mal dia, fique em silêncio, sente-se próximo e suavemente faça-o sentir que está aí... !

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

A VIDA ME ENSINOU

Charles Chaplin

A vida me ensinou...
A dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração;
Sorrir às pessoas que não gostam de mim,
Para mostrá-las que sou diferente do que elas pensam;
Fazer de conta que tudo está bem quando isso não é verdade, para que eu possa acreditar que tudo vai mudar;
Calar-me para ouvir; aprender com meus erros.
Afinal eu posso ser sempre melhor.
A lutar contra as injustiças; sorrir quando o que mais desejo é gritar todas as minhas dores para o mundo.
A ser forte quando os que amo estão com problemas;
Ser carinhoso com todos que precisam do meu carinho;
Ouvir a todos que só precisam desabafar;
Amar aos que me machucam ou querem fazer de mim depósito de suas frustrações e desafetos;
Perdoar incondicionalmente, pois já precisei desse perdão;
Amar incondicionalmente, pois também preciso desse amor;
A alegrar a quem precisa;
A pedir perdão;
A sonhar acordado;
A acordar para a realidade (sempre que fosse necessário);
A aproveitar cada instante de felicidade;
A chorar de saudade sem vergonha de demonstrar;
Me ensinou a ter olhos para "ver e ouvir estrelas", 
embora nem sempre consiga entendê-las;
A ver o encanto do pôr-do-sol;
A sentir a dor do adeus e do que se acaba, sempre lutando para preservar tudo o que é importante para a felicidade do meu ser;
A abrir minhas janelas para o amor;
A não temer o futuro;
Me ensinou e está me ensinando a aproveitar o presente,
como um presente que da vida recebi, e usá-lo como um diamante que eu mesmo tenha que lapidar, lhe dando forma da maneira que eu escolher.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O HOMEM DE BEM

O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e caridade, na sua maior pureza. Se interroga a sua consciência sobre os próprios atos, pergunta se não violou essa lei, se não cometeu o mal, se fez todo o bem que podia, se não deixou escapar voluntariamente uma ocasião de ser útil, se ninguém tem do que se queixar dele, enfim, se fez aos outros aquilo que queria que os outros fizessem por ele.

Tem fé em Deus, na sua bondade, na sua justiça e na sua sabedoria; sabe que nada acontece sem a sua permissão, e submete-se em todas as coisas à sua vontade.

Tem fé no futuro, e por isso coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.

Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções, são provas ou expiações, e as aceita sem murmurar.

O homem possuído pelo sentimento de caridade e de amor ao próximo faz o bem pelo bem, sem esperar recompensa, paga o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte e sacrifica sempre o seu interesse à justiça.

Encontra usa satisfação nos benefícios que distribui, nos serviços que presta, nas venturas que promove, nas lágrimas que faz secar, nas consolações que leva aos aflitos. Seu primeiro impulso é o de pensar nos outros., antes que em si mesmo, de tratar dos interesses dos outros, antes que dos seus. O egoísta, ao contrário, calcula os proveitos e as perdas de cada ação generosa.

É bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças nem de crenças, porque vê todos os homens como irmãos.

Respeita nos outros todas as convicções sinceras, e não lança o anátema aos que não pensam como ele.

Em todas as circunstâncias, a caridade é o seu guia. Considera que aquele que prejudica os outros com palavras maldosas, que fere a suscetibilidade alheia com o seu orgulho e o seu desdém, que não recua à idéia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever do amor ao próximo e não merece a clemência do Senhor.

Não tem ódio nem rancor, nem desejos de vingança. A exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas, e não se lembra senão dos benefícios. Porque sabe que será perdoado, conforme houver perdoado.

É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que ele mesmo tem necessidade de indulgência, e se lembra destas palavras do Cristo: “Aquele que está sem pecado atire a primeira pedra”.

Não se compraz em procurar os defeitos dos outros, nem a pô-los em evidência. Se a necessidade o obriga a isso, procura sempre o bem que pode atenuar o mal.

Estuda as suas próprias imperfeições, e trabalha sem cessar em combatê-las. Todos os seus esforços tendem a permitir-lhe dizer, amanhã, que traz em si alguma coisa melhor do que na véspera.

Não tenta fazer valer o seu espírito, nem os seus talentos, às expensas dos outros. Pelo contrário, aproveita todas as ocasiões para fazer ressaltar a vantagens dos outros.

Não se envaidece em nada com a sua sorte, nem com os seus predicados pessoais, porque sabe que tudo quanto lhe foi dado pode ser retirado.

Usa mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe tratar-se de um depósito, do qual deverá prestar contas, e que o emprego mais prejudicial para si mesmo, que poderá lhes dar, é pô-los ao serviço da satisfação de suas paixões.

Se nas relações sociais, alguns homens se encontram na sua dependência, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus. Usa sua autoridade para erguer-lhes a moral, e não para os esmagar com o seu orgulho, e evita tudo quanto poderia tornar mais penosa a sua posição subalterna.

O subordinado, por sua vez, compreende os deveres da sua posição, e tem o escrúpulo de procurar cumpri-los conscientemente. (Ver cap.XVII, nº 9)

O homem de bem, enfim, respeita nos seus semelhantes todos os direitos que lhes são assegurados pelas leis da natureza, como desejaria que os seus fossem respeitados.

Esta não é a relação completa das qualidades que distinguem o homem de bem, mas quem quer que se esforce para possuí-las, estará no caminho que conduz às demais.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

A ARANHA E A TEIA!


"Eu ouvi uma história dinamarquesa. Lembre-se dela, deixe que ela se torne parte da sua consciência.
Essa história conta sobre uma aranha que vivia lá no alto, nos caibros do telhado de um velho celeiro. 

Um dia ela desceu por um longo fio até uma viga mais baixa, onde descobriu que as moscas eram mais abundantes e mais fáceis de capturar.
Ela então, decidiu que passaria a viver nessa viga mais baixa e teceu ali uma confortável teia. 

Mas um dia, ela reparou por acaso no longo fio que vinha de cima, mergulhado na escuridão lá em cima e disse: ' Eu não preciso mais desse fio. Ele só está atrapalhando'. Ela então, cortou o fio, e ao fazer isso, destruiu toda a sua teia, que era sustentada por esse fio. 

Essa é também a história do ser humano.
Um fio liga você ao supremo, ao mais elevado - chame-o de Tao, existência, divindade. Você pode ter esquecido completamente que desceu por este fio.
Você veio do Todo e tem de voltar para lá. Tudo volta para a fonte original: tem de voltar.
Então, você pode até sentir o que esta aranha sentiu, que o fio que o liga ao plano mais elevado só está atrapalhando. Muitas vezes é por causa dele que você não pode fazer algumas coisas: ele sempre acaba ficando no meio do caminho.
Você não pode ser tão violento quanto gostaria; não pode ser tão agressivo quando gostaria; não pode odiar tanto quanto gostaria - o fio está sempre no caminho.

Às vezes você pode se sentir como essa aranha - com vontade de cortá-lo, de parti-lo como ela fez, para desobstruir o seu caminho. Foi isso que disse Nietzsche: 'Deus está morto'. Nietzsche partiu o fio. Mas em seguida enlouqueceu. 
No momento em que ele disse: Deus está morto, ele enlouqueceu, porque rompeu a ligação com a fonte original de toda a vida.

Quando faz isso, a pessoa passa a ter fome de algo vital, essencial. Ela acaba perdendo alguma coisa e se esquece completamente que ela era a própria base da sua vida.

A aranha cortou o fio, e com isso, destruiu a própria teia, que era sustentada por esse fio."
Osho em O Cipreste no Jardim

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

SOMOS SEMEADORES


Quem planta árvores, colhe alimento. 
Quem planta flores, colhe perfume. 
Quem semeia trigo, colhe pão. 
Quem planta amor, colhe amizade. 
Quem semeia alegria, colhe felicidade. 
Quem planta a vida, colhe milagres. 
Quem semeia verdade, colhe a confiança. 
Quem semeia fé, colhe a certeza. 
Quem semeia carinho, colhe gratidão.

No entanto, há quem prefira semear tristeza e colher amargura.

Plantar discórdia e colher solidão. Semear vento e colher tempestade.

Plantar ira e colher inimizade... Plantar injustiça e colher abandono.

Somos semeadores conscientes, espalhamos diariamente milhões de sementes ao nosso redor. 

Que possamos escolher sempre as melhores, para que, ao recebermos a dádiva da colheita farta, tenhamos apenas motivos para agradecer.

domingo, 23 de novembro de 2014

NESTE EXATO MOMENTO


Neste exato momento, você está na situação mais apropriada ao exercício da compreensão e do auxílio:
Na circunstância maia favorável para fazer o bem;
De coração ligado às criaturas certas, junto das quais precisa trabalhar e harmonizar-se;
Com a tarefa mais adequada {as suas necessidades;
Nas responsabilidades justas de que deve desinncubir-se;
No ponto mais importante para dar o testemunho de sua aplicação à fraternidade;
De reconhecer que a nossa felicidade é medida pela felicidade que fizermos para os outros;
De observar que, muitas vezes, vale mais perder para conquistar do que conquistar para perder;
De ajustar-se à paciência e à esperança para consolidar o próprio êxito no instante oportuno;
De não esmorecer com a dificuldade, a fim de merecer o benefício;
De sorrir e abençoar para receber simpatia e cooperação;
E, por isso mesmo, você agora está no momento exato de trabalhar para servir. E,
trabalhando e servindo, você adquirirá a certeza de que toda pessoa que trabalha e serve caminha para a
frente e. quem caminha para frente, com o bem de todos, encontrará sempre o melhor.

ANDRÉ LUIZ

(Do livro "Coragem", de Francisco Cândido Xavier)

sábado, 22 de novembro de 2014

AJUDA-TE HOJE!


Sim, nas leis da reencarnação, quase todos nós, os filhos da Terra, temos o passado a resgatar, o presente a viver e o futuro a construir.
Lembremo-nos, assim, de que, nas concessões da Providência Divina, o nosso mais precioso lugar de trabalho chama-se “aqui” e o nosso melhor tempo chama-se “agora”.
Detenhamo-nos, por isso, na importância das horas de hoje.

Ontem, perturbação.
Hoje, reequilíbrio.

Ontem, o poder transviado.
Hoje, a subalternidade edificante.

Ontem, a ostentação.
Hoje, o anonimato.

Ontem, a incompreensão.
Hoje, o entendimento.

Ontem, o desperdício.
Hoje, a parcimônia.

Ontem, a ociosidade.
Hoje, a diligência.

Ontem, a sombra.
Hoje, a luz.

Ontem, o arrependimento.
Hoje, a reconstrução.

Ontem, a violência.
Hoje, a harmonia.

Ontem, o ódio.
Hoje, o amor.

Diz-nos a sabedoria de todos os tempos — “Ajuda-te que o Céu te ajudará” —, afirmativa sublime que nos permitimos parafrasear, acentuando: “Ajuda-te hoje, que o Céu te ajudará sempre”.

ANDRÉ LUIZ
(Do livro “Coragem”, Francisco Cândido Xavier)

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

PRECE DE GRATIDÃO


Senhor, muito obrigado, pelo que me deste, pelo que me dás!
pelo ar, pelo pão, pela paz!
Muito obrigado, pela beleza que meus olhos vêem no altar da natureza.
Olhos que contemplam o céu cor de anil, e se detém na terra verde, salpicada de flores em tonalidades mil!
Pela minha faculdade de ver, pelos cegos eu quero interceder, por aqueles que vivem na escuridão e tropeçam na multidão, por eles eu oro e a Ti imploro comiseração, pois eu sei que depois dessa lida, numa outra vida, eles enxergarão!
Senhor, muito obrigado pelos ouvidos meus. 
Ouvidos que ouvem o tamborilar da chuva no telheiro, a melodia do vento nos ramos do salgueiro, a dor e as lágrimas que escorrem no rosto do mundo inteiro. 
Ouvidos que ouvem a música do povo, que desce do morro na praça a cantar. 
A melodia dos imortais que a gente ouve uma vez e não se esquece nunca mais.
Diante de minha capacidade de ouvir, 
pelos surdos eu te quero pedir, pois eu sei, que depois desta dor, no teu reino de amor, eles voltarão a ouvir!
Muito obrigado Senhor, pela minha voz! 
Mas também pela voz que canta, que ensina, que consola. 
Pela voz que com emoção, profere uma sentida oração! 
Pela minha capacidade de falar, pelos mudos eu Te quero rogar, pois eu sei que depois desta dor, no teu reino de amor, eles também cantarão!
Muito obrigado Senhor, pelas minhas mãos, mas também pelas mãos que aram, que semeiam, que agasalham. 
Mãos de caridade, de solidariedade. Mãos que apertam mãos. 
Mãos de poesias, de cirurgias, de sinfonias, de psicografias, mãos que numa noite fria, cuida ou lava louça numa pia. 
Mãos que a beira de uma sepultura, abraça alguém com ternura, num momento de amargura.
Mãos que no seio, agasalham o filho de um corpo alheio, sem receio.
E meus pés que me levam a caminhar, sem reclamar.
Porque eu vejo na Terra amputados, deformados, aleijados...e eu posso bailar!!...
Por eles eu oro, e a ti imploro, porque eu sei que depois dessa expiação, numa outra situação,
eles também bailarão.
Por fim Senhor, muito obrigado pelo meu lar! 
Pois é tão maravilhoso ter um lar... 
Não importa se este lar é uma mansão, um ninho, uma casa no caminho, um bangalô, seja lá o que for! 
O importante é que dentro dele exista a presença da harmonia e do amor! 
O amor de mãe, de pai, de irmão, de uma companheira...
De alguém que nos dê a mão, nem que seja a presença de um cão, porque é tão doloroso viver na solidão!
Mas se eu ninguém tiver, nem um teto para me agasalhar, uma cama para eu deitar, um ombro para eu chorar, ou alguém para desabafar..., não reclamarei, não lastimarei, nem blasfemarei.
Porque eu tenho a Ti! 
Então muito obrigado porque eu nasci!
E pelo teu amor, teu sacrifício, tua paixão por nós,
Muito obrigado Senhor!

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

A PERFEIÇÃO DA PACIÊNCIA

Monja Tenzin Palmo
"A próxima dessas perfeições, uma muito importante, é a perfeição da paciência. Este é o antídoto contra a raiva. Este é um assunto importante que surge apenas na superfície. Mas acho que todos podemos apreciar que em nossa vida cotidiana, nossa vida familiar, nosso local de trabalho, e assim por diante, há um campo maravilhoso para a prática da paciência. Mesmo dirigindo por estas estradas, eu estou muito bem disciplinada... Bem vindos à Índia.. ( risos...) Mas mesmo assim, dirigindo e tudo o mais, é maravilhoso. Ótimas oportunidades para praticar como relaxar internamente, e não reagir com irritação, frustração, raiva.. Então, como desenvolver a paciência? Como havia dito, este é um assunto importante e só podemos falar sobre um ou dois pontos aqui. Mas um deles é normalmente quando alguém nos aborrece e nos deixa bravos, nós o consideramos como um obstáculo para nossa tranquilidade e paz, para que sejamos pessoas boas e amigáveis. Eu estaria ótima se não fosse pelo meu terrível vizinho, ou meu chefe desagradável, ou minha esposa, marido, quem quer que seja. É o problema deles. Eles são os causadores de todas as minhas dificuldades, então, eu tenho do direito de estar brava. No desenvolvimento da paciência, nós reconhecemos que esta é uma qualidade espiritual muito importante. Não reagir com raiva em relação a algo que consideramos como sendo o oposto. Assim, como qualquer treino, como qualquer qualidade, precisamos praticar isso. É muito fácil sermos amorosos, amigáveis e gentis quando estamos cercados de pessoas que sejam amorosas, amigáveis e gentis. (risos... ) Aqui, por exemplo, todos são tão amáveis, sorriem e se curvam diante da chance de serem úteis e gentis... e isso é maravilhoso. Mas isso pode nos levar a um falso sentido de complacência. A de que o outro também seja amoroso, amigávei e gentil em todas as circunstâncias, porque nós o conhecemos assim. Portanto, a fim de praticarmos a paciência, nós precisamos de pessoas desagradáveis.. (risos...) Estou falado sério... Shanti Deva, um grande letrado da Índia, do século VIII, disso que por este motivo, devemos considerar nosso "inimigo" como nosso grande amigo espiritual. Porque eles estão nos ajudando a desenvolver essa qualidade tão importante, sem a qual não podemos alcançar a iluminação. Então, ao invés de pensarmos que essa pessoa é um problema, deveríamos ser gratos a ela. Quando alguém é muito difícil para nós e nos cria muitos problemas, ao invés de ficarmos abertos à raiva e chateados com isso, podemos pensar.. Ah obrigada! Você é tão horrível! Isso é ótimo!!( risos... ) Agora eu realmente posso praticar. Sem você, o que eu teria feito? Isso muda toda a situação. Claro que isso não significa que se estivermos em uma situação extrema de abuso, vamos no sentar e dizer: bata mais forte.. Mas significa que, mesmo que alguém esteja em uma situação abusiva, ela pode desprender-se o mais rápido possível, com nada mais do que amor e compaixão no coração. Buda disse que o ódio não cessa com ódio. Ódio cessa com a falta de ódio, em outras palavras, cessa com amor. Se alguém nos perturba e acabamos sentindo raiva e frustração, nós duplicamos o problema. Entendem? Se alguém nos faz alguma coisa nos engana, ou é difícil conosco, e sentimos toda essa raiva, frustração, nos fazendo mal, então estamos torturando nós mesmos. Certo? Não está afetando aquela pessoa. Ela está bem. Apenas fazemos conosco o que nosso pior inimigo nos desejaria. Então, damos a nós mesmos mais dúvidas. Ao passo que, se pegarmos isso e transformarmos em uma oportunidade de nos desenvolver e ir além, então nada pode nos machucar. É parte do nosso desenvolvimento espiritual. Isso não serve apenas para as pessoas, mas para as circunstâncias também. Todos agora, começam a entender que as circunstâncias difíceis são, na verdade, ótimas oportunidades de crescimento. Isso não significa que precisamos criar dificuldades, e pessoas desagradáveis. Sente-se e elas virão."( risos..) http://www.mensagemespirita.com.br/

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

O CHORO DA ESTRELA


Conta uma lenda que, certo dia, caminhava Deus, sossegadamente, pelo Universo.
Contemplava a Sua criação, verificando se tudo estava correndo bem.
Em certo ponto de Sua caminhada, deparou com uma estrela, num choro convulsivo.
Aproximou-se e com Seu carinho de Pai, perguntou: 
-Por que você chora, minha filha?
A estrela, em pranto, mal conseguia falar:
-Sabe, meu Pai, estou triste. Não consigo achar uma razão para a minha existência. O sol, com todo o seu brilho, fornece calor, luz e energia. Serve especialmente ao planeta azul e as pessoas ali o esperam todos os dias, alegrando-se com o seu surgimento.As estrelas cadentes alimentam os sonhos dos românticos que as contemplam, maravilhados.Os cometas geram dúvidas e mistérios, movimentando cientistas de todo lugar para os estudar e analisar. Todos são importantes. Todos, menos eu. Eu fico aqui parada, sem utilidade nenhuma.
Deus ouviu tudo atentamente. Com paciência, decidiu explicar para a estrela os porquês de sua existência.
Porém, nesse instante, uma voz interrompeu o diálogo. Era uma voz que vinha de longe, uma voz infantil.
Era uma criança, que caminhava com sua mãe, em um dos planetas da região.
A criança dizia: 
-Veja, mamãe! O dia já vai nascer!
A mãe ficou um tanto confusa. Como podia uma criança que mal sabia as horas, saber que o sol logo nasceria, se tudo ainda estava escuro?
-Como você sabe disso, meu filho?
E a criança alegre respondeu: 
-Veja aquela estrela, mamãe! Papai me disse que ela anuncia o novo dia.Ela sempre aparece um pouco antes do sol, e aponta o lugar de onde o sol vai sair.
Ouvindo aquilo, a estrela se pôs a chorar. Mas de emoção.
Não era mais preciso que Deus lhe explicasse o motivo da sua existência. Como tudo o que Ele criou, ela também tinha uma razão de ser.
Era a estrela que anunciava o novo dia. E com o novo dia, se renovam sempre as esperanças, os sonhos.
Ela servia para orientar os homens, indicando-lhes o caminho a percorrer.
Quando a vissem, eles poderiam ter certeza que logo mais o sol surgiria, abrilhantando tudo, espancando a escuridão da noite, secando as estradas da chuva torrencial das horas anteriores, aquecendo as manhãs frias.
A estrela, sentindo-se imensamente útil, encheu-se de felicidade e brilhou com mais intensidade.
Descobrira, enfim, como ela era importante e indispensável ao ciclo da vida.
* * *
Todos temos uma razão para existir, mesmo que ainda não a tenhamos descoberto.
Alguns nascem para ser estrela de outras vidas, orientando-as na caminhada.
Outros nascem para iluminar estradas, conduzir mentes, acalentar corações.
Muitos nascem para ser o suporte de outros, em sua trajetória de glórias e sucessos.
Se você ainda não descobriu porque está na Terra, eleja a si próprio estrela de luz e comece a semear amor e espalhar alegrias ao seu redor.
Assim, você iluminará a sua própria vida, iluminando todos que estão à sua volta.
Redação do Momento Espírita