Monja Tenzin Palmo |
"A próxima dessas perfeições, uma muito importante, é a perfeição da paciência.
Este é o antídoto contra a raiva. Este é um assunto importante que surge apenas na superfície. Mas acho que todos podemos apreciar que em nossa vida cotidiana, nossa vida familiar, nosso local de trabalho, e assim por diante, há um campo maravilhoso para a prática da paciência.
Mesmo dirigindo por estas estradas, eu estou muito bem disciplinada... Bem vindos à Índia.. ( risos...)
Mas mesmo assim, dirigindo e tudo o mais, é maravilhoso. Ótimas oportunidades para praticar como relaxar internamente, e não reagir com irritação, frustração, raiva..
Então, como desenvolver a paciência?
Como havia dito, este é um assunto importante e só podemos falar sobre um ou dois pontos aqui.
Mas um deles é normalmente quando alguém nos aborrece e nos deixa bravos, nós o consideramos como um obstáculo para nossa tranquilidade e paz, para que sejamos pessoas boas e amigáveis. Eu estaria ótima se não fosse pelo meu terrível vizinho, ou meu chefe desagradável, ou minha esposa, marido, quem quer que seja. É o problema deles.
Eles são os causadores de todas as minhas dificuldades, então, eu tenho do direito de estar brava.
No desenvolvimento da paciência, nós reconhecemos que esta é uma qualidade espiritual muito importante. Não reagir com raiva em relação a algo que consideramos como sendo o oposto.
Assim, como qualquer treino, como qualquer qualidade, precisamos praticar isso.
É muito fácil sermos amorosos, amigáveis e gentis quando estamos cercados de pessoas que sejam amorosas, amigáveis e gentis. (risos... )
Aqui, por exemplo, todos são tão amáveis, sorriem e se curvam diante da chance de serem úteis e gentis... e isso é maravilhoso.
Mas isso pode nos levar a um falso sentido de complacência. A de que o outro também seja amoroso, amigávei e gentil em todas as circunstâncias, porque nós o conhecemos assim. Portanto, a fim de praticarmos a paciência, nós precisamos de pessoas desagradáveis.. (risos...) Estou falado sério...
Shanti Deva, um grande letrado da Índia, do século VIII, disso que por este motivo, devemos considerar nosso "inimigo" como nosso grande amigo espiritual. Porque eles estão nos ajudando a desenvolver essa qualidade tão importante, sem a qual não podemos alcançar a iluminação.
Então, ao invés de pensarmos que essa pessoa é um problema, deveríamos ser gratos a ela. Quando alguém é muito difícil para nós e nos cria muitos problemas, ao invés de ficarmos abertos à raiva e chateados com isso, podemos pensar.. Ah obrigada! Você é tão horrível! Isso é ótimo!!( risos... )
Agora eu realmente posso praticar. Sem você, o que eu teria feito? Isso muda toda a situação.
Claro que isso não significa que se estivermos em uma situação extrema de abuso, vamos no sentar e dizer: bata mais forte.. Mas significa que, mesmo que alguém esteja em uma situação abusiva, ela pode desprender-se o mais rápido possível, com nada mais do que amor e compaixão no coração.
Buda disse que o ódio não cessa com ódio. Ódio cessa com a falta de ódio, em outras palavras, cessa com amor.
Se alguém nos perturba e acabamos sentindo raiva e frustração, nós duplicamos o problema. Entendem?
Se alguém nos faz alguma coisa nos engana, ou é difícil conosco, e sentimos toda essa raiva, frustração, nos fazendo mal, então estamos torturando nós mesmos. Certo?
Não está afetando aquela pessoa. Ela está bem. Apenas fazemos conosco o que nosso pior inimigo nos desejaria. Então, damos a nós mesmos mais dúvidas. Ao passo que, se pegarmos isso e transformarmos em uma oportunidade de nos desenvolver e ir além, então nada pode nos machucar.
É parte do nosso desenvolvimento espiritual. Isso não serve apenas para as pessoas, mas para as circunstâncias também.
Todos agora, começam a entender que as circunstâncias difíceis são, na verdade, ótimas oportunidades de crescimento.
Isso não significa que precisamos criar dificuldades, e pessoas desagradáveis. Sente-se e elas virão."( risos..)
http://www.mensagemespirita.com.br/
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