quinta-feira, 17 de outubro de 2024

MANSUETUDE E PRUDÊNCIA

Você tem se assustado com a violência na sociedade? 
Com essa violência cotidiana, quase que banalizada pelo suceder dos fatos? 
Sem sombra de dúvidas, os dias que se sucedem são desafiadores para todos nós. 
Nunca conquistamos tanto em tecnologia e bem-estar, nunca o desenvolvimento científico e tecnológico foi tão longe, porém, em nossa intimidade, ainda vige a violência.
Reclamamos que o mundo está tão violento, porém, a violência muitas vezes ganha morada em nosso mundo íntimo. 
Já reparou como somos violentos no trânsito? 
Basta alguém nos dar uma fechada, conduzir mais lentamente, cruzar nossa frente, e violentamos o próximo com nosso verbo truculento, intempestivo, ameaçador. 
Outras vezes, chegamos em casa com o peso do dia nos ombros, e aqueles que nos são mais caros ganham a violência de nossa indiferença ou da resposta seca e curta, sem envolvimento e interesse emocional nenhum.
Percebemos que a violência ganha morada em nossa intimidade quando alguém nos provoca ou toca em algum assunto que nos incomoda... 
O oposto da violência é a mansuetude. 
A capacidade de ser manso. 
Não por acaso foi uma das recomendações de Jesus no Sermão da Montanha, nos lembrando que Bem-aventurados os mansos, pois herdarão a Terra. 
Se hoje nos cansamos da violência, que seja iniciada em nós a proposta da mansuetude. 
Que comecemos por nós o exercício de troca da violência pela mansidão. 
Para ser manso, é necessário aprender a agir, ao invés de reagir. 
É necessário mudar a moeda no trato social. 
Oferecer sempre a moeda da mansuetude, seja qual for a que nos oferecerem. 
Quando nos ofertarem a violência, simplesmente não aceitemos, devolvendo paz, tranquilidade, mansuetude.
Parece difícil? 
É uma questão de exercício. 
Experimentemos só por hoje. 
Quando alguém nos oferecer a violência e devolvermos na mesma moeda, a violência será nossa, e permanecerá conosco. 
Como consequência, sofreremos os reflexos dela. 
Ao contrário, quando agirem violentamente contra nós, proponhamos uma ação de mansuetude. 
Ao grito, devolvamos a voz tranquila, ao desaforo, ofereçamos o elogio, e à ameaça, ofereçamos o entendimento. 
Para tanto, não se faz necessário nos colocarmos como vítima. 
Ao sermos mansos, não precisamos ser vítimas da violência, ou joguete das ações alheias. 
Para evitar isso, Jesus nos recomenda usarmos da mansuetude das pombas, mas da prudência das serpentes.
Armemo-nos de prudência, percebamos onde caminhamos, conheçamos as pessoas com quem convivemos. 
Tudo isso é necessário. 
Mas nada na vida justifica a necessidade de ser a violência a ferramenta de nosso trato social. 
Quando a paz e a mansuetude ganharem nosso mundo íntimo, certamente estará mais próximo o dia em que viveremos em um planeta de paz. 
Redação do Momento Espírita. 
Em 13.07.2023.

quarta-feira, 16 de outubro de 2024

A SERENIDADE

SÃO JOÃO XXIII
Você já parou para observar, algum dia, como as pessoas andam pelas ruas apreensivas? 
O semblante sempre carregado e o cenho franzido traduzem a angústia íntima, a problemática em que se encontram mergulhados. 
Em alguns momentos, a impressão que se tem é que a maioria das gentes anda em batalha interior constante. 
E nos perguntamos: 
-Onde a serenidade? 
Em especial daqueles de nós que ostentamos o adjetivo de cristãos. 
Acaso teremos esquecido a exortação de Jesus: 
-A cada dia basta o seu cuidado? 
E aqueloutra: 
-Se pois Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé! 
É por essa razão que, com regularidade, a Providência Divina permite que Seus missionários visitem a Terra, travestidos em corpos humanos e nas mais variadas frentes de trabalho.
Recordamos que em 1958, o mundo assistiu à posse de mais um Papa. 
Os cardeais, em Roma, encontraram um sucessor para Pio XII, que morrera após dirigir os destinos da Igreja Católica por 19 anos. 
Aos 77 anos, Ângelo Giuseppe Roncalli assumiu o papado com o nome de João XXIII. 
Ângelo Roncalli era um homem que causava um impacto sempre favorável nas pessoas. 
Reconhecia claramente suas limitações e era dotado de um vivo senso de humor. 
Surpreendeu pela coragem de inaugurar debates sobre temas intocáveis até então. 
Em um documento asseverou que todos os homens têm direito de escolher a sua religião. 
Em 1960, num dos seus escritos, ele registrou uma página com notável sentimento de religiosidade universal. 
Chama-se O Decálogo da Serenidade e contém dez sugestões de conduta para o homem que deseja a paz. 
1ª Procurarei viver pensando apenas no dia de hoje, exclusivamente neste dia, sem querer resolver todos os problemas da minha vida de uma só vez. 
2ª Hoje, apenas hoje, procurarei ter o máximo cuidado na minha convivência; cortês nas minhas maneiras, a ninguém criticarei, nem pretenderei melhorar ou corrigir à força ninguém, senão a mim mesmo. 
3ª Hoje, apenas hoje, serei feliz, na certeza de que fui criado para a felicidade, não só no outro mundo, mas também já neste. 
4ª Hoje, apenas hoje, adaptar­-me-ei às circunstâncias, sem pretender que sejam todas as circunstâncias a se adaptarem aos meus desejos. 
5ª Hoje, apenas hoje, dedicarei dez minutos do meu tempo a uma boa leitura, recordando que, assim como o alimento é necessário para a vida do corpo, assim a boa leitura é necessária para a vida da alma. 
6ª Hoje, apenas hoje, farei uma boa ação e não direi a ninguém. 
7ª Hoje, apenas hoje, farei ao menos uma coisa que me custe fazer, e se me sentir ofendido nos meus sentimentos, procurarei que ninguém o saiba. 
8ª Hoje, apenas hoje, executarei um programa pormenorizado. Talvez não o cumpra perfeitamente, mas ao menos escrevê-lo-ei. E fugirei de dois males: a pressa e a indecisão. 
9ª Hoje, apenas hoje, acreditarei firmemente, embora as circunstâncias mostrem o contrário, que a Providência de Deus se ocupa de mim como se não existisse mais ninguém no mundo. 
10ª Hoje, apenas hoje, não terei nenhum temor. De modo especial não terei medo de gozar o que é belo e de crer na bondade. 
* * * 
Pense nisso! 
O homem do futuro, que define as conquistas das virtudes nos esforços do presente, descobre o imenso prazer de ser bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus. 
Pense nisso! 
Mas, pense agora. 
Redação do Momento Espírita, com base no texto O decálogo da serenidade, da Revista Reformador de agosto de 1996, ed. FEB. Disponível no CD Momento Espírita, v. 1, ed. FEP. 
Em 16.10.2024
https://momento.com.br/pt/index.php

terça-feira, 15 de outubro de 2024

MANSUETUDE E PODER

Huberto Rohden
A mansuetude é, por vezes, confundida com fraqueza espiritual, apatia ou indiferença. 
Pensa-se que a pessoa portadora dessa virtude está impedida de reclamar seus direitos e deve tolerar com passividade todos os abusos. 
Acredita-se que a mansuetude não combina com o poder, pois este tem se confundido com prepotência, despotismo e violência. 
Contudo, mais uma vez vamos encontrar na natureza lições preciosas a nos dizer que o verdadeiro poder anda de mãos dadas com a mansuetude. 
Na natureza tudo acontece com poder e silêncio, com um silêncio poderoso. 
O sol nasce e se põe em profunda quietude. 
Move gigantescos sistemas planetários, mas penetra suavemente pela vidraça de uma janela sem a quebrar.
Acaricia as pétalas de uma flor sem a ferir e beija as faces de uma criança adormecida sem a acordar. 
As estrelas e galáxias descrevem as suas órbitas com estupenda velocidade pelas vias inexploradas do Cosmo, mas nunca deram sinal da sua presença pelo mais leve ruído. 
O oxigênio, poderoso mantenedor da vida, penetra em nossos pulmões, circula discreto pelo nosso corpo, e nem lhe notamos a presença. 
A luz, a vida e o Espírito, os maiores poderes do Universo, atuam com a suavidade de uma aparente ausência. 
Como nos domínios da natureza, o verdadeiro poder do homem não consiste em atos de violência física, mas sim numa atitude de presença metafísica. 
Não se trata de fazer algo, mas de ser alguém. Quando um homem conquista o verdadeiro poder, toda a antiga violência acaba em benevolência. 
A violência é sinal de fraqueza, a benevolência é indício de poder.
Os grandes mestres sabem ser severos e rigorosos sem renegarem a mansuetude e a benevolência. 
O Criador, que é o Supremo Poder, age com tamanha mansuetude que a maioria dos homens nem percebe a Sua ação. 
Essa poderosa força, na qual todos estamos mergulhados, mantém o Universo em movimento, cria novos mundos a cada instante, faz pulsar o coração dos abutres e dos colibris, dos bandidos e dos homens de bem, na mais harmoniosa mansuetude. 
Até mesmo a morte, mensageira da liberdade, chega de mansinho e, como hábil cirurgiã, rompe os laços que prendem a alma ao corpo, libertando-a do cativeiro físico. 
Assim se expressa o verdadeiro poder: sem ruído, sem alarde e sem violência... 
* * * 
Sempre que a palavra poder lhe vier à mente, lembre-se do sol e de sua incontestável mansuetude. 
O sol nasce e se põe em profunda quietude. 
Move gigantescos sistemas planetários, mas penetra suavemente pela vidraça de uma janela sem a quebrar.
Acaricia as pétalas de uma flor sem a ferir e beija as faces de uma criança adormecida, sem a acordar. 
Redação do Momento Espírita com base no cap. Bem-aventurados os mansos porque eles possuirão a Terra, do livro Sabedoria das parábolas, de Huberto Rohden, ed. Alvorada. 
Em 10.03.2011.

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

OS MANSOS HERDARÃO A TERRA

Em seu famoso Sermão da Montanha, Jesus enunciou uma série de bem-aventuranças. 
Uma delas se refere aos mansos, que herdarão a Terra. 
É interessante observar que os bens do mundo são habitualmente tomados pelos espertos e violentos. 
Ao longo da História, há inúmeros exemplos de rapinagem, escravização e violência cometidos pelos chamados fortes.
Os povos mais pacatos e ordeiros sempre são as vítimas preferidas. 
No âmbito individual, quem não é muito dado a violências e arbitrariedades também é mais visado pelos espertalhões. 
Até agora, essa felicidade dos mansos não foi corretamente entendida e percebida. 
O Espiritismo lança luz sobre a questão, ao ensinar a respeito da pluralidade dos mundos habitados. 
Segundo essa lição, o nível evolutivo dos mundos guarda relação com o dos Espíritos que neles vivem. 
Há os mundos primitivos, nos quais ocorrem as primeiras encarnações. 
Há os de provas e expiações, em que renascem seres já intelectualmente evoluídos, mas ainda viciosos. 
Há os de regeneração e paz, os felizes e os celestes ou divinos. 
A Terra da atualidade figura entre os de provas e expiações.
Isso significa que nela encarnam Espíritos com significativa evolução intelectual, mas com moralidade vacilante, revelada por inúmeros vícios e paixões. 
A experiência terrena se destina a promover expiações e provas. 
Expiações são trânsitos dolorosos voltados a fazer surgir o arrependimento no íntimo de quem se fez vicioso. 
Provas são testes para aferir a constância no bem e o vigor na luta. 
Nesse contexto, é normal que a vida seja trabalhosa e difícil.
Fora o caso dos missionários do amor, os habitantes do planeta lutam contra si mesmos no processo de aprendizado e sublimação. 
Mas o importante é que a transição para mundo de regeneração e paz está próxima. 
Trata-se do fim dos tempos de angústia. 
Por ora, os Espíritos mais rebeldes se encontram misturados aos demais. 
É por intermédio deles que são aplicados os testes mais duros aos candidatos à paz. 
No contato com criaturas difíceis, estes desenvolvem paciência, compaixão, serenidade e fé em Deus. 
Ao final, os mansos realmente herdarão a Terra. 
Porque quem persistir no mal, quem teimar em ser violento e esperto será degradado. 
Passará a viver em mundos inferiores, nos quais sua inteligência será preciosa. 
Neles, ao contato com seres primitivos, aprenderá a lição do amor que rejeitou aqui. 
Quando se regenerar, retornará ao convívio de seus amores que permaneceram na Terra. 
Ciente dessa realidade, preste atenção em seu viver. 
Você figura entre os candidatos à paz ou entre os que, por seu egoísmo, servem à purificação dos mansos? 
Pense nisso. 
Redação do Momento Espírita. Disponível no livro Momento Espírita, v. 10, ed. FEP. 
Em 26.8.2016.

domingo, 13 de outubro de 2024

SIMPLES COMO AS POMBAS

A frase partiu da boca de um Poeta. 
Não escreveu livro algum. 
Conta-se que a única vez que algo escreveu foi no solo de uma praça, ante a exigência arbitrária do julgamento de uma mulher. 
O sábio Ecologista, que vivia a essência espiritual, em toda a pujança, jamais se descuidou de Seu entorno, fossem vegetais, animais ou seres humanos. 
Seu convite remete a profunda reflexão. 
As pombas são dóceis, pacíficas, tanto que sua imagem foi abraçada como símbolo da paz. 
Elas voam pelos céus, sem dar atenção às complexidades do mundo. 
Nada que signifique ignorância ou descuido. 
Ao contrário, sabedoria de quem vive o essencial. 
Como carecemos de simplicidade. 
Simplicidade no trajar, sem desejarmos requintes nas vestes e constante troca de figurino. 
Até mesmo porque a vestimenta com a qual precisamos ter maior apuro é a túnica nupcial, aquela exigida pelo senhor das bodas ao convidado desleixado. 
E essa somente conseguimos a custo de iluminação interior, que se manifesta, então, fazendo brilhar nosso corpo espiritual. 
Simplicidade na alimentação. 
Diversidade, sem exigências. 
O que nosso bolso possa comportar: cereais, frutas, legumes, sementes variadas que enriqueçam o cardápio. Sem exagero algum. 
Sem despendermos horas de empenho para conseguir aquela marca especial, única, segundo nosso entendimento. 
Não se trata de privação, mas de nos alimentarmos com a exata dimensão do que nos é necessário para sustentar nosso precioso instrumento de trabalho, o corpo físico.
Aprendamos a saborear o que nos chega à mesa, agradecendo ao Criador, alçando os olhos da alma aos céus.
Como fazem as pombas, em alguns momentos, quando sorvem a água e contemplam as alturas. 
Simplicidade na casa que nos abriga. 
Por vezes, colocamos tantos atavios que nos perdemos nas cores, nas formas geométricas e esquecemos de olhar o céu estrelado. 
Ou o sol que se espreguiça, abrindo as cortinas das nuvens, tentando despertar a manhã. 
Simplicidade no falar. 
É bom se instruir, aprender palavras novas, aprimorar-se sobretudo no idioma pátrio. 
Tudo para bem nos entendermos com nosso próximo.
Contudo, não nos sirvamos, em nossas expressões, de vocábulos complexos, difíceis de serem entendidos por quem não tenha alcançado a nossa instrução e o nosso conhecimento. 
O maior sábio que andou por este planeta se serviu de palavras simples, imagens plenamente conhecidas dos grupos aos quais se dirigia: pastores, homens do campo, pais e mães de família, pescadores, escravos. 
Abracemos a simplicidade para tornarmos menos complexa a nossa vida. 
Para desapegarmos de certas coisas materiais que elegemos como imprescindíveis. 
A simplicidade é uma jornada de desapego, um exercício de conexão com a beleza, com o nosso entorno, com quem está conosco todo dia e nos aguarda um Bom dia, um abraço, um carinho, um agradecimento. Imitemos as aves que peregrinam pelos céus, a quem o Pai de amor, em Sua providência, alimenta com os imensos campos de trigo e cevada, com as sementes dos Seus pomares e as dessedenta com a água cristalina das Suas fontes generosas. 
Sejamos como as pombas. 
Redação do Momento Espírita 
Em 11.10.2024

sábado, 12 de outubro de 2024

A MENSAGEM DE UM MENINO

Ele tinha apenas oito anos, contudo, detinha a sabedoria das grandes almas. 
Era uma criança no corpo. 
Mas, seu Espírito já se dera conta de que breve seria sua vida sobre a Terra. 
Generoso, como todas as almas nobres, a sua era a preocupação com outras pessoas. 
Como ficaria sua mãe sem ele, por exemplo? 
Quando soprou as oito velas do seu bolo de aniversário e sofreu uma nova e grave crise que o levou ao hospital mais uma vez, Peter resolveu fazer uma lista. 
Era uma lista de alguns itens que ele desejava executar, antes de morrer. 
Dos itens constava encontrar alguém que se encarregasse de retirar a neve da frente da casa. 
E isso não foi muito difícil, porque um dos vizinhos disse que teria prazer em assumir esse encargo. 
E, porque se preocupasse com a qualidade de vida de sua mãe, desejava conseguir, de alguma forma, que ela concluísse a canção que começara a compor quando ele nascera. 
Seria o reconhecimento e a consagração dela como compositora. 
Para si mesmo, duas coisas eram muito especiais: morrer em casa, cercado de seus amigos e colocar um grande mastro, frente à sua casa, sinalizando que era ali que Peter se encontrava. 
Ele iria morrer e desejava que os anjos soubessem onde ele morava, para o virem buscar. 
A mãe, descobrindo a lista e reconhecendo a sua importância, se esmerou e, mesmo com o coração a sangrar, concluiu a canção. 
Ela a chamou de O Salmo 151
Explicou que lera os cento e cinquenta salmos da bíblia, mas que nenhum deles traduzia a alegria que ela sentira ao dar à luz a seu filho. 
A dificuldade em conclui-la se dera em função da descoberta da enfermidade de que ele era portador e do pouco tempo de vida que teria. 
Todos os recursos possíveis foram empreendidos para que o convênio de saúde aprovasse cuidados ao pequeno enfermo, no lar. 
E, numa tarde fria, enquanto Peter se despedia da vida física, os amigos se reuniram para cantar, junto com sua mãe, O Salmo 151
Quando Peter deixou exalar o último e tranquilo suspiro, os olhos dos amigos se ergueram para contemplar a bandeira tremulando ao vento. 
E, em todos os corações, havia a certeza: a bandeira indicativa era desnecessária. 
Pela forma como suportara a enfermidade e as dores, como se preparara para a morte, pelo seu desprendimento e amor, os anjos sabiam, com certeza, onde estava Peter. 
E o tinham vindo buscar. 
* * * 
Existem Espíritos que estão entre nós por pouco tempo.
Especiais, destacam-se pela sua forma de ver e sentir a vida. Vêm e vão rapidamente. 
No entanto, a sua mensagem de amor é de tal forma forte, vigorosa, que deixam o aroma da sua presença indelével entre os que tiveram a ventura de com eles conviver. 
A sua lição é do amor que não se apaga, da bondade que se preocupa com o outro e da sábia resignação ante aquilo que não pode ser alterado. 
Pensemos nisso! 
Redação do Momento Espírita, com base no episódio O Salmo 151, do seriado televisivo O toque de um anjo. Disponível no CD Momento Espírita, v. 16, ed. FEP. 
Em 12.10.2024

sexta-feira, 11 de outubro de 2024

MANIFESTAÇÃO DO AMOR DE DEUS

Nem sempre a vida transcorre como desejaríamos. 
Muitas vezes, planejamos percorrer alguns caminhos, realizar alguns sonhos, e logo nos vemos encaminhados para outras estradas e outros desafios. 
Não raro olhamos em nosso entorno e desejaríamos outra realidade. 
Desejaríamos que fossem bem diferentes os nossos dias.
Menos horas de trabalho a fim de podermos gozar um tanto mais das delícias de viagens de lazer. 
Gostaríamos de um marido ou esposa de mais fácil trato.
Queríamos filhos mais amorosos e compreensíveis. 
Anelamos um ambiente de trabalho mais adequado, tranquilo, com pessoas mais gentis e agradáveis. 
Porém nem sempre nossos desejos se realizam. 
É verdade que ao nos endereçarmos a Deus, ao orar, frequentemente dizemos:
Seja feita a Sua vontade, assim na Terra como nos céus. 
Porém, na vida prática, no cotidiano nos esquecemos que a vontade de Deus se faz sempre. 
Porque Sua vontade é pura bondade, justiça e amor. 
Ela permeia toda a nossa existência, desde nossa criação.
Vela por nós desde os primeiros dias aqui na Terra, até o momento de retorno ao mundo espiritual. 
E na continuação da vida, o amor de Deus prossegue a nos conduzir os passos. 
Porém, tomados por um imediatismo, uma falta de paciência, uma fé vacilante, vamos imaginando que nossa vida deveria ter outro destino. 
Não raro pensamos que não merecíamos passar por essa ou aquela dificuldade. 
Enumeramos as pessoas que deveriam desaparecer de nosso convívio, pois só nos prejudicam, colocando-nos na posição de vítimas da vida, como se assim pudesse ser. 
Porém o amor de Deus alcança a todos nós, em todos os instantes da existência. 
Construir esse entendimento nos faz um pouco mais dóceis e resignados perante os revezes e as dificuldades que a vida nos oferece. 
Por mais difíceis que se mostrem os caminhos, por mais desafiadoras que as provas se apresentem, teremos a todo momento o amparo amoroso de Deus, podendo a Ele recorrer sempre. 
Para nos explicar isso, Jesus usa a simbologia dos pássaros, que mesmo sem semearem nem colherem, nada lhes falta, pois Deus provê as suas necessidades. 
Refere-se ainda aos lírios dos campos, que não tecem, nem fiam. 
Contudo, Deus, Nosso Pai, os veste de forma única. 
Por isso Jesus nos aconselha a não nos inquietarmos com o amanhã, fazendo-nos compreender que cada dia naturalmente trará suas necessidades e seus deveres. 
O que devemos fazer é sempre agir com retidão e justiça; com amorosidade e paz de espírito. 
No mais, Deus proverá. 
Assim, busquemos aceitar com alegria, disposição e fé o que a vida se encarrega de colocar em nossos caminhos. 
Um cônjuge de mais fácil trato talvez não nos ensinasse a paciência que hoje aprendemos a ter. 
Filhos mais compreensíveis talvez não nos dessem a oportunidade de construir o desprendimento e o amor incondicional que temos hoje. 
E um ambiente de trabalho mais fácil e gentil quem sabe não nos provocaria a desenvolver a gentileza, a benevolência e compreensão que carregamos em nós. 
Assim, a cada desafio que a vida nos impõe, ali também está o convite amoroso de Deus, nos chamando para o progresso e melhora íntima. 
Pensemos nisso. 
Redação do Momento Espírita. 
Em 27.10.2018.