sexta-feira, 31 de outubro de 2014

OS BENEFÍCIOS DA ATENÇÃO

CAIO FERNANDO ABREU
Narra um psicólogo que um casal trouxe o filho ao seu consultório. Garoto de quatorze anos, cabeludo, foi descrito pelos pais como um terrível problema. Ele já havia fugido de casa inúmeras vezes, só retornando ao lar por interferência policial.

O relacionamento entre pais e filho era muito ruim. A mãe chorosa disse ao psicólogo que não sabia mais o que fazer. Tudo que ela e o marido podiam, davam ao filho. Ele não tinha do que reclamar. Roupas, carro, dinheiro, viagens. E o comportamento não melhorava.

O terapeuta iniciou uma série de sessões com o adolescente. Depois de algum tempo, conquistou a sua confiança e o jovem contou o seu drama emocional:

Meus pais não ligam para mim. Dão coisas para mim, até o que nem quero. Mas, nunca fazemos alguma coisa juntos. Quando tento falar com meu pai, ele nem me olha. Muito menos me escuta. Já vai perguntando se eu quero mais dinheiro. Minha mãe vive a me criticar o cabelo, o brinco na orelha, mas nunca me ouve.

Estava descoberto o problema. A causa da rebeldia do garoto chamava-se rejeição. Os pais lhe davam coisas materiais mas não se doavam a ele, em momento algum.

Psiquiatras, psicólogos, educadores e religiosos já se posicionaram, oportunamente, dizendo que a melhor atitude pessoal para ajudar alguém em dificuldade, e em especial a juventude, é o domínio da arte de prestar atenção. O que quer dizer, se interessar pela pessoa.

Ouvir como quem deseja mesmo se inteirar do problema. Observar atitudes que estejam a dizer: olhem para mim.

Isso porque toda criatura humana sente necessidade de ser ouvida. A ausência dessa atenção causa muitos problemas psicológicos a crianças, jovens e adultos.

Em verdade, a criança manhosa que fica puxando a saia da mãe ou o braço do pai, o adolescente revoltado, o desordeiro, até um determinado ponto estão gritando: eu quero a atenção de vocês.

E quem de nós não pode ceder alguns minutos para ouvir? Quando Anne Sullivan encontrou a menina Helen Keller, cega, surda e muda, ela parecia em seus seis anos de idade um animal selvagem. Fechada em seu mundo, sem conseguir ser entendida, quando não faziam aquilo que ela queria, dava beliscões, pontapés, mordidas.

Anne Sullivan realizou o milagre dando-lhe atenção. Atenção apoiada em afeição, motivada pelo interesse.

Anos mais tarde, Helen Keller escrevia em suas memórias: “senti passos que se aproximavam. Estirei a mão, e alguém a pegou, fui levantada e segura pelos braços daquela que, vindo para me revelar todas as coisas, viera, acima de tudo, para me querer bem.

Registrem na memória essa relíquia de pensamento: a moeda de ouro da atenção – aprendam a dá-la graciosa e alegremente, que os dividendos hão de voltar, derramando-se em vocês.”

*** 

Todos os seres humanos têm necessidade de segurança na jornada carnal, cheia de percalços.

Os pais, os educadores, os adultos em geral são modelos para a criança, que os amará, copiando suas atitudes ou os detestará, também incorporando inconscientemente sua maneira de ser.

O carinho na infância, o amor e a ternura, ao lado do respeito à criança são fundamentais para uma vida saudável.

Não esqueçamos que os seres humanos que compõem a nossa sociedade, com seus diversos comportamentos, são a resultante da educação na família e do seu nível de consciência individual.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

CAIXINHA DE BEIJOS

Certo dia, um homem chegou em casa e ficou muito irritado com sua filha de três anos. Ela havia apanhado um rolo de papel de presente dourado e literalmente desperdiçado fazendo um embrulho.

Porque o dinheiro andasse curto e o papel fosse muito caro, ele não poupou recriminações para a garotinha, que ficou triste e chorou.

Naquela mesma noite, o pai descobriu num canto da sala, no local onde a família colocara os presentes para serem distribuídos no dia de Natal, um embrulho dourado não muito bem feito.

Na manhã seguinte, logo que despertou, a menininha correu para ele com o embrulho nas mãos, abraçou forte o seu pescoço, encheu seu rosto de beijos e lhe entregou o presente.

Isto é pra você, paizinho! Foi o que ela disse.

Ele se sentiu muito envergonhado com sua furiosa reação do dia anterior. Mas, logo que abriu o embrulho, voltou a explodir. Era uma caixinha vazia.

Gritou para a filha: Você não sabe que quando se dá um presente a alguém, a gente coloca alguma coisa dentro da caixa?

A criança olhou para ele, com os olhos cheios de lágrimas e disse:

Mas, papai, a caixinha não está vazia. Eu soprei muitos beijos dentro dela. Todos para você, papai.

O pai quase morreu de vergonha. Abraçou a menina e suplicou que ela o perdoasse.

Dizem que o homem guardou a caixa dourada ao lado de sua cama por anos. Sempre que se sentia triste, chateado, deprimido, ele tomava da caixa um beijo imaginário e recordava o amor que sua filha havia posto ali.

* * *

De uma forma simples, cada um de nós, humanos, temos recebido uma caixinha dourada, cheia de amor incondicional de nossos pais, de nossos filhos, de nossos irmãos e amigos.

Entretanto, nem sempre nos damos conta. Estamos tão preocupados com o ter, com valores do mundo, que as coisas pequenas não são percebidas por nós.

Assim, a esposa não valoriza o ramalhete de flores do campo que o marido lhe enviou, no dia do aniversário. É que ela esperava ganhar uma valiosa jóia e não aquela insignificância.

O marido nem agradece o fato da esposa, no dia em que comemoram mais um ano de casados, esperá-lo com um jantar simples, a dois, em casa. Ele estava esperando uma comemoração em grande estilo, ruidosa, cercado de amigos e muitos comes e bebes.

Os pais não dão importância para aquele cartão meio amassado que os pequenos trazem da escola, pintado com as mãos de quem apenas ensaia a arte de dominar as tintas e os pincéis nas mãos pequeninas.

Eles estão mais envolvidos com as contas que a escola está cobrando e acreditam que, pelo tanto que lhes custa a mensalidade escolar, os professores deveriam ter lhes enviado um presente de valor.

É, muitos de nós não encontramos os beijos na caixinha dourada. Só vemos a caixinha vazia.

* * *

O amor é feito de pequeninas coisas. Não exige fortunas para se manifestar.

Por vezes, é um ato de renúncia, como a daquele homem que no dia de Natal, em plena guerra, conseguiu apenas uma laranja para a ceia dele e da esposa.

Então a descascou, colocou em um prato, criando uma careta com os gomos bem dispostos e entregou para a esposa, com um beijo e um pedaço de papel escrito: Feliz Natal!

E ficou observando-a comer, com vagar, feliz por ver os olhos dela brilharem e ela se deliciar com a fruta tão rara naqueles dias, naquele local.

Redação do Momento Espírita

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

ORAÇÃO DO AMIGO

GABRIEL CHALITA
Há muito se diz que quem encontrou um amigo encontrou um tesouro precioso. Há muito se diz que amizade verdadeira dura para sempre. Não tem aquelas tempestades da paixão nem a calmaria exagerada do descompromisso. É o meio termo. É a bonita sensação do estar perto e, de repente, poder se calar. Não exige tanto. Exige tudo.

As amizades nascem do acaso. Ou de alguma força que faz com que uma simples brincadeira, uma informação, um caderno emprestado, uma dor seja capaz de unir duas pessoas. E a cumplicidade vai ganhando corpo e o desejo de estar junto vai aumentando e, com ele, a sensação sempre boa do poder partilhar, de se doar.

Há muito se diz que os amigos verdadeiros são aqueles que se fazem presentes nos momentos mais difíceis da vida, naqueles momentos em que a dor parece querer superar o desejo de viver. De fato, os amigos são necessários nesses momentos. Mas talvez a amizade maior seja aquela em que um amigo é capaz de estar ao lado do outro nos momentos de glória e vibrar com essa glória; não ter inveja, não querer destruir o troféu conquistado. Aplaudir e se fazer presente, ser presente.

A amizade não obedece à ordem da proporcionalidade do merecimento. Não há sentido em querer de volta tudo o que gratuitamente se distribuiu. A cobrança esmaga a espontaneidade da amizade, e a surpresa alimenta o desejo de estar junto. O amigo gosta de surpreender o outro com pequenos gestos. Coisas aqui e ali que roubam um sorriso, um abraço, um suspiro. E tudo puro, tudo lindo.

Há muito se diz que não é possível viver sozinho. A jornada é penosa e sem amparo é difícil caminhar. Juntos os pássaros voam com mais tranqüilidade. Juntas, as gaivotas revezam a liderança para que ninguém se canse demais. Juntos é possível aos golfinhos comentarem sobre a beleza de um oceano infinito. Juntos, mulheres e homens partilham momentos inesquecíveis de uma natureza que não se cansa de surpreender.

Eu Te peço, Senhor, nesta singela oração, que eu seja fiel aos meus amigos. São poucos e impossível seria que fossem muitos. São poucos, mas são preciosos. Eu Te peço, Senhor, que eu não padeça do mal da inveja que traz consigo outros desvios, como a fofoca. A terrível fofoca que humilha, maltrata, faz sofrer. Eu Te peço, Senhor, que o sucesso do outro me impulsione a construir o meu caminho e que jamais eu tenha a ânsia de querer atrapalhar a subida de meu amigo. Eu Te peço, Senhor, que eu seja leal. Que eu saiba ouvir sempre e saiba quando é necessário falar.

Senhor, eu sei que a regra de ouro da amizade consiste em não fazer ao amigo aquilo que eu não gostaria que ele fizesse a mim. E eu Te peço que eu seja fiel a essa intenção. Que eu tenha poucos amigos, mas amigos que permaneçam para sempre. Não poderia ter muitos; não teria tempo para cuidar de todos, e de amigo a gente cuida, acolhe, ama.

Senhor, proteja os meus amigos. Que nessa linda jornada consigamos conviverem harmonia. Que nesse lindo espetáculo possamos subir juntos ao palco. Sem protagonista. Ou melhor, que todos sejam protagonistas e que todos percebam a importância de estar ali. No palco. Na vida.
Obrigado, Senhor, pelo dom de viver e conviver. Obrigado, Senhor, pelo dom de sentir e manifestar o meu sentimento. Obrigado, Senhor, pela capacidade de amar, que é abundante e sem fim.

Amém.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

CONFIAR EM DEUS

Chico Xavier
“Em todo instante, confio em Deus. 
No que faço, penso em Deus. 
Com quem vivo, amo a Deus. 
Por onde sigo, sigo com Deus. 
No que acontece, Deus faz o melhor. 
Tudo o que tenho, é bênção de Deus.”
http://www.mensagemespirita.com.br/

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

QUE COMECE AGORA

Caio Fernando Abreu

Que comece agora.
E que seja permanente essa vontade de ir além daquilo que me espera.
E que eu espero também.
Uma vontade de ser.
Aquela, que nasceu comigo e que me arrasta até a borda pra ver as flores que deixei de rastro pelo caminho.
Que me dê cadência das atitudes na hora de agir.
Que eu saiba puxar lá do fundo do baú, o jeito de sorrir pros nãos da vida.
Que as perdas sejam medidas em milímetros e que todo ganho não possa ser medido por fita métrica nem contado em reais.
Que minha bolsa esteja cheia de papéis coloridos e desenhados à giz de cera pelo anjo que mora comigo.
Que as relações criadas sejam honestamente mantidas e seladas com abraços longos.
Que eu possa também abrir espaço pra cultivar a todo instante as sementes do bem e da felicidade de quem não importa quem seja ou do mal que tenha feito para mim.
Que a vida me ensine a amar cada vez mais, de um jeito mais leve.
Que o respeito comigo mesma seja sempre obedecido com a paz de quem está se encontrando e se conhecendo com um coração maior.
Um encontro com a vontade de paz e o desejo de viver.


domingo, 26 de outubro de 2014

SÓ DEUS TE MANTÉM EM PÉ


Os bons dias lhe dão felicidade.
Os maus dias lhe dão experiência.
Ambos são essenciais para a vida. 
A felicidade te faz doce,os problemas te mantém forte,a dor te mantém humano,as quedas te mantém humilde,o êxito te mantém brilhante. 
Mas só Deus te mantém em pé.

sábado, 25 de outubro de 2014

TODO MUNDO ERRA!


Você, certamente, já ouviu ou falou a frase: "todo mundo erra!".
Essa afirmativa está correta, porque a terra é um planeta de provas e expiações, o que quer dizer que neste mundo não há ninguém perfeito.
A perfeição é uma meta que todos nós alcançaremos um dia, mas não pode ser encontrada no atual estágio evolutivo da humanidade terrestre.
Não é outra a razão porque todos ainda cometemos erros, embora muitas vezes tentando acertar.
Tudo isso é fácil de entender, dirão alguns. E mais fácil ainda é tentar justificar as próprias faltas com a desculpa da imperfeição.
Admitir, portanto, que cometemos falhas mais vezes do que gostaríamos, não é difícil. Também não é difícil tolerar os escorregões dos nossos afetos.
No entanto, se você admite que "todo mundo erra", porque é tão difícil relevar as imperfeições alheias?
Porque é tão fácil justificar os próprios erros e tão difícil aceitá-los nos outros?
Se quebramos um copo, por exemplo, logo nos desculpamos dizendo que foi sem querer, e pode ter sido mesmo. Mas, se é outra pessoa que o faz, já achamos uma maneira de criticar, dizendo que é descuidada ou não prestou a devida atenção no que estava fazendo.
Se a esposa não conseguiu servir o almoço na hora que deveria, é porque ficou de conversa fiada com alguma amiga. Mas quando você é o esposo e não dá conta de entregar um serviço no prazo, é porque é um homem muito atarefado.
Quando o marido chega em casa nervoso e irritado, é porque está sobrecarregado de problemas, mas não desculpa se a esposa está impaciente por ter passado o dia todo ouvindo choro de criança e atendendo as tarefas da casa.
Se você é a esposa e tem seus motivos para justificar a falta de atenção com os filhos, em determinado momento, pense que seu esposo também tem suas razões para justificar uma falta qualquer.
Se você é filho e acha que está certo agindo desta ou daquela maneira, entenda seus pais, pois eles também encontrarão motivos para justificar seus deslizes.
O que geralmente ocorre, é que não paramos para ouvir as pessoas que transitam em nossa estrada. O que é mais comum, é criticar sem saber dos motivos que as levaram a se equivocar.
Se temos sempre uma desculpa para nossas faltas, devemos convir que os outros também as têm.
Se assim é, por que tanta inquietação com as ações que julgamos erradas nos outros?
Não temos a intenção de fazer apologia ou defender o desculpismo, mas, simplesmente, chamar a atenção para o fato de que todos estamos sujeitos a dar um passo em falso. E por isso devemos, no mínimo, entender quando isso acontece.
Se todo mundo erra, temos mais motivos para a tolerância e o perdão.
E se ninguém é perfeito, mais razão para entender as imperfeições alheias.
Ou será que só nós temos o direito a tropeçar? 
Pense nisso! 
A terra é uma escola de aperfeiçoamento da humanidade.
As pessoas que aqui estagiam, estão se preparando para conquistar mundos mais adiantados, universidades mais avançadas.
Por essa razão, vale a pena prestar atenção no seu aproveitamento pessoal, e deixar aos outros o dever de cuidar dos próprios atos.
Pois a cada vez que deixamos o corpo físico, pela desencarnação, uma nova avaliação é feita e todos, sem exceção, receberemos conforme nossas obras.
Pense nisso! 
(Equipe de Redação do Momento Espírita)

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

CARIDADE SEGUNDO SÃO PAULO

Se eu falar as línguas dos homens e dos anjos, e não tiver caridade, sou como o metal que soa, ou como o sino que tine.
E se eu tiver o dom de profecia, e conhecer todos os mistérios, e quanto se pode saber; e se tiver toda a fé, até a ponto de transportar montanhas, e não tiver caridade, não sou nada. 
E se eu distribuir todos os meus bens em o sustento dos pobres, e se entregar o meu corpo para ser queimado, se todavia não tiver caridade, nada disto me aproveita. 
A caridade é paciente, é benigna; a caridade não é invejosa, não obra temerária nem precipitadamente, não se ensoberbece, não é ambiciosa, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo sofre. 
A caridade nunca jamais há de acabar, ou deixem de ter lugar às profecias, ou cessem as línguas, ou seja abolida a ciência.

Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três virtudes; porém a maior delas é a caridade. 
(Paulo, I Coríntios, XIII: 1-7 e 13).

São Paulo compreendeu tão profundamente esta verdade, que diz: “Se eu falar as línguas dos anjos; se tiver o dom de profecia, e penetrar todos os mistérios; se tiver toda a fé possível, a ponto de transportar montanhas, mas não tiver caridade, nada sou. Entre essas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade, a mais excelente é a caridade”. Coloca, assim, sem equívoco, a caridade acima da própria fé. Porque a caridade está ao alcance de todos, do ignorante e do sábio, do rico e do pobre; e porque independe de toda a crença particular.

E faz mais: define a verdadeira caridade; mostra-a, não somente na beneficência, mas no conjunto de todas as qualidades do coração, na bondade e na benevolência para com o próximo.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

ORAR SEMPRE!


Orar sempre e Constantemente Cale a boca das ansiedades, que clama vozes incongruentes, expressando inquietudes íntimas e faça silêncio para orar. 
Tome com os lábios do coração o murmúrio da esperança e module a melodia da prece no país da alma, deixando que as brandas consolações que ressumbram dos apelos aos Céus harmonizem as emoções interiores em desalinho. 
A oração é couraça de luz que defende por dentro, imunizando por fora. 
Veículo dos soluços da Terra, converte-se em luz que jorra de cima como divina resposta em fulgurações inspirativas. 
Orvalho refrescante acalma, consola e alimenta. Em verdade não liberta dos sofrimentos nem afasta das provações... 
Sol abençoado dilata a visão, facultando o discernimento e aclarando os limites do entendimento. 
Filão de celestes dádivas gera o equilíbrio, conciliando a emoção por situar os filtros psíquicos de registro e captação de energias além das vibrações inferiores, em mais elevado campo de força mantenedora da vida físico-mental.
E como é fonte inexaurível de consolações, vibra em ondas de freqüências específicas nos centros do perispírito, atendendo à sintonia nervosa por compensações eletromagnéticas de longo alcance. 
A oração é manifesta oportunidade de começar ou refazer, convocando o ser ao exame das questões afligentes com o aumento do tempo e do trabalho renovador para a superação de todo obstáculo no caminho de ascensão.
Orar, pois, para pedir e, orar, também, para agradecer. 
Pedir, situando o pensamento nas nascentes sublimes da Vida Superior, e agradecer, para fixar as harmonias recebidas, 
experimentando o júbilo de quem, reconhecido e emocionado, captou a divina resposta. 
Orar sempre e constantemente para sair da aflição, evitar a tentação, dominar a ira e entender o sofrimento — ignorado mestre — que segue com o Espírito estrada a fora sublimando a imortalidade.

Amélia Rodrigues

(De “A prece segundo os Espíritos – Divaldo Pereira Franco)

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

SE HOUVESSE AMOR!


Você já se perguntou, alguma vez, porque certas pessoas cometem crimes ou outros delitos contra si ou contra terceiros?
Talvez a resposta da maioria seria a de que essas pessoas são delinqüentes. Isso é verdade, mas por que se tornaram delinqüentes?
Tomemos como exemplo esses delinqüentes infantis e juvenis, que perambulam pelas ruas e cometem pequenos furtos contra os cidadãos.
Imaginemos que eles tivessem um lar decente, uma mãe amorosa que os acariciasse e educasse. Tivessem um pai equilibrado, empregado, com salário digno, que lhe permitisse sustentar a família com honradez.
Em última análise, se houvesse amor, eles não estariam pelas ruas, perambulando sem rumo.
Quando uma pessoa, num ato de desespero, põe fim à própria vida, é porque faltou o tempero do verdadeiro amor para envolver suas horas.
Se houvesse amor no lar desses “homens-bomba”, que são usados como explosivos, atirando-se para a morte num ato insano de autodestruição, com certeza não o fariam.
Se tivessem uma mãe ou esposa que os amasse verdadeiramente, envolvendo-os em carícias de afeto e compreensão, não fariam o que fazem.
Se em seu lar deixassem olhares carinhosos de filhos a lhes perguntar: “Papai, quando você volta? Não demore! Vou esperar você com saudades. Volte logo, papai!” - certamente ficariam longe do terrorismo.
Se houvesse mais amor na face da Terra, tudo seria diferente. O amor é antídoto eficaz contra todo tipo de violência.
Quando o amor adoece, o desespero se instala nos corações.
As explosões de ódios, de vinganças cegas, são resultados de um amor enfermo, pois não se pode odiar alguém que não se conhece.
Só pode haver traição por parte de alguém em quem foi depositada confiança plena.
Ah! Se houvesse amor...
Se houvesse amor não haveria crimes hediondos, nem guerra, nem fome, nem misérias, nem outra violência qualquer.
Se houvesse amor, não faltaria o necessário a nenhum ser humano, porque o amor fraternal não permitiria.
Se houvesse amor não haveria desemprego, nem subemprego, porque só o amor é capaz de desarmar o egoísmo, esse verdugo cruel que alimenta a ganância, a prepotência, o desejo desenfreado de posses materiais.
Ah! Se houvesse amor... Esse sentimento adormecido no íntimo de muitas criaturas...
Um dia, um homem chamado Jesus ensinou que o amor é a chave da felicidade. Resumiu toda a Lei e os profetas na máxima: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo com a si mesmo”.
Mas, infelizmente muitos de nós, que nos dizemos cristãos, temos esquecido esse ensinamento.
Muitos de nós, que nos declaramos seguidores do Cristo, estamos alimentando as grandes guerras com nossas guerras familiares e nosso terrorismo particular e ainda com a nossa beligerância social.
Ah! Se houvesse amor...
Se o amor fosse uma realidade em nosso Mundo, seguramente aqui habitaria a paz. 
* * *
O amor é de essência divina e todos nós, do primeiro ao último, temos, no fundo do coração, a centelha desse fogo sagrado.
Por isso, amemos e felicitemo-nos, colocando na estrada do amor sinais de luz, a fim de que nunca mais haja sombra por onde o amor tenha transitado a derramar sua invencível claridade.

Redação do Momento Espírita

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Na vida, todos somos semeadores...

Da.AMÉLIA RODRIGUES
Dona Angélica era professora. Residia em uma pequena cidade e dava aulas numa vila próxima.
Não era considerada uma pessoa equilibrada em razão do seu comportamento, que parecia um tanto esquisito.
Os alunos da escola de primeiro grau tinham-na como uma pessoa muito estranha.
Eles observavam que a professora, nas suas viagens de ida e volta do lar à escola, fazia gestos e movimentos com as mãos, que não conseguiam entender, e por esse motivo, pensavam que ela era meio fora do juízo.
Pela janela do trem, dona Angélica fazia acenos como se estivesse dizendo adeus a alguém invisível aos olhos de todos.
As crianças faziam zombarias, criticavam-na, mas ela não sabia, pois os comentários eram feitos às escondidas.
Todos, inclusive os pais e demais professores achavam que ela era maluca, embora reconhecessem que era uma excelente educadora.
Os anos se passavam e a situação continuava a mesma. Várias gerações receberam, da bondosa e dedicada professora, ensinamentos valiosos e abençoados.
Dona Angélica era uma pessoa de boas maneiras, calma e gentil, mas não muito bem compreendida.
Envelhecia no exercício do dever de preparar as crianças para um futuro melhor, com espírito de abnegação e devotamento quase maternal.
Certo dia em que viajava para sua querida escola, com diversas crianças na mesma classe do trem, movimentava, como sempre, as mãos para fora da janela.
Os alunos sentados na parte de trás sorriam maliciosamente, quando Alberto, seu aluno de dez anos, porque amava muito sua mestra, sentou-se ao seu lado e, com ternura, lhe perguntou:
Professora, por que você insiste em continuar com essas atitudes loucas?
Que deseja dizer, filho? Interrogou, surpresa, a bondosa senhora.
Ora, professora - continuou ele, - você fica dando adeuses para os animais, abanando as mãos... Isso não é loucura?
A mestra amiga compreendeu e sorriu.
Sinceramente emocionada, chamou a atenção do aluno, dizendo:
Veja esta bolsa. - E apontou para a intimidade do objeto de couro forrado. Nota o que há aí dentro?
Sim. - Respondeu Alberto. Eu vejo que há algo aí, mas o que é, afinal?
A professora respondeu calmamente: É pólen de flores. São sementes miúdas...
Há quase vinte anos eu passo por este caminho, indo e vindo da escola. A estrada, antes, era feia, árida, desagradável.
Eu tive a ideia de a embelezar, semeando flores. Desse modo, de quando em quando, reúno sementes de belas e delicadas flores do campo e as atiro pela janela...
Sei que cairão em terra amiga e, acarinhadas pela primavera, se transformarão em plantas a produzirem flores, dando cor e alegria à paisagem.
Como você pode perceber, a paisagem já não é mais árida. Há flores de diversos matizes e suave perfume no ar, que a brisa se encarrega de espalhar por todos os lados.
* * *
Na vida, todos somos semeadores...
Uns semeiam flores e descobrem belezas, perfumes e frutos.
Outros semeiam espinhos e se ferem nas suas pontas agudas.
Ninguém vive sem semear, seja o bem, seja o mal...
Felizes são aqueles que, por onde passam, deixam sementes de amor, de bondade, de afeto...
Redação do Momento Espírita com base no livro O semeador,
pelo Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de 
Divaldo Pereira Franco, ed. Leal

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

O AMOR É ETERNO

Aquela senhora estava com muita pressa. Entrou em um Shopping Center para comprar alguns presentes de última hora para o Natal.
Havia muita gente ao redor e ela ficou incomodada com a situação. Pensou consigo mesma: Ficarei aqui uma eternidade, e tenho tantas coisas a fazer.
Um tanto depressiva, ela pensava em como o Natal estava se transformando em um grande comércio.
Andou rápido por entre as pessoas e entrou numa loja de brinquedos. Mais uma vez se surpreendeu reclamando dos preços. Perguntava-se se seus netos realmente brincariam com aquilo.
Partiu para a seção de bonecas. Em um dos corredores encontrou um menino, de aproximadamente cinco anos, segurando uma boneca valiosa.
Estava tocando seus cabelos e a segurava com muito carinho. A senhora parou e ficou olhando a cena fixamente, perguntando-se para quem seria aquela boneca.
Em seguida, se aproximou do menino uma mulher a quem ele perguntou: Não tenho dinheiro suficiente, tia? E a mulher lhe falou impaciente: Você já sabe que não tem o dinheiro suficiente para comprá-la.
Depois, disse ao menino que permanecesse onde estava enquanto ela buscava outras coisas que lhe faltavam. O menino continuou ali, segurando a boneca com muito carinho.
Após algum tempo, a senhora se aproximou e perguntou-lhe para quem era a boneca e ele respondeu: Esta é a boneca que minha irmãzinha queria muito ganhar, no Natal.
Ela estava certa de que a ganharia neste Natal, disse o garoto com certa tristeza.
A senhora se compadeceu e disse ao menino que, no Natal, levaria a boneca para sua irmãzinha, mas ele falou: Não, a senhora não pode ir onde minha irmãzinha está.
Eu tenho que entregá-la à minha mãe para que ela leve até à minha irmãzinha.
E onde está sua irmã? - Perguntou.
O menino, com um olhar de tristeza, disse: Ela se foi com Jesus. Meu pai me disse que a mamãe irá encontrar-se com ela, em breve.
A mulher sentiu um grande aperto no coração. E o menino continuou: Pedi ao papai para falar com a mamãe para que ela não se vá ainda.
Disse-lhe para pedir a ela que espere até que eu volte do Shopping.
Em seguida, o garoto tirou do bolso algumas fotografias que tinham sido tiradas em frente ao Shopping e falou: Vou pedir ao papai que leve estas fotos para minha mãe, para que ela nunca se esqueça de mim.
Gosto muito da minha mãe, não queria que ela partisse. Mas o papai disse que ela tem que ir encontrar a minha irmãzinha.
Enquanto o pequeno olhava a foto, a senhora tirou da carteira algumas notas e pediu a ele que contasse o dinheiro novamente.
Ele contou e disse satisfeito: Estou certo de que será suficiente. Agora posso comprar a boneca.
E disse ainda: Eu acabei de pedir a Jesus para que me desse dinheiro suficiente para comprar esta boneca para a mamãe levar até à minha irmãzinha, e Ele ouviu a minha oração.
Eu pedi, ainda, para que o dinheiro fosse suficiente para comprar também uma rosa branca para a minha mãe, e Ele acaba de me dar o bastante para a boneca e para a rosa.
Sabe, minha mãe gosta muito de rosas brancas...
Em alguns minutos, a tia do garoto voltou e a senhora se foi.
Enquanto terminava suas compras, agora com uma disposição bem diferente, ela não conseguia deixar de pensar naquele menino.
Lembrou-se de uma história que havia lido num jornal, dias antes, a respeito de um acidente causado por um condutor alcoolizado, no qual uma menininha morrera e a mãe ficara em estado grave.
Deu-se conta de que aquele menino pertencia àquela família.
Dois dias depois, ela leu no jornal a notícia de que a mulher acidentada havia morrido.
Não conseguia tirar o menino da mente... Comprou um buquê de rosas brancas e as levou ao funeral...
Lá estava o corpo de uma mulher... com uma rosa branca numa das mãos, uma linda boneca na outra, e a foto de seu filho em frente ao Shopping.
Grossas lágrimas rolaram do rosto daquela senhora ao perceber a grandeza do amor daquele menino pela mãe e pela irmã...
Um amor que a morte não conseguiu apagar...
Um amor que vai muito além da existência física...
O verdadeiro amor que Jesus, o Mestre tão pouco lembrado, veio ensinar à Humanidade...

Redação do Momento Espírita

domingo, 19 de outubro de 2014

ORAÇÃO DE ILUMINAÇÃO

Senhor se no mundo que me cerca eu não puder enxugar uma lágrima
Não conseguir dizer uma palavra de conforto
Fazer alguém sorrir de verdade
Oh Deus, se eu não souber ser justo humilde atencioso e promotor da esperança na terra 
Se não puder lutar contra as injustiças
Agir com dignidade
Deixar de me irritar com as pequenas coisas
Compreender que os outros também têm suas limitações
Senhor se eu não souber aceitar a tua vontade acima da minha própria vontade
Então, não permita que eu condene as guerras e ore pela paz
Não aceita a oferta que eu te oferecer
Nem escute os meus constantes pedidos de socorro
Mas quando vier te pedir perdão
Oh Deus, perdoa-me por inteiro e lava meu coração no sangue da nova e eterna aliança contigo por meio de Jesus teu filho amado
Ilumina a minha inteligência e a minha vontade, para que eu possa viver na tua presença todas as horas do dia e todos os dias da vida.

Amém